Fwd: Astrophysical Journal

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Rogério Riffel

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Mar 12, 2014, 1:56:53 PM3/12/14
to sabf...@googlegroups.com
Caros,

Alguém notou que o ApJ Letters está classificado como qualis A2, enquanto que o ApJ tem qualis A1. Será que há algum erro de digitação? Ou no Brasil é melhor publicar ApJ ao invés de ApJL. Alguém sabe o por que disso?

Isso pode fazer a diferença entre conseguir ou não bolsa PQ ou na avaliação de um programa de PG.



Em anexo os qualis.

Abraços,

Rogério

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Dr. Rogério Riffel
Prof. do Departamento de Astronomia - IF/UFRGS

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ApJ.pdf

SilviaAlencar

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Mar 12, 2014, 4:02:17 PM3/12/14
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Oi Rogério,

Eu acho que o qualis é baseado nos fatores de impacto das revistas. Eu não sei qual foi a última revisão da lista de qualis feita pela Capes na área de Astronomia, mas em 2012 o ApJ teve fator de impacto de 6,733 e o ApJ Letters de 6,345. 

Pelo menos em 2012 o ApJ Letters teve fator de impacto menor do que o ApJ, mas a diferença é tão pequena que eu não vejo sentido em ter classificações com qualis diferentes. Eu não lembro qual era a linha de corte para uma revista ser qualis A1 ou A2, mas sinceramante eu não acredito que a bolsa de pesquisa de alguém dependa da classificação entre qualis A1 ou A2 de uma revista. Eu acho que a numerologia é muito mais simples e olham o número de artigos publicados nos últimos 5 anos em revistas de qualis A ou B. 

Abraços,

Silvia. 

Diego Gonçalves

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Mar 12, 2014, 4:00:03 PM3/12/14
to sabf...@googlegroups.com
Oi Rogério,

isso aconteceu, provavelmente, porque o fator de impacto do ApJL é menor que o do ApJ.
Veja que cada um dos ApJ's tem um ISSN distinto, e por isso entradas diferentes no JCR:
ApJ (0004-637X): JCR 6.733
ApJL (2041-8205): JCR 6.345
ApJSS (0067-0049): JCR 16.238

Pensar se isso afetaria ou não a distribuição de bolsas de produtividade me causa até angústia..... A que ponto chegamos!.... teremos um dia a ciência, pela ciência?

Abraços
Diego


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Rogério Riffel

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Mar 12, 2014, 4:10:47 PM3/12/14
to sabf...@googlegroups.com

Caros

Deve ser isso. Mas é uma flutuação muito pequena para mudar a revista de “nível“.  Enfim, isso pode afetar decisões, mas também não acho que seja muito relevante.

Abraços

Rogério
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José Fernando de Jesus

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Mar 12, 2014, 4:47:11 PM3/12/14
to sabf...@googlegroups.com
   O fator de impacto não deve ser o único fator para o Qualis. Uma vez que o JCAP teve um fator de impacto de 6.032 em 2012, menor que o do ApjL, de 6.345, e, no entanto, o JCAP é A1, enquanto o ApjL é A2.

   Abraços,

Prof. Dr. José Fernando de Jesus
PhD on Cosmology (IAG-USP)

Unesp - Câmpus Experimental de Itapeva
Rua Geraldo Alckmin, 519
Fone: (15) 3524-9100 r. 9144
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Rogemar A. Riffel

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Mar 12, 2014, 6:54:26 PM3/12/14
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Pessoal,

A coisa pode fiar ainda pior. Veja por exemplo a MNRAS:


0035-8711   Monthly Notices of the Royal Astronomical Society (Print)    A2                         ASTRONOMIA / FÍSICA                Atualizado
1365-2966   Royal Astronomical Society. Monthly Notices                      C                          ASTRONOMIA / FÍSICA                 Atualizado


A primeira é a versão impressa e é classificada como qualis A2, já o ISSN da segunda é para a versão online e é classificada como C.

Não seria um erro de digitação? Tanto para o ApJL, quanto para o MNRAS (online)? Se for, isso deve ser corrigido.

Nos julgamentos de PQ e projetos no CNPq e avaliação de PG pela CAPES temos um representante que realmente sabe que o impacto da publicação na revista "A2" e "C" é o mesmo. Mas e em nossas instituições?

Certamente o Qualis não leva somente o parâmetro de impacto em conta. Temos revistas no qualis Fis/Astro com JCR muito menor do que as citadas acima e são qualis A1. Também são levadas em conta as peculiariedades de cada área, como número de pesquisadores, de revistas, etc...
 
