SPORE - quão perto da realidade?

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pauloaguia

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Sep 22, 2008, 11:10:46 AM9/22/08
to astroPT
Viva,

Aqui há coisa de um mês apareceram aqui na lista umas mensagens sobre
o jogo SPORE. Tenho estado a jogá-lo e aproveito para deixar as minhas
impressões iniciais (não tanto pelo jogo em si, mas mais por algumas
questões que até têm sido levantadas aqui nos últimos tempos como vão
ver a seguir) :

O jogo começa com a ideia de que a vida foi trazida para um planeta
através de um cometa. É nossa missão fazer evoluir essa espécie desde
uma forma primitiva inicial, quase celular, através de vários estágios
e chegar ao nível da exploração espacial.

* O jogo realmente deixa de facto uma ideia sobre evolução. O facto de
termos que fazer mudanças à espécie para melhor se adaptar e conseguir
continuar com os objectivos do jogo é um exemplo. Mais ainda - a
evolução não é apenas fisiológica (essa acaba logo na 2ª fase do
jogo). A partir da 3ª fase há sobretudo uma evolução dir-se-ia
tecnológica que surge muito naturalmente como consequência das
anteriores e passa-se a controlar não um indivíduo mas sim um grupo
deles. A partir da 4ª fase deixa-se de controlar criaturas e passa-se
a controlar veículos e, na 5ª fase uma nave espacial. Da mesma forma
acho que a nossa visão de nós próprios também mudou bastante - de
visão individualista, no início da humanidade acrescentou-se uma visão
familiar ou de tribo; uma visão comunitária (com indivíduos que podem
não nos ser nada mais do que vizinhos); hoje em dia fala-se em
globalização e muitos veêm-se facilmente enquanto parte de um país,
continente ou mesmo planeta, uma parte de um todo do qual conhecemos
apenas uma pequena parte. No entanto, ao contrário do que acontece no
jogo, estes vários pontos de vista não se substituem uns aos outros,
mas funcionam mais como novas camadas que se adicionam às anteriores.

* Tal como na vida real, a nossa forma de jogar afecta também o nosso
futuro. Um herbívoro terá determinado tipo de capacidades especiais a
que um carnívoro não terá acesso e vice versa. Uma criatura violenta,
que ataca os outros animais terá oportunidades diferentes das que são
mais sociáveis. Uma raça mais militarizada joga de forma diferente de
uma raça religiosa ou económica, etc. No entanto, é possível dar
saltos drásticos em termos evolutivos - de uma fase para a outra tanto
se pode fazer pequenas alterações de pormenor como criar uma criatura
completamente nova, desde que se tenha fundos para isso. Esta
capacidade quebra um pouco a ideia evolutiva, uma vez que não nos
compromete completamente com as decisões evolutivas passadas. Mas no
fundo, a ideia passa para o jogador.

* Ao contrário do que eu inicialmente temia não há uma fixação muito
forte às ideias da evolução humana. Por exemplo, embora o jogo sugira
a criação de pernas quando se sai dos charcos para terra firme, é
perfeitamente possível continuar sem elas (arrastamo-nos tipo cobra ou
algo do género). Mas acho que é bastante difícil chegar ao fim só com
o único elemento obrigatório (uma boca). Eu, por exemplo, assim que
posso ganho logo asas, é muito mais fácil deslocarmo-nos enquanto não
se inventam os carros :-) Como já referi há muitas formas de jogar e a
forma como se evolui vai tendo algum impacto no futuro.E se há partes
do corpo que servem algum propósito útil para o jogo, outras há que
são meramente decorativas (seria para impressionar o sexo oposto?).
Mesmo assim num ponto todos são iguais - todos nascem a partir de
ovos.

* A julgar por algumas das raças de ETs que já vi, apesar de um número
limitado de "peças", as potencialidades de as combinar para criar
seres são ilimitadas. Curiosamente, alguns dos seres do meu próprio
planeta são bem mais estranhos que muitos ETs. (Por exemplo, na fase
de criatura é frequente encontrar animais gigantes - e tanto se podem
parecer com Tyranossaurus Rex, como com algo que eu descreveria como
um Kiwi verde com 3 olhos e uma tromba de elefante). Mas se eu
comparar um ser humano com uma aranha ou um peixe, se calhar chego à
mesma conclusão na vida real (não tenho é nenhum ET diferente para
comparação... o Carlos, pelo menos a julgar pelas fotos, aparenta ser
muito parecido com o resto da humanidade).

* Saltando para a fase final (do espaço) gostei muito da forma dir-se-
ia quase natural como a nave se desloca no espaço. A transição entre
as várias escalas (planetária, sistema solar, grupo de estrelas local
e galáxia) está muito bem conseguida e usa-se naturalmente. Quase
todos os sistemas solares têm cometas (que não são importantes para o
jogo, mas não deixam de ser detalhes interessantes), planetas de
várias dimensões e composição diferentes, gigantes com anéis, luas,
etc. (Embora seja um pouco estranho ver a mesma nave a ser usada tanto
para visitar cidades ou travar batalhas à superfície como para fazer
viagens interestelares). Não encontrei até ao momento nenhum sistema
tão complexo como o nosso, tipicamente têm até 3 ou 4 planetas. Não
consegui chegar ainda a essa fase do jogo mas dá-me a ideia que se
pode chegar a um ponto em que se pode usar a galáxia inteira como
palco de jogo. Pelo menos é possível jogar vários jogos em paralelo,
uma vez que há vários pontos na galáxia que podem ser usados como
pontos de início e onde se podem ir formando impérios em paralelo. Não
me admirava que, nalgum ponto no tempo, se conseguisse chegar a esses
outros impérios (pelo menos os níveis de zoom isso sugerem). O que eu
não me consigo habituar é a usar o mapa do espaço. Quer dizer,
enquanto os mapas 2D são suficientemente claros, no caso do mapa
estelar fico todo baralhado. O mapa é um mapa 3D, que se pode rodar
sob todos os eixos e mais alguns. Naturalmente nem sempre as estrelas
que parecem estar perto efectivamente o estão. Quando se roda o mapa
para ter a noção de perspectiva ou profundidade, a posição relativa
das estrelas muda radicalmente. Resultado, passo imenso tempo perdido
a tentar encontrar o meu caminho de volta para casa :P (há vistas
sobre os mapas mas nem sempre ajudam) Este problema será real um dia,
quando chegarmos a viajar para outras estrelas - embora eu diga que os
computadores é que vão ter o trabalho todo e não um mero navegador que
faça tudo a olho (a menos que seja treinado com o spore... já estou a
ver, daqui a uns anos os putos vão usar naturalmente estes mapas e eu
sentir-me-ei um cota autêntico).

