PISAM NAS FLORES, E NÃO DIZEMOS NADA?
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Programa do Ratinho, para fazer campanha de Paulo Maluf,
explora tortura de criança de 3 anos.
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Infelizmente, a artepaubrasil sente-se obrigada a manifestar publicamente
o seu repúdio ao Programa do Ratinho, programa de TV veiculado pelo SBT,
que faz qualquer coisa para conquistar audiência produzindo uma programação
de baixo nível, hipócrita, perversa e vil, na maioria das vezes
humilhando participantes; espectadores e telespectadores.
Ficamos profundamente chocados com o que vimos nesta segunda-feira,
dia 25 de outubro, quando o programa do Ratinho mostrou cenas de um vídeo
onde uma criança de 3 anos é brutalmente torturada.
Explorando a desgraça alheia, a fim de fazer campanha para candidato
Paulo Maluf à prefeitura de São Paulo, o apresentador Ratinho exibiu
cenas deprimentes, provocando mal-estar em qualquer pessoa com um mínimo
de dignidade.
O editor desta livraria, pai de uma criança de 3 anos, sentiu-se mal ao
ver tais cenas. Nunca, em sua vida, viu algo tão aviltante, tão grotesco,
tão sujo. Nunca, em sua vida, viu alguém se valer de tal expediente para
conquistar audiência e conseguir votos.
Até quando um programa de tv como o do Ratinho terá impunidade para fazer
o que bem quiser atrás de audiência e votos?
Manifestamos aqui o nosso repúdio e solicitamos das autoridades providências
imediatas:
um programa de tv, como o do Ratinho, deve sair do ar,
desaparecer da tv brasileira,
deixar de entrar nos lares brasileiros.
A emissora que abriga tal programa, SBT, deve ser rigorosamente punida,
pois também é responsável por tal agressão à dignidade e sensibilidade
humanas; é responsável pela qualidade da sua programação.
A artepaubrasil pergunta:
Onde estão os psicólogos e pedagogos que não discutem a veiculação livre e
impune desse tipo de programação?
Onde estão as instituições e entidades que congregam estes profissionais
que não interferem para melhorar o relacionamento da tv brasileira com
o seu público?
Não é possível determinar uma ética mínima para a programação da tv
brasileira?
Temos que suportar a criminalidade aumentar,
a ignorância aumentar,
a insensatez aumentar,
a insegurança aumentar,
o medo aumentar,
só para que algumas pessoas se enriqueçam, entre elas:
Silvio Santos, Gugu Liberato, Hebe Camargo, Sergio Mallandro e Ratinho?
Até quando vamos ficar calados, passivos, indiferentes, diante de
tantas atrocidades?
Tomamos a liberdade para reproduzir parte de um poema, de Eduardo
Alves da Costa, que certamente nos faz pensar sobre o que
está acontecendo agora:
==============================================
"Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada."
(Fragmento do poema "No caminho do Maiakóvski")
==============================================
Repudie, protesto, reclame, exija respeito, não se cale,
não deixe que arranquem a voz da sua garganta.
No compre produtos nem serviços das empresas que anunciam nestes programas.
Segue abaixo endereços eletrônicos para você encaminhar a sua indignação:
Fernando Henrique Cardoso - Presidente
Praça dos Três Poderes, Palácio do Planalto, 3º andar
Tel: (0**61) 411-1201/02/03
Fax: (0**61) 322-2314 (0**61) 411-1222
e-mail: p...@planalto.gov.br
Senador Antonio Carlos Magalhães
a...@senador.senado.gov.br
Ministério da Justiça do Brasil - Gabinete - GM
e-mail: sam...@mj.gov.br
Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - CONANDA
e-mail: con...@mj.gov.br
Secretaria de Estado dos Direitos Humanos - SEDH
e-mail: se...@mj.gov.br
Ratinho
e-mail: rat...@sbt.com.br
Programação do SBT
e-mail: progr...@sbt.com.br
Obrigado pela atenção.
Precisávamos fazer alguma coisa, pelo menos este e-mail.
Alonso Alvarez
artepaubrasil
www.artepaubrasil.com.br
livr...@artepaubrasil.com.br
"Sonja" <son...@virgin.net> wrote:
>
> PISAM NAS FLORES, E NÃO DIZEMOS NADA?
>
> - - - - - - - - -
> Programa do Ratinho, para fazer campanha de Paulo Maluf,
> explora tortura de criança de 3 anos.
