Queridos amigos,
Chega ao fim mais uma trajetória que envolve um pouco de todos vocês.
Gostaria muito que estivessem presentes nesta defesa de tese, com as devidas comemorações após os ritos de praxe.
Seguem as informações. Bj grande, João da Mata.
Defesa pública da tese de Doutorado em Psicologia – UFF
“A Arte-luta da Capoeira Angola e Práticas Libertárias” de João da Mata
Dia 29 de Agosto (sexta-feira) – as 14h – Sala 209 -Bloco N – Campus Gragoatá – Niterói.
Estarão presentes na banca de defesa:
Dr. Edson Passetti (PUC-SP), Drª. Heliana Conde (UERJ), Dr. Jorge Vasconcellos (UFF),
Dr. Johnny Alvarez (UFF) e Drª. Márcia Moraes (Orientadora)
Fragmentos da tese:
“A virtude do corpo no jogo da capoeira angola vem de uma peculiar performatividade: sua capacidade de mover-se de maneira inusitada e surpreendente. Este jeito do corpo em instaurar-se no mundo de modo inteligente - na elegância do gesto ou na tensão do golpe - baliza sua existência na interface entre a arte e a luta.”
“Ainda vivemos com demasiada intensidade um corpo platônico, cindido e esquizofrênico. Cortando em duas partes, a hegemonia do pensamento sobre as sensações continua a reinar fortemente, e sua incidência começa cedo e continua pela vida: em casa, nas escolas e suas rígidas cadeiras, na lógica do trabalho e na produção do dinheiro. Seguimos firmes na manutenção do platonismo e no abandono do corpo, apesar das fissuras provocadas por pensadores somáticos.”
“O que Wilhelm Reich (1897-1957) busca compreender, sem dirigir-se diretamente à Éttiene La Boétie (1530-1563), é como a neurose está relacionada à ideia da aceitação do soberano. Para ele, o conflito emocional se produz através da incitação à obediência, que começa em casa a partir de uma educação orientada para o consentimento da centralidade e da hierarquia. De início, a obediência aos pais; depois aos professores; aos patrões; e por fim ao Estado, seja ele representado pela polícia ou tribunais. A obediência a Deus perpassa todos estes espaços. Para La Boétie, e em certa medida também para Reich, o espanto com os efeitos danosos do autoritarismo se dirige mais aos que obedecem do que a quem os produz.”