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- Sobre a capa da semana passada, Veja admite, em um quadro, o
erro em não ter checado a idade da personagem principal da sua matéria de
capa. Reafirma seus 27 anos de idade, e coloca o problema no registro feito
pelo pai de Gilmara dos Santos Cerqueira. Um leitor do boletim questionou
se a capa era realmente racista. É sim. No mínimo, os editores do semanário
sabem que trabalharam com os preconceitos de seu público. A matéria recebeu
168 cartas. Descontando as 74 que apontam o erro da capa, ainda sobram 94.
Veja escolheu somente seis para publicar. Espertamente são cinco delas
do próprio nordeste. Todas elogiam a matéria. Uma delas, particularmente,
respinga os preconceitos trabalhados pela revista.
“VEJA tem feito tudo o que é possível para mostrar o que está sendo o
governo Lula. Infelizmente há ainda muita gente que não consegue ver nada.
E assim teremos de engolir esse engodo por mais quatro anos. Mulheres do
Nordeste, votem no "bom Lula". Sua casa de taipa, com chão de terra batida
e paredes encardidas, continuará exatamente da mesma maneira que está agora.
Maria Lúcia Benevides da Silva
Natal, RN “
Ou ainda nas imortais palavras de Diogo Mainardi, cuja aventura com Sabino
e Dantas sobre o dossiê com contas de Lula no exterior mostrou quão afinada
é sua relação com a direção da revista, na coluna desta semana, sobre o programa
eleitoral de Lula:
“Depois apareceu o retrato de um monte de gente feia e pobre. O locutor
disse: ‘Lula tem a cara do povo’. É verdade. É verdade. Nos últimos quatro
anos, Lula enriqueceu. Colocou jaquetas nos dentes e Botox na testa. Mas
continua com uma cara autenticamente pobre. Mais do que Alckmin. Mais do
que Heloísa Helena. Mais do que Cristovam Buarque. O maior atrativo de Lula
é sua cara. O eleitor pobre olha para ele e vota.”
- Veja desta semana não fala do seqüestro do repórter e técnico da
Rede Globo. A matéria de capa sobre o “Partido do Botox”, talvez fosse, em
tempos mais sério da própria Veja, tema de uma página dupla, olhe
lá, nunca de capa. Mas ao juntar duas obsessões da revista: reforçar preconceitos
contra Lula e dermatologia, imagino que se tornou algo irresistível ao seus
editores. Se o nível da cobertura eleitoral de Veja for o das últimas duas
capas, o negócio será feio.
- Marcelo Carneiro faz uma entrevista com Luiz Antônio Vedoim, a testemunha-chave
do escândalo dos deputados sanguessugas, em que amplia o caso para outros
órgãos, inclusive locais onde o entrevistado afirma não ter conseguido nada
(como no Ministério da Cidades), para aumentar o envolvimento do governo
federal atual no caso, e consegue o milagre de ignorar o nome de José Serra,
de perguntar sobre se houve ou não houve envolvimento do ministro, isso apesar
do entrevistado ter dito que o esquema começou em 1999, ou seja atravessou
a gestão de Serra no ministério da Saúde. E o nome de Serra não surge nas
perguntas do repórter. Ridículo. Até por não esclarescer, para o bem ou para
o mal, o comportamento de Serra no episódio.
- A entrevista de páginas amarelas feitas por Otávio Cabral com o ministro
da Justiça Márcio Thomaz Bastos é um símbolo do “desistimos”. Alguns meses
atrás a revista se dedicou por algumas edições a tentar derrubar o ministro
forçando demais a tese de que ele atuava como advogado de defesa do governo,
misturando funções. Com a crise de segurança e emergência do “Tiranossaulo”
(ótimo trocadilho que saiu na Carta Capital sobre o secretário de Segurança
de São Paulo), parece que esta “causa” se perdeu de vez.
- A entrevista de Heloisa Joly com a velejadora Izabel Pimentel é uma pérola
do machismo gratuito (que os editores sabem bem escolher mulheres para fazê-lo,
sobre o dono da Playboy e suas três “namoradas”, quem escreve é homem), de
ridicularizar uma pessoa por absolutamente nada, de relevância como informação
zero.
- Veja nesta edição foi obrigada a cumprir decisão judicial e publicar
direito de resposta da diretoria de Itaipu, que contesta a matéria “Mensalão
II”, de 8 de março de 2006. A revista ainda recorre da sentença de primeira
instância.
- Saiu esta declaração na seção Veja Essa
"Num mundo hipotético dominado pelo fascismo islâmico os comunistas e
socialistas estariam atrás das grades ou dentro de covas."
Alon Feuerwerker, jornalista, lembrando algo que a esquerda esquece ao torcer
para o bandido
Veja alucina no seu
anti-esquerdismo. O que
ela quer dizer com “torcer para o bandido”? É apontar os erros de Israel
e dos Estados Unidos e as vítimas civis no Líbano e no Iraque? É dizer que
é importante compreender as razões do outro, não taxar uma série de organizações
e movimentos diferentes como terrorista, sem tentar nem entender as causas
políticas por trás do problema?
- O mesmo anti-esquerdismo infantil está até no título irônico “Materialismo
dialético” sobre as intenções dos expatriados cubanos de retomar suas propriedades
na ilha, confiscadas pela revolução. Primeiro, a matéria iguala e usa como
sinônimos roubo e expropriação numa revolução. São coisas completamente diferentes,
assim como a comparação descabida entre Guantánamo e a tomada de latifúndios
e empresas por uma revolução. Como Veja cada vez mais se alinha a extrema-direita
radicada nos Estados Unidos, dá eco as pretensões hiper-agressivas dos exilados
em Cuba, que querem retomar um status quo de 47 anos atrás, amparados
pelo governo norte-americano (no fundo, no fundo, a questão cubana é hoje
mais um tema ideológico e de lobby da política interna norte-americana e
da disputa eleitoral chave na Flórida, do que um tema realmente de política
externa, já que nesse campo, o embargo não serve aos interesses econômicos
e de influenciar a transição na ilha como quer Washington). A matéria, baseada
em fontes e estudos de Miami, ecoa o plano norte-americano para a ilha: retomada
radical das propriedades pelos exilados em Miami, e privatização célere das
estatais cubanas. É uma bela receita para uma guerra civil no Caribe, mas
isso Veja prefere fingir que não vê. No texto, ainda chama Chávez
de “fiel comparsa”. E traz, na seção Radar, nota sobre a missão n°1 do novo
embaixador norte-americano no Brasil. Conseguir apoio para conter Chávez.
- Agora Veja escreve, sem assinatura de ninguém, isto: “Esse cenário indica
que o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, cometeu um erro estratégico
ao reagir com força total ao assassinato de três e ao seqüestro de dois soldados
israelenses pelos milicianos o Hezzbolah, no mês passado”. Mas é isso
que o jornalismo “de esquerda”, aquele classficado como i“anti-Israel” diz
e repete durante as últimas semanas. E que a burrice da Veja que embarca
nas análises da Fox News só foi se dar conta agora, depois de muita matéria
dizendo bobagem. É mais um exemplo do jornalismo "retardado" (só chega muito
depois dos outros) que a revista pratica na editoria de internacional.
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