> - - - - - - - - -
>
> Infelizmente, a artepaubrasil sente-se obrigada a manifestar
publicamente
> o seu repúdio ao Programa do Ratinho, programa de TV veiculado pelo
SBT,
> que faz qualquer coisa para conquistar audiência produzindo uma
programação
> de baixo nível, hipócrita, perversa e vil, na maioria das vezes
> humilhando participantes; espectadores e telespectadores.
>
> Ficamos profundamente chocados com o que vimos nesta segunda-feira,
> dia 25 de outubro, quando o programa do Ratinho mostrou cenas de um
vídeo
> onde uma criança de 3 anos é brutalmente torturada.
>
> Explorando a desgraça alheia, a fim de fazer campanha para candidato
> Paulo Maluf à prefeitura de São Paulo, o apresentador Ratinho exibiu
> cenas deprimentes, provocando mal-estar em qualquer pessoa com um
mínimo
> de dignidade.
Amiga Sonja,
Acho que essa essa estória está mal contada. Esse Ratinho tem um
programa de televisão de crônica policial vulgar e sensacionalista,
dirigido às classes Y e Z. Não entendo porque essa transmissão poderia
beneficiar a candidatura do Maluf. Veja o que o Estadão relatou sobre
essa patética e lamentável ocorrência policial:
"Quinta-feira, 26 de outubro de 2000
Exibição no 'Ratinho' chocou o País
A violência cometida por Marcelo Borelli foi ao ar no programa do
apresentador Carlos Massa. Imagens, agora, estão proibidas
As cenas chocantes em que Marcelo Borelli espanca uma menina de apenas
três anos foram ao ar na segunda-feira no Programa do Ratinho, do SBT,
e causou a reação imediata do governo. Indignado com as imagens, o
ministro da Justiça, José Gregori, enviou ofício à Procuradoria Geral
de Justiça.
Além de pedir providências para impedir nova exibição da sessão de
tortura, Gregori determinou que se investigasse se a conduta do
apresentador Carlos Massa, o Ratinho, foi ilegal.
Por conta da polêmica, Ratinho optou por exibir, no programa de
anteontem, apenas o rosto de Borelli, ao comentar o crime. Apesar
disso, disse ao JT que sofre "perseguição da crítica" e atacou
programas de outras emissoras que, segundo ele, exibem imagens mais
apelativas.
As cenas que foram ao ar para todo o Brasil mostram Borelli torturando
barbaramente a criança, que está nua. A menina é submetida a choques
elétricos, afogamentos e tentativa de enforcamento. Também é pendurada
sobre um buraco com água onde havia um sapo.
A menina é filha de Zenice Roberto Pires, de 23 anos, que vivia com o
assaltante Borelli até ele ser preso. O pai é um ex-cúmplice do
criminoso, com quem Zenice viveu em outros tempos. Para se vingar do ex-
colega, que o teria denunciado à polícia, Borelli decidiu torturar a
criança.
Cópias da fita A agressão de Borelli, que foi filmada, é testemunhada
por Zenice e outras duas mulheres. Cópias da fita foram enviadas às
redações de emissoras de televisão e jornais de Curitiba e acabaram nas
mãos de Ratinho. Ninguém sabe como isso ocorreu.
Zenice, as duas mulheres e um homem - além de Borelli - tiveram sua
prisão preventiva decretada. Borelli foi preso no Paraná, em 15 de
outubro, com um caminhão com armas e munições contrabandeadas."
Carlos
Sent via Deja.com http://www.deja.com/
Before you buy.
Eu comprei livros atraves da "Arte Pau Brasil" e recebi deles esse email e
postei-o pois nao tinha a menor ideia se era ou nao verdade ja que esse
Ratinho "nunca tive o prazer de assistir" so de ler comentarios a
respeito...
Um grande abraco,
Sonja
Esse poema das flores, se nao me falha a combalida
memoria, e' do Bertolt Brecht e nao desse tal de
Eduardo Alves da Costa (a proposito, quem e' esse
cara?), que pelo visto e' um tremendo plagiador
- ainda que tenha usado tal poema como parte de
alguma obra de sua propria lavra e tenha admitido
que se trata de uma "velha história". Pior que
isso so' o Gabriel Garcia Marquez, que se
"inspirou" descaradamente no Jorge Luis Borges
para escrever a propria despedida da vida, que
como sabemos ainda nao aconteceu. Sabem como,
aquele lance do "Mas, voces sabem, tenho tantos
anos e estou morrendo". Maior cara-de-pau.