Abraços,
Rogemar












Em 12 de março de 2014 17:00, Diego Gonçalves <df...@st-andrews.ac.uk> escreveu:

Eduardo Cypriano

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Mar 12, 2014, 5:38:43 PM3/12/14
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Oi Diego e colegas,

do ponto de vista de bolsas de pesquisa creio que isso é irrelevante.

Ná página do CA-FA do CNPq o (http://memoria.cnpq.br/cas/ca-fa.htm#criterios) critério referente a papers  é:

"Tem sido exigida uma média anual de 2 (dois) trabalhos em revistas classificadas como nível alfa ou beta segundo a classificação elaborada pelo CA-FA; para uma relação dessas revistas,  vide este link.  É desejável que, em sua maioria, esses trabalhos sejam publicados em revistas nível alfa. É importante salientar que esta não é uma regra fixa, havendo situações em que a qualidade das revistas, o número de autores e o tipo de trabalho são considerados relevantes, e não só o indicador quantitativo de 2 artigos/ano."

No link indicado (http://memoria.cnpq.br/cas/ca-fa_revistas.htm ), estão as revistas alfa e beta. Dentro da categoria alfa estão todas as revista de astronomia onde estamos acostumado a publicar. Na beta está, por exemplo a Revista Mexicana.

Assim sendo, me parece que temos uma classificação, no conselho de física e astronomia independente da do CNPq. 

Abraços a todos,

Eduardo

Eduardo Cypriano

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Mar 12, 2014, 8:21:07 PM3/12/14
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Pequena correção,

esse texto que enviei é antigo. O Google me derrubou.

A versão atual diz o seguinte:

"É desejável uma média anual de 2 (dois) trabalhos em revistas classificadas com parâmetro de impacto igual ou superior a 1. É importante salientar que esta não é uma regra fixa, havendo situações em que a qualidade das revistas, o número de autores e o tipo de trabalho serão considerados relevantes, e não só o indicador quantitativo de 2 artigos/ano"

http://www.cnpq.br/web/guest/view/-/journal_content/56_INSTANCE_0oED/10157/49593?p_p_state=pop_up#

Eduardo

Horacio Dottori

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Mar 12, 2014, 6:17:42 PM3/12/14
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E' s'o pedir explicacao para os avaliadores das revistas. Eu ja vi ApJ ao nivel do Nature.
Nao sei como esta' agora.

horacio


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José Fernando de Jesus

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Mar 12, 2014, 4:52:14 PM3/12/14
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   Nesta página constam os critérios do Qualis para a área de Astronomia/Física:

   http://www.capes.gov.br/images/stories/download/avaliacao/Comunicado_04_2012_Qualis_Fisica.pdf

   Abraços,

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João Braga

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Mar 12, 2014, 4:37:47 PM3/12/14
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Eu já tinha notado isso há um tempão atrás e sempre achei muito estranho.

João


Rogério Riffel

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Mar 12, 2014, 9:06:53 PM3/12/14
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Caros,

Há um representante da Astronomia na CAPES? se houver é importante corrigir isso, pois os programas de PG podem ser afetados.

Se houver um representante, alguém sabe quem é? se não, alguém sabe quem devemos contatar?

Abraços

Rogério

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Rogério Riffel

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Mar 12, 2014, 9:14:20 PM3/12/14
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Pela tabela (pg 3) no link enviado pelo Jesus, as APJ seriam A1 e MNRAS e A&A A2.

Tem algo muito estranho!

Abraços

Rogério

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Fernando Roig

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Mar 12, 2014, 10:52:57 PM3/12/14
to sabf...@googlegroups.com
Prezados:

Seguem alguns comentários com base no pouco que eu sei sobre a questão do Qualis, que já foi muito discutida no Fórum de Coordenadores de PG da área de FA:

- O fator de impacto é um parâmetro de referência, talvez o mais importante, para definir a classificação Qualis, mas não é o único.

- O fato do ApJ ser A1 está em parte vinculado a que houve um consenso de que devia haver pelo menos uma revista puramente de astronomia que fosse A1, e foi escolhido o ApJ.

