O concurso do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) está sendo observado atentamente por quem acompanha o dia a dia das seleções públicas no Brasil. A polêmica sobre a lista de classificados no cargo de analista organizacional, especialidade organizacional, continua a dar o que falar. O presidente da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac), Ernani Pimentel, pediu a apuração dos fatos. "Se está havendo denúncia, o Ministério Público tem que apurar, para verificar se há fundamento. Não devemos entrar na visão de que tudo está errado", disse. Para Pimentel, a lisura da seleção está em jogo e deve ser preservada. "A investigação nada mais é do que o exercício da transparência. Isso dá credibilidade ao concurso e não deixa qualquer margem de dúvida", declarou o presidente da Anpac.
Entre os primeiros colocados no resultado do concurso, dois são funcionários comissionados do próprio tribunal, um servidor de nível médio ligado à Escola de Contas e Gestão do TCE-RJ e um servidor do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ), cuja banca organizadora, a Fundação Escola do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Femperj), é ligada a este órgão. A Femperj afirmou, em nota oficial, que é "responsável apenas pelos serviços de logística e processamento de dados do citado concurso".
Os candidatos citados por outros participantes se classificaram em primeiro, segundo, oitavo e nono lugares. A reportagem da FOLHA DIRIGIDA verificou que, de fato, três têm ligação com o TCE-RJ e o outro é servidor do MP-RJ. Questionado se todos ainda fazem parte de seus quadros, o TCE-RJ, através de sua Assessoria de Imprensa, confirmou que os dois comissionados, que foram eliminados, e o servidor de nível médio realmente trabalham no tribunal. Já a Assessoria de Imprensa do MP-RJ não quis confirmar se o funcionário ainda trabalha no órgão, mas afirmou que a Ouvidoria recebeu denúncias, que serão apuradas.