Ofertório
Ordinariamente, os objetos
utilizados na Liturgia Eucarística – vasos sagrados, missal, dons etc – devem
estar não sobre o altar, mas na credência, espécie de mesa
auxiliar.
Terminada a Liturgia da Palavra, o diácono prepara o altar.
(cf. IGMR, 74) Nas Missas sem diácono, qualquer ministro leigo pode preparar o
altar. A norma é clara: “O acólito ou outro
ministro leigo coloca sobre o altar o corporal, o purificatório, o cálice, a
pala e o missal.” (Instrução Geral do Missal Romano, 139).
Durante
o Ofertório, os fiéis são convidados a manifestar sua gratidão a Deus mediante
contribuições financeiras e, principalmente, pela união de seus corações ao de
Cristo que se oferece no Sacrifício da Missa. Não se incorpore, todavia, ao rito
da Missa orações não previstas pelos livros litúrgicos, como a disseminada
“Oração do Dizimista” ou a esta assemelhadas, principalmente se substituir a
Oração sobre as Oferendas, o que, neste último caso, é considerado abuso
gravíssimo!
O principal ato do Ofertório, todavia, é o agradecimento que
o sacerdote faz dos dons – pão e vinho – sobre os quais irá orar, mudando-os, na
hora da Consagração, no Corpo e no Sangue do Senhor.
“Convém que a participação dos fiéis se manifeste
através da oferta do pão e do vinho para a celebração da Eucaristia, ou de
outras dádivas para prover às necessidades da igreja e dos pobres. As oblações
dos fiéis são recebidas pelo Sacerdote, ajudado pelo acólito ou outro ministro.
O pão e o vinho para a Eucaristia são levados para o celebrante, que os depõe
sobre o altar, enquanto as outras dádivas são colocadas em outro lugar
adequado.” (Instrução Geral do Missal Romano, 140)
O celebrante
eleva um pouco a patena com a hóstia, dizendo em silêncio as palavras de
agradecimento. Depois, no lado do altar, derrama o vinho no cálice com um pouco
de água, falando, ainda em silêncio, as palavras que o rito manda que se digam
(“Por esta água...”). Em seguida, retorna ao centro do altar e faz com o cálice
de vinho o mesmo que fez com a patena contendo o pão. Afasta-se um pouco e
inclina-se profundamente, rezando uma prece específica prescrita pelo
Missal:
“De coração contrito e humilde,
sejamos, Senhor, acolhidos por vós; e seja o nosso sacrifício de tal modo
oferecido que vos agrade, Senhor, nosso Deus.” (Missal Romano; Ordinário da
Missa; Preparação das Oferendas)
Volta o sacerdote ao lado do
altar, e procede ao lavabo, em que pode ser auxiliado por um acólito ou servo,
pedindo a Deus a purificação de seus pecados para melhor oferecer o sacrifício.
É proibido fazer o Ofertório dos dois dons – pão e vinho – ao mesmo
tempo.
Pode haver uma procissão em que os fiéis levam os dons do pão e do
vinho ao presbitério. Pode, além disso, haver um canto de ofertório. Esse canto,
opcional como dissemos, é entoado durante a preparação do altar, durante a
procissão das oferendas e durante o Ofertório propriamente dito, ou somente na
primeira parte, e ainda apenas na primeira e na segunda. Se, durante as orações
de agradecimento do Ofertório – “Bendito sejais...” –, não houver canto, elas
são ditas em voz alta, ocasião na qual os fiéis devem responder: “Bendito seja
Deus para sempre.”
A Oração sobre as Oferendas, como a Coleta e a Oração
depois da Comunhão, são parte do Próprio da Missa. Cada Missa tem a sua, e o
sacerdote, depois de feito o Ofertório, convida os fiéis a se unirem a ele, em
silêncio, na oração. Antigamente, a Oração sobre as Oferendas era chamada
Secreta.
Chama o sacerdote o povo com as palavras habituais: “Orai,
irmãos e irmãs...” A assembléia, ao ouvir esse convite, levanta-se e responde:
“Receba o Senhor por tuas mãos...” Em seguida, o celebrante reza a oração, ao
final da qual todos respondem com o amém costumeiro. O acólito pode segurar o
missal para auxiliar o padre na leitura da prece. Repetimos que não é possível
substituir essa oração por qualquer outra, nem pela chamada “do
Dizimista”.
Na
prática
1. Observem-se
rigorosamente as rubricas, e só se faça o prescrito.
2. Coloque o celebrante todo o seu fervor e
aplique bem os seus afetos nas cerimônias que compõem o Ofertório, de modo que
toda a assembléia seja edificada pela piedade e pelo cuidado com tão importante
ato de culto.
3. Cessem as orações
estranhas ao rito.
4. O celebrante só
vá ao altar a partir da Liturgia Eucarística. Celebre a Liturgia da Palavra na
cadeira. Caso celebre versus Deum, pode
fazer tudo no altar. É possível também celebrar a Liturgia da Palavra versus populum na cadeira, e a Liturgia
Eucarística versus Deum no altar.