Uma mensagem para todos vós

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Surreal

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May 12, 2020, 5:00:38 PM5/12/20
to Viver Com Depressão

 Desde tempos imemoriais que o ser humano está em constante evolução. No início, as suas necessidades estavam sobretudo relacionadas com a manutenção da sobrevivência. Havia uma prioridade em manter-se protegido e caçar os animais para alimento. Deste modo, as suas aspirações e ambições eram simples. Não haveria muito questionamento sobre a vida ou se haveria mais algo para além deste mundo físico. As coisas eram como eram. Na etapa seguinte da evolução, novas tecnologias mais rudimentares foram surgindo de modo a se poder ter uma vida um pouco mais confortável. As ambições humanas foram aumentando e também a sede pelo domínio e pelo poder. O mundo deixou de ser o divino sobreano, quando o sol, a lua e a terra velavam por todos. A crença e a fé foram canalizadas para a adoração de novos deuses que, apesar de novos, afinal de contas sempre haviam existido. Apenas começavam a ganhar uma nova forma. Apesar de tudo, havia uma grande dedicação e aceitação dos costumes espirituais. Os rituais elam cumpridos com pontualidade e rigor e a sociedade ia prosperando. Mais tarde, surgiu a parte mais intelectualizada do ser humano, havendo uma curiosidade crescente pelo que não se conseguia ver ou pela verdadeira origem das coisas. Deste modo, começava a aparecer uma luz nas trevas da ignorância. Mais tarde, surgiu uma ideia muito diferente do que era o Divino, sendo os bosques da alma vandalizados pelos martelos e pelas enxadas de templos que serviam apenas para aprisionar e causar temor aos seres que já não estavam em constante evolução; apenas em ignorância mentidos. O que antes era tão natural em nós passou a ser considerado algo de negativo e a fé deixou de ser algo ligado á plenitude. Apenas imperava o medo. Muito mais tarde, a tecnologia aumentou sobremaneira, cobrindo de sujidade e de químicos o que anteriormente era a nossa verdadeira casa. O espaço e o silêncio deixaram de ser apreciados, pois pura e simplesmente não havia tempo para pensamentos profundos. A suposta fé era praticada de forma tão automática quanto os pés que se moviam por entre escombros de metal e betão. Os únicos seres que pareciam dignos de possuir alguma luz eram os santos. No nosso período mais recente, as possibilidades que a informação nos traz tornaram infinitas. Possuímos um pouco de tudo e não sabemos para que lado nos havemos de voltar. Trata-se de uma dualidade entre o essencial e o que é inútil. Ainda é possível separar o trigo do joio mas desta vez requer mais trabalho, uma vez que desta vez somos só nós a pensarmos por nós próprios. A ligação física e virtual nunca nos foi tão próxima, mas mesmo assim, nunca parecemos estar tão isolados. O mundo que fomos habituados a encarar é apenas uma lente suja que nos impede realmente de ver e, sobretudo, de sentir. O novo ideal de felicidade é a ideia convencional de que só se pode viver em condições se se tiver um emprego para pagar as contas, um bom teto para se viver debaixo, ter as necessidades básicas satisfeitas e ainda poder partilhar momentos de lazer com a família e amigos. Possuímos tantos instrumentos que nos deveriam facilitar a vida, e que, surpreendentemente, só nos roubam mais tempo. Isto porque o ciclo vicioso do nosso tempo actual está corrompido. A maior parte de nós nem sabe realmente como será passar tempo de qualidade. 

Existe uma grande confusão nas nossas mentes porque nos sentimos desligados de algo. sobretudo desligados de nós próprios. Estamos presos numa plano mental que se vai tornando cada vez mais forte a cada anos que passa. Como uma bola de neve, os nossos problemas vão aumentando porque fomos programados desde cedo pela nossa sociedade. Programados para aprender como se deve falar, como se deve apresentar, o que se deve apreciar, a seguir o que a maioria segue, simplesmente porque é essencial parecer-se um cidadão respeitável e seguidor dos bons costumes. Existe tantas formas de entretenimento e de nos relacionarmos, mas desta premissa tão importante e real como o ar que respiramos, poucos se servem: tudo está ligado. A nossa existência é um círculo infinito e nada está fora dela. O nosso ser na totalidade está influenciado e influencia todos os outros seres, quer sejam humanos, minerais ou vegetais. Pensamos que se mantivermos a luz acesa durante o máximo de tempo possível, as sombras serão mantidas afastadas. Contudo, trata-se de uma ilusão. A única luz que devemos manter e que exige constante manutenção, é a nossa própria luz.