---Fausto
In article "Sonja" <son...@virgin.net> wrote:
> [...]
> Tomamos a liberdade para reproduzir parte de um poema, de Eduardo
> Alves da Costa, que certamente nos faz pensar sobre o que
> está acontecendo agora:
>
> ==============================================
>
> "Tu sabes,
> conheces melhor do que eu
> a velha história.
>
> Na primeira noite eles se aproximam
> e roubam uma flor
> do nosso jardim.
> E não dizemos nada.
>
> Na segunda noite, já não se escondem:
> pisam as flores,
> matam nosso cão,
> e não dizemos nada.
>
> Até que um dia,
> o mais frágil deles
> entra sozinho em nossa casa,
> rouba-nos a luz, e,
> conhecendo nosso medo,
> arranca-nos a voz da garganta.
> E já não podemos dizer nada."
>
> (Fragmento do poema "No caminho do Maiakóvski")
>
> ==============================================
Sent via Deja.com http://www.deja.com/
Before you buy.
Sobre o Gabriel Garcia Marques, lembro-me que em comunicado à imprensa
nos EUA e no Brasil, êle desmentiu veementemente a autoria daqueles
versos postados na Internet.
Carlos
In article bras...@my-deja.com wrote:
> Sobre o Gabriel Garcia Marques, lembro-me que em comunicado à imprensa
> nos EUA e no Brasil, êle desmentiu veementemente a autoria daqueles
> versos postados na Internet.
Ah, entao esta' bem, fica tudo esclarecido.
Eu recebi o "poema-despedida do GGM" do
Brasil, atraves de um amigo de longa data.
Isso faz uns dois meses. Lembro-me que
respondi de volta esculachando o GGM por
este ter plagiado um morto, e ainda por
cima o Borges. Parece que estou devendo
desculpas ao GGM tambem...
---Fausto
como o próprio nome diz, é um pequeno produtor-apresentador marginal de
um programa de TV especializado em crônica policial do que de mais
baixo existe em termos de comportamento humano. O programa é
transmitido de uma pequena emissora do Paraná e retransmitido ao vivo
por algumas emissoras (TV Record em SP, se não me engano) de outras
cidades do país, sem formar necessariamente uma cadeia nacional. Seu
nível de audiência é desprezível. O fato de êle ter ido ao ir comprova
que existe liberdade de expressão, mas parece que êle abusou e agora
parece que vai ter que prestar contas.
O que eu estranhei no artigo foi a inferência de propaganda pro Maluf,
até porque esse tal de Ratinho é do Paraná e seu ibope é de analfabetos
que não votam.
Abração.
Mas valeu a bronca. O GGM, é claro, ficou P da Silva. O negócio é ficar
de ôlho. :)))
Carlos
<bras...@my-deja.com> escreveu nas notícias de
mensagem:8tadtc$bbb$1...@nnrp1.deja.com...
Mais comuns do que se imagina, os maus-tratos contra crianças e adolescentes
ocorrem com freqüência e em todas as classes sociais.
Das 6 mil denúncias vindas de todo o Estado e recebidas pelo Centro de
Referência da Criança e do Adolescente, 90% são de violência doméstica.
Dessa porcentagem, de 15% a 18% representam abuso sexual. Por dia, são
recebidas cerca de 30 denúncias só na capital.
A coordenadora do órgão, Lia Junqueira, afirma que o caso da menina Brenda
Carvalho Coelho, morta aos 9 meses por traumatismo craniano, supostamente por
maus-tratos, no último dia 5, foi o primeiro a terminar em morte desde 1992.
Ela explica que por maus-tratos entende-se qualquer forma de abuso contra
crianças ou adolescentes. A violência pode ser física, sexual e psicológica,
além do casos de negligência.
Há 33 anos trabalhando nessa área, a advogada Lia ressalta que o melhor meio de
combater a violência contra a criança é denunciar. "No entanto, as pessoas não
o fazem porque têm medo de represália ou por comodismo mesmo."
Mas essas pessoas não saberm que a partir do momento em que o Centro recebe uma
suspeita de vitimização, ele se responsabiliza por tomar todos os procedimentos
cabíveis. Uma assistente social é enviada ao local para confirmar a veracidade
da denúncia. Em caso positivo, entra-se em contato com a Vara da Infância e da
Juventude.
