Olavismo & Lógica: como ele consegue?

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Walter Carnielli

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Oct 29, 2018, 2:46:57 PM10/29/18
to Lista dos Logicos Brasileiros
Como Olavo de Car(v)alho  esta fazendo  sucesso e adquirindo relevância.?

Berrando, gritando e sustituindo  argumentos por palavrões. É  pura escatologia, que contenta  aqueles que não conseguem perceber sutilezas no argumento filosófico.

Se alguém propuser tirar o V do  nome  dele, pelo menos ficará coerente...

W.

Em seg, 29 de out de 2018 14:59, Marcelo Finger <mfi...@ime.usp.br> escreveu:
Oi Eduardo. 

Obrigado pelo post.

Acho que é discussão agora não deve se fixar sobre se o que ele fala está correto ou errado. Provavelmente o último, muitas vezes.

Mas passar a ser: porque é que o que ele fala está fazendo tanto sucesso entre um grupo cada vez maior de pessoas e está adquirindo relevância.

O texto que você postou vai nessa direção.

Abraços


On Mon, Oct 29, 2018 at 9:42 AM Eduardo Ochs <eduar...@gmail.com> wrote:
Saiu um artigo no Intercept sobre o Olavo e o olavismo...

  [[]] =\,
    Eduardo


On Thu, Oct 25, 2018 at 8:02 PM Joao Marcos <boto...@gmail.com> wrote:
Obrigado por compartilhar o "polêmico" texto, Manuel.  Não comentarei
a respeito do "5o princípio de Euclides", com o qual não tenho
qualquer compromisso.  Seguem críticas simples que poderiam ser
formuladas por qualquer um de nós (isto é, pelas "pessoas que não
sabem ler" que são membros desta lista):

1 - A "crença" no infinito atual não é necessária ao citado resultado
de Cantor; os conjuntos em questão são recursivos e a bijeção pode ser
definida recursivamente.

2 - A bijeção pode ser estabelecida tanto entre os signos (numerais)
quanto entre suas denotações (números).  São duas demonstrações
distintas, claro, e qualquer uma das duas leva ao mesmo "assombro".

3 - A definição da bijeção não precisa depender de uma ordem imposta
sobre os conjuntos subjacentes.

4 - Os pares podem ser facilmente definidos usando os naturais (ou
mais propriamente os inteiros), tanto recursivamente quanto em forma
fechada; reciprocamente, os naturais também podem ser "definidos", se
alguém preferir como "as metades dos pares"; a escolha de quem é o
domínio e de quem é o contra-domínio da bijeção é uma mera questão de
conveniência, que não faz nenhuma diferença do ponto de vista do
resultado e da teoria cantoriana.

5 - O "problema da parte e do todo" pode ser evitado reformulando a
demonstração como uma bijeção que é apresentada, digamos, entre os
números naturais e os números racionais da forma n/2, com n natural;
nenhum dos dois conjuntos é uma "parte" do outro.  Ao terminar a
demonstração, se quiser, você pode trocar todas as ocorrências de n/2
por ocorrências de 2n.  Voilà.

Para o benefício do alegado filósofo, não estou aqui apresentando
"demonstrações" (nem muito menos "refutações"), mas apenas sugestões
de estudo para que ele possa eliminar suas confusões, que são de fato
bastante simples.  Se o Olavo não entender esta matemática "profunda",
contudo, sempre pode pedir a seu irmão matemático para lhe ajudar a
entender.

