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Manuel, o Alegre

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Zullo

unread,
Feb 7, 2010, 6:28:29 PM2/7/10
to
Manuel, o Alegre

Edificante! E andamos n�s a incensar tal personagem!

Com palavras simples, puras, vividas...

" Conhe�o este problema pessoalmente. Estava em Luanda, quando Alegre se
pirou. Mais tarde, quando entrei pr� "guerra" o meu Batalh�o foi colocado em
N�qui, l� em cima, encostado ao Zaire, junto � fronteira com Matadi. Nessa
regi�o ouvia-se atrav�s dos famosos r�dios port�teis Hitachi, com uma boa
onda m�dia, a voz de Matadi e a voz da Arg�lia, emissores criados por
desertores que, atrav�s de infiltrados nas for�as armadas, denunciavam as
n/opera��es. Muitas das emboscadas que sofremos resultaram da trai��o
desses "grandes filhos da puta ". Uma das vozes que se ouvia era a desse
pulha, Pateta Alegre. Lembro-me que 48 horas ap�s se ter instalado um
posto de observa��o, um grupo de combate, um canh�o, um radar no cimo do
morro de Noqui, donde n�s observ�vamos toda a movimenta��o de
aproximadamente, 2.000 "turras" concentrados numa sanzala no outro lado da
fronteira, ouviu-se a voz do Alegre a denunciar a nossa posi��o. And�mos a
levar porrada na estrada entre S.Salvador e N�qui durante mais de 4 meses.
Numa das viagens sofremos 9 ataques. Um dia, em N�qui, junto ao Rio, onde se
situava o nosso aquartelamento, o ent�o Tenente-Coronel Isaltino, mandou
tocar a formar. Formou-se o Batalh�o e o corneteiro tocou a sentido,
fez-se sil�ncio chegou o Tem.Coronel e disse: o furriel Marta (mulato) d�
um passo em frente. O sacana era o informador. Fazia-o atrav�s dum preto que
era vendedor das c�lebres colchas congolesas, em N�qui. Nesta guerra a Pide
teve um papel muito importante. Inform�vamo-nos dos movimentos desses
traidores. Bem.. n�o sei se est�s a ver. o cabr�o n�o foi linchado porque
foi imediatamente evacuado para Luanda. Cerca de 2 anos depois, estava eu
ainda na guerra ouvi a voz deste traidor nas r�dio Maatad�. Tinha fugido
das cadeias de Luanda. Sofri no corpo os efeitos da atitude desses
traidores.

Paulo Chamorra"

PS: E quer este desertor ser CHEFE SUPREMO DAS FOR�AS ARMADAS, Que belo
exemplo para as tropas e Pa�s.


--
()< Zullo >()


raf

unread,
Feb 7, 2010, 6:54:24 PM2/7/10
to
On 7 Fev, 23:28, "Zullo" <zuloalfap...@netcabo.pt> wrote:
> Manuel, o Alegre
>
> Edificante! E andamos nós a incensar tal personagem!

>
> Com palavras simples, puras, vividas...
>
> " Conheço este problema pessoalmente. Estava em Luanda, quando Alegre se
> pirou. Mais tarde, quando entrei prá "guerra" o meu Batalhão foi colocado em
> Nóqui, lá em cima, encostado ao Zaire, junto à fronteira com Matadi. Nessa
> região   ouvia-se através dos famosos rádios portáteis Hitachi, com uma boa
> onda média,  a voz de Matadi e a voz da Argélia,  emissores criados por
> desertores que, através de  infiltrados nas forças armadas, denunciavam as
> n/operações. Muitas das emboscadas que sofremos  resultaram da traição

> desses "grandes filhos da puta ". Uma das vozes que se ouvia era a desse
> pulha,  Pateta  Alegre. Lembro-me que 48 horas após se ter instalado um
> posto de observação, um  grupo de combate, um   canhão,  um radar no cimo do
> morro de  Noqui, donde nós observávamos toda a  movimentação de

> aproximadamente,  2.000 "turras" concentrados numa sanzala no outro lado da
> fronteira, ouviu-se a voz do Alegre a denunciar a nossa posição. Andámos  a
> levar porrada na estrada entre S.Salvador e Nóqui durante mais de 4 meses.
> Numa das viagens sofremos 9 ataques. Um dia, em Nóqui, junto ao Rio, onde se
> situava o nosso aquartelamento, o então Tenente-Coronel Isaltino,  mandou
> tocar a formar. Formou-se o Batalhão e  o corneteiro tocou  a sentido,
> fez-se silêncio chegou o Tem.Coronel e disse:  o furriel Marta  (mulato) dê
> um passo em frente. O sacana era o informador. Fazia-o através dum preto que
> era vendedor das célebres colchas congolesas, em Nóqui.  Nesta guerra a Pide
> teve um papel muito importante. Informávamo-nos dos movimentos desses
> traidores.   Bem.. não sei se estás a ver. o cabrão não foi linchado porque

> foi imediatamente evacuado para Luanda. Cerca de 2 anos depois, estava eu
> ainda na guerra ouvi a voz deste traidor nas rádio Maatadí.  Tinha fugido

> das cadeias de Luanda.  Sofri no corpo os efeitos da atitude desses
> traidores.
>
>             Paulo Chamorra"
>
> PS: E quer este desertor ser CHEFE SUPREMO DAS FORÇAS ARMADAS, Que belo
> exemplo para as tropas e País.

