Entrevista com Ariosto Holanda
Investimento em tecnologia deverá passar por capacitação
A
criação de centros de ensino tecnológico e, mais recentemente, a
expansão dessas unidades, atende à realidade do semiárido pela busca de
novas tecnologias?
As unidades de ensino tecnológico são
essenciais. O Ceará é referência nisso e o Brasil hoje também está no
caminho, com o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao
Emprego (Pronatec). Numa audiência com o Ministro da Educação, Aloísio
Mercadante, fiquei muito feliz quando ele disse que o Brasil terá um
"choque de Pronatec". Isso é muito bom, mas precisa chegar à ponta, lá
no trabalhador. A gente pode trazer tecnologia, mas se não preparar o
homem, não vai trazer nada. Não basta equipar, tem que preparar. Se isso
não for feito, é um dinheiro gasto de pouca serventia, mas acredito na
boa intenção dos projetos que têm aparecido, especialmente quando
reconhecem a necessidade de parceria com essas escolas técnicas.
Mas a inserção de novas tecnologias não subentende a capacitação para o seu uso?
Na
teoria, sim. Mas já tivemos experiência, no Ceará, com
dessalinizadoras. Adquiriu-se os equipamentos não se ensinou o homem a
operar. Quando terminou a vida útil das membranas, o material ficou
defasado e o equipamento parado. Um prejuízo social e econômico. O
número de dessalinizadores ainda é muito grande, precisa operar, manter,
precisa fazer muita coisa.
Isso já é feito?
Precisa
melhorar bastante. Em uma audiência recente que tive com o presidente
da Embrapa, Maurício Lopes, ele achou excelente a nossa ideia de colocar
nos perímetros irrigados os centros tecnológicos. Isso não só vai
ajudar o próprio estudante a se capacitar como também contribuirá com as
análises que os perímetros precisam. Isso inclui o recurso hídrico, o
uso de produtos químicos, as técnicas de plantio, um leque de
informações inovadoras. Os centros tecnológicos dentro das áreas de
produção agrícola vão dar uma contribuição social e mesmo econômica
muito grande ao país.
A falta de água é, de fato, o grande problema?
Em
relação à seca, o que devemos entender é formas de ocupar os muitos
vazios hídricos que existem. São muitos no Nordeste. Existem os
perímetros irrigados, mas é preciso focar na preparação e capacitação do
homem por meio dos estudos. Isso vai influenciar na técnica e, em
seguida, na própria gestão dos recursos hídricos.
O
senhor foi designado, ao lado do também deputado Eudes Xavier, a
participar da coordenação do Grupo de Trabalho para tratar da
reestruturação do Dnocs, órgão criado dentro desse contexto de seca. Que
avanços se teve?
O mais eficaz será a edição de uma
medida provisória para essa nova organização da nova estrutura básica do
órgão. O que preparamos está com o Ministério do Planejamento e será
encaminhado para a Casa Civil, que enviará ao Congresso. Passaria a se
chamar Departamento Nacional de Infraestrutura Hídrica e Convivência com
a Seca. Tem que melhorar o DNocs. Em cinco anos estarão todos os
servidores aposentados. Quem vai administrar, o setor privado?
Melquíades Júnior
Repórter
Peixes e abelhas também serão foco da inovação.
"Não
é só um projeto melhor uso do recurso hídrico, é um projeto de
desenvolvimento de referencia para a convivência com o semiárido. Assim,
vai para além da água", afirma Nicolas Fabre, assessor de
Desenvolvimento Rural da Associação dos Prefeitos do Estado do Ceará
(Aprece). A fazenda-modelo em Quixeramobim envolverá, de forma
associada, a agricultura com outras produções. "Imagina a água usada no
plantio vertical escorrendo diretamente para uso em tanques de criação
de peixe e, deste, retornando, com as fezes desses animais na forma de
nutrientes para as próprias plantas das quais tinha vindo a água",
explica Nicolas.