- A área de astronomia tem um viés significativo em termos de Qualis, pois o nosso universo de revistas é bastante limitado e todas tem um fator de impacto alto. Isto faz com que, se fôssemos nos basear apenas no fator de impacto, a média de Qualis da física estaria em B1-B2, enquanto que a média da astronomia estaria em A1-A2. O fato de haver revistas da física, como o JCAP, que são classificadas com A1 tendo fator de impacto menor que revistas de astronomia que são consideradas A2, visa EM PARTE compensar esse viés.

- O fato do MNRAS on-line ser considerado C, é porque a revista on-line, apesar de possuir um ISSN diferente da impressa, é um estágio transitório: todo artigo publicado primeiro on-line acaba sendo posteriormente publicado impresso, e é o mesmo artigo. O que esse critério diz, basicamente, é que o trabalho só vale quando publicado na versão impressa.

- Quanto aos critérios aplicados pelo CA do CNPq, não sei quais são ao certo, mas sempre foi deixado claro que o Qualis da CAPES é um sistema desenvolvido para avaliar cursos de PG e não produção individual de pesquisadores. O CNPq, até onde me consta, agrupa várias categorias do Qualis em 2 ou 3 grandes categorias, de forma que, a menos que você só publique sistematicamente em revistas de muito baixo Qualis, você não é prejudicado nas avaliações do CNPq.

- Os astrônomos que participaram da última comissão de avaliação trienal da CAPES foram o Renan e o Kepler. Aliás, se não me equivoco, o Renan também participou da comissão que definiu o último Qualis (não sei se o Kepler também). Acredito que eles possam oferecer respostas mais detalhadas.

Abraço,
Fernando
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Reinaldo de Carvalho

unread,
Mar 12, 2014, 9:14:02 PM3/12/14
to sabf...@googlegroups.com
Rogerio, o representante da Astronomia na CAPES acho que é o Kepler, e talvez o Renan
também faça parte do comitê que faz a analise das pós. Acho que eles sabem bem como
avaliar essas coisas.

Acho que tua preocupação levanta uma discussão muito mais ampla, que na verdade
deveria ser papel da SAB organizar uma discussão ampla e consequente.

[]s

Reinaldo
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Eduardo Cypriano

unread,
Mar 12, 2014, 9:17:34 PM3/12/14
to sabf...@googlegroups.com
Astrônomos no comitê de avaliação da Capes: Kepler e Renan


2014-03-12 22:06 GMT-03:00 Rogério Riffel <rif...@ufrgs.br>:

Diego Gonçalves

unread,
Mar 13, 2014, 6:54:15 AM3/13/14
to sabf...@googlegroups.com
Caros,

o que é necessário corrigir: o indicador ou o método?

Um enorme esforço gasto em métodos quantitativos para uma bibliometria qualquer, que no fim diz para um aluno se o programa de pós-graduação dele é 7, ou 3? Será mesmo que isso é relevante na formação de um pesquisador? Se for, qual o real impacto? Será que uma pessoa ter sido orientada por Feynman no IAG, ou na UFRGS, ou no Valongo, faria alguma diferença real?

Será mesmo que um paper de 30 páginas "vale" mesmo 3 vezes menos do que o mesmo paper dividido em 3 tomos?

Será mesmo que ser o vigésimo coautor de 10 papers de um grupo vale 10 vezes mais que escrever 1 artigo, do início ao fim?

Será mesmo que devemos nos preocupar com isso? ou com o quanto de conhecimento conseguimos agregar à nós mesmos e ao coletivo com o nosso trabalho? Afinal, é para isso que somos cientistas....

Abs

Reinaldo de Carvalho

unread,
Mar 13, 2014, 7:32:13 AM3/13/14
to sabf...@googlegroups.com
Rogerio e colegas,

Bom ver que de repente o forum da SAB não é tão inerte quanto parece e uma discussão
se inicia espontaneamente e com o intuito certo de promover melhoria para todos, mas
será que neste caso não estamos falando do que não é essencial, mas sim olhando o
tip of the icerbeg ? Quero acreditar que Kepler no CA e Kepler e Renan na CAPES sabem
avaliar perfeitamente estas diferencas de qualis.

O sistema têm problemas muito mais sérios e preocupantes. Me preocupa que tanta
enfase seja dada em algo que a principio não deveria nortear a pesquisa. Varias
perguntas, como a do Rogerio, poderiam ser colocadas aqui neste forum pensando
em aprimorar o sistema. Seria otimo ver o forum interessado naquilo que é essencial.
Avaliar pesquisa seja de um pesquisador ou de seu conjunto, é sempre tarefa
subjetiva e dificil e por isso mesmo deveriamos aqui discutir a fundo sua forma e
consequencias.