"Um dos fatores que agrava e libera o impulso violento é o álcool", diz Lia.
O Hospital Municipal Infantil Menino Jesus é um grande colaborador do Centro de
Referência. A diretora clínica do hospital, Maria Cristina Korbage de Araújo,
afirma que sempre encaminhou suspeitas de vitimização ao órgão e nunca precisou
prestar depoimento.
"A única coisa que o médico deve fazer é um relatório com o diagnóstico
detalhado e encaminhar ao serviço social do hospital, que passa ao Centro."
Maria Cristina diz que é muito difícil saber se a criança foi vitimizada ou
não. "Por isso, colocamos profissionais com maior sensibilidade para o assunto
na linha de frente para atender problemas de maus-tratos."
Histórias semelhantes O que o garoto W.A.P.M., de 12 anos , mais quer na vida é
fazer o colegial. Aluno da 3ª série, W. gosta de ler livros de história e
gibis.
Também coleciona carrinhos e bolas.
W. já perdeu a conta de quantas vezes foi por conta própria ao SOS Criança, no
centro da cidade. Filho de pais separados, W. não quer ficar mais com a mãe
pois cansou de ser espancado. "Eu quero ir para a casa da minha tia na Bahia.
Lá, ela não me bate."
Histórias semelhantes a essa são vividas pela maior parte das crianças que
estão no SOS Criança. No ano de 99, foram atendidos 1.318 casos. Desse total,
524 referem-se à violência física e 440 à negligência.
A região mais violenta da cidade é a zona leste, que registrou 81 dos 206 casos
de violência no primeiro semestre deste ano.
De acordo com o coordenador do SOS Criança, Paulo Vitor Sapienza, o período do
ano em que aumenta o número de atendimentos no órgão fica entre as datas
festivas do fim do ano e o Carnaval.
"O Natal é um momento depressivo para boa parte dessas crianças, que ficam
alheias à confraternização da sociedade."
O SOS Criança também faz um trabalho com as famílias para ver se têm condições
de receber as crianças de volta. Se não houver, são encaminhadas para uma ONG.
No entanto, o pediatra Márcio Santoro, ex-presidente da Sociedade Brasileira de
Pediatria, alerta que as estatísticas não são confiáveis. Santoro ressalta que,
segundo estimativas, "para cada caso notificado, dez não o são".
O pediatra afirma que, se houver suspeita de vitimização, tanto o Estatuto da
Criança e do Adolescente, o Código de Ética Médica e o Código Civil exigem que
se notifique o Conselho Tutelar.
Serviço de Denúncia do SOS Criança: disque 1407 Centro de Referência da Criança
e do Adolescente: fone 239-0411 (aceita ligações a cobrar)
Fernanda Calgaro Lima
arie...@aol.com (ARIEL GOES) wrote:
> Sexta-feira, 27 de outubro de 2000 Maus-tratos contra crianças: 6 mil
queixas
> por ano em São Paulo
> Só na capital, 30 denúncias chegam por dia ao Centro de Referência da
Criança e
> do Adolescente. Em todo o Estado, 90% dos casos referem-se à violência
> doméstica
Talvez a cura da sua super-paranóia passe pela compreensão do simples
fato de que São Paulo é uma metrópole com mais de 12 milhões de
habitantes ou 50% maior que Nova York, populacionalmente falando.
Se você tiver a curiosidade de lêr a crônica policial de Nova York (ou
de qualquer grande centro urbano do mundo) verá que degolamentos,
esquartejamentos, latrocínios, estupros, infanticídios, etc, ocorrem
diaria e rotineiramente. Agora, ficar falando especificaamente dessas
ocorrências em qualquer cidade do Brasil sem tentar comparar com
outras do mundo (como já foi feito aqui recentemente) demonstra um
sério desvio de caráter de quem tenta febril e inutilmente difamar uma
cultura da maneira mais vã e torpe.
Vejo que os ratos não só se entendem mas se atraem mutuamente, digamos,
com grande volúpia. Talvez seja esse o fator de êles se multiplicarem
tanto e tão rapidamente.
Não sei se concordo contigo aqui, não. Não me consola saber que New York também
tem problemas. Não quero saber se uma criança em São Paulo tem mais ou menos
chance de ser espancada que em NY. Este negócio de "eles estão piores do que
nós" não funciona.