* Todos os que têm teorias malucas sobre extraterrestres vão vê-las
realizadas neste jogo. Muitas missões passam por ir a outros planetas
estudar formas de vida. Ou então "raptá-las" e trazê-las para outros
planetas. Curiosamente, vi a primeira nave espacial enquanto estava na
fase tribal (bem longe de chegar ao espaço, portanto). Quer dizer,
acho que era uma nave espacial, pelo menos ainda não tinha visto nada
a voar àquela altitude... pronto, pelo menos ovni era, visto que nem
sequer sei do que se tratava. :-) E doutra vez, quando recomecei o
jogo para fazer algumas experiências genéticas e estava ainda na fase
de simples criatura vi uma outra espécie ser raptada mesmo à minha
frente - (mas não vi a nave - só sei que vi um raio vermelho e a
espécie voou e desapareceu no ar - como eu já tinha feito isso antes,
quando cheguei a essa fase do jogo, reconheci o efeito). Portanto eles
andem aí já há mais tempo do que pensamos, só que não se revelam ;D

* Há ainda missões de "terraforming" que vão desde o simples colorir
da atmosfera a alterações radicais que permitam a fixação de vida
trazida de outros planetas. Ainda não tive muito tempo para explorar
esta parte mas o sistema parece ser complexo, deixando claro que há
que manter o equilíbrio do ecossistema; introduzir plantas antes de
começar a pensar em meter animais; e garantir a temperatura e humidade
dentro de certos limites antes de poder introduzir espécies mais
complexas. Tudo à custa das espécies colocadas no planeta e de alguma
maquinaria também. Questões como o aquecimento global, controlo de
epidemias, níveis de humidades, sustentabilidade das espécies, e
outras questões ecológicas ou ambientais são trazidas para o jogo (de
forma simplificada, claro).

Eu tenho-me referido ao jogo, mas não é só um jogo, são 5 jogos
diferentes - tantos quantas as fases da evolução, unificadas num fio
condutor. Embora dividido em 5 fases distintas, as primeiras fazem-se
relativamente depressa (algumas horas bastam, embora não haja um
limite temporal estabelecido - pode-se ficar em cada fase tanto tempo
quanto se queira) e a fase espacial é, sem dúvida, o grosso do jogo
(embora, uma vez mais, se possa optar por não chegar lá sequer). Há
imensas formas de jogar nesta última fase - pode-se optar por seguir
as missões definidas pelas raças que vamos encontrando, pode-se optar
por explorar o Universo por conta própria, pode-se optar por fazer de
Deus e ir alterando os planetas à vontade e mudando as espécies de um
lado para o outro. O que não se escapa é de encontrar e ter que lidar
com vida noutros planetas, algo que espero, seja também idêntico ao
que se passa na realidade. Nesta fase final o jogo torna-se um jogo de
estratégia puro (com excepção de algumas batalhas de superfície contra
outras naves espaciais), pelo que é capaz de se tornar maçador para
alguns. Felizmente para mim, é justamente o tipo de jogos que mais
gosto :-)

Desculpem o mail meio off-topic, mas como tenho visto muitos aspectos
do jogo sob uma perspectiva diferente à conta de algumas coisas que
tenho lido nesta lista, e como foi aqui que me chamaram a atenção para
ele, não queria deixar de dar o respectivo feedback.

Nuno Coimbra

unread,
Sep 22, 2008, 11:19:59 AM9/22/08
to astr...@googlegroups.com
Tens é de ser mais sintético! lol

Logo já respondo, com mais tempo. ;)

Abraço,
Nuno Coimbra

2008/9/22 pauloaguia <paulo....@oninetspeed.pt>



--
http://www.8minutos-luz.com
http://www.astropt.org

Antes de imprimir este email, pense se tem mesmo de o fazer. O Meio Ambiente agradece!

Carlos

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Sep 22, 2008, 4:14:47 PM9/22/08
to astr...@googlegroups.com
Paulo,

Excelente e-mail.

Sim, já se falou do jogo quer no Blog quer aqui na lista.
Pode lá ir dar uma olhada :)

Está também já mais um post em DRAFT no Blog para ser Publicado.
Hoje já não o será porque já há vários posts hoje :)

Vou-lhe perguntar é se posso colocar TAMBÉM esta sua crítica ao jogo no Blog?
Pode ser?

Mas gostaria que o Paulo completasse com a sua opinião sobre mais algumas críticas que tenho lido ao jogo.
Pode colocar mais alguns parágrafos debatendo mais estes pontos? (não é para responder SIM/NÃO, mas para criar o seu próprio parágrafo com as suas ideias de resposta a estes pontos :) )
Obrigado!!! :)


- afinal o jogo é de estratégia só no final ou por todo o jogo?

- a evolução não se faz de maneira demasiado rápida, subvertendo a ideia de evolução gradual e durante milhões de anos, levando a misconceptions?

- não há uma verdadeira selecção natural, certo?

- ao termos "créditos evolutivos" e os aplicarmos como queremos, isso não leva à ideia de Design Inteligente, em que um Deus aplica da forma que quer as caracteristicas nos seres e assim indo contra a ideia de evolução?

- não seria muito melhor se se pudesse jogar online, onde várias espécies do jogador X competissem com espécies do jogador Y num ambiente Z, sendo umas espécies mais favorecidas por "sorte" dependendo desse ambiente? :)

- conclusão: pode escrever uma conclusão onde responde ao título do seu e-mail? :)


abraço!!