[]s

Reinaldo

Rogério Riffel

unread,
Mar 13, 2014, 8:36:18 AM3/13/14
to sabf...@googlegroups.com
Caros,

Também tenho plena consciência que o Kepler e o Renan sabem avaliar perfeitamente estas diferenças de qualis. Meu objetivo foi apenas de entender, pois muitas vezes temos um trabalho que é bom e pode ser aceito em qq uma das 3 revistas (ApJL, ApJ e MNRAS), e este fator pode ajudar a decidir para qual devemos submeter o artigo.

Concordo com o Diego, que deveríamos pensar em uma métrica diferente, mas a questão fundamental é, se as regras do jogo estão setadas, ou jogamos conforme elas, ou ficamos de fora, ou mudamos as regras. O último é o mais complexo e demorado, pode levar uma geração inteira (e podemos criar regras ainda piores!). Então, primeiramente acho que devemos jogar conforme as regras, e para isso é importante entender elas.

Abraços

Rogério




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Irapuan Rodrigues de Oliveira Filho

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Mar 13, 2014, 1:00:18 PM3/13/14
to sabf...@googlegroups.com

Prezados, 

O e-mail do Fernando explica muito bem as coisas. Chamo a atenção para o fato dos qualis diferentes nas versões online e impressa: Quando for atualizar seu Lattes, tenha certeza de que a versão impressa já saiu e que o ISSN que aparece é o da revista impressa.

Isso é especialmente importante na avaliação do seu programa de pós-graduação (o propósito original do qualis é esse), e o coleta-capes (ou o novo sistema) baixam os dados do lattes dos pesquisadores.

Abraços,

Irapuan

Fernando Roig

unread,
Mar 14, 2014, 11:25:49 AM3/14/14
to sabf...@googlegroups.com
Prezados:

Indo talvez na contramão do resto, e sob o risco de ser xingado, acredito que estamos dando ao Qualis muita mais importância do que ele realmente acaba tendo na avaliação dos programas. Uma coisa que apreendi nos anos que fui coordenador da nossa PG, e após ter preenchido ou ajudado a preencher 4 relatórios trienais, é que não é a distribuição de produção no Qualis o que vai determinar com que ele suba ou caia de nota. Por que?

Bom, por um lado, se vocês dão uma olhada na avaliação dos seus programas, vão verificar que, em termos quantitativos, os indicadores de produção são calculados juntando as publicações A1, A2 e B1. Portanto, ficar discutindo se tal o qual jornal tem que ser A1 ao invés de A2 ou vice-versa me parece perda de tempo.

Em segundo lugar, o Qualis tem tendido a reclassificar várias revistas sempre em níveis superiores aos que corresponderia em função do seu fator de impacto (o melhor exemplo disso é o BJP), visando sempre beneficiar as PGs e não prejudicar, e visando também evitar os vieses particulares da área. Se vocês analisam a distribuição por Qualis de todas as PGs da área, todas tem uma distribuição mais ou menos parecida, com uma forte concentração em A2-B1.

Por outro lado, a avaliação dos programas depende de vários outros fatores além do Qualis, a maioria deles de cunho qualitativo e, portanto, sujeitos a critérios de avaliação extremamente subjetivos. E são estes fatores qualitativos os que podem acabar tendo um impacto mais relevante no conceito do que o Qualis em si. Por exemplo, como se avalia o grau de internacionalização de um programa, que é um fator decisivo para passar de nota 5 para 6?

Não estou querendo com isto último questionar ou por em dúvida o trabalho da última comissão avaliadora, longe disso! Apenas quero mostrar que ficar discutindo as minúcias do Qualis no caso da astronomia demanda um esforço muito grande e não vai redundar em um benefício concreto para as PGs. Penso sim que há parâmetros mais relevantes com os quais temos que nos preocupar e que devemos procurar melhorar para atingir os níveis de excelência que nos são exigidos. 

Abraço,
Fernando

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Alberto G. O. Krone-Martins

unread,
Mar 14, 2014, 3:27:20 PM3/14/14
to sabf...@googlegroups.com
 
 Caros colegas,
 
 Ainda que certa parte da academia tente nos induzir a fazê-lo, acredito que já passamos da idade de jogar video game. Afinal, a "academia" e sua forma de julgar é apenas o reflexo de nosso próprio comportamento.
 