 Os nossos ombros estão tão tensos e cansados pelo peso da nossa existência. Contudo, o pior é que a nossa mente está prisioneira numa prisão mais  resistente que uma prisão de ferro, extremamente densa e escura. É de dentro desta prisão construída ao longo dos anos que vemos pequenos raios de luz muito ténues, os quais poderiam ser muito maiores e quentes se ao menos saíssemos da prisão. Sozinhos e a chorar, deixamo-nos estar nessa prisão, apesar de sermos nós os detentores da chaves para a abrir. Todavia, não temos força suficiente para levar a chave ao buraco da fechadura porque estamos entorpecidos pelo veneno soporífero que nos foram aplicados. Além do mais, de que adiantaria sair da prisão se não sabemos o que fazer assim que estivermos libertos?. Sim, as sombras que nos rodeiam e nos parecem sugar  a vitalidade são imensamente fortes. Porque é que são tão fortes? Porque são produto de algo ainda mais forte e que muitos ainda não se aperceberam se trata; trata-se da nossa própria mente.

 Sem dúvida que o nosso caminho é muito complexo. Exige muito esforço e uma sucessão de tentativas e erro até aprendermos a ser quem realmente nascemos para ser. Todos temos uma caminho e uma missão nesta vida. a qual pode demorar anos e décadas até os descobrir. Contudo, não estamos sozinhos nesta longa caminhada, uma vez que todos nós estamos em evolução. Somos seres maravilhosos e complexos, construídos por muito mais que um corpo físico. Somos detentores de energia desde o início da nossa existência e esta energia emanada tem o poder de influenciar ou de ser influenciada. fazemos parte de uma enorme teia universal, a qual nos liga uns aos outros e a todas as outras coisas que simplesmente existem. No centro desta enorme teia está um enorme poder criador que nos acompanha durante todas as nossas existências. Nunca estaremos sozinhos porque este poder criador está em nós. É esta conexão com tudo o que existe que nos resgatará do poço escuro da ignorância. Parece tudo tão complicado,  mas na realidade, é tão simples. Todos nós podemos ser um farol neste mundo se soubermos como o manter aceso. Somos todos merecedores de nos sentirmos seres divinos e dignos de sermos amados. Se estamos neste mundo, é porque o merecemos e porque estamos cá para aprender a lidar com as vicissitudes da vida. A Natureza é o nosso maior aliado e ponto de ancoragem para que possamos sentir o Divino. Este está em cada nascer do sol, em cada flor pequena que oscila sob o calor solar, em cada árvore, que ,com sua serenidade, acena-nos com os seus ramos sob a brisa que a acaricia. Quando contemplarmos e observarmos verdadeiramente cada pormenor magnífico que o mundo nos mostra, aí poderemos sentir o amor infinito que o Divino sente por nós. Um amor sem condições e sem julgamentos.

 A depressão não tem de ser necessariamente algo de mau. É uma situação que nos chama atenção de que algo não está bem e que tem de ser mudado. O vazio que essa depressão faz sentir (como se houvesse um buraco no peito) é o sinal de que não estamos a ser nem a fazer o que deveríamos. É um sinal de que, independentemente de estarmos a nos alimentar convenientemente de alimentos físicos, não estamos a nutrir algo imprescindível na nossa existência; a nossa alma. Porque a alma também sofre e também fala. Basta aprender a escutá-la. Assim que descobrirmos algo que dá sentido à nossa vida e começarmos a pô-lo em prática, o vazio desaparecerá. Porque uma águia nasceu para voar e não para viver com as asas imóveis.

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