Carlos :)

Francisco Gomes

unread,
Sep 22, 2008, 4:30:57 PM9/22/08
to astr...@googlegroups.com
! :) Não li nada sobre o jogo  SPORE,  mas li agora sua msg. !    Obrigado :))
 
Quanto a mim, a vida evoluiu tal como a conhecemos e lemos, à semelhança do próprio planeta, por ter uma lua ideal,  por estar à distância ideal de uma estrela ideal e.... tudo aquilo que costumamos ler:  planetas, cometas, etc., serem restos da primitiva nebulosa que "limparam"  e logicamente tinham que gravitar um... Deus Mor,  Ra ou... Sol :)
 
Por  feliz ou talvez não... acaso, nasceram estas "prendas" que estão agora a teclar.
 
Quanto à vida ET, fartei-me de ler ficção científica mas só agora é que comecei a estudá-la e... nesta lista.  Tenho observado as  "estrelas" e o resto, e....  estudado muito pouco,  pelo simples prazer de o fazer,  independentemente, de a vida gravitar ou... não tais sóis e o resto !    Para mim a astronomia é muito simples,  porque faz parte do meu génese :-)
 
PAULO AGUIAR (penso que agora não me enganei :):  Gostei de ler a sua extensa mensagem mas desculpe só este breve e simples comentário.
 
Um abraço
Francisco
 


 
2008/9/22 pauloaguia <paulo....@oninetspeed.pt>

Paulo Aguiar

unread,
Sep 22, 2008, 6:24:51 PM9/22/08
to astr...@googlegroups.com
> Vou-lhe perguntar é se posso colocar TAMBÉM esta sua crítica ao jogo no
> Blog?
> Pode ser?
A resposta serve para este e para qualquer outro caso - tudo o que eu
envio para esta ou outras listas pode ser publicado noutros lados sem
necessidade de me pedirem permissão prévia. Já o torno público ao
enviá-lo, não é o facto de ter mais ou menos exposição que vai mudar isso.
Apenas peço que, nos casos em que se trate de opiniões pessoais (como é o
caso) que a autoria do texto seja clara, até para evitar eventuais
críticas (mal) dirigidas ao publicador quando o deviam ser contra mim.
Neste caso em particular, no entanto, o texto precisa de uns grandes
ajustes antes de ser publicado. Vou tratar disso mais logo, ou amanhã e
aproveito para acrescentar comentários relativamente aos outros assuntos.
Mas deixo as respostas tipo SIM/NÃO :)

> - afinal o jogo é de estratégia só no final ou por todo o jogo?

Por todo o jogo mas muito maior naparte final.

> - a evolução não se faz de maneira demasiado rápida, subvertendo a ideia
> de evolução gradual e durante milhões de anos, levando a misconceptions?

Para um jogo não.

> - não há uma verdadeira selecção natural, certo?

Certo.

> - ao termos "créditos evolutivos" e os aplicarmos como queremos, isso
> não leva à ideia de Design Inteligente, em que um Deus aplica da forma
> que quer as caracteristicas nos seres e assim indo contra a ideia de
> evolução?

Talvez. Mas...

> - não seria muito melhor se se pudesse jogar online, onde várias
> espécies do jogador X competissem com espécies do jogador Y num ambiente
> Z, sendo umas espécies mais favorecidas por "sorte" dependendo desse
> ambiente? :)

Spore II :)

> - conclusão: pode escrever uma conclusão onde responde ao título do seu
> e-mail? :)

Curiosamente eu até a escrevi. Depois, e antevendo comentários como os do
Nuno, fiz uma revisão ao texto e apaguei muita coisa. A melhor frase para
a conclusão até a tinha escrito ao início e tinha ideia de a mudar de
lugar. Pelos vistos, do "copy/paste", só fiz o "cut" :P

--
Some say the sky is the limit
I say it's just the beginning!

astroPT

unread,
Sep 29, 2008, 7:03:52 AM9/29/08
to astr...@googlegroups.com

Já demos aqui bastante informação sobre o jogo SPORE.
Recentemente, o membro da nossa comunidade, Paulo Aguiar, decidiu escrever um texto bastante completo sobre esse mesmo jogo, a partir da sua própria experiência.
O excelente texto está aqui (com imagens e emoticons), e ele deu-nos autorização para reproduzir as suas palavras na nossa comunidade astroPT.
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SPORE - quão perto da realidade?
Tenho andado meio ocupado, a jogar o jogo SPORE que saiu há alguns dias. Sinteticamente, o jogo começa com a ideia de que a vida foi trazida para um planeta através de um cometa. É nossa missão fazer evoluir essa espécie desde uma forma primitiva inicial, quase celular, através de vários estágios e chegar ao nível da exploração espacial.
Para além do divertimento, e de todos os pormenores sobre a jogabilidade, gráficos e essas coisas mais habituais nas críticas a jogos, e como ultimamente tenho tido um banho de mails do AstroPT sobre vida nos outros planetas e evolução, aproveitei para olhar para o jogo de um ponto de vista mais crítico, verificando até que ponto é comparável à realidade tal como a conhecemos.

Evolução natural?
A julgar por algumas das raças de ETs que já vi no jogo, apesar de um número limitado de “peças”, as potencialidades de as combinar para criar seres são ilimitadas. Tal e qual como no nosso planeta.
Curiosamente, alguns dos seres do meu próprio planeta são bem mais estranhos que muitos seres de outros sistemas. Mas se se comparar um ser humano com uma aranha ou um peixe, se calhar chega-se à mesma conclusão na vida real (não temos é nenhum ET para comparação).
Há algumas diferenças grandes relativamente à evolução na Terra - no jogo não se encontra uma verdadeira selecção natural. Pode-se até considerar que vamos seleccionando as características que tornam a nossa espécie mais apta para continuar, mas o resto do ambiente não se altera durante a mesma fase do jogo - e esta é uma grande diferença.
Outra diferença reside no facto de que estamos a olhar para a evolução natural a partir do fim - a nossa criatura é a que sobrevive. Na natureza real, há muitas experiências evolutivas - umas acertam, mas muitas outras falham.
No jogo apenas há o conceito de extinção de outras espécies provocado por nós, não pela desadequação ao meio ambiente (mas também, pouca gente ia querer jogar um jogo em que na maioria das vezes não conseguisse chegar ao fim).
Talvez fosse interessante criar um Universo de jogadores, tipo WoW (World of Warcraft), onde os jogadores competissem efectivamente entre si para tornar a sua espécie melhor que as outras… mas eu desconfio que, da mesma forma que antes do SPORE apareceu o Creature Creator, para os jogadores se irem ambientando, há ainda alguns trunfos que esta equipa tem para tirar da manga.

