h. MODO da
Submersão
Muitas
denominações (particularmente denominações "protestantes", filhas
diretas da Reforma) infelizmente herdaram algumas coisas do romanismo e, aqui e
ali, puseram tradições humanas, conveniências e preferências pessoais acima do
indiscutível Novo Testamento e do grego koinê. Em conseqüência disso, muitas
Bíblias, em vários idiomas, não traduzem as palavras {907 baptizô}, {908
baptisma}, {909 baptismos}, {910 Baptistês}, antes usam o disfarce de as transliterar,
respectivamente, por batizar, batismo, batismo, e Batista {Transliteração
é a conversão das letras de um texto que está escrito em um alfabeto pelas suas
equivalentes em outro alfabeto. Por exemplo, a frase grega "Ελληνική
Δημοκρατία", traduzida pela substituição das letras do alfabeto grego
pelas suas equivalentes no alfabeto romano, torna-se "Ellēnikē
Dēmokratia."}.E adulteraram a palavra submersão do crente
redefinindo-a como "um ato de identificação (com o Cristo) onde não
importa o exato modo exigido pela palavra no grego". Em conseqüência disso,
absurdamente chamam de submersão (batismo) aquilo que é:
- ASPERSÃO (chuveirinho ou borrifo/esguicho) de água (usualmente 2
colheres de sopa?) sobre a cabeça reclinada sobre a alta pia batismal: Isto é
praticado por romanistas, presbiterianos, a maioria dos congregacionais, metade
dos metodistas, metade dos Evangelho Livre, etc.
- EFUSÃO (derramamento) de jarra de água (usualmente 1 litro?)
sobre a cabeça do crente de joelhos sobre algo parecido com uma banheira baixa:
Isto é praticado por metade dos metodistas, metade dos Evangelho Livre, etc.
- Além dos batistas, praticam SUBMERSÃO: os greco- ortodoxos
(claro, sabem grego!), os Irmãos (Plymouth Brethren, ou Casa de Oração), os
menonitas, outros remanescentes dos anabatistas, as Assembleias de Deus e
muitos outros pentecostais, alguns congregacionais, muitas seitas antibíblicas
tais como dos Adventistas e Mórmons, etc.
Talvez mais sangue de mártires tenha sido derramado por causa de alguns crentes
fiéis submergirem biblicamente, do que por qualquer outra coisa. Eles foram
mortos por submergirem só crentes (portanto não criancinhas); por re-submergirem
os que já tinham sido "submersos por aspersão ou efusão" [que absurda
frase]; por re-submergirem os que já tinham sido
"submersos" mas como criancinhas; por re-submergirem os
que já tinham sido "submersos" mas sem verdadeira fé salvadora; ou
por submergirem por submersão [claro]:
- Romanistas, durante toda a Idade das Trevas, assassinaram 77
milhões de pessoas, a grande maioria delas sendo Montanistas, Valdenses,
Paulinenses, Cátaros/ Albigenses, ... enfim, anabatistas em geral [NOTA3]
- Calvino, Lutero, Zwingli, John Knox, presbiterianos,
congregacionais, luteranos, e muitas denominações reformadas, assassinaram
milhares de irmãos quando eles se "re-batizaram", agora
como salvos e por submersão em água. Graças a Deus tal perseguição foi parada,
até mesmo por força de leis, e aqueles irmãos já não nos consideram inimigos a
serem perseguidos e mortos.
O único modo bíblico de submergir, como veremos, é por submersão total
(submersão só pode ser por submersão!) do crente, debaixo da
água, uma só vez [NOTA4], em nome do Pai, do Filho
e do Espírito Santo, deitando-se para trás [NOTA5]:
xxxx
(1) O idioma grego koinê exige que o significado original e
principal de "submersão" {baptisma} seja submersão, completa
cobertura por um líquido, ficar totalmente envolto dentro dele; e o de
"submergir" {baptizô} seja submergir, completamente submergir dentro
de um líquido. Veja (por favor, rogamos, não deixe de verificar) os bons e
imparciais léxicos [NOTA6] do grego koinê e do grego clássico,
e até mesmo os bons dicionários etimológicos de todas as línguas modernas. (Um
texto descreve um navio afundando com a expressão: "baptizesthai") —
obviamente não era borrifado com água. Oh, como todo este assunto é
extremamente simples, ao menos para os sinceros, os que não querem se agarrar a
uma tradição, os que realmente aceitam "Sola Scriptura"!
(1.a) O exemplo do picles — Nicander de Colofão (século II a.C.)