Quando eu tinha 18 anos, fui trabalhar como voluntária na ABRAPIA, uma ong de
defesa da criança ou adolescente (que acho agora recebe financiamente do governo
em quase 80%, se não me engano). Isto era numa época que pouca gente falava em
direitos das crianças, apesar da conferência da ONU em 1979. Fiquei lá dois
meses, tinha pesadelos todas as noites quando chegava em casa, até meus pais me
pedirem para parar de ir. Quando você vê crianças de dois anos com queimaduras
de ferro elétrico e cigarro serem devolvidas para os mesmos pais que fizeram
aquilo (por que havia poucas alternativas a isto), não dá para se consolar
dizendo que em NY a coisa é pior.
E eu não sei se é pior ou não. O caso é que as denúncias são tão poucas em
relação as casos reais, que é difícil fazer uma análise decente da história.
Espancamento infantil é assunto privado no Brasil, e ninguém mete a colher.
Enquanto isto, as favelas têm até um nome para pais incestuosos: papa-cria. E
não se engane que isto só aconteça nas favelas. Não estou propondo que o Brasil
vire os EUA, em que os vizinhos chamam a polícia se você der uma palmada no
traseiro de uma criança, mas deve haver uma linha em que a gente admita que tem
um problema, que este problema não é desprezível, e que afeta a todos nós.
Isto não quer dizer nem por um minuto que eu ache que o Ratinho prestou um
serviço à sociedade por mostrar um vídeo em que uma criança é torturada. Acho
que este tipo de imagem só banaliza a violência e excita pervertidos, e é um
profundo desrespeito à criança em questão, além de tudo que ela já sofreu.
Um abraço,
Lise
Parece que meu ibope com você continua bem baixo, não é Lise? O que se
pode fazer... Longe de mim defender torturadores de crianças. Nunca
foi minha intenção dizer que NYC (ou qualquer grande centro urbano
mundial) é pior ou melhor. Eu citei NYC porque a conheço muito bem.
Poderia ter citado Miami, mas não dá para comparar Miami com São Paulo.
Eu estava querendo pôr a questão dentro de seu CONTEXTO, na medida em
que êle veio truncado no posting original.
Este é um NG geral de cultura, no qual participam pessoas que têm
muita/alguma/nenhuma vivência com o Brasil. Eu pessoalmente acredito
que a grande maioria das pessoas que lêem este NG (até com auxílio de
tradutores Altavista) e nunca se manifestam, são pessoas que não têm
absolutamente nenhuma vivência com o Brasil, mas estão interessados em
aprender, por motivos pessoais ou profissionais diversos.
Minhas intervenções -- até com inserção de notícias diversas que leio
todas as manhãs em vários jornais brasileiros gratuitos na Internet --
têm por objetivo equilibrar o noticiário que é comumente postado aqui
por psicopatas de carteirinha, que colocam apenas notícias negativas,
fabricadas e/ou destorcidas sobre ftos inexistentes. O lema tem
sido: "Eu sou ignorante, vou dizer mentiras e besteiras como e quanto
quizer e bem entender, vai aparecer babacas inteligentes e bem-
informados que vão pesquisar, vão me ensinar, Vão me corrigir, eu vou
aprender e ainda tirar um sarro desses babacas sabe-tudo numa boa. Sim,
sou ingnorante, mas experto, certo? (E olha que vai ter um ou mais
babacas desocupados que já anotaram esse texto anterior e vão apresentá-
lo como minhas palavras no futuro).
Ora, isso é um saco!!! Êste não é um NG policial. Se vocês querem
falar de suas experiências pessoais em perversões contra crianças e
denunciar o que acham que está errado, tudo bem. Exponham o problema e
dêem o e-mail das autoridades responsáveis e da imprensa engajada para
que possamos manifestar nossa indignação. Crônica policial é outra
coisa.
Agora, fazer idolatria a um cafajeste como esse tal de Ratinho, pelo
amor de Deus, tenha Santa Paciência...