Produção
de tilápia no açude Trussu, em Iguatu. Ceará é líder na produção dessa
cultura, especialmente no açude Castanhão. Novos manejos tecnológicos
garantem maior produtividade. FOTO: HONÓRIO BARBOSA
E dessa
forma se dará no centro de treinamento na Fazenda Normal, com
ovino-caprinocultura, apicultura e piscicultura. O potencial do Estado
para a produção de diversas culturas, se destaca ainda mais por meio da
otimização dos recursos para esses mesmos segmentos. Ou seja, a
capacidade de produção de peixe no Castanhão, que já é gigante, torna-se
ainda maior quanto melhores as técnicas de manejo. E assim vai o
pensamento para as outras culturas no âmbito da agropecuária. "O que se
praticar no centro de treinamento de Quixeramobim vai potencializar a
atuação de todo o Estado, na medida em que as tecnologias forem
difundidas", explica Reginaldo Lobo, da Agência de Desenvolvimento do
Estado do Ceará (Adece).
Produção
O
Ceará encontra-se na segunda e terceira posição na criação de caprinos
(974.164 cabeças) e ovinos ( 2.025.617 cabeças), respectivamente,
ficando atrás apenas da Bahia e do Piauí, também no Nordeste. Apesar de
ser uma atividade centenária, no Estado do Ceará a apicultura só
alcançou proporções relevantes no começo desta década. O crescimento foi
tão rápido, que em 2005 o Estado alcançou o quinto lugar em produção de
mel no ranking nacional e o patamar de primeiro maior exportador de mel
do Brasil, em junho de 20092 (US$ 8,16 milhões) suplantando o Estado de
São Paulo.
O Estado também é o maior produtor de tilápia do Brasil, com uma produção média anual variando entre 22 e 24 mil toneladas. O sistema de piscicultura do Açude Castanhão, em Jaguaribara possui além da barragem, o Complexo do Castanhão formado por uma estação de criação de alevinos e um parque de produção de peixes. O parque aquícola terá capacidade de produzir, cerca de 32 mil toneladas de peixe/ano.
A perspectiva da parceria Ceará-Israel na fazenda modelo de Quixeramobim é aumentar o valor das vendas para os agricultores, bem com o número de famílias com assistência técnica e, dessa forma, criação de programas que viabilizem novas inserções no mercado de trabalho.
Salinização do Oceano Atlântico, o grande passivo ambiental brasileiro causado pelo desperdício anual de 5 trilhões de m³ da água de rio.
A busca por eficiência deve ser uma constante em todos os sistemas de produção. A tecnologia disponível possibilita a redução do consumo de água na maior parte dos agrossistemas irrigados. Todavia, precisamos analisar com cautela os benefícios socioeconômicos e ambientais causados pela redução do uso e/ou purificação da água de rio, pelos agrossistemas irrigados. Estima-se que a utilização média anual de água dos 5 milhões de hectares irrigados seja de 3 mil m³. Um total anual de apenas 15 bilhões de M³. Valores baixos se comparados ao volume anual de 5 trilhões de m³ despejados no Oceano Atlântico. Comparando os valores absolutos, os agrossistemas irrigados utilizam e purificam apenas 0,3% do desperdício anual de água do Brasil. Cabe lembrar, que a maior parte da água utilizada nos agrossistemas irrigados é oriunda de rios, com diferentes níveis de poluição urbana. Após menos de uma semana de permanência nos agrossistemas, agua é purificada e devolvida para a natureza. Os dados demonstram que a irrigação além dos inúmeros benefícios socioeconômicos é uma prática necessária para reduzir a poluição e o aumento da salinização do Oceano Atlântico. Um passivo ambiental brasileiro causado pelo desperdício anual de 5 trilhões de m³ da água de rio, com algum nível de poluição urbana.
