Edificante! E andamos n�s a incensar tal personagem!
Com palavras simples, puras, vividas...
" Conhe�o este problema pessoalmente. Estava em Luanda, quando Alegre se
pirou. Mais tarde, quando entrei pr� "guerra" o meu Batalh�o foi colocado em
N�qui, l� em cima, encostado ao Zaire, junto � fronteira com Matadi. Nessa
regi�o ouvia-se atrav�s dos famosos r�dios port�teis Hitachi, com uma boa
onda m�dia, a voz de Matadi e a voz da Arg�lia, emissores criados por
desertores que, atrav�s de infiltrados nas for�as armadas, denunciavam as
n/opera��es. Muitas das emboscadas que sofremos resultaram da trai��o
desses "grandes filhos da puta ". Uma das vozes que se ouvia era a desse
pulha, Pateta Alegre. Lembro-me que 48 horas ap�s se ter instalado um
posto de observa��o, um grupo de combate, um canh�o, um radar no cimo do
morro de Noqui, donde n�s observ�vamos toda a movimenta��o de
aproximadamente, 2.000 "turras" concentrados numa sanzala no outro lado da
fronteira, ouviu-se a voz do Alegre a denunciar a nossa posi��o. And�mos a
levar porrada na estrada entre S.Salvador e N�qui durante mais de 4 meses.
Numa das viagens sofremos 9 ataques. Um dia, em N�qui, junto ao Rio, onde se
situava o nosso aquartelamento, o ent�o Tenente-Coronel Isaltino, mandou
tocar a formar. Formou-se o Batalh�o e o corneteiro tocou a sentido,
fez-se sil�ncio chegou o Tem.Coronel e disse: o furriel Marta (mulato) d�
um passo em frente. O sacana era o informador. Fazia-o atrav�s dum preto que
era vendedor das c�lebres colchas congolesas, em N�qui. Nesta guerra a Pide
teve um papel muito importante. Inform�vamo-nos dos movimentos desses
traidores. Bem.. n�o sei se est�s a ver. o cabr�o n�o foi linchado porque
foi imediatamente evacuado para Luanda. Cerca de 2 anos depois, estava eu
ainda na guerra ouvi a voz deste traidor nas r�dio Maatad�. Tinha fugido
das cadeias de Luanda. Sofri no corpo os efeitos da atitude desses
traidores.
Paulo Chamorra"
PS: E quer este desertor ser CHEFE SUPREMO DAS FOR�AS ARMADAS, Que belo
exemplo para as tropas e Pa�s.
--
()< Zullo >()
Pois... mas o Alegre "é de esquerda" e a esquerda gosta de o ter como
bandeira, o que fazer?!
Ainda há pouco tempo estive com elementos do PS que conviveram muito
de perto com Alegre, era inacreditável o que contavam dos seus
"feitos" e do seu "carácter". Nem os correlegionários o gramam.
RAF
2 - Os "turras" que actuavam em N�qui, a partir de Matadi, eram da UPA (a
seguir chamada FNLA) e n�o do MPLA. O Mobutu apoiava a UPA e nunca autorizou
o MPLA a utilizar o territ�rio da Rep�blica do Zaire. Al�m disso, a UPA e o
MPLA eram inimigos, n�o se podiam ver. Quando se encontravam frente a
frente, matavam-se uns aos outros. Ora o Manuel Alegre apoiava o MPLA; por
conseguinte n�o podia apoiar a UPA, e muito menos ao ponto de lhe fornecer
informa��es de ordem operacional.
3 - Eu tamb�m estive na fronteira de Angola com a Rep�blica do Zaire. N�o
estive em N�qui, mas um pouco mais para Leste. Estive, portanto, � mesma
dist�ncia de Argel do que N�qui. Eu tamb�m tinha um bom aparelho de r�dio,
um Sharp Intercontinental. Em ondas m�dias apanhava muitas esta��es, de
Angola, do Congo, da Z�mbia, da �frica do Sul, de Mo�ambique, do Gab�o,
Camar�es, Costa do Marfim, etc. etc. Nunca apanhei l� qualquer emissora de
um pa�s �rabe, fosse ela da Arg�lia, Marrocos, Tun�sia, Maurit�nia, Sud�o ou
outro pa�s. O que n�o � de admirar, pois as dist�ncias entre Angola e esses
pa�ses s�o muito consider�veis. Como poderia ent�o ser usada a R�dio Argel
para dar indica��es aos "turras" (ainda por cima aos da UPA/FNLA) sobre as
posi��es das nossas tropas, se essa emissora n�o chegava a Angola e se esses
mesmos "turras" tinham as emissoras todas do Mobutu � sua disposi��o, ali
mesmo ao lado?!
Mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo.
Cumprimentos
Fernando de Sousa Ribeiro
"raf" <r.fo...@mailandnews.com> escreveu na mensagem
news:c58c32e5-26e5-4a89...@n33g2000yqb.googlegroups.com...