Abração,
>bras...@my-deja.com
>Date: Fri, Oct 27, 2000 9:09 AM
>Message-id: <8tc9cd$qj6$1...@nnrp1.deja.com>
>bras...@my-deja.com
>Date: Fri, Oct 27, 2000 9:01 AM
>Message-id: <8tc8tf$q4m$1...@nnrp1.deja.com>
bras...@my-deja.com wrote:
> >
> Parece que meu ibope com você continua bem baixo, não é Lise? O que se
> pode fazer... Longe de mim defender torturadores de crianças. Nunca
> foi minha intenção dizer que NYC (ou qualquer grande centro urbano
> mundial) é pior ou melhor. Eu citei NYC porque a conheço muito bem.
> Poderia ter citado Miami, mas não dá para comparar Miami com São Paulo.
> Eu estava querendo pôr a questão dentro de seu CONTEXTO, na medida em
> que êle veio truncado no posting original.
Que é isto, Carlos, nem por um momento achei que estavas defendendo torturadores
de crianças. Muito antes pelo contrário. O que eu quis dizer (e sustento) é que
não sei no quê a comparação com NY, Paris, Bangladesh ou Hong Kong poderia
ajudar a entender uma questão brasileira específica, ou seja, maus tratos a
crianças no Brasil. (Não que só aconteça no Brasil, longe disse, mas no Brasil
ela adquire características que lhe são únicas, pela nossa cultura e pelas
nossas leis).
Não sei o que queres dizer com um artigo fora do contexto. Parece-me que o Ariel
reproduziu a reportagem do Estadão (se não me engano) na íntegra. (Nem passa
pela minha cabeça discutir "Ratinho". O programa começou depois que eu já tinha
saído do Brasil, mas por tudo o que me disseram, já não se trata nem de
mau-gosto, mas perversidade doentia).
Mas esta discussão, sobre o que trazer ou não aqui para o SCB, acho que já
tivemos (não exatamente entre eu e tu, mas em geral). Basicamente, se entendi
teu argumento, é um pouco do tipo: "roupa suja se lava em casa", ou "a gente
deve educar estes gringos que lêem o SCB, e não alimentar estereótipos negativos
do Brasil". Bom, em primeiro lugar, eu não acredito que estejas certo quando
dizes que a "multidão silenciosa" que lê o SCB é composta de "pessoas que não
têm absolutamente nenhuma vivência com o Brasil, mas estão interessados em
aprender, por motivos pessoais ou profissionais diversos." Aliás, se eles estão
mesmo lendo com "auxílio de tradutores Altavista", aí não tem jeito mesmo de dar
uma impressão não-distorcida do Brasil. :)
Contudo, mesmo que seja verdade, eu não participo do SCB por eles (a tal maioria
silenciosa). Eu participo como brasileira morando fora do Brasil, para discutir
com outras pessoas brasileiras ou não, sobre o país que eu amo e ao qual
pertenço, pelo qual sinto imensas saudades, e com o qual tenho uma
responsabilidade política, como cidadã. Egoisticamente, meus interesses não são
servidos se começo a ficar cheia de dedos sobre o que escrever ou não, sobre que
assuntos são válidos e quais são tabus.
Acho bem interessantes os textos que tu trazes para cá, e te agradeço por eles.
Mas não acho que a função do SCB (se é que há uma "função oficial") seja pintar
uma imagem rósea do Brasil, varrendo fatos desagradáveis para debaixo do tapete.
Para isto existe a Embratur. E não acho que trazer estes fatos para o debate
seja "difamar uma cultura da maneira mais vã e torpe." Não acho sequer que as
tais notícias ruims sejam "comumente postadas aqui (...)" ou que haja uma
prevalência de "notícias negativas, fabricadas e/ou destorcidas sobre ftos
inexistentes." Até que, comparado com outros newsgroups, nosso record de lendas
urbanas e conspiracy theories é bem baixo...
Não há nada, notícia, lei ou boato, que possa diminuir o amor que eu sinto pelo
meu País. Isto posto, todo o resto, bom e ruim, é ao mesmo tempo encorajamento e
desafio para transformar este país na pátria que nós sonhamos. (E com este
último parágrafo, ganhei o prêmio "piegas do ano" da SCB. Mas que posso fazer? É
verdade!)
Um abraço,
Lise
Ops, acabei esquecendo desta parte. Se alguém se interessar pelo assunto, uma
boa fonte de informaçõe é o site da Abrapia: www.abrapia.org.br
Um abraço,
lise
Lise Sedrez wrote:
>
OI, Carlos
Recapitulando -- porque parece que você começou pelo meio -- em 10/25 a
Sonja publicou um email do paubrasil contando a suposta estória
revoltante do Ratinho e da criança torturada, como propaganda do
Maluf, pedindo que manifestássemos nosso repúdio por email a diversas
autoridades brasileiras indicadas, para que o crime fosse investigado,
os culpados punidos, etc, etc.