 O importante, como pesquisadores, é nos concentrar em produzir trabalhos sérios e rigorosos, e ao encontrar resultados dignos (e apenas nessa ocasião), publicá-los. Além, é claro, de bem formar novos pesquisadores, que sejam capazes de continuar levando o conhecimento humano um pouco mais longe. Todo resto deveria ser consequência, nada mais.
 
 Não se deveria, imho, escolher uma revista visando aumentar as chances de ganhar uma bolsa de pesquisa, ou de melhorar a classificação de um programa; deve-se sim é publicar um trabalho ao acreditar que ele estará contribuindo para a Ciência e para o conhecimento! A final de contas, se isso mostrar-se válido, o mais irrelevante "impacto" de tal trabalho será "aumentar o fator de impacto" da própria revista... que nada é além de um meio, e que assim deveria ser vista.
 
 Em hora, um sábio conselho que escutei de meus pais anos atrás ao discutir um convite para trabalhar em um reconhecido banco de investimento: "certas coisas devem ser consequências do trabalho; jamais motivações".
 
 Um abraço,
 
 Alberto.
 
PS: Disclaimer: um tempo atrás comprei uma XBOX… mas para fins puramente profissionais! ;-)
 
--------------------------------------------------------
SIM - FC - Universidade de Lisboa
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Alberto Krone-Martins
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Lucimara Martins

unread,
Mar 14, 2014, 3:45:15 PM3/14/14
to sabf...@googlegroups.com
Caros colegas,

Do texto do Alberto discordo apenas que passamos da idade de jogar video-game. De resto, assino embaixo. :)

Lembrando que na maioria das vezes quem julga somos nós mesmos. Talvez seja a hora de parar com a numerologia e realmente analisar os pesquisadores pela qualidade de seus trabalhos.

Abraços,
Lucimara.
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   Tel.:   (011) 3385-3012 (within Brazil)
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Reinaldo de Carvalho

unread,
Mar 14, 2014, 4:30:03 PM3/14/14
to sabf...@googlegroups.com

Em geral aqui no forum as discussoes se restringem exatamente às questoes relacionadas
a metricas. Sempre que uma discussao comeca a tocar nos pontos criticos da avaliacao da
pesquisa, o forum esvazia e a discussao acaba. O pior de tudo e que parece que a unica
coisa que se quer discutir aqui é se uma diferenca de decimos no fator de impacto é relevante
ou nao. Esta questão é barroca! Ou as pessoas participam mesmo de uma discussao
equilibrada sobre os valores da pesquisa, independente se vai ter bolsa de pesquisa 
ou se a sua pos-graduacao vai ser nivel 7, ou entao estarão aqui neste mesmo forum
daqui a 10 anos, discutindo fator de impacto.

O Diego em sua msg enumerou perguntas "provocativas" mas serias e contundentes,
resultado - silencio. Ou este forum delinea discussoes serias ou será sempre o que tem
sido, um repositorio de poucas opinoes que não chegam a lugar nenhum.

Reinaldo 

Diego Gonçalves

unread,
Mar 15, 2014, 10:38:30 AM3/15/14
to sabf...@googlegroups.com
Pois é Reinaldo.... silêncio. Vamos quebrá-lo por um instante.

Como mencionou também o Alberto Martins, o problema reside em O QUE queremos. O que queremos, por exemplo, para nossa pós-graduação?

Hoje, os programas estão completamente perdidos, correndo para qualquer lado. Por que digo isso? Porque as "metas" são definidas (de forma totalmente incompreensível) a posteriori!

Um programa no início do triênio suas traça metas, seus objetivos para formar de forma bem sucedida seus pupilos. A avaliação dos resultados obtidos - três anos depois - determinaria então o sucesso, ou o fracasso, das ações executadas. O feedback desta avaliação deveria servir para readequar as ações escolhidas, afim de se atingir os objetivos propostos.

Só que não é o que acontece. O que acontece hoje é que o comitê de avaliação da CAPES atribui notas a diferentes dimensões do programa. Essas notas sofrem uma espécie de normalização ao desenharem distribuições estatísticas com os distintos programas nacionais. Ao final, as notas dos cursos são comparadas à estatística feita. Somente ai é que o curso recebe sua avaliação! Não importa se o curso definiu BEM suas metas, definiu BEM suas ações, e as cumpriu com SUCESSO. O que acontece é que, se os índices de todos os outros cursos nacionais forem "melhores" que o seu, sua nota será 3, ou até mesmo 2, eventualmente. No sistema atual não há espaço para todos os programas serem nota 5, por exemplo, que dirá 7. Por quê?