Joao Marcos
On Thu, Oct 25, 2018 at 8:22 PM Manuel Doria <manue...@gmail.com> wrote:
>
> Prezado João Marcos,
>
> Segue aqui o trecho onde Olavo alega ter revelado raciocínios falaciosos por parte de Georg Cantor:
>
> Só para dar um exemplo: O célebre Georg Cantor acreditou poder refutar o 5º princípio de Euclides ( de que o todo é maior que a parte ) pelo argumento de que o conjunto dos números pares, embora sendo parte do conjunto dos números inteiros, pode ser posto em correspondência biunívoca com ele, de modo que os dois con- juntos teriam o mesmo número de elementos e, assim, a parte seria igual ao todo: 1, 2, 3, 4..... n 2, 4, 6, 8..... 2n = n Com esta demonstração, Cantor e seus epígonos acreditavam estar derrubando, junto com um princípio da geometria antiga, também uma crença estabelecida do senso comum e um dos pilares da lógica clássica, descortinando assim os horizontes de uma nova era do pensamento humano. Esse raciocínio baseia-se na suposição de que tanto o conjunto dos números inteiros como o dos pares são conjuntos infinitos atuais, e ele pode portanto ser re- jeitado por quem acredite, com Aristóteles, que o infinito quantitativo é só potencial, nunca atual. Mas, mesmo aceitando-se o pressuposto dos infinitos atuais, a demons- tração de Cantor é apenas um jogo de palavras, e bem pouco engenhoso no fundo. Em primeiro lugar, é verdade que, se representarmos os números inteiros cada um por um signo ( ou cifra ), teremos aí um conjunto ( infinito ) de signos ou cifras; e se,nesse conjunto, quisermos destacar por signos ou cifras especiais os números que representem pares, então teremos um “segundo” conjunto que será parte do primeiro; e, sendo ambos infinitos, os dois conjuntos terão o mesmo número de ele- mentos, confirmando o argumento de Cantor. Mas isso é confundir os números com seus meros signos, fazendo injustificada abstração das propriedades matemáticas que definem e diferenciam os números entre si e, portanto, abolindo implicitamente também a distinção mesma entre pares e ímpares, na qual se baseia o pretenso ar- gumento. “4” é um signo, “2” é um signo, mas não é o signo “4” que é o dobro de 2, e sim a quantidade 4, seja ela representada por esse signo ou por quatro bolinhas. O conjunto dos números inteiros pode conter mais signos numéricos do que o con- junto dos números pares— já que abrange os signos de pares e os de ímpares—, mas não uma maior quantidade de unidades do que a contida na série dos pares. A tese de Cantor escorrega para fora dessa obviedade mediante o expediente de jogar com um duplo sentido da palavra “número”, ora usando-a para designar uma quantidade definida com propriedades determinadas ( entre as quais a de ocupar um certo lugar na série dos números e a de poder ser par ou ímpar ), ora para designar o mero signo de número, ou seja, a cifra. A série dos números pares só é composta de pares porque é contada de dois em dois, isto é, saltando-se uma unidade entre cada dois números; se não fosse con- tada assim, os números não seriam pares. De nada adianta aqui recorrer ao subter- fúgio de que Cantor se refere ao mero “conjunto” e não à “série ordenada”; pois o conjunto dos números pares não seria de pares se seus elementos não pudessem ser ordenados de dois em dois numa série ascendente ininterrupta que progride pelo acréscimo de 2, nunca de 1; e nenhum número poderia ser considerado par se pudesse livremente trocar de lugar com qualquer outro na série dos inteiros. “Pari- dade” e “lugar na série” são conceitos inseparáveis: se n é par, é porque tanto n+1 como n-1 são ímpares. Nesse sentido, é unicamente a soma implícita das unidades não mencionadas que faz com que a série de pares seja de pares. Portanto— e eis aqui a falácia de Cantor—, não há aqui duas séries de números, mas uma única, contada de duas maneiras: a série dos números pares não é realmente parte da série dos números inteiros, mas é a própria série dos números inteiros, contada ou nomeada de uma determinada maneira. A noção de “conjunto” é que, desta- cada abusivamente da noção de “série”, produz todo esse samba-do-alemão-doido, dando a aparência de que os números pares podem constituir um “conjunto” inde- pendentemente do lugar de cada um na série, quando o fato é que, abstraída a posi- ção na série, não há mais paridade ou imparidade nenhuma. Se a série dos números inteiros pode ser