Olá pessoal,
Acho que vou provocar um montão de vaias mas minha intenção não é essa! Peço apenas para que leia o que vou dizer apenas
como uma idéia a ser colocada do outro lado da balança para ajudar a encontrar o tão dificil ponto de equilibro entre praticidade, controle, gestão e documentação.
Vou começar com um frase de impacto: De forma geral ( e estereotipada) as pessoas não gostam de burocracias!
Não gostam de planejar, e menos ainda de documentar então empurram até o último momento essas atividades para poder dizer: mas já tá pronto; documentar é só perder tempo, e como é chato, será mal feito e não servirá para nada.
Eu, sinceramente, sou um daqueles bichos estranhos que faz planejamento quadrimensal de metas, planos de ação para a vida pessoal e profissional. Onde já se viu gastar tanto tempo com essa besteira? Devo ser maluca!
Por que as pessoas tem resistência a fazer isso? É chato, alguns dirão; mas, acho que uma outra possibilidade interessante seja o fato de que planejar ou especificar ou documentar o que quer que seja antes de realmente fazer tem um alto grau de imprevisto que nos incomoda. Se eu planejo e não cumbro então eu cometi um erro e como erros são coisas ruins eu não sou bom o suficiente.
Essa lógica, cartesiana e cruel acima, naturalmente faz com que as pessoas procurem evitar essa situação desconfortável e resolva
o mal pela raiz fugindo de planejar para não correr o risco, ou melhor, certeza de se expor por errar inevitavelmente.
O XP, na minha singela opinião, tem sua força exatamente por lidar de uma forma diferente, mas leve e ágil, com os imprevistos.
Então qualquer ferramenta utilizada nesse processo não deve perder isso de vista.
Agora vamos ao assunto espinhoso:
Documentação, para não ser burocrática, deve ter por objetivo se preocupar em registrar as suposições, conceitos e motivos das tomadas de decisão. Assim, ele poderá ser um texto ao mesmo tempo mais leve e mais interessante. Ou seja, não tem que se
preocupar em detalhar o como mas qual o contexto da decisão, que necessidade se está atendendo, as restrições e limites que foram levadas em contas na tomada de decisão feita. Um texto assim não será burocrático e vivo e poderá ser útil com o passar do tempo e não uma prova do quanto somos limitados, parciais e ineficientes ao longo do tempo.
Como vc está falando em trabalho de equipe distribuído, e a reunião presencial se torna impossível, uma ferramenta que facilita-se esse processo de feedback acho que pode ser interessante. Onde cada um posiciona qual a task está desenvolvendo, como está o estatus atual, eventuais problemas que surgiram, eventuais decisões tomadas e o porque. E ao descrever as task pode ter a opção de colocar as questões implicitas relativas as mesmas, pode se pensar em documentos os invariantes assumidos, ou como o cliente decidiu que seria o tratamento de excessão, esse tipo de coisa. E os outros elementos do sprint pode ser informado de uma atualização de um elemento do mesmo. Se quando as pessoas estão juntas, definir um horário para a reunião diária muitas vezes acaba sendo um trauma, quando se pensa em trabalho em casa por exemplo, onde a gestão do tempo é bem mais flexível, isso acaba sendo uma tortura. Pode-se configurar um período de tempo para cada membro do sprint fazer seu posicionamento e se o mesmo não passar pode-se configurar um mecanismo de aviso.
Sei lá, são apenas algumas idéias superficiais que podem fazer com que a documentação ocorra durante o processo, como um subproduto da atividade diária das reuniões de posicionamento. E baseado nesses dados o sistema pode atualizar o gráfico kaban outra atividade muito útil para a gestão, mas muito chata de ser feita.
Espero ter sido útil!
Abraços,
Raïssa
Raïssa
"Por maior que seja a tempestade não perca seu equilibrio,
pois todas as tempestades passam e sua fé e coragem permanecem"