Evolução da Mentalidade
O conceito chave do jogo é a evolução. Ao longo do jogo fica-se efectivamente com uma ideia de evolução. O facto de termos que fazer mudanças à espécie para melhor se adaptar e conseguir continuar com os objectivos do jogo é um exemplo.
Mais ainda - a evolução não é apenas fisiológica (essa acaba logo na 2ª fase do jogo). A partir da 3ª fase há sobretudo uma evolução dir-se-ia tecnológica que surge muito naturalmente como consequência das anteriores e passa-se a controlar não um indivíduo mas sim um grupo deles. A partir da 4ª fase deixa-se de controlar criaturas e passa-se a controlar veículos e, na 5ª fase uma nave espacial.
Comparando com a realidade acho que, da mesma forma, a nossa visão de nós próprios também mudou bastante - de visão individualista, no início da humanidade acrescentou-se uma visão familiar ou de tribo; uma visão comunitária (com indivíduos que podem não nos ser nada mais do que vizinhos); hoje em dia fala-se em globalização e muitos vêem-se facilmente enquanto parte de um país, continente ou mesmo planeta, uma parte de um todo do qual conhecemos apenas uma pequena parte.
Quando conhecermos vida noutros planetas, quem sabe?
No entanto, ao contrário do que acontece no jogo, estes vários pontos de vista não se substituem uns aos outros, mas funcionam mais como novas camadas que se adicionam às anteriores.

Genérico ou enviesado para a evolução humana?
Ao contrário do que eu inicialmente temia não há uma fixação muito forte às ideias da evolução humana. Por exemplo, embora o jogo sugira a criação de pernas quando se sai dos charcos para terra firme, é perfeitamente possível continuar sem elas (arrastamo-nos tipo cobra ou algo do género). Mas acho que é bastante difícil chegar ao fim só com o único elemento obrigatório (uma boca). Eu, por exemplo, assim que posso ganho logo asas, é muito mais fácil deslocarmo-nos enquanto não se inventam os carros.
Como já referi há muitas formas de jogar e a forma como se evolui vai tendo algum impacto no futuro.
E se há partes do corpo que servem algum propósito útil para o jogo, outras há que são meramente decorativas (será para impressionar o sexo oposto?).
Mesmo assim num ponto todos são iguais - todos nascem a partir de ovos - não há mamíferos neste jogo, portanto nunca haveria lugar para humanos. Ou seja, são mesmo todos diferentes de nós.

Estratégias de jogo
Tal como na vida real, a nossa forma de jogar afecta também o nosso futuro e a nossa evolução.
Um herbívoro terá determinado tipo de capacidades especiais a que um carnívoro não terá acesso e vice versa. Uma criatura violenta, que ataca os outros animais terá oportunidades diferentes das que são mais sociáveis. Uma raça mais militarizada joga de forma diferente de uma raça religiosa ou económica, etc.
No entanto, é possível dar saltos drásticos em termos evolutivos - de uma fase para a outra tanto se pode fazer pequenas alterações de pormenor como criar uma criatura completamente nova, desde que se tenha fundos para isso.
Esta capacidade quebra um pouco a ideia evolutiva, uma vez que não nos compromete completamente com as decisões evolutivas passadas.
Mas, no fundo, acho que a ideia de evolução passa para o jogador.

Astronomia
Saltando para a fase final (do espaço) gostei muito da forma dir-se-ia quase natural como a nave se desloca no espaço.
A transição entre as várias escalas (planetária, sistema solar, grupo de estrelas local e galáxia) está muito bem conseguida e usa-se naturalmente.
Quase todos os sistemas solares têm cometas (que não são importantes para o jogo, mas não deixa de ser interessante terem pensado nestes detalhes), planetas de várias dimensões e composição diferentes, gigantes com anéis, luas, etc.
Outro pormenor engraçado foi o facto de me ter habituado a ver as luas a nascer, enquanto me ia desenvolvendo no planeta e, ao atingir a fase espacial, de repente ter descoberto que apenas uma era efectivamente uma lua - o outro era um gigante gasoso a orbitar o Sol a alguma distância do meu planeta. Lembrei-me dos tempos de Galileu e Copérnico em que se aprendia e revia a mecânica dos corpos do sistema solar.

O caminho das Estrelas?
Não consegui chegar ainda a essa fase do jogo, mas dá-me a ideia que se pode chegar a um ponto em que se usa a galáxia inteira como palco de jogo.
Pelo menos é possível jogar vários jogos em paralelo, uma vez que há vários pontos na galáxia que podem ser usados como pontos de início e onde se podem ir formando impérios em paralelo. Não me admirava que, nalgum ponto no tempo, se conseguisse chegar a esses outros impérios (pelo menos os níveis de zoom isso sugerem).
Ao que eu não me consigo habituar é a usar o mapa do espaço. Quer dizer, enquanto no planeta, os mapas 2D são suficientemente claros. No caso do mapa estelar fico todo baralhado. O mapa é um mapa 3D, que se pode rodar sob todos os eixos e mais alguns. Naturalmente nem sempre as estrelas que parecem estar perto efectivamente o estão. Quando se roda o mapa para ter a noção de perspectiva ou profundidade, a posição relativa das estrelas muda radicalmente. Resultado, passo imenso tempo, perdido, a tentar encontrar o meu caminho de volta para casa (há vistas sobre os mapas mas nem sempre ajudam).
Este problema será real um dia, quando chegarmos a viajar para outras estrelas - embora eu diga que os computadores é que vão ter o trabalho todo e não um mero navegador que faça tudo a olho (a menos que seja treinado com o SPORE… já estou a ver, daqui a uns anos os putos vão usar naturalmente estes mapas e eu sentir-me-ei um cota autêntico).