representada por dois conjuntos de signos, um só de pares, outro de pares mais ímpares, isto não significa que se trata de duas séries realmente distin- tas. A confusão que existe aí é entre “elemento” e “unidade”. Um conjunto dex uni-dades contém certamente o mesmo número de “elementos” que um conjunto dex pares, mas não o mesmo número de unidades. O que Cantor faz é, no fundo, substancializar ou mesmo hipostasiar a noção de “par” ou “paridade”, supondo que um número qualquer possa ser par “em si”, inde- pendentemente de seu lugar na série e de sua relação com todos os demais números (inclusive, é claro, com sua própria metade), e que os pares possam ser contados como coisas e não como meras posições intercaladas na série dos números inteiros. No seu “argumento”, não se trata de uma verdadeira distinção entre todo e par- te, mas sim de uma comparação meramente verbal entre um todo e o mesmo todo, diversamente denominado. Não se tratando de um verdadeiro todo e de uma verda- deira parte, não se pode falar então de uma igualdade de elementos entre todo e parte, nem, portanto, de uma refutação do 5º princípio de Euclides. Cantor erra o alvo por muitos metros.
>
> Em qui, 25 de out de 2018 17:46, Joao Marcos <boto...@gmail.com> escreveu:
>>
>> Como este assunto em princípio nada tem a ver com o "Dia Internacional
>> da Lógica"
>> https://groups.google.com/a/dimap.ufrn.br/d/msg/logica-l/lKvBQm5eOg8/JXqHZkv0BgAJ
>> inicio outra thread para os interessados.
>>
>> On Thu, Oct 25, 2018 at 4:45 PM A***** N*** wrote:
>> >
>> > Acho que a questão é ignorar o Olavo (concordo com tudo que disseram acima dele).
>>
>> A*****, aí bem pertinho de você, em SC, uma advogada eleita deputada
>> federal há três semanas com mais de 100 mil votos fez toda sua
>> campanha se auto-descrevendo como "aluna do Olavo de Carvalho desde
>> 2006".  Não dá para ignorar.
>>
>> * * *
>>
>> O alegado filósofo já é discutido ---e desmontado--- na LOGICA-L ao
>> menos desde 2012 (discussão comentada aparentemente com cinco anos de
>> atraso pelo Olavo no video que o Yuri enviou).  Exemplo:
>> https://groups.google.com/a/dimap.ufrn.br/d/msg/logica-l/QFRRpcVLPnc/bA9vvh7Jer0J
>> Também outros colegas nossos já dispenderam seu tempo com boçalidades
>> que tinham a mesma origem, noutros lugares:
>> http://adonaisantanna.blogspot.com/2015/02/olavo-de-carvalho.html
>>
>> Aparentemente o principal argumento apresentado por Olavo no dito
>> video para se defender é de que "todos os membros da lista, um por um"
>> são "pessoas incultas e incapazes de lidar com os problemas da
>> realidade", pessoas que "não têm domínio da gramática do seu idioma" e
>> que por isso "não têm o sentido da linguagem", e não são capazes de
>> realizar uma "formalização lógica" por terem falhado em aprender antes
>> a boa "formalização gramatical".  Afirma ali Olavo: "o uso
>> inapropriado da linguagem comum e corrente expressa uma deficiência de
>> percepção".
>>
>> Olavo afirma "se as pessoas estudam Lógica, é evidente que a ocupação
>> delas diz respeito a provas e refutações", e sustenta que "ao longo da
>> tradição filosófica [as provas e refutações] sempre significaram muito
>> pouca coisa".  Em particular, no video, Olavo dá a impressão de
>> reconhecer que _não_ teria tentado *refutar* a teoria dos Conjuntos
>> Transfinitos de Cantor, "ao ter escrito apenas uma página e meia sobre
>> o assunto em um livro de quatrocentas páginas" [alguém poderia postar
>> aqui este trecho completo?], e diz que de fato não pode ter tentado
>> refutar a teoria de Cantor, pois, segundo ele, qualquer "refutação
>> cabal" demanda _centenas de páginas_, e consiste em "um trabalho muito
>> mais sistemático e muito mais meticuloso".
>>
>> Por fim, no video o descrédito completo dos participantes da
>> discussão, neste fórum (e de "todos os representantes da classe
>> universitária brasileira", pessoas que são "despreparadas [...] mas
>> não têm cultura"), se dá ao apontar que:
>> "nenhum deles é autor de algum trabalho monumental nesta coisa [a
>> Lógica], nenhum deles tá na altura, sei lá, do Newton da Costa ou do
>> Alexandre Costa-Leite".
>>
>> * * *
>>
>> Joao Marcos
>>
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 Marcelo Finger
 Departament of Computer Science, IME    
 University of Sao Paulo
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 ResearcherID: A-4670-2009

