A multiplicidade das corporificações do processamento informacional estabelece uma complexa topologia reticular de actantes. Dela participam indivíduos e coletivos, indústrias, memes, aparelhos móveis, redes neurais artificias, objetos banais rastreáveis, autômatos e ambientes conectados. Por consequência, amplia-se a ecologia metamediática que é propícia tanto à exploração crítica e à disrupção intencional, quanto à manifestação do (d)efeito fortuito e à aceleração ou prorrogação da obsolescência. Na temporalidade das dinâmicas comunicacionais, a (re)programabilidade do meio algorítmico suporta a remediação que conjuga o existente, o antecedente ou o ainda-por-vir. A retrospeção e a prospecção compõem-se em circuito de neguentropia anacronista. Por outra parte, a atuação hacker extravasa os territórios específicos ou adjacentes à informática. Esse contágio mesmo torna-se constitutivo do campo expandido das circunstâncias remediadas da cultura (e da vida) informacional. Daí deriva a vasta variedade de produções prosaicas e poéticas meramente imbuídas ou, então, propositalmente interessadas nas modulações que regulam os pontos de acesso e os vetores de transdução matérico-energética de signos. A situação faz emergir tendências teóricas afinadas com os debates filosóficos em torno do realismo especulativo e das ontologias orientadas a objetos e processos. Convoca-se aqui a apresentação de contribuições que versem sobre temas, metodologias e epistemologias correspondentes às noções de metamídia, exploração e disrupção hacker e realismo especulativo no âmbito interdisciplinar da comunicação, com destaque para as suas conexões com as artes, as humanidades e as ciências sociais, sem exclusão de outras áreas. Espera-se que os artigos abordem um ou mais dos seguintes tópicos: - estágios antecedentes, atuais ou futuros da ecologia das mídias; - produção e ativismo hacker; - práticas e teorias comunicacionais de caráter especulativo; - práticas e teorias artísticas de caráter especulativo; - debates estéticos, semióticos ou hermenêuticos vinculados à cultura informacional e à comunicação reticular. O dossiê tem editoria do prof. Dr. Daniel Hora |