A alegação de que o atleta não teria apresentado atestado médico para ingressar nos "testes" e por conta disso o clube estaria isento de responsabilidade é precária. Se o clube possui a praxe de exigir o atestado, supostamente não-apresentado, qual a razão de ter deix ado o ingresso do adolescente na seleção? O dever de fiscalizar o cumprimento de uma diretriz interna é de quem a impõe.
Os estabelecimentos com circulação diária de pelo menos 100 pessoas poderão ter de contar obrigatoriamente com um desfibrilador cardíaco externo automático à disposição da equipe de salvamento e prevenção a incêndios e catástrofes. É o que prevê o Projeto de Lei 2984/11, do deputado Laercio Oliveira (PR-SE). O texto isenta da obrigação somente os edifícios residenciais.
Segundo a proposta, os estabelecimentos sujeitos à norma deverão contar também com avisos, afixados em locais visíveis, de que o desfibrilador está à disposição. O equipamento, no entanto, só poderá ser manipulado por profissional competente.
O autor da proposta explica que muitos estados já contam com normas desse tipo e que o projeto pretende unificar as regras sobre o tema em todo o território nacional. “Já está mais que comprovada a necessidade de disposição desses aparelhos em locais públicos. É dever do Estado a garantia de integridade física de nossos cidadãos”, argumenta Oliveira.
O projeto define prazo de 90 dias, a partir da publicação da lei, para os estabelecimentos se adaptarem às novas regras. Caso não o façam, terão seu alvará de funcionamento revogado.
Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
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Atualizado em 05/09/2011
19/04/12 |
Justiça fecha CT do Vasco onde morreu jogador de 14 anos
O Centro de Treinamento das categorias de base do Vasco em Itaguaí, na região metropolitana do Rio, foi interditado dois meses depois da morte do jogador Wendel Venâncio da Silva, 14, no local. A Vara da Infância, da Juventude e do Idoso fechou o CT até que o clube atenda a uma série de exigências feitas pelo Ministério Público do Estado do Rio. A Promotoria apontou dez irregularidades no centro e também em São Januário, principal campo do Vasco. Entre os problemas, estão a falta de exames médicos em todos os atletas, más condições do restaurante do estádio e falta de manutenção do ônibus que transporta os jogadores da base. Segundo a promotoria, não havia ambulância no centro para socorrer Wendel quando ele fazia testes na peneira do clube, passou mal e morreu. Na ocasião, apesar de o Vasco admitir que não havia um médico no momento do incidente, o pai do garoto, Antônio Carlos Venâncio, disse que o time não teve responsabilidade. O corpo do adolescente foi enterrado em São João Nepomuceno, interior de Minas Gerais. Fonte: Folha de São Paulo |
15/08/12 |
Vasco pode ser obrigado a fechar categorias de base por péssimas condições
Condições insalubres e indignas, como se vivessem em abrigos de menores infratores. Foram as palavras usadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro para qualificar as categorias de base do Vasco. Por decisão da Justiça, desde a última quinta-feira o alojamento que serve de moradia para cerca de 60 jovens atletas foi interditado. A justiça fixou prazo de cinco dias para o clube melhorar os alojamentos. Se a decisão judicial for descumprida, as categorias de base do clube serão fechadas. "A situação desses meninos pode ser comparada àqueles que fazem trabalho infantil em minas de carvão", analisou uma das promotoras responsáveis pelo caso, Clisânger Ferreira Gonçalves. Além disso, o Vasco pode ser obrigado a entregar os adolescentes aos seus pais, pagando os custos das viagens. Durante quase dois anos, promotores da Infância e Juventude visitaram as instalações em São Januário. Este alojamento já é o segundo interditado no clube. O primeiro, ficava embaixo da arquibancada, em São Januário, onde as fotos nesta matéria foram tiradas, ao longo de 2011. Em fevereiro deste ano, o jovem Wendel Junio Venâncio da Silva, de 14 anos, morreu durante um teste com o time infantil do Vasco, em Itaguaí-RJ. Ele sofreu uma convulsão em campo e não recebeu a assistência médica necessária. As instalações a que se refere a interdição atual, segundo decisão da juíza Katerine Jatahy Kitsos Nygaard, estão piores. Nos relatórios, exemplos da precariedade. Nos quartos, camas sem colchão, estruturas enferrujadas e falta de ventilação. No único banheiro, apenas dois vasos, nenhum deles funcionando. De acordo com o relatório, por falta de chuveiro, os atletas tomavam banho usando garrafas de refrigerante. Na cozinha, a situação também era grave. Falta de higiene e poucos alimentos à disposição dos jovens, comida ao lado de latas de lixo e...Moscas. Os promotores também inspecionaram os ônibus que serviam às categorias de base. Mais flagrantes de descaso. Após a ação judicial, o Vasco retirou os ônibus de circulação e transferiu os adolescentes para outro alojamento, também em São Januário. Mas a situação, segundo a Justiça, piorou. Os adolescentes continuam vivendo em situação degradante. O Vasco foi procurado, mas não quis se manifestar. Alguns dos pontos apontados no relatório já foram sanados, como o fechamento da cozinha e a adequação dos ônibus. Confira alguns pontos do relatório: - Quartos: "os beliches apresentavam-se inadequados, muitos não dispunham de colchões, além de estarem enferrumados e com a sua estrutura comprometida, colocando em risco a saúde e a integridade física dos adolescentes", um jovem "aguardava há trinta dias o desligamento de um dos atletas para que sua cama fosse disponibilizada", "evidente disparidade das condições de conforto entre os quartos. Tal distinção (...) estva relacionada à vinculação ou não dos direitos federativos do jovem atleta a empresários de futebol ou empresa investidora" - Banheiros: "alguns vasos sanitários encontravam-se interditados ou sem portas de isolamento, sendo certo que um dos banheiros não dispunha de chuveiros para o banho dos atletas, que faziam uso de garrafas de refrigerante de dois litros para se banharem" - Cozinha: "alarmantes, sobretudo no tocante à higiene no preparo dos alimentos e à precariedade do espaço destinado às refeições dos adolescentes", "As frutas (bananas) e a salada estavam expostas às moscas, em uma mesa localizada ao lado do latão de lixo e a geladeira da cozinha estava bastante suja." Fonte: ESPN |