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Marcelo Finger

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Oct 29, 2018, 3:59:31 PM10/29/18
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Tony Marmo

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Oct 29, 2018, 5:06:44 PM10/29/18
to logi...@dimap.ufrn.br

Uma das colunas mais lidas no Brasil, era a do Paulo Francis no caderno "Ilustrada"  da Folha de São Paulo. As pessoas riam muito lendo aquilo, mas sabendo que era humor "pseudointelectual" .


A piada mais frequente do Francis era pegar uma figura de vulto de uma área qualquer e dizer que ela não sabia nada do ramo. Por exemplo, podia aproveitar que foi publicada uma biografia de Einstein e afirmar que Einstein nada entendia de Física, que só no Brasil era admirado, etc.


O Jornalista Paulo Francis dizia-se intelectual e morreu não com muita idade. Deixou uma lacuna e os meios de comunicação precisavam de um substituto.  Arrumaram alguns, entre eles um que se diz filósofo.
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Adolfo Neto

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Oct 29, 2018, 5:11:00 PM10/29/18
to Lista acadêmica brasileira dos profissionais e estudantes da área de LOGICA
Olá,

Concordo com o ponto do Marcelo. A questão é entender por que Olavo faz "sucesso".

Sugiro a leitura do livro
O Ódio Como Política. A Reinvenção da Direita no Brasil

Está de graça para Kindle até hoje.


Não li ainda (vou ler quando chegar minha versão em papel)  mas estava escutando um podcast sobre o livro e o tema https://revolushow.com/revolushow-26-o-odio-como-politica/

Uma ideia é que parte deste pessoal não quer mesmo discutir seriamente.

Um bom exemplo foi o que o Olavo fez durante a campanha. Fez uma análise mentirosa de um livro do Haddad, postou no Facebook, rapidamente printaram e disseminaram loucamente, ele apagou. Ficou por isso mesmo para ele. Mas a mentira já tinha se espalhado. Isto tem a ver com Filosofia ou com manipulação?

Abs.
Adolfo





--
==================================================================
Adolfo Neto
Associate Professor - Federal University of Technology, Paraná
Web: http://www.dainf.ct.utfpr.edu.br/~adolfo
Mestrado em Computação Aplicada: http://www.ppgca.ct.utfpr.edu.br
==================================================================

Joao Marcos

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Oct 29, 2018, 5:27:34 PM10/29/18
to Lista acadêmica brasileira dos profissionais e estudantes da área de LOGICA
> Sugiro a leitura do livro
> O Ódio Como Política. A Reinvenção da Direita no Brasil
>
> Está de graça para Kindle até hoje.
>
> https://www.amazon.com.br/%C3%93dio-Pol%C3%ADtica-Reinven%C3%A7%C3%A3o-Direita-Brasil/dp/8575596543?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&keywords=o+odio+como+politica&qid=1540832730&sr=8-1&ref=sr_1_1

Boa dica. Noto que contém em particular um artigo do Márcio Moretto,
nosso colega de área (começou o doutorado sobre Revisão de Crenças na
USP mais ou menos quando você estava terminando, não, Adolfo?), que
estuda há vários anos o ativismo político na rede e nas ruas.