J R de Menezes
De: redeir...@googlegroups.com [mailto:redeir...@googlegroups.com] Em nome de FÓRUM AGRICULTURA IRRIGADA
Enviada em: segunda-feira, 22 de julho de 2013 17:31
Para: redeir...@googlegroups.com
Assunto: {REDE IRRIGAÇÃO:283} Sistemas de irrigação pouco eficientes serão substituídos
Com a escassez de água, Ceará deve ampliar uso do método de irrigação por gotejamento, com menor desperdício
Fortaleza. Quanto maior a identidade entre tecnologia e o meio em que é aplicada, maior a sustentabilA busca por eficiência deve ser uma constante em todos os sistemas de produção. A tecnologia disponível possibilita a redução do consumo de água na maior parte dos agrossistemas irrigados. Todavia, precisamos analisar com cautela os benefícios socioeconômicos e ambientais causados pela redução do uso e/ou purificação da água de rio, pelos agrossistemas irrigados. Estima-se que a utilização média anual de água dos 5 milhões de hectares irrigados seja de 3 mil m³. Um total anual de apenas 15 bilhões de M³. Valores baixos se comparados ao volume anual de 5 trilhões de m³ despejados no oceano Atlântico. Comparando os valores absolutos, os agrossistemas irrigados utilizam e purificam apenas 0,3% do desperdício anual de água do Brasil. Cabe lembrar, que a maior parte da água utilizada nos agrossistemas irrigados é oriunda de rios, com diferentes níveis de poluição urbana. Após menos de uma semana de permanência nos agrossistemas, agua é purificada e devolvida para a natureza. Os dados demonstram que a irrigação além dos inúmeros benefícios socioeconômicos é uma prática necessária para reduzir a poluição e o aumento da salinização do Oceano Atlântico. O grande passivo ambiental brasileiro causado pelo desperdício anual de 5 trilhões de m³ da água de rio, com algum nível de poluição urbana.
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Prezado Vinícius,
Bom dia e muito obrigado pelo retorno.
Apesar de algumas noticias e informações difundidas nos meios de
comunicação, não possuírem a simpatia ou serem "amigáveis" a todos
nós, é importante conhecer o que realmente esta circulando pelos distintos
meios para tomar posição, esclarecer e orientar a opinião publica.
Precisamente, essa foi a intenção primaria, contribuir para o conhecimento do
que está "sendo difundido" em alguns segmentos, e assim, iniciar os
debates, apresentar argumentos e ajudar a construir a realidade.
Sem intenção alguma de defender as informações apresentadas na noticia, fica
evidente que estas são emitidas por diferentes técnicos e representantes de
agências. Ou seja, possivelmente, o alvo das suas importantes contribuições
deveria ser os que opinam publicamente dessa maneira e os que constroem a
noticia, pois os mesmos poderão continuar emitindo opiniões publicas
incorretas.
A nossa missão é simplesmente compartilhar noticias com os membros do grupo REDE IRRIGAÇÃO. Concomitantemente, contribuir para informar ao setor sobre a realidade, observar o que esta
sendo comunicado para a sociedade, contribuir para a mobilização, interação e
promover as estratégias para a construção conjunta de argumentos para rebater
eventualmente este tipo informações.
Lamentavelmente, não podemos ignorar o que esta sendo dito publicamente, muito
menos deixar de se posicionar e não atuar. O porquê de não se dar uma resposta
aos verdadeiros geradores/construtores das opiniões técnicas e públicas?
Contentes e agradecidos pelo seu feedback, o convidamos a participar ativamente
neste "seu espaço" para ajudar a difundir as informações que o Senhor
entenda adequadas. Lembramos ainda, que este espaço esta totalmente aberto e
liberado para o compartilhamento das noticias que os membros achem convenientes
de compartilhar e discutir.
Afinal, um rede setorial de noticias necessita de muita participação, debate, trabalho conjunto,
tolerância e dialogo sadio.
Atenciosamente,
Moderador do grupo REDE IRRIGAÇÃO