Texto original
(grego): "...πρῶτον βάπτεται εἰς τὸ
βραστόν, εἶτα βαπτίζεται εἰς τὸ ὄξος."
Transliteração: "Prôton
baptetai eis to braston, eita baptizetai eis to oxos."
Tradução
literal: “Primeiro é mergulhado (*baptetai*) em água fervente, depois é
submerso (*baptizetai*) em vinagre.”
Fonte: Nicander, De Medicina ou Theriaca, citado por vários autores, incluindo
Joseph Henry Thayer e Thomas J. Conant. Também citado em Liddell & Scott
Greek-English Lexicon sob “βαπτίζω”.
Contexto: Nicander
está descrevendo o processo de preparar legumes ou ervas medicinais — hoje
interpretado por muitos como uma espécie de picles.
A palavra baptetai
(forma de baptô) é usada para um breve mergulho, enquanto baptizetai (forma de baptizô)
indica imersão prolongada, total — a fim de absorver o vinagre, mudar de
caráter e ser preservado.
É uma distinção
clara entre imersão breve e imersão completa, transformadora.
(1.b) O
exemplo do tingimento — Eustathius (século XII, citando autores anteriores)
Texto (grego): "...βάπτεται
τὸ ἱμάτιον ὅλον ἐν τῷ βαφῷ, ἵνα μηδεμία μοῖρα ἄχρωμος μείνῃ."
Transliteração: "Baptetai to himation holon en tô bapho, hina mēdemia
moira achrōmos meinê."
Tradução
literal: “A roupa é mergulhada completamente na tintura, para que nenhuma parte
fique sem cor.”
Fonte: Eustathius, Commentary on Homer, mas a ideia é traçada a autores
anteriores, como Platão, Aristóteles e praticantes técnicos da época. Também
citado em Conant, Thayer e nos estudos lexicais como Liddell & Scott.
Contexto: Trata-se
de instrução técnica sobre tingimento de tecidos, prática comum na Grécia
Antiga. A ênfase é que o tecido deve ser totalmente submerso (baptetai... holon)
no líquido para que toda a peça absorva a tintura e nenhuma parte permaneça
incolor (achrōmos).
Conclusão:
Esses dois exemplos são fundamentais porque:
- São seculares,
não religiosos.
- Usam baptizô
para imersão total necessária à eficácia do processo.
- Mostram que
qualquer parte não submersa compromete o resultado — exatamente o contrário de
aspersão ou efusão.
- Eram práticas do dia a dia,
conhecidas por todos.
Em toda a literatura grega (secular e religiosa, pagã e cristã),
não se conhece exceção alguma onde "baptisma" não significa
submersão, ou onde "baptizô" não significa submergir. Thomas J.
Conant, em "Meaning and Use of Baptizein", assim sumariza seu
monumental estudo do uso da palavra através de toda a literatura grega: "Em
resumo, a palavra tem retido seu significado original sem mudança. Desde o
nascimento da literatura grega até a sua morte, um período de cerca de 2000
anos, nem [sequer] um exemplo tem sido encontrado no qual a palavra tenha outro
significado."
O sentido secundário de "baptisma" pode incluir o de
identificação, mas este sentido secundário nunca pode pôr de lado o sentido
principal.
Do mesmo modo que o sacrifício pascal tinha que ser de um cordeiro
imaculado, apontando para o Cristo, e não o sacrifício de um galinho ou
qualquer outro animal, desde que se passasse a convencionar que este também faz
o mesmo papel do cordeiro; do mesmo modo que a ceia é com pão e suco de uva e
não com batatinha frita e Coca Cola (ou qualquer outra comida e bebida), desde
que se passe a convencionar que estas também passarão a apontar para o Cristo;
assim também a submersão é identificatória com o Cristo mas, antes de qualquer
coisa, é submersão, exatamente como na Bíblia e nos dicionários do grego
koinê, não é "identificação com o Cristo, não importa se por submersão ou
por algo mais cômodo".
(2) As palavras gregas e as construções de algumas passagens do
Novo Testamento simplesmente exigem que "submersão tenha sido por
submersão", não deixam a menor margem a nada mais: Mr 1:5 (em o rio); 1:8
(em água); 1:10; Jo 3:23; e At 8:38-39.