JM

Adolfo Neto

unread,
Oct 29, 2018, 5:46:44 PM10/29/18
to Lista acadêmica brasileira dos profissionais e estudantes da área de LOGICA
João,

Exato.
Márcio foi orientado pela Renata Wasserman (ela está aqui na lista?), que é do LIAMF como o Marcelo Finger, lá no IME-USP.

Márcio e Pablo Ortellado têm o Monitor do Debate Político no meio digital

Acho que eles (e eu também) foram pegos um pouco de surpresa pois na eleições desta ano o foco da disseminação de notícias (geralmente falsas) foi o WhatsApp e não o Facebook. Mas não dá para ignorar totalmente o Facebook, claro.

OK, mas estou saindo do assunto de novo. 
Estava agora mesmo conversando com o Carapanã (um perfil de Twitter especialista em Nova Direita cujo proprietário esconde sua identidade real), que também tem um capítulo no livro e de vez em quando comenta sobre Olavo de Carvalho. 

Ele disse que muito importante para a disseminação das ideias de Olavo, além da Veja (informação que está no link do The Intercept) foi também a divulgação feita por discípulos dele na Rádio Jovem Pan.

Ele recomendeu também este podcast:
"Aqui tem um resumo sobre conservadorismo e esses novos movimentos de direita - especialmente como a direita se vende como "contestadora" ou "rebelde"."

Enfim, não é algo simples e não tem a ver somente com as ideias dele. Tem muita gente graúda por trás.

--
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Cassiano Terra Rodrigues

unread,
Oct 30, 2018, 2:48:31 PM10/30/18
to LOGICA-L
Colegas, um fator importante no poder de convencimento do OC é seu uso de técnicas de neurolinguística (assim chamada) e hipnose. Ele mesmo cita os autores, em seu Jardim das Aflições, criticando a instrumentalização política dessas teorias por regimes totalitárias etc. O q ele mesmo não diz é q ele Tb as instrumentalizar.
São os autores e as obras:
Joost A. M. Meerloo. The Rape of mind.
Paul M. A. Linebarger. Psychological Warfare.
Recomendo a quem se interessar q Tb leia um livro mais recente até onde sei não citado por OC, a saber : Ari Berkowitz. Governing behavior.
Técnicas de persuasão usadas em marketing básico, expressões corporais e linguagem bem pensada para suscitar reações emotivas determinadas fazem parte do pacote. Acrescente-se a isso a característica privada e potencialmente mais imersivo das telas de computador celulares etc do nosso mundo. E um discurso bem formatado para confirmar certas crenças bem arraigados na nossa cultura. Tem mais a ver com hipnose e retórica q com outras coisas, a meu ver, sem prejuízo do q já disseram outros aqui.
Espero ter contribuído.
Saudações, cass.

Antonio Marmo

unread,
Oct 30, 2018, 3:09:13 PM10/30/18
to logi...@dimap.ufrn.br
Caro Cassiano,

Senti-me forçado a ler alguns capítulos do livro citado, “O Jardim das Aflições”. O prefácio é horrível, só verborragia. O livro em si seria uma reação do OC a uma palestra sobre Epicuro que ele teria ouvido no MASP há anos. São várias páginas dedicadas ao que seria a filosofia de Epicuro, porque o palestrante não entenderia dela e porque ela mesma não seria boa.

Pois bem, a grande dificuldade de estudar a filosofia grega está no fato de que somente uma pequena fração dos livros da época chegou até nós. A impressão que se tem é que esse jornalista acredita conhecer mais de Epicuro do que os historiadores da Filosofia conseguiram já garimpar até hoje!

Todo o livro parece reduzir-se à proposição “eu sei o que pensava Epicuro, vocês não”. Não vai muito além disso. No meio de tudo, ele recheia com umas passagens que parecem muito mais querer ostentar uma falsa erudição do que algo que tenha alguma motivação para estar no texto. Além de estarem erradas, geralmente quase nada têm a ver com o que seria o assunto inicialmente.