E os ET's?
Todos os que têm teorias malucas sobre extraterrestres vão vê-las realizadas neste jogo.
Muitas missões passam por ir a outros planetas estudar formas de vida. Ou então “raptá-las” e trazê-las para outros planetas.
Curiosamente, vi a primeira nave espacial enquanto estava na fase tribal (bem longe de chegar ao espaço, portanto). Quer dizer, acho que era uma nave espacial, pelo menos ainda não tinha visto nada a voar àquela altitude… pronto, pelo menos OVNI era, visto que nem sequer sei do que se tratava.
E doutra vez, quando recomecei o jogo para fazer algumas experiências genéticas e estava ainda na fase de simples criatura vi uma outra espécie ser raptada mesmo à minha frente - (mas não vi a nave - só sei que vi um raio vermelho e a espécie voou e desapareceu no ar - como eu já tinha feito isso antes, quando cheguei a essa fase do jogo, reconheci o efeito).
Portanto eles “andem” aí já há mais tempo do que pensamos, só que não se revelam!

Exploração Espacial
Há ainda missões de “terraforming” que vão desde o simples colorir da atmosfera a alterações radicais que permitam a fixação de vida trazida de outros planetas.
Ainda não tive muito tempo para explorar esta parte mas o sistema parece ser complexo, deixando claro que há que manter o equilíbrio do ecossistema; introduzir plantas antes de começar a pensar em meter animais; e garantir a temperatura e humidade dentro de certos limites antes de poder introduzir espécies mais complexas.
Tudo à custa das espécies colocadas no planeta e de alguma maquinaria também.
Questões como o aquecimento global, controlo de epidemias, níveis de humidades, sustentabilidade das espécies, e outras questões ecológicas ou ambientais são trazidas para o jogo (de forma simplificada, claro).

Categoria de Jogo
Eu tenho-me referido ao jogo, mas não é só um jogo, são 5 jogos diferentes - tantos quantas as fases da evolução, unificadas num fio condutor.
Embora dividido em 5 fases distintas, as primeiras fazem-se relativamente depressa (algumas horas bastam, embora não haja um limite temporal estabelecido - pode-se ficar em cada fase tanto tempo quanto se queira) e a fase espacial é, sem dúvida, o grosso do jogo (embora, uma vez mais, se possa optar por não chegar lá sequer).
Há imensas formas de jogar nesta última fase - pode-se optar por seguir as missões definidas pelas raças que vamos encontrando, pode-se optar por explorar o Universo por conta própria, pode-se optar por fazer de Deus e ir alterando os planetas à vontade e mudando as espécies de um lado para o outro.
O que não se escapa é de encontrar e ter que lidar com vida noutros planetas, algo que espero, seja também idêntico ao que se passará na realidade, um dia.

Há quem classifique este jogo na categoria de estratégia.
Nas primeiras fases ninguém diria, acho que outros estilos se adequam muito mais para classificar o jogo.
Mas há uma estratégia transversal a todo o jogo (que provavelmente só se percebe quando se chega ao fim) e cada uma das fases tem uma componente cada vez mais vincada.
Na fase final o jogo torna-se um jogo de estratégia puro (com excepção de algumas batalhas de superfície contra outras naves espaciais), pelo que é capaz de se tornar maçador para alguns. Felizmente para mim, é justamente o tipo de jogos que mais gosto!

Conclusão
Em resumo, há muitos pormenores que acho bem pensados no jogo.
Alguns deles espanta-me mesmo como é que alguém se lembrou de os incluir sequer (sobtretudo os relacionados com a astronomia, sou parcial neste campo, claro).
Acho que, até certo ponto, consegue fazer passar alguns conceitos de evolução e de ecossistema e de astronáutica e de interrelacionamento entre as espécies e de sei lá mais o quê.
Noutros casos, falha redondamente.
Mas é preciso não esquecer que se trata apenas de um jogo, há muita coisa que teve que ser simplificada ou adaptada de forma a manter o interesse do jogador.
A evolução da vida na Terra levou 4 mil milhões de anos - ninguém teria pachorra para jogar durante tanto tempo!

E claro, o próprio jogo pode evoluir também!

http://astropt.org/blog/2008/09/29/spore-quao-perto-da-realidade/

Blog do astroPT - a desbravar caminhos celestiais
(c) 2007 http://www.astropt.org/blog/

Carlos

unread,
Sep 29, 2008, 8:39:27 AM9/29/08
to astr...@googlegroups.com
http://astropt.org/blog/2008/09/29/spore-quao-perto-da-realidade/

Paulo,

Antes de mais, obrigado por nos deixar colocar este texto no Blog.

Em segundo lugar, TEXTO FENOMENAL que tu escreveste!!! :)
Soberbo! Excelente crítica ao jogo!
É pena é ser tão grande :P
:-D

Já li o texto algumas vezes, e agora vou deixar aqui alguns comentários específicos ;-)


>e como ultimamente tenho tido um banho de mails do AstroPT sobre vida nos
>outros planetas e evolução

LOLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL
:)


> Curiosamente, alguns dos seres do meu próprio planeta são
> bem mais estranhos que muitos seres de outros sistemas.

LOLLLLLLLLLLLL
sim... vê-se algumas pessoas que realmente sao muito estranhas!!!!
ehehehehe :)


> Outra diferença reside no facto de que estamos a olhar
> para a evolução natural a partir do fim - a nossa criatura
> é a que sobrevive. Na natureza real, há muitas
> experiências evolutivas - umas acertam, mas muitas outras falham.

Isso é que era giro!!!
Jogava-se o jogo 3 milhões de vezes... e os nossos seres extinguiam-se!!
1 vez em 20 milhões... lá se chegava mais longe :)


>mas também, pouca gente ia querer jogar um jogo em que na maioria das

>vezes não conseguisse chegar ao fim.

LOLLL pois....