Em 10/26 eu postei a íntegra da reportagem do Estadão sobre o assunto,
dentro do seu devido contexto, informando que não só o criminoso já
havia sido preso, mas o próprio Ministro da Justiça já havia tomado
providências para investigar a violação da Liberdade de Imprensa
cometida pelo Ratinho. Mas eu não havia entendido ainda em que isso
poderia ser de alguma vantagem à candidatura do Maluf, como
originalmente alegado pela paubrasil no post inicial deste thread.
Hoje, 27/10, lendo as notícias do dia, eu descobri a alegada trama
entre Maluf e Ratinho, mas que não tem nada a vêr com a criança
torturada e sim com um suicídio que foi falsamente noticiado como
execução em cativeiro, sensacionalmente televisado pelo Ratinho e
apresentado pelo Maluf para "provar o descontrole sobre a criminalidade
na cidade de SP", segundo outra reportagem do Estadão que publiquei na
íntegra no início de outro thread sob o título (meu) "Quando os ratos
se encontram".
O que eu chamo de "contexto" é que nunca se discutiu -- ou pelo menos
não era essa a intenção original --, a situação da criança no Brasil.
Até que hoje, esse exemplar de demência mental que se assina Ariel,
postou 4 emails desequilibrados como de costume, incluindo um sobre
estatísticas apócrifas de violência contra crianças e outro enaltecendo
as virtudes do Ratinho.
Amiga Lise, se você gosta desse de baixaria e tipo de literatura
cibernética, é um direito que você tem e creio que estará em boa
companhia. Como eu não gosto, esses infelizes já entraram no meu "kill-
file" e poderão espernear e gritar o quanto quizerem porque eu não
estou nem aí. :)))
Abraços.
Realmente, e' lamentavel o comportamento que o Carlos vem tendo
ultimamente. Ele virou o porta voz do patriotismo de fachada brasileiro,
para ingles ver. E' verdade que eu exagero em falar mal do Brasil, mas
para tudo de errado que cria uma imagem ruim do nosso pais, o Carlos me
aparece com uma desculpa, querendo colocar a sujeira debaixo do tapete.
Sem querer insultar o Carlos, eu acho que ele sofre algum tipo de
complexo de inferioridade tupiniquim. Na verdade, ele deve sentir mais
vergonha do que nós, e assim, tenta disfarçar com justificativas desse
tipo.
Eu ja' estou de saco cheio do bombardeio que ele faz aqui. Ele fica
scaneando a midia do mundo inteiro, procurando noticias positivas sobre o
Brasil, e posta tudo aqui. Parece que ele quer falar, "ei, olha como
Brasil e' bacana, olha como eu, que sou brasileiro, sou legal. Por favor,
gostem de mim". E' verdade, o Carlos tem tomado uma posição situacionista
irritante. Ele defende tudo que for considerado "bom" para a imagem do
Brasil. Se eu fosse o FH, eu contrataria o Carlos para ser o assessor de
imprensa do palacio do planalto.
Sobre o assunto discutido aqui, voce esta' coberta de razao. Tambem, a
afirmativa do Carlos nao tem a menor logica. O fato de tambem existir
violencia contra crianças em outros paises nao justifica nada, nem
ameniza as barbaridades que acontecem no Brasil.
Eu sei do que voce esta' falando, nao tenho esse teu espirito nobre e
nunca trabalhei em entidades que ajudassem as crianças das favela. Mas,
como eu sou maconheiro safado, ja' andei muito em favelas e vi o quadro
lamentavel que voce descreveu. Nao precisa nem existir a violencia dos
pais, o proprio contexto da favela, em que as crianças vivem imundas e
descalças, ja' e' uma violencia. Eu ja' fiquei dentro de um barraco,
tremendo de medo, abraçado com seis crianças chorando, enquanto, do lado
de fora, a policia metralhava a favela inteira. Depois disso, ainda fui
pego e brutalizado pela policia, coisa que as criaças costumam
experimentar quase que diariamente.