Pois... mas o Alegre "é de esquerda" e a esquerda gosta de o ter como
bandeira, o que fazer?!

Ainda há pouco tempo estive com elementos do PS que conviveram muito
de perto com Alegre, era inacreditável o que contavam dos seus
"feitos" e do seu "carácter". Nem os correlegionários o gramam.

RAF

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Fernando de Sousa Ribeiro

unread,
Feb 7, 2010, 7:56:36 PM2/7/10
to
1 - Antes do 25 de Abril, ouvi muitas vezes, c� em Portugal, o Manuel Alegre
na R�dio Argel, a� por volta da uma e tal da madrugada. Nunca, em momento
algum, lhe ouvi denunciar posi��es desta ou daquela tropa portuguesa, neste
ou naquele teatro de opera��es. Nunca mesmo. O Manuel Alegre fazia
propaganda ao MPLA, � Frelimo e ao PAIGC, � verdade, mas nunca entrava em
pormenores de ordem operacional. Nem sequer na Guin� que, dos tr�s teatros
de guerra, era o ficava mais pr�ximo de Argel, quanto mais em Angola, a
milhares de quil�metros de dist�ncia.

2 - Os "turras" que actuavam em N�qui, a partir de Matadi, eram da UPA (a
seguir chamada FNLA) e n�o do MPLA. O Mobutu apoiava a UPA e nunca autorizou
o MPLA a utilizar o territ�rio da Rep�blica do Zaire. Al�m disso, a UPA e o
MPLA eram inimigos, n�o se podiam ver. Quando se encontravam frente a
frente, matavam-se uns aos outros. Ora o Manuel Alegre apoiava o MPLA; por
conseguinte n�o podia apoiar a UPA, e muito menos ao ponto de lhe fornecer
informa��es de ordem operacional.

3 - Eu tamb�m estive na fronteira de Angola com a Rep�blica do Zaire. N�o
estive em N�qui, mas um pouco mais para Leste. Estive, portanto, � mesma
dist�ncia de Argel do que N�qui. Eu tamb�m tinha um bom aparelho de r�dio,
um Sharp Intercontinental. Em ondas m�dias apanhava muitas esta��es, de
Angola, do Congo, da Z�mbia, da �frica do Sul, de Mo�ambique, do Gab�o,
Camar�es, Costa do Marfim, etc. etc. Nunca apanhei l� qualquer emissora de
um pa�s �rabe, fosse ela da Arg�lia, Marrocos, Tun�sia, Maurit�nia, Sud�o ou
outro pa�s. O que n�o � de admirar, pois as dist�ncias entre Angola e esses
pa�ses s�o muito consider�veis. Como poderia ent�o ser usada a R�dio Argel
para dar indica��es aos "turras" (ainda por cima aos da UPA/FNLA) sobre as
posi��es das nossas tropas, se essa emissora n�o chegava a Angola e se esses
mesmos "turras" tinham as emissoras todas do Mobutu � sua disposi��o, ali
mesmo ao lado?!

Mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo.

Cumprimentos

Fernando de Sousa Ribeiro


"raf" <r.fo...@mailandnews.com> escreveu na mensagem
news:c58c32e5-26e5-4a89...@n33g2000yqb.googlegroups.com...


On 7 Fev, 23:28, "Zullo" <zuloalfap...@netcabo.pt> wrote:
> Manuel, o Alegre
>

> Edificante! E andamos n�s a incensar tal personagem!


>
> Com palavras simples, puras, vividas...
>

> " Conhe�o este problema pessoalmente. Estava em Luanda, quando Alegre se


> pirou. Mais tarde, quando entrei pr� "guerra" o meu Batalh�o foi colocado
> em
> N�qui, l� em cima, encostado ao Zaire, junto � fronteira com Matadi. Nessa

> regi�o ouvia-se atrav�s dos famosos r�dios port�teis Hitachi, com uma boa
> onda m�dia, a voz de Matadi e a voz da Arg�lia, emissores criados por