On 7 Fev, 23:28, "Zullo" <zuloalfap...@netcabo.pt> wrote:
> Manuel, o Alegre
>
> Edificante! E andamos n�s a incensar tal personagem!
>
> Com palavras simples, puras, vividas...
>
> " Conhe�o este problema pessoalmente. Estava em Luanda, quando Alegre se
> pirou. Mais tarde, quando entrei pr� "guerra" o meu Batalh�o foi colocado
> em
> N�qui, l� em cima, encostado ao Zaire, junto � fronteira com Matadi. Nessa
> regi�o ouvia-se atrav�s dos famosos r�dios port�teis Hitachi, com uma boa
> onda m�dia, a voz de Matadi e a voz da Arg�lia, emissores criados por
> desertores que, atrav�s de infiltrados nas for�as armadas, denunciavam as
> n/opera��es. Muitas das emboscadas que sofremos resultaram da trai��o
> desses "grandes filhos da puta ". Uma das vozes que se ouvia era a desse
> pulha, Pateta Alegre. Lembro-me que 48 horas ap�s se ter instalado um
> posto de observa��o, um grupo de combate, um canh�o, um radar no cimo do
> morro de Noqui, donde n�s observ�vamos toda a movimenta��o de
> aproximadamente, 2.000 "turras" concentrados numa sanzala no outro lado da
> fronteira, ouviu-se a voz do Alegre a denunciar a nossa posi��o. And�mos a
> levar porrada na estrada entre S.Salvador e N�qui durante mais de 4 meses.
> Numa das viagens sofremos 9 ataques. Um dia, em N�qui, junto ao Rio, onde
> se
> situava o nosso aquartelamento, o ent�o Tenente-Coronel Isaltino, mandou
> tocar a formar. Formou-se o Batalh�o e o corneteiro tocou a sentido,
> fez-se sil�ncio chegou o Tem.Coronel e disse: o furriel Marta (mulato) d�
> um passo em frente. O sacana era o informador. Fazia-o atrav�s dum preto
> que
> era vendedor das c�lebres colchas congolesas, em N�qui. Nesta guerra a
> Pide
> teve um papel muito importante. Inform�vamo-nos dos movimentos desses
> traidores. Bem.. n�o sei se est�s a ver. o cabr�o n�o foi linchado porque
> foi imediatamente evacuado para Luanda. Cerca de 2 anos depois, estava eu
> ainda na guerra ouvi a voz deste traidor nas r�dio Maatad�. Tinha fugido
> das cadeias de Luanda. Sofri no corpo os efeitos da atitude desses
> traidores.
>
> Paulo Chamorra"
>
> PS: E quer este desertor ser CHEFE SUPREMO DAS FOR�AS ARMADAS, Que belo
> exemplo para as tropas e Pa�s.
Pois... mas o Alegre "� de esquerda" e a esquerda gosta de o ter como
bandeira, o que fazer?!
Ainda h� pouco tempo estive com elementos do PS que conviveram muito
de perto com Alegre, era inacredit�vel o que contavam dos seus
"feitos" e do seu "car�cter". Nem os correlegion�rios o gramam.
RAF
Nem soaristas, nem socratianos... aliás, é engraçado quando se toma
contacto com algumas realidades e se verifica que essas duas
personagens não são tão consensuais assim...
>
> O que sei é que cada um pode ter a sua opinião sobre a passagem de
> Alegre para o outro lado. Para mim foi um acto de coragem passar para
> o lado dos oprimidos. Os que não o fizeram deixaram-se ficar do lado
> do ditador. Eu, tanto como outros miudos com 20 anos a quem ensinaram
> o "lá vamos cantando e rindo", incluído!- Ocultar texto citado -
Ora porra... oprimidos são eles hoje! Independentemente das opiniões
que se possam ter sobre soluções colonialistas (que ainda hoje
proliferam pelo mundo fora), desafio alguém a provar que hoje os
angolanos são mais independentes, mais felizes, mais educados, mais
saudáveis, mais livres do que o eram quando Angola era uma colónia
portuguesa.
Passados tantos anos, sabidas tantas coisas, como é que é possível
hoje ainda alguém acreditar no conto de fadas. A guerra em angola teve
muito pouco a ver com intuitos de libertação.
O que Manuel Alegre fez, na altura, foi achar-se moralmente acima de
todos aqueles que deram suor e sangue pelo país - desinformados ou
não. Muitos que não concordaram com a guerra, com o salazarismo,
lutaram cá dentro, ou simplesmente puseram-se de parte das opções
"nacionais", não tomaram o partido oposto. Mas em Alegre não é de
surpreender... ele está sempre do contra, mas, depois, PASME-SE (ou
não), lá aparece ele a pedir o voto para Sócrates nas eleições, depois
de passar 4 anos a dizer cobras e lagartos do homem.
RAF