38 E mandou o carro parar, e AMBOS
DESCERAM PARA DENTRO DE {"eis"} a água, tanto Filipe como o eunuco, e
o SUBMERGIU. 39 E, quando VIERAM PARA CIMA {anebêsan}, PARA FORA DE {ek} a
água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, e o eunuco não o
viu mais, porque ele foi indo no seu caminho regozijando. (At 8:38-39, tradução literal) {O uso da preposição
"eis" em oposição a "ek" ("para fora") tem que
significar "para dentro de" e não simplesmente "em direção
a" ou "para próximo de"!}
E, imediatamente INDO PARA CIMA
{anabainôn}, PARA FORA DE {apo = de, a partir de} a água, ele [João] viu os
céus se abrindo, e o Espírito, como pomba, descendo sobre Ele [Jesus]. (Mr
1:10, tradução literal)
Ora, João estava SUBMERGINDO também em Enom, junto a Salim,
porque havia ali MUITAS águas; e eles estavam vindo, e estavam sendo submersos.
(Jo 3:23). {Por que a necessidade de MUITAS águas? Se fosse aspersão
ou efusão, por que seria feita tão longe e tão inconvenientemente, em um rio
lamacento (2Rs 5:12-14), quando havia água pura nas cidades? (Lembrar que, na
seca, a água pura das cisternas era pouca e não dava para uma pessoa entrar na
água e nela ser submersa, mas bastaria para aspersão de algumas gotas ou efusão
de alguns centímetros cúbicos)}
(3) O grego koinê tem palavras perfeitas para aspersão (rhantizo He
9:13) e para efusão (katacheo Mr 14:3), mas o Novo Testamento nunca as
usou para o rito simbólico ordenado pelo próprio Cristo.
Porque, se o sangue dos touros e bodes, e
a cinza de uma novilha ESPARZIDA sobre os imundos, os santifica, quanto à
purificação da carne, (He 9:13)
E, estando ele em Betânia, assentado à mesa, em casa de Simão, o
leproso, veio uma mulher, que trazia um vaso de alabastro, com ungüento de
nardo puro, de muito preço, e quebrando o vaso, lho DERRAMOU sobre a cabeça.
(Mr 14:3)
(4) O simbolismo do Novo Testamento exige que "submersão seja por
submersão". Rm 6:3-11 (sepultamento); Cl 2:12 (sepultamento).
3 Ou não sabeis que todos quantos
fomos SUBMERSOS em Jesus Cristo fomos SUBMERSOS na sua morte? 4 De sorte que
fomos SEPULTADOS com ele pela SUBMERSÃO na morte; para que, como Cristo foi
RESSUSCITADO dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em
novidade de vida. 5 Porque, se fomos PLANTADOS juntamente com ele na semelhança
da sua morte, também o seremos na da sua RESSURREIÇÃO; ... (Rm 6:3-11)
SEPULTADOS com ele na SUBMERSÃO, nele também ressuscitastes
pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos. (Cl 2:12)
(5) Os gregos (desde o século 1 até mesmo hoje!) adotam submersão. Dizer
"batismo por aspersão ou por efusão" é tão ridículo e impossível,
mesmo no grego moderno, quanto dizer "submersão por aspersão ou por
efusão", ou dizer "navegou de bicicleta" ou "acordou
morto": todas estas são absurdas, risíveis contradições de termos, ou
seja, oxímoros. Tais tremendas contradições de termos jamais foram aceitos na
Grécia, por ninguém (afinal, os gregos sabiam e sabem grego! É impossível
enganá-los quanto a significados na própria língua deles!). De Stourdza,
o maior teólogo grego moderno, escreveu que "baptizô" sempre
significa mergulhar, literalmente. E que "O batismo e a submersão,
portanto, são idênticos; e dizer 'batismo por aspersão' é como se alguém
dissesse 'submersão por aspersão' ou qualquer outra besteira da mesma natureza."
(6) A História exige que "submersão seja por submersão". Em
todo o mundo, outros modos de "submergir" foram totalmente
desconhecidos nos primeiros 2 séculos (o século I vai de 0 a 100, o II de 101 a
200), só surgindo depois, muito ao pouquinho e controvertidamente, de
conveniências (escassez de água; falta de instalações; inconveniência (ou crer
que é indispensável para salvação) para os velhos e enfermos; outras
inconveniências; e orgulho e vaidade):
- Entre 250 e 257 dC: Cipriano (200-257 dC), em Cártago, introduziu as
antibíblicas doutrinas da regeneração batismal, da sucessão apostólica, do
primado de Pedro, e do primado do bispo de Roma (suas idéias só vingaram
completamente alguns séculos depois, mas pode-se dizer que Cipriano foi o
precursor do romanismo);
- Cerca de 250 dC: Novaciano, doente, pensando estar à morte, sem poder receber
a submersão mas em dúvida e com medo de talvez não se salvar sem ela, tentou
imitá-la o melhor que pôde, fazendo-se enrolar completamente com lençóis, e
água morna encharcá-los. Esta foi a 1a "submersão não
por real submersão" registrada na História. Novaciano sobreviveu e,
depois, parece que se firmou mais, pelo menos em algumas doutrinas, e pregou
muitas das características que consideramos distintivas dos batistas. (Mas não
se sabe se, depois, foi realmente submerso, ou não.)