Não serve nem como trabalho final de graduação esse livro!
> --
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Aldo Dinucci

unread,
Oct 30, 2018, 3:52:23 PM10/30/18
to logi...@dimap.ufrn.br
Car@s,

Meterei a colher torta da Emília na conversa. De minha parte, creio que o sucesso de OC está associado ao sucesso de muitas coisas outras pouco sofisticadas no Brasil no que se refere à música, literatura, religião, política etc., sucesso acompanhado do abandono da difusão de expressões mais sofisticadas da música, religião, literatura política etc.: a baixíssima qualidade do ensino fundamental e médio no Brasil, já fartamente documentada e a quase ausência de difusão cultural no Brasil. 

Não digo que as expressões pouco sofisticadas não devam existir, creio que elas têm seu tempo e lugar, mas penso que entre nós já quase não há espaço para algo mais sofisticado. Hoje em dia é até perigoso dizer isso sem ser automaticamente taxado de elitista. Porém, creio que ser elitista é reservar as expressões mais sofisticadas da cultura para uns pouquíssimos, como se faz no Brasil, ao contrário de difundir isso de modo adequado e democrático, como tem feito o nobre Maestro José Carlos Martins no caso da música clássica. Ouçam aqui sobre o trabalho de democratização da música clássica do grande Maestro José Carlos Martins:






Em terça-feira, 30 de outubro de 2018 12:09:13 BRT, Antonio Marmo <marmo...@gmail.com> escreveu:


Caro Cassiano,

Senti-me forçado a ler alguns capítulos do livro citado, “O Jardim das Aflições”. O prefácio é horrível, só verborragia. O livro em si seria uma reação do OC a uma palestra sobre Epicuro que ele teria ouvido no MASP há anos. São várias páginas dedicadas ao que seria a filosofia de Epicuro, porque o palestrante não entenderia dela e porque ela mesma não seria boa.

Pois bem, a grande dificuldade de estudar a filosofia grega está no fato de que somente uma pequena fração dos livros da época chegou até nós. A impressão que se tem é que esse jornalista acredita conhecer mais de Epicuro do que os historiadores da Filosofia conseguiram já garimpar até hoje!

Todo o livro parece reduzir-se à proposição “eu sei o que pensava Epicuro, vocês não”. Não vai muito além disso. No meio de tudo, ele recheia com umas passagens que parecem muito mais querer ostentar uma falsa erudição do que algo que tenha alguma motivação para estar no texto. Além de estarem erradas, geralmente quase nada têm a ver com o que seria o assunto inicialmente.

Não serve nem como trabalho final de graduação esse livro!



> On 30 Oct 2018, at 11:48, Cassiano Terra Rodrigues <cassian...@gmail.com> wrote:
>
> Colegas, um fator importante no poder de convencimento do OC é seu uso de técnicas de neurolinguística (assim chamada) e hipnose. Ele mesmo cita os autores, em seu Jardim das Aflições, criticando a instrumentalização política dessas teorias por regimes totalitárias etc. O q ele mesmo não diz é q ele Tb as instrumentalizar.
> São os autores e as obras:
> Joost A. M. Meerloo. The Rape of mind.
> Paul M. A. Linebarger. Psychological Warfare.
> Recomendo a quem se interessar q Tb leia um livro mais recente até onde sei não citado por OC, a saber : Ari Berkowitz. Governing behavior.
> Técnicas de persuasão usadas em marketing básico, expressões corporais e linguagem bem pensada para suscitar reações emotivas determinadas fazem parte do pacote. Acrescente-se a isso a característica privada e potencialmente mais imersivo das telas de computador celulares etc do nosso mundo. E um discurso bem formatado para confirmar certas crenças bem arraigados na nossa cultura. Tem mais a ver com hipnose e retórica q com outras coisas, a meu ver, sem prejuízo do q já disseram outros aqui.
> Espero ter contribuído.
> Saudações, cass.
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