O pior é que as metas e as ações são feitas conjuntamente com a CAPES. Quando uma subcomissão visita uma instituição, e conversa com o corpo docente, eles - conjuntamente - avaliam o planejamento, e o aprovam. Isso deveria sinalizar que, se as ações forem cumpridas, o programa foi bem sucedido. Mas 3 anos depois, surpresa. :)

Somente 3 anos depois de traçar suas metas e meios um programa nota 3 descobre que, ao invés de publicar 2 artigos por ano/docente, deveria ter publicado 3; ou que, ao invés de 10% da produção bibliográfica do programa conter nome de discentes, deveria ter 30%. O resultado é jamais vai conseguir mudar para 4 honestamente. (comparar produtividade de discentes de programas de Doutorado com aqueles de Mestrado, pra mim, já é um absurdo..... mas, não vou nem julgar os itens da avaliação individualmente).

Com os critérios de hoje, o Programa de Doutorado em Astronomia do IAG de 1979 jamais seria nota 7.... talvez nem nota 3. Mesmo assim, naquele ano a primeira defesa de doutorado ocorria, pelo hoje Prof. A. Mário Magalhães. Não preciso mencionar a qualidade profissional do Prof. A. Mário, muito menos da qualidade do programa de pós do IAG naquele ano. O mundo mudou, sim, mas se qualquer um de nós viajasse no tempo e se matriculasse no curso do IAG de 1979, seríamos piores doutores? Acredito que não.... porque a meta principal na formação de um doutor pouco mudou de lá para cá, e, a despeito do no. papers(A1+A2+B1)/docente/ano, % de produção discente, no. de docentes com formação endógena, etc etc... não mudou. Dar ao pós-graduando uma formação específica sólida, e um treinamento eficiente e crítico de como construir conhecimento. (eficiente aqui não significa número de papers...). 

Isso saiu de moda? Como formamos os pós-graduandos hoje? Ensinamos a dividir um paper em vários (salami science) para aumentar a "produtividade"; ou a colocar o nome de todos os amigos/alunos em seus papers para que a "produtividade" individual aumente, junto com as chances de virar bolsista CNPq no futuro, e que a % de produção discente do programa seja de 100% (!!);  ou, que publicar no ApJ Letters é pior que no ApJ....

O problema, pra mim, está no cerne da avaliação e qual o feedback dela na evolução dos programas. Muito mais do que nos itens específicos e nos critérios de notas (não que os aprove...).

Diego







Basilio Santiago

unread,
Mar 15, 2014, 7:55:27 AM3/15/14
to sabf...@googlegroups.com

 

Sobre o tema, me posiciono em linha com as últimas manifestações. Pessoalmente nunca me preocupei muito com fator de impacto e qualis. A definição de periódico para envio dos meus trabalhos vem sendo motivada por questões econômicas, visando a não ter que pagar US$ 100,00 (ou algo assim) por página. Daí eu ter priorizado MNRAS por um tempo e, com o acordo com o A&A, ter passado a usar também esta última. Essa é a minha regra. Também não me neurotizo com citações ou parâmetro h.

Sim, vamos relativizar a questão número de artigos, fator de impacto, etc, apesar de serem métricas simples e que devem continuar a ser usadas. Que tal avaliarmos a diversidade da produção de um pesquisador? Que tal avaliarmos questões como inovação (em termos de métodos e resultados), conexão com outras áreas, com o desenvolvimento tecnológico, etc? Idem para a avaliação de coletivos, como programas de PG.

Creio ser possível, seja na análise das PGs, seja de indivíduos, manter critérios objetivos, ainda que mais qualitativos do que # de artigos, # citações, parâmetros h, fatorres de impacto e qualis dos journals,  etc, e que podem ser complementares a esses. 

Saludos

Basílio.

-- 
Basilio Xavier Santiago
basilio....@ufrgs.br

Rogemar A. Riffel

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Mar 15, 2014, 2:21:00 PM3/15/14
to sabf...@googlegroups.com
Pessoal,

A exemplo do Basílio, a escolha da revista onde publico meus artigos tem um forte viésfinanceiro. Também concordo que a métrica usada atualmente não é a mais adequada e está errada. MNRAS ou MNRAS online e ApJ e ApJL deveríam sim ter os mesmos conceitos. Felizmente isso não afeta as avaliações de PGs e projetos no CNPq, mas tem impactos menores, como por exemple aqui na UFSM usa-se o qualis para a distribuição do bolsas de ICs e ainda comparam-se diversas áreas com qualis diferentes. Estamos tentando mudar isso...