Na favela, e' muito facil para um criança entrar para a vida do "crime",
pois quem cria isso e' a propria sociedade que, atraves da policia,
reprime o trafico com uma violencia bestial. Nao e' dificil uma criança
acabar sendo executada barbaramente pela policia. Para a cabecinha delas,
inclusive a minha, não existe maldade nenhuma em vender maconha no morro.
Para essas crianças, e' muito mais facil, digno e logico sobreviver
trabalhando para os traficantes, do que sobreviver pedindo esmola para
essa sociedade egoista, perversa e hipocrita.
O morro inteiro apoia o trafico, pois os traficantes ajudam a comunidade
muito mais do que o governo, que nao da' a minima e so' faz e' mandar a
policia para mata-los. O trafico e' uma questão de honra para os
favelados, eu notei isso quando vi um garoto de dez anos empunhando um
38, todo orgulhoso de ser membro do CV. Nem os membros da policia e do
exercito brasileiro tinham tanto orgulho assim. Para voce, isso pode ser
condenavel, mas para essas criança, isso e' tudo que eles tem, e' a unica
maneira que eles encontram para ter auto estima.
E' por isso que eu defendo a discriminalização das drogas, isso salvaria
muitas vidas de criancas em favelas, que geralmente são executadas por
policiais. O trafico e' uma das poucas fontes de renda que eles tem.
Repressão so' piora as coisas. Voces podem pensar que eu sou maluco, mas,
comprando maconha no morro, eu ja' ajudei muita criança. O dinheiro que
eu dava para os "aviõeszinhos" de traficantes ajudava a defender a
refeiçao diaria deles. Me orgulho disso. Pode parecer que eu sou
perverso, que usei crianças para fins criminosos, mas eu fazia questão de
usar os "serviço" deles e acho que, assim, eles passaram menos fome. Se
essas crianças sao chacinadas devido ao envolvimento com drogas, isso ja'
não e' culpa minha, isso e' culpa da policia e da nossa sociedade
hipocrita.
Concluindo, ja' me dirigindo ao Carlos de novo, pode falar mal de mim
tambem. Eu sei que eu cometo um monte de erros de portugues, escrevo
palavrão, exageros, falo besteira, afirmo coisas sem suporte
bibliografico e etc. Mas, tambem, eu nao uso sources parciais e nem tento
criar uma imagem falsa, de fachada, do Brasil. Nao tenho nenhum rabo
preso, eu me considero um terraqueo e acho que esse negocio de
nacionalidade, seja ela brasileira, americana ou tanzaniana, e' a maior
idiotice. Falo mau do mundo inteiro e, quando falo bem, voces podem ter
certeza de que isso e' sem nenhum interesse oculto. Para ser elogiado por
mim, e' preciso merecer de verdade.
In article <39F9AF3B...@stanford.edu>,
Eu estou cada vez mais decepcionado com o seu comportamento de mane'
patriotario tupiniquim e anel liberal. Essa estupides escrota contra o
Ariel foi realmente lamentavel.
In article <20001027202504...@ng-da1.aol.com>,
Entendo o seu raciocinio honesto, realmente da' a impressão que o
ratinho, ao apresentar horrores desses tipo na TV, esta' querendo ajudar.
Entretanto, eu acho que voce se engana. Para o ratinho, quanto mais
crianças brutalizadas melhor, pois ele usa isso para encher o rabo de
dinheiro com aquele programa infame dele.
Na minha opiniao, esse caso e' uma assunto serissimo que nao deveria ser
usado com propositos sensasionalistas, com a intençao mediocre de
conquistar audiencia de quinta categoria. E' verdade que esse caso
deveria ser denunciado para mundo inteiro, mas isso deveria ser feito
atraves de um jornalismo serio e etico. Um caso desses nao deveria ser
mostrado junto com o caso do papagaio que comeu a galinha, do traficante
que, "merecidamente", apareceu com a boca cheia de formiga e outras
coisas idiotas que costumam aparecer no ratinho.
Para mim, a tristeza desse caso terrivel aumenta com o fato disso ter
sido explorado comercialmente pelo ratinho idiota. Sei la', cada um tem a
sua opinião. A sua opiniao, para mim, pode parecer equivocada, mas e'
aceitavel e compreensivel. Nao estou aqui te criticando, eu estou apenas,
por achar que voce se enganou, tentando te mostrar o que eu acho que e'
certo.
In article <20001026204401...@ng-cc1.aol.com>,