> Talvez fosse interessante criar um Universo de jogadores,
> tipo WoW (World of Warcraft)

EXACTO! :)


> SPORE apareceu o Creature Creator

axo que é Creature Creature.... eu aqui mudei o que tu puseste no teu site ;)


>O facto de termos que fazer mudanças à espécie para melhor se
> adaptar e conseguir continuar com os objectivos do jogo

parece-me um exemplo de Intelligent Design.... :S


>A partir da 4ª fase deixa-se de controlar criaturas e passa-se a
>controlar veículos

carros?


>e, na 5ª fase uma nave espacial.

tipo Cylons???


> No entanto, ao contrário do que acontece no jogo, estes
> vários pontos de vista não se substituem uns aos outros,
> mas funcionam mais como novas camadas que se adicionam às anteriores.

exacto....


> Eu, por exemplo, assim que posso ganho logo asas

LOLLLL
também axo ke é a estratégia mais inteligente... :)


> E se há partes do corpo que servem algum propósito útil
> para o jogo, outras há que são meramente decorativas
> (será para impressionar o sexo oposto?).

LOLLLLLLLLLLLLLLLL
nice.... :P


> Mesmo assim num ponto todos são iguais - todos nascem a
> partir de ovos - não há mamíferos neste jogo, portanto
> nunca haveria lugar para humanos.

Então não dá para mudar isso em termos evolutivos?


> Uma criatura violenta, que ataca os outros animais
> terá oportunidades diferentes das que são mais sociáveis.
> Uma raça mais militarizada joga de forma diferente de uma
> raça religiosa ou económica, etc.

Star Trek? :)


> Outro pormenor engraçado foi o facto de me ter habituado a
> ver as luas a nascer, enquanto me ia desenvolvendo no
> planeta e, ao atingir a fase espacial, de repente ter
> descoberto que apenas uma era efectivamente uma lua - o
> outro era um gigante gasoso a orbitar o Sol a alguma
> distância do meu planeta. Lembrei-me dos tempos de Galileu
> e Copérnico em que se aprendia e revia a mecânica dos
> corpos do sistema solar.

:-D
confundes uma lua com um planeta gigante? :P ehehee :)


>podem ir formando impérios em paralelo.

The Klingon Empire!!! :P


> O mapa é um mapa 3D, que se pode rodar sob todos
> os eixos e mais alguns. Naturalmente nem sempre as estrelas
> que parecem estar perto efectivamente o estão. Quando se
> roda o mapa para ter a noção de perspectiva ou
> profundidade, a posição relativa das estrelas muda
> radicalmente. Resultado, passo imenso tempo, perdido, a
> tentar encontrar o meu caminho de volta para casa

LOLLLLLLLLLLLLLLLLLLL
:) ehhehehee :)


>daqui a uns anos os putos vão usar
> naturalmente estes mapas e eu sentir-me-ei um cota autêntico).

LOL :)
pois.... :S


> Todos os que têm teorias malucas sobre extraterrestres
> vão vê-las realizadas neste jogo.

LOLLLLLLL :)


> Muitas missões passam por ir a outros planetas estudar
> formas de vida. Ou então “raptá-las” e trazê-las para outros planetas.

NICE!!! :)
e sao "cinzentos"? ehehehe :P


> pelo menos OVNI era, visto que nem sequer sei do que se tratava.

LOL :)


>vi uma outra espécie ser raptada mesmo à minha
> frente - (mas não vi a nave - só sei que vi um raio
> vermelho e a espécie voou e desapareceu no ar

como é que EU posso fazer isso??? :P LOL


> Há ainda missões de “terraforming”

pfffffffffffffffffffffff
buuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu
:P


> Questões como o aquecimento global, controlo de epidemias,
> níveis de humidades, sustentabilidade das espécies, e
> outras questões ecológicas ou ambientais são trazidas para o jogo

Deus?


> pode-se optar por explorar o Universo por conta própria

Star Trek :)


>pode-se optar por fazer de Deus e ir alterando os planetas à vontade e
>mudando as espécies de um lado para o outro.

Intelligent Design? ;-)


> A evolução da vida na Terra levou 4 mil milhões de anos
> - ninguém teria pachorra para jogar durante tanto tempo!

LOLLLLLLLLLLL
há gente pra tudo :P


Carlos :)


Jose Saraiva

unread,
Sep 29, 2008, 12:25:21 PM9/29/08
to astr...@googlegroups.com


> Mesmo assim num ponto todos são iguais - todos nascem a
> partir de ovos - não há mamíferos neste jogo, portanto
> nunca haveria lugar para humanos.


Ora essa, há mamíferos que nascem a partir de ovos. Ornitorrincos e equidnas, para ser preciso. Primitivos, por certo. Mas ainda no activo...
Abraços
Zé S

Nuno Coimbra

unread,
Sep 29, 2008, 12:32:32 PM9/29/08
to astr...@googlegroups.com
Ora aí está uma coisa que eu nunca entendi (evolutivamente falando). Que raio de ideia foi a da Natureza ao criar o ornitorrinco? lol

2008/9/29 Jose Saraiva <jaf...@gmail.com>

Jose Saraiva

unread,
Sep 29, 2008, 12:50:09 PM9/29/08
to astr...@googlegroups.com
Essa é simples: nenhuma. A Natureza não é uma entidade com ideias... ;-)
Parece que há um habitat em que o ornitorrinco se dá bem, e como o Homem nunca se deve ter lembrado de experimentar ornitorrinco guisado, o bicho lá vai vivendo.
Suponho que os equidnas também não devem ser saborosos, a não ser para quem gosta de comida picante...
;-)

2008/9/29 Nuno Coimbra <ncoi...@gmail.com>

Nuno Coimbra

unread,
Sep 29, 2008, 12:55:43 PM9/29/08
to astr...@googlegroups.com
Bah!...