Sobre as avaliações de PG, muito provavelmente o IAG seria sim conceito 7 em 1979. Isso justamente pelo caráter comparativo da classificação das PGs dada pela CAPES. Entendo esta classificação como forma de distribuição de recursos PROAP entre as PGs e como os recursos são limitados e existem diferenças (em média) entre os PGs, usa-se uma métrica para fazer a distribuição. Possivelmente instituições internacionais importantes não seriam conceito 7 aqui no Brasil. Talvez nem mesmo 4! No Brasil, mesmo que todas as PGs fossem de excelência, elas não teríam todas conceito 7. Não sei se isso é errado, mas talvez a forma de avaliação possa ser mudada. Como o Diego mencionou, bons doutores podem ser formados tanto em instituições 7 quanto em instituições 3. Será que a métrica está correta? Será que devemos usar alguma métrica? Como fazer uma análise mais subjetiva, sem viés algum? Particularmente não concordo com a métrica usada e acho sim que devemos pensar em mudanças. Algumas alternativas foram dadas pelo Basílio... Agora, se não concordamos com a métrica, porque enviamos o coleta-capes todo ano? Seria medo de perder os recursos (proap) e perdendo estes recursos os PGs (pelo menos os pequenos) não teríam nem como formar uma banca de mestrado/doutorado.

Abraços,
Rogemar


Marcelo Pará

unread,
Mar 17, 2014, 1:54:22 PM3/17/14
to sabf...@googlegroups.com
Há alguns anos tivemos um caso mais desanimador.

Somos um departamento jovem (tanto em data de fundação quanto em
docentes), em um campus avançado criado pelo Expandir/REUNI, de uma
Federal pequena. Além disso, estamos a 100km da UFMG.

Submetemos um pedido de criação de mestrado interdisciplinar
(modelagem matemática computacional) unindo os docentes de física e
matemática do nosso departamento. Recebemos um parecer negativo e
dentre os itens que pesaram mais estava uma frase do tipo: "muitos
doutores formados na UFMG, é preciso diversificar o corpo docente."

Ai eu me pergunto: Como?
Exonerar alguns e colocar no concurso que não aceitamos doutores
formados na UFMG?

O Brasil está cada vez mais desanimador.
>>> PS: Disclaimer: um tempo atrás comprei uma XBOX... mas para fins puramente
> Acesse esse grupo em http://groups.google.com/group/sabforum.

Joaquim E.R. Costa

unread,
Mar 17, 2014, 4:11:18 PM3/17/14
to sabf...@googlegroups.com
Caros,

Conversando internamente com colegas, o nosso entendimento sobre 
esta questão do Qualis é que ela nos remete a um tema mais geral 
que são as regras da CAPES para qualificar os cursos de pós no geral. 

Acredito que cabe uma solicitação à diretoria da SAB para um painel 
de discussões sobre o tema durante a próxima reunião. 

Atenciosamente,
Joaquim





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Dr. Joaquim E.R. Costa
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Adriana Válio

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Mar 17, 2014, 8:24:07 PM3/17/14
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Olá a todos,

Tenho acompanhado a discussão e achei-a bastante enriquecedora. Ótima idéia de programar uma discussão sobre este tema durante a reuniao da SAB. Por que nao convidar o representante da CAPES, Sylvio Canuto, para participar também?

Abraços,

Adriana
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Dr. Joaquim E.R. Costa
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Adriana Válio
Presidente da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB)
Coordenadora do Programa de Pós Graduação em Ciências e Aplicações Geoespaciais

Centro de Radio Astronomia e Astrofisica Mackenzie (CRAAM)
Universidade Presbiteriana Mackenzie
55-11-2114-8726
www.craam.mackenzie.br/~avalio

Diego Gonçalves

unread,
Mar 17, 2014, 8:52:03 PM3/17/14
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Parabéns pela iniciativa Adriana! Acho que é fundamental uma instituição representativa da Astronomia Brasileira, como a SAB, liderar essa discussão.

