Visualizar página "ESTOU CANSADA - crônica ecológica-existencialista - por Denise Figueiroa - Renovar valores - Mudar o mundo - Ser levada a sério é tarefa surpreendentemente difícil - Cansada de provar o meu valor - Cada um tem a sua obrigação - Não vou mais falar em.... - Deixo de falar em exploração animal...."

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luiz

não lida,
30 de out. de 2008, 14:21:0930/10/2008
para Ambiente Literário
"....Estou cansada de sempre ter que renovar meus valores, ratificar
meus posicionamentos e sempre ter que provar minha função.

Sou bióloga, com muito orgulho, mas antes de tudo, sou humanista, sou
ser humano, passível de erros e sensível a quase
tudo.

Quase!

Quero mudar o mundo! E minhas ambições são todas iguais ou maiores que
isso. E não me contento com a mediocridade, muito menos com a
minha...."

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Acrítico

não lida,
1 de nov. de 2008, 07:13:1901/11/2008
para Ambiente Literário
Por que não nos cansamos de tentar, tentando?


Podemos desistir de tentar pensando, mas não nos cansar de tentar
pensando. Nós que confundimos pensamento e ato somos capazes de dizer
“Estou cansado de tentar mudar o mundo” ou de forma mais modesta
“Estou cansado de tentar mudar as pessoas ao meu redor”, duas
afirmações demasiado desonestas, afinal o que seria “o mundo” ou “as
pessoas ao meu redor”? Pertenceria ao mundo ou ao universo 'das
pessoas ao meu redor', as pessoas cujos nomes desconhecemos, mas que
vemos quase todos os dias enquanto seguimos de uma obrigação a outra?
Não!? E aquele que tentou nos vender algo ou nos pediu esmola? Também
não!? O “mundo” ou as “as pessoas ao meu redor” para a maioria de nós
se reduz às pessoas com as quais nos importamos, ou, em palavras menos
polêmicas, se reduziria às pessoas a quem somos mais próximos. Tomamos
essas pessoas como mais do que são, o que deixa patente nossa visão
reduzida da realidade; por sinal, uma visão nada condizente com o
tamanho da “missão” que nos propomos a realizar. Mas, afinal, por quê
não tentamos “mudar o mundo” através de estranhos? Acredito que seja
por uma questão de identidade e comodidade. Nos identificamos em algum
grau com as pessoas com as quais temos alguma intimidade, por isso é
cômodo crêr que elas mais facilmente adotariam pontos de vistas
similares aos nossos. Quando percebemos que, por mais que tentemos,
essas pessoas dificilmente adotarão nosso ponto de vista sobre
determinada questão, nos frustamos. E quanto maior for essa
frustração, maior será a intensidade de nosso “cansaço”. Nossas
espectativas nos cansam, nossos atos, pelo pouco que são, nem tanto. O
“mundo” que pouco tem que ver com nossas espectativas acaba sendo
menos responsável pelo nosso mal estar do que nós mesmos. Se não nos
cansamos de nos indignar é porque isso já é uma reação que está fora
de nosso controle e do controle dos outros, se continuamos a falar
sobre o que nos indigna, é porque necessitamos, de vez em quando,
encenar nossos melhores monólogos. Ao fim, nossas crenças aumentam
nossa relação com nós mesmos em vez de com o “mundo”. Por tudo, acho
que nossos atos demonstram nossa desesperada necessidade de mudar a
visão que temos da realidade e não de mudar a realidade. E, enquanto
não nos cansarmos de quem somos, não haverá como nos cansarmos de
tentar mudar “o mundo”, tentando mudar, na verdade, a nós
mesmos.


Acrítico

Idealista

não lida,
3 de nov. de 2008, 12:49:4903/11/2008
para Ambiente Literário
Sem treinar a mudança em mim mesmo, é impossível vislumbrar alguma
mudança no exterior.

Sem provocar pequenas mudanças ao meu redor, não há como imaginar
mudanças nas pessoas que continuam ao meu redor, mas que formam uma
camada mais distante daquelas que, literalmente, me rodeiam.

As pessoas ao meu redor: amigos, família, colegas, afetos. E todas as
outras pessoas ao meu redor: inclusive as invisíveis, como você mesmo
mencionou.

Mudanças locais, regionais e, com um pouco de sorte, globais.

A lógica, para mim, é essa. Aceito variações.

Mas a lógica, claro, também é passível de mudanças.

Acrítico

não lida,
9 de nov. de 2008, 05:39:5509/11/2008
para Ambiente Literário
Acho que sua forma de pensar coaduna-se com um conceito budista
chamado Revolução interior. A idéia de que podemos produzir uma
Revolução no mundo começando essa revolução em nós mesmos. É
interessante, lógico, mas provavelmente não há como provar que as
coisas aconteçam ou possam acontecer dessa forma. Se tivessemos de
explicar um processo abrupto de mudança, poderiamos, em vez de
utilizar a idéia de revolução interior, utilizar a idéia de histeria
coletiva ou alguma analogia com um processo de disseminação de vírus.
O que, no meu entender, diferenciaria a idéia de Revolução interior
das outras formas de explicações de mudanças, é o fato de que ela nós
sugere que temos algum controle sobre as mudanças das quais fazemos
parte, o que não poderia nos ser mais reconfortante.
Como acredito que a verdade está naquilo que rouba do homem o bom
conceito que ele faz de si próprio, não me é nada fácil ver na idéia
de Revolução interior a melhor opção explicativa. Me parece mais uma
daquelas idéias que funcionam bem na teoria, mas são pouco úteis na
prática.

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