- 337 dC: Constantino deu ordem para adiar seu batismo até entrar em estado de
inconsciência pré-morte (pois pensava assim garantir o perdão de todos os seus
pecados do passado, sem lhe dar tempo para cometer novos pecados e perder sua
salvação): sendo impossível realmente submergir alguém neste estado, inventaram
"submersão clínica", isto é, o oxímoro "submersão por
aspersão".
- Só em 1311, no Concílio de Ravena, o bispo de Roma (isto é, o Papa) autoriza
aspersão como alternativa para submersão, mesmo em casos de doença não
impossibilitarem a submersão.
- Só em 1643 a Assembleia dos Divinos, da Igreja Anglicana, recomendou (por 25
contra 24 votos) aspersão, sancionada pelo Parlamento Inglês no ano seguinte.
(7) Mesmo os maiores não submersionistas reconheceram que o grego exige
que "batismo seja por submersão" [isto é uma tautologia, uma verdade
inescapável por decorrer dos significados das palavras: submersão é por
submersão, claro]
Brenner (Romanista): "Por 1300 anos, batismo foi
geral e regularmente uma submersão da pessoa sob a água, e apenas em casos
extraordinários foi um chuveirinho ou derramamento de água. Ademais, os [dois]
últimos [modos] eram questionados como um modo de batismo [válido], sim, e até
mesmo proibidos."
Lutero: Lutero insistia, em oposição à prática padrão de
efusão, que o batismo deve ser por imersão. Ele ressaltou que a palavra em
grego significa "mergulhar uma coisa [ou pessoa] inteiramente dentro da
a água, para que a água se fecha sobre ela", e instava que imersão
devia ser o modo de batismo." http://www.gospelway.com/salvation/baptism_action.php ,
citando A Compend of Luther's Theology, p. 167, via Handbook of
Religious Quotations, p. 11. Outra tradução que encontrei pode ser de semelhante frase em alemão: "Batismo
é uma palavra grega e pode ser traduzida por submersão, como quando submergimos
alguma coisa na água para que ela fique totalmente coberta";
Calvino : "A própria palavra batizar, todavia,
significa submergir e é certo que a submersão foi a prática da Igreja antiga"
(comentário sobre At 8:38); e "A palavra baptize significa imergir, e o
rito de imersão era o praticado pela antiga igreja " - T. W. Brents, The
Gospel Plan of Salvation (Nashville, Tenn.: Gospel Advocate Company, 1957).
p. 280-281, citado em http://www.scripturessay.com/apostles-pattern-in-the-practice-of-baptism
Zwingli: " 'Na Sua morte': Quando fostes
submergidos (intingeremini) nas águas do batismo, fostes enxertados na morte de
Cristo." " (Notas sobre Romanos 6:3).
Meyer: "palavra que, no grego clássico e no Novo
Testamento e em toda as partes, significa submersão." Comentário sobre
Mr 7:4.
Lightfoot: "o batismo de João foi submersão do
corpo..."
Macknight (notável líder presbiteriano na Escócia): "Jesus
submeteu-se a ser batizado - isto é, sepultado debaixo d'água e a ser levantado
dela outra vez como um emblema de Sua futura morte e ressurreição."
(Apostolic Epistles, nota sobre Rm 6:4-5).
Whitfield: "É certo que, nas palavras de nosso
texto (Rm 6:4), há uma alusão à maneira do batismo ser por submersão."
Augusti: "A palavra 'batismo', segundo a etimologia
e uso, significa imergir completamente, submergir."
Lange: " 'E foram batizados, submergidos, no
Jordão, confessando os seus pecados.' A submersão era o símbolo de
arrependimento." Comentário sobre Mt 3:6.
Campbell: "A palavra batismo, tanto nos autores
sacros como nos clássicos, significa mergulhar, afundar, submergir."
Chalmers: "o sentido original da palavra batismo é
submersão."
Schaff: "Submersão, não aspersão, foi
inquestionavelmente a forma original [de batismo]. Isto está patente pelo
próprio sentido da palavra grega baptizô, baptisma, e a analogia do batismo de
João, que se realizou no Jordão." (History of the Apostolic Church,
pág. 568).