Eu continuo a achar que o ornitorrinco é a forma da Natureza mostrar que tem sentido de humor. :P

2008/9/29 Jose Saraiva <jaf...@gmail.com>

paulo....@oninetspeed.pt

unread,
Sep 29, 2008, 2:26:45 PM9/29/08
to astr...@googlegroups.com
Contra comentários:

>
>Em segundo lugar, TEXTO FENOMENAL que tu escreveste!!! :)
>Soberbo! Excelente crítica ao jogo!
>É pena é ser tão grande :P
>:-D

Pois. Eu sei que escrevo demais. Mas se não fosse grande, ficava ainda mais por
dizer. E acredita, foram mais as palavras que sofreram a acção das teclas delete e
backspace do que as que conseguiram sobreviver até à versão final. Chamemos-lhe
selecção "artificial" ou Inteligent Design, como preferires :P

>> SPORE apareceu o Creature Creator
>
>axo que é Creature Creature.... eu aqui mudei o que tu puseste no teu site ;)
>

É Creature Creator, é... obrigado pela correcção.

>>O facto de termos que fazer mudanças à espécie para melhor se
>> adaptar e conseguir continuar com os objectivos do jogo
>
>parece-me um exemplo de Intelligent Design.... :S
>

O ênfase na minha cabeça nessa frase era mais para a parte de ter que se mudar e não
tanto para a parte de sermos nós a fazer essas mudanças. Relendo a frase (sobretudo
fora do contexto) realmente parece mais ao contrário. Se calhar reescrevo esta
também. A nota para o Inteligent Design vs Evolução Natural ficou no parágrafo
anterior.

>>A partir da 4ª fase deixa-se de controlar criaturas e passa-se a
>>controlar veículos
>
>carros?

... e barcos... e aviões.

>>e, na 5ª fase uma nave espacial.
>
>tipo Cylons???
>

Acho que não era essa a ideia mas, por acaso, quando se é destruído, reencarna-se num
outro ponto, numa nova versão da nave, igualzinha à anterior e que conhece as mesmas
coisas... isso realmente soa a Cylon ;)

>> Mesmo assim num ponto todos são iguais - todos nascem a
>> partir de ovos - não há mamíferos neste jogo, portanto
>> nunca haveria lugar para humanos.
>

>Então não dá para mudar isso em termos evolutivos?
>

Na fase tribal não se vê donde vêm os bebés. Nascem dentro da tenda principal. Mas o
ícone que surge deixa a ideia que vêm de ovos à mesma. Seja como for, conforme já
alguém disse, sim, esqueci-me dos ornitorrincos. E de certeza que há um filme de
ficção científica qualquer onde os humanos nascem em cápsulas ou ovos ou o que
seja... Seja como for, no jogo, a única coisa que se controla relativamente à
reprodução é quando é que ela acontece.

>> Outro pormenor engraçado foi o facto de me ter habituado a
>> ver as luas a nascer, enquanto me ia desenvolvendo no
>> planeta e, ao atingir a fase espacial, de repente ter
>> descoberto que apenas uma era efectivamente uma lua - o
>> outro era um gigante gasoso a orbitar o Sol a alguma
>> distância do meu planeta. Lembrei-me dos tempos de Galileu
>> e Copérnico em que se aprendia e revia a mecânica dos
>> corpos do sistema solar.
>
>:-D
>confundes uma lua com um planeta gigante? :P ehehee :)
>

O planeta estava muito muito longe. Diâmetros aparentes e tal. Nunca viste ninguém
confundir o Sol com a Lua Cheia em dias de nevoeiro? (sim, eu sei que não há Lua
Cheia em dias de nevoeiro... nem sem nevoeiro) :P Com este comentário acabo de me
lembrar que nunca vi fases da Lua no jogo (pronto, já não presta :P) Mas, em
compensação, ontem vi uma cintura de asteróides :)

>> Muitas missões passam por ir a outros planetas estudar
>> formas de vida. Ou então “raptá-las” e trazê-las para outros planetas.
>
>NICE!!! :)
>e sao "cinzentos"? ehehehe :P
>

parece haver uma predilecção pelas cores azul e vermelho. Mas também há verdes,
cinzentos, amarelos, etc. Basicamente são tão estranhos para mim como quaiquer outros
animais que existiam durante as fases anteriores, quando ainda se está no próprio
planeta.

>>vi uma outra espécie ser raptada mesmo à minha
>> frente - (mas não vi a nave - só sei que vi um raio
>> vermelho e a espécie voou e desapareceu no ar
>
>como é que EU posso fazer isso??? :P LOL
>

Basta ir às aulas e eles ensinam a fazer isso logo nas primeiras missões de pilotagem
de uma nave espacial :)

>> Questões como o aquecimento global, controlo de epidemias,
>> níveis de humidades, sustentabilidade das espécies, e
>> outras questões ecológicas ou ambientais são trazidas para o jogo
>
>Deus?
>

Talvez. Mas numa perspectiva de mais longo prazo. Quer dizer, há um aparelho para
criar uma atmosfera rudimentar, mas a partir daí tens que introduzir plantas e
animais no ecossistema e esperar que eles se espalhem e influenciem os factores
atmosféricos de humidade e temperatura, etc. Não é em apenas "7 dias" que se deixa um
planeta em condições.
Ou então o controlo de epidemias, em que tens que matar as populações contaminadas.
Não é muito diferente das chacinas de animais que se fazem hoje para evitar a
propagação da gripe das aves ou da peste suína, por exemplo.
Estamo-nos já a substituir a Deus? Talvez...

>>pode-se optar por fazer de Deus e ir alterando os planetas à vontade e
>>mudando as espécies de um lado para o outro.
>
>Intelligent Design? ;-)
>

Sim, agora sim :)

>> A evolução da vida na Terra levou 4 mil milhões de anos
>> - ninguém teria pachorra para jogar durante tanto tempo!
>
>LOLLLLLLLLLLL
>há gente pra tudo :P
>

Se metade dos 7 mil milhões de seres humanos do planeta se pusessem todos a jogar um
bocado de um jogo assim, bastava um ano para acabarem. Tens razão, se calhar há gente
para isso tudo :P

Paulo Aguiar
----

Elísio de Campos e Sousa

unread,
Sep 29, 2008, 3:56:37 PM9/29/08
to astr...@googlegroups.com
Para mostrar quão ignorantes somos.
 
Depois criou os extremófilos.
 
A seguir os priões.
 
E já ouvi falar noutras coisinhas, mas só quando souber mais.
 