Abs
Diego


Eliade Lima

unread,
Mar 17, 2014, 9:36:27 PM3/17/14
to sabf...@googlegroups.com
Ótima ideia o convite do representante da Capes

Parabéns!
Eliade
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Eliade Lima
Postdoctoral student - UFSM
Santa Maria - RS - Brazil
Tel: +55(55) 3220-8866

silvia giuliatti winter

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Mar 18, 2014, 6:45:55 AM3/18/14
to sabf...@googlegroups.com
Adriana, excelente ideia, abs
silvia


Marcelo Pará

unread,
May 9, 2014, 1:20:46 PM5/9/14
to sabf...@googlegroups.com
Bons textos para se refletir sobre Qualis, CAPES, etc

http://espaber.uspnet.usp.br/jorusp/?p=35210

Esse abaixo é direcionado à Medicina, mas aponta problemas que virão no futuro.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-59322009000100001

Aqui na UFSJ estamos discutindo critérios para progressão e tem muita
gente querendo aplicar o Qualis...

Fernando Roig

unread,
May 9, 2014, 7:22:17 PM5/9/14
to sabf...@googlegroups.com
Prezado Marcelo:

Sinceramente, quem está propondo na UFSJ que se utilize o Qualis para
definir critérios de progressão individual é alguém que não entende para
que serve o Qualis. A Capes cansa de repetir que o Qualis é um sistema
criado para avaliar programas, não indivíduos, mas muita gente parece
não entender isso. Aplicar o Qualis para decidir se alguém deve ser
promovido ou não, não só é absurdo como temerário.

Em relação aos artigos que você aponta, o da medicina em particular
contém algumas falácias. Em primeiro lugar, não há nenhuma instrução ou
recomendação da Capes que diga que a distribuição de notas entre os
programas de uma determinada área deva ser gaussiana. Se os médicos
estão colocando isso como premissa, é burrice deles. Na
física-astronomia a distribuição é qualquer coisa menos gaussiana.
Inclusive há tantos ou mais programas nota 7 quanto 6 ou 5.

Em segundo lugar, também não é verdade que a Capes imponha que apenas
25% dos programas de uma área possam ter nota 6 e 7. Isso não está
escrito em lugar nenhum. Mais uma vez, se a medicina está aplicando essa
regra, eles estão dando um tiro no pé. Na física-astronomia não é assim.

Em terceiro lugar, o autor do artigo reclama que a classificação do
Qualis da medicina é inconsistente com a distribuição de publicações por
áreas. E tem razão. Mas a culpa não é do sistema Qualis senão da
comissão que definiu a classificação e que adotou a solução simplista de
usar o fator de impacto como único parâmetro de classificação. A
física-astronomia já adotou um critério semelhante e logo se percebeu
que aconteciam vieses, precisamente entre as diferentes subáreas, que no
final das contas foram corrigidos reclassificando varias revistas sem
considerar o fator de impacto.

Noto que o artigo da medicina é de 2009, então é possível que os vieses
apontados já tenham sido corrigidos. Mas independentemente disso, a
questão é que a Capes dá total liberdade aos comitês de área para
classificar as revistas no nível Qualis que quiserem, impondo apenas
umas poucas condições de contorno. Cabe às diferentes áreas usar essa
liberdade de forma adequada.

Eu penso que o Qualis não deve ser visto como um vilão, ou como um
sistema falho ou daninho. O que devemos fazer é entender quais são as
suas limitações e utilizá-lo de forma racional. Se todos fizermos isso,
o sistema vai funcionar como deve. Afinal de contas, os membros dos
comitês de avaliação são os nossos próprios colegas.

Abraços,
Fernando

-------------------------------------
FERNANDO VIRGILIO ROIG
Observatório Nacional - CoAA
Rua Gal. José Cristino 77, Sala 302
CEP 20921-400, Rio de Janeiro, RJ
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Rogério Riffel

unread,
May 12, 2014, 8:35:43 AM5/12/14
to sabf...@googlegroups.com
Caro Fernando,

Perfeita a tua analise.

Att.

Rogério
--
********************************************************************
Dr. Rogério Riffel
Prof. do Departamento de Astronomia - IF/UFRGS

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Marcelo Pará

unread,
May 12, 2014, 9:21:54 AM5/12/14
to sabf...@googlegroups.com
Prezado Fernando,

Muito obrigado pela análise.
Fica aliviado em saber que na Física/Astronomia analisamos os méritos
de maneira diferente,
talvez não da maneira perfeita, que provavelmente nem existe, mas
percebo que existe um esforço para tornar a análise de mérito mais
justa.

A discussão sobre progressão ainda persiste aqui na UFSJ, mas fui
informado ontem pelo nosso representante no CONSU que a análise
baseado em Qualis vai cair.

abraços
Marcelo Guimarães
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