O que é Estado Laico?

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Oseias de Lima

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Apr 11, 2015, 2:56:20 PM4/11/15
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Estado laico significa um país ou nação com uma posição neutra no campo religioso.  Estado laico tem como princípio a imparcialidade em assuntos religiosos, não apoiando ou discriminando nenhuma religião. Um Estado laico defende a liberdade religiosa a todos os seus cidadãos.

 

O Brasil é oficialmente um Estado laico, pois a Constituição Brasileira e outras legislações preveem a liberdade de crença religiosa aos cidadãos, além de proteção e respeito às manifestações religiosas. 


No artigo 5º da Constituição Brasileira (1988) está escrito:


“VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;”


Contudo, a laicidade do Estado pressupõe a não intervenção da Igreja no Estado, e um aspecto que contraria essa postura é a interferência da pessoa do político em privilegiar igrejas em detrimentos de outras instituições

Nos países que não são laicos (teocráticos), a religião exerce o seu controle político na definição das ações governativas. Nos países teocráticos, o sistema de governo está sujeito a uma religião oficial. Alguns exemplos de nações teocráticas são: Vaticano (Igreja Católica), Irã (República Islâmica) e Israel (Estado Judeu).

 Existe também o conceito de Estado confessional, em que o Estado reconhece uma determinada religião como sendo a oficial da nação. Apesar disso, não se deve confundir Estado teocrático com Estado confessional, porque no primeiro caso é a religião que define o rumo do país, enquanto que no segundo a religião não é tão importante como no primeiro, mas ainda assim tem  mais influência do que em um Estado laico.

 

Qual a diferença entre laicismo e laicidade?

 

Todos nós, Cristãos protestantes em regra, (as exceções não estão de acordo com a visão Cristã Protestante) desejamos um Estado laico.  Rejeitamos qualquer tipo de Estado teocrático, mesmo que esse seja cristão, e igualmente temos ojeriza por qualquer teologia teonomista que confunde o atual modelo estatal com o antigo Israel. O Estado não deve abraçar ou privilegiar uma religião em detrimento de outra. Sim, o ideal democrático demanda a pluralidade no Estado: abrigados nele devem estar os religiosos e os não-religiosos, os crentes e os ateus, os crédulos e os agnósticos, os homens místicos e os homens da ciência (e até místicos científicos), a religião milenar e a seita pós-moderna etc. O Estado não deve militar por uma religião e nem pelo esmagamento do sagrado.  Portanto, somos laicos, ou melhor, abraçamos a laicidade.

 

O laicismo, diferente da laicidade, como muito bem definiu Karol Wojtyla, é "uma ideologia que leva gradualmente, de forma mais ou menos consciente, à restrição da liberdade religiosa, até promover o desprezo ou a ignorância de tudo o que seja religioso, relegando a fé à esfera do privado e opondo-se à sua expressão pública”. O laicismo é a ideologia vigente na esquerda brasileira, em parte considerável da imprensa e, infelizmente, até mesmo no poder judiciário. Eles supostamente levantam a bandeira do Estado laico, mas na verdade estão apenas levantando o mastro de um Estado antirreligioso.

 

Vejamos as diferenças entre o laicismo e a laicidade nesse quadro:





Espaço
Laicismo
Laicidade
Espaço Público
O homem religioso deve ser excluído do espaço público.
O homem religioso tem o mesmo direito ao espaço público que um homem não-religioso.
Espaço Privado
O homem religioso só pode manifestar sua cosmovisão no espaço privado e com o devido cuidado para que tal visão de mundo não ultrapasse as portas da sua casa ou igreja.
O homem religioso pode viver no espaço público a mesma crença que vive no espaço privado. Da mesma forma o homem não religioso pode ser no espaço privado o que é no espaço público. O homem é um ser integral.
Tolerância
Tolerância é entendida como o abraçar a opinião politicamente correta dominante.
Tolerância é entendida como o direito de discordar veementemente do outro o respeitando e com harmonia.
Diálogo Interreligioso
Unificação das religiões como uma grande mensagem moralista.
Diálogo para estabelecer pontos em comum na defesa dos direitos humanos e da liberdade religiosa, mas respeitando o direito de cada um ao seu credo e ao exercício da evangelização.
Evangelização
A evangelização é tida como proselitismo e, portanto, deve ser coibida. É, na visão estrita do laicismo, uma afronta à fé alheia.
A evangelização é vista como meio legítimo de comunicação de crença onde cada um tem o direito de abraçar outra fé. É o direito à apostasia.
Estado
O Estado tem um papel regulador fortíssimo.
O Estado evita ao máximo as intervenções na vida religiosa dos seus cidadãos.
Não há como confundir. No fundo o laicismo é uma espécie de autoritarismo, o autoritarismo do secularismo.  


Até a próxima

Oseias Vieira
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