Elísio

Jorge Almeida

unread,
Sep 29, 2008, 4:23:49 PM9/29/08
to astr...@googlegroups.com
ornitorrinco é dos seres mais aberrantes que há. E há muitos mais! LOL

Não vale a pena Carlos mandares bocas... ja todos sabemos que a neroma
é um deles. :D


2008/9/29 Nuno Coimbra <ncoi...@gmail.com>:

Jorge Almeida

unread,
Sep 29, 2008, 4:25:36 PM9/29/08
to astr...@googlegroups.com
pronto, agora vão ler-te e tirar essa ideia. :( lá se vai o
ornitorrinco por tua culpa. :(

2008/9/29 Jose Saraiva <jaf...@gmail.com>:

Ilídio

unread,
Sep 29, 2008, 4:53:48 PM9/29/08
to astroPT


On 29 Set, 20:56, Elísio de Campos e Sousa <elysio.so...@gmail.com>
wrote:
> Para mostrar quão ignorantes somos.
>
> Depois criou os extremófilos.
>
> A seguir os priões.

E depois o Jorge Almeida

>
> E já ouvi falar noutras coisinhas, mas só quando souber mais.
>
> Elísio
>
>   ----- Original Message -----
>   From: Nuno Coimbra
>   To: astr...@googlegroups.com
>   Sent: Monday, September 29, 2008 5:32 PM
>   Subject: *astroPT* Re: SPORE - quão perto da realidade?
>
>   Ora aí está uma coisa que eu nunca entendi (evolutivamente falando). Que raio de ideia foi a da Natureza ao criar o ornitorrinco? lol
>
>   2008/9/29 Jose Saraiva <jafa...@gmail.com>

Jorge Almeida

unread,
Sep 29, 2008, 4:58:30 PM9/29/08
to astr...@googlegroups.com
:D LOOOL :D

tu és mau! :P

Jorge Almeida

2008/9/29 Ilídio <ilidio....@gmail.com>:

Elísio de Campos e Sousa

unread,
Sep 29, 2008, 4:59:56 PM9/29/08
to astr...@googlegroups.com
Ná... esse nem entra na classificação do não classificáveis - é um exemplar
à parte.
é a prova de que se pode chegar aqui vindo de outras dimensões.
;)

Carlos

unread,
Sep 29, 2008, 5:13:40 PM9/29/08
to astr...@googlegroups.com
--- On Mon, 9/29/08, paulo....@oninetspeed.pt wrote:

> >>e, na 5ª fase uma nave espacial.
> >tipo Cylons???
> >
> Acho que não era essa a ideia mas, por acaso, quando se é
> destruído, reencarna-se num outro ponto, numa nova versão da nave,
>igualzinha à anterior e que conhece as mesmas
> coisas... isso realmente soa a Cylon ;)

ahhh eu tava a pensar nos Cylons voadores... ke a Thrace controlou quando um deles já estava morto num dos planetas.

Mas essa cena de reencarnação parece já os novos modelos (modelos-humanos) :)
Conseguiste fazer uma 6? :P ehehehe


> certeza que há um filme de ficção científica qualquer onde os humanos
>nascem em cápsulas ou ovos ou o que seja...

LOL :)


>Seja como for, no jogo, a única coisa que se controla relativamente à
> reprodução é quando é que ela acontece.

ou seja... escolhes a female? ou o processo? :P


>Nunca viste ninguém confundir o Sol com a Lua Cheia em dias de nevoeiro?

eu tava a brincar!!! :)


>nunca vi fases da Lua no jogo (pronto, já não presta :P)

LOLLLLLLLLLLL


>Mas, em compensação, ontem vi uma cintura de asteróides :)

real ou à Star Wars? ;-)


> >>vi uma outra espécie ser raptada mesmo à minha frente

> >como é que EU posso fazer isso??? :P LOL
> Basta ir às aulas e eles ensinam a fazer isso logo nas
> primeiras missões de pilotagem de uma nave espacial :)

LOLLLLLLLLLLLLLLL :)


>Não é em apenas "7 dias" que se deixa um planeta em condições.

LOL :)
6?
o 7º é pra descansar :P ehehehehhe :)


> Se metade dos 7 mil milhões de seres humanos do planeta se

> pusessem todos a jogar um bocado de um jogo assim (...)

é uma das possíveis soluções do Paradoxo de Fermi :P


Carlos :)


Paulo Aguiar

unread,
Sep 29, 2008, 5:36:24 PM9/29/08
to astr...@googlegroups.com
On Mon, 29 Sep 2008 22:13:40 +0100, Carlos <alien_p...@yahoo.com>
wrote:

>
> --- On Mon, 9/29/08, paulo....@oninetspeed.pt wrote:
>
>> >>e, na 5ª fase uma nave espacial.
>> >tipo Cylons???
>> >
>> Acho que não era essa a ideia mas, por acaso, quando se é
>> destruído, reencarna-se num outro ponto, numa nova versão da nave,
>> igualzinha à anterior e que conhece as mesmas
>> coisas... isso realmente soa a Cylon ;)
>
> ahhh eu tava a pensar nos Cylons voadores... ke a Thrace controlou
> quando um deles já estava morto num dos planetas.
>
> Mas essa cena de reencarnação parece já os novos modelos
> (modelos-humanos) :)
> Conseguiste fazer uma 6? :P ehehehe
>
>

Mas os voadores também não morrem - são "uploaded" para uma nova carcaça.
Pelo menos alguns deles. Há até um episódio dedicado a esse assunto...

Paulo Aguiar

Carlos

unread,
Sep 29, 2008, 5:39:38 PM9/29/08
to astr...@googlegroups.com

--- On Mon, 9/29/08, Paulo Aguiar <paulo....@oninetspeed.pt> wrote:

> > ahhh eu tava a pensar nos Cylons voadores... ke a Thrace controlou
> > quando um deles já estava morto num dos planetas.

> Mas os voadores também não morrem - são "uploaded" para uma nova carcaça.

pois...mas só se houver uma ressuscitation ship por perto.... certo? :)

não sei se nesse episódio com a Kara havia uma perto... :S

sei ke os humanos "recuperaram" essa tostadeira voadora :P ehehehe


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