> desertores que, atrav�s de infiltrados nas for�as armadas, denunciavam as

> n/opera��es. Muitas das emboscadas que sofremos resultaram da trai��o


> desses "grandes filhos da puta ". Uma das vozes que se ouvia era a desse

> pulha, Pateta Alegre. Lembro-me que 48 horas ap�s se ter instalado um
> posto de observa��o, um grupo de combate, um canh�o, um radar no cimo do
> morro de Noqui, donde n�s observ�vamos toda a movimenta��o de


> aproximadamente, 2.000 "turras" concentrados numa sanzala no outro lado da

> fronteira, ouviu-se a voz do Alegre a denunciar a nossa posi��o. And�mos a
> levar porrada na estrada entre S.Salvador e N�qui durante mais de 4 meses.
> Numa das viagens sofremos 9 ataques. Um dia, em N�qui, junto ao Rio, onde
> se
> situava o nosso aquartelamento, o ent�o Tenente-Coronel Isaltino, mandou
> tocar a formar. Formou-se o Batalh�o e o corneteiro tocou a sentido,
> fez-se sil�ncio chegou o Tem.Coronel e disse: o furriel Marta (mulato) d�
> um passo em frente. O sacana era o informador. Fazia-o atrav�s dum preto
> que
> era vendedor das c�lebres colchas congolesas, em N�qui. Nesta guerra a
> Pide
> teve um papel muito importante. Inform�vamo-nos dos movimentos desses
> traidores. Bem.. n�o sei se est�s a ver. o cabr�o n�o foi linchado porque


> foi imediatamente evacuado para Luanda. Cerca de 2 anos depois, estava eu

> ainda na guerra ouvi a voz deste traidor nas r�dio Maatad�. Tinha fugido


> das cadeias de Luanda. Sofri no corpo os efeitos da atitude desses
> traidores.
>
> Paulo Chamorra"
>

> PS: E quer este desertor ser CHEFE SUPREMO DAS FOR�AS ARMADAS, Que belo
> exemplo para as tropas e Pa�s.

Pois... mas o Alegre "� de esquerda" e a esquerda gosta de o ter como
bandeira, o que fazer?!

Ainda h� pouco tempo estive com elementos do PS que conviveram muito
de perto com Alegre, era inacredit�vel o que contavam dos seus
"feitos" e do seu "car�cter". Nem os correlegion�rios o gramam.

RAF

raf

unread,
Feb 8, 2010, 3:03:54 AM2/8/10
to
On 8 Fev, 00:55, J.Gouveia <n...@nao.pt> wrote:
> On Sun, 7 Feb 2010 15:54:24 -0800 (PST), raf
> Elementos de qual PS? Sócratianos? Soaristas?

Nem soaristas, nem socratianos... aliás, é engraçado quando se toma
contacto com algumas realidades e se verifica que essas duas
personagens não são tão consensuais assim...

>
> O que sei é que cada um pode ter a sua opinião sobre a passagem de
> Alegre para o outro lado. Para mim foi um acto de coragem passar para
> o lado dos oprimidos. Os que não o fizeram deixaram-se ficar do lado
> do ditador. Eu, tanto como outros miudos com 20 anos a quem ensinaram
> o "lá vamos cantando e rindo", incluído!- Ocultar texto citado -

Ora porra... oprimidos são eles hoje! Independentemente das opiniões
que se possam ter sobre soluções colonialistas (que ainda hoje
proliferam pelo mundo fora), desafio alguém a provar que hoje os
angolanos são mais independentes, mais felizes, mais educados, mais
saudáveis, mais livres do que o eram quando Angola era uma colónia
portuguesa.

Passados tantos anos, sabidas tantas coisas, como é que é possível
hoje ainda alguém acreditar no conto de fadas. A guerra em angola teve
muito pouco a ver com intuitos de libertação.

O que Manuel Alegre fez, na altura, foi achar-se moralmente acima de
todos aqueles que deram suor e sangue pelo país - desinformados ou
não. Muitos que não concordaram com a guerra, com o salazarismo,
lutaram cá dentro, ou simplesmente puseram-se de parte das opções
"nacionais", não tomaram o partido oposto. Mas em Alegre não é de
surpreender... ele está sempre do contra, mas, depois, PASME-SE (ou
não), lá aparece ele a pedir o voto para Sócrates nas eleições, depois
de passar 4 anos a dizer cobras e lagartos do homem.

RAF

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ze_galo

unread,
Feb 8, 2010, 5:49:45 PM2/8/10
to
Estou de acordo consigo,pois estive no leste de Angola e tamb�m nunca ouvi
ou me foi reportado qualquer tipo de informa��o desse tipo.
Como n�o votarei ,mem em Alegre ,nem em Cavaco ou outros,fico de fora,isto a
mim, parece contra.informa��o.
"Fernando de Sousa Ribeiro" <nao_...@spam.pt> escreveu na mensagem
news:4b6f6149$0$14460$a729...@news.telepac.pt...
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