paralisação

[Edna Malta Malta]

No dia 30/08 cheguei a escola as 13:00, encontrei-a vazia de alunos e professores, fui informada que no turno da manha os professores haviam paralisado e que os poucos alunos que apareceram foram dispensados, ninguém me perguntou nada, fiquei na escola por uns 30 minutos e depois fui embora. Não pude nem emitir uma opinião contra ou a favor da paralisação, mas hoje descubro que levei uma falta.
No Estado eu assumi minha posição de grevista, agora estou tendo que comparecer na escola aos sábado para repor somente a carga horária, já que os alunos nem aparecem; quando avisei aos colegas por email que não haveria abono das faltas ninguém se pronunciou. É por fatos assim que muitos se omitem dessa luta desigual, entre os que mandam e dos que obedecem ou explicando melhor: a corda sempre arrebenta do lado mais fraco. Por isso assumo a posição de esperar que POUCOS  lutem pelos meus direitos ( se é que os tenho), me junto aos MUITOS  que se omitem, e aguardo uma vitória que talvez nem ocorra para MUITOS  ou TODOS na melhor das hipóteses. Alguns poucos devem se lembrar que em uma outra paralisação eu estava na escola e levei falta por engano, já levei falta num dia em que tive que comparecer numa audiencia da Justiça do Trabalho. Ou seja, qualquer oportunidade que haja para me afastar de uma licença premio ou aposentadoria é utilizada de maneira direta por quem pode fazê-lo. Na escola particular pelo menos quando se falta se perde somente o dia de trabalho, mas no serviço público o castigo é bem maior, agora é torcer para que essa falta seja abonada algum dia...e que os vereadores que tem um salário muitas vezes maior que o meu resolvam se reunir novamente para decidir o destino de nós, professores, que levamos falta ou que temos que ir para uma escola aos sábados, mesmo quando não se tem alunos p/ensinar!

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Edna Malta

[Edna Malta Malta]

 Celina
Agradeço sua consideração em responder-me e acho que tenho o direito/ dever de responder-lhe para continuar mantendo o bom entendimento que tivemos até o momento:

1. Quanto ao horário da minha chegada, desde o primeiro dia em que me apresentei a esta U.E. expliquei que as terças e quintas-feiras trabalho em uma escola particular no horário de 7:20 às 12:40, portanto chegaria sempre pelo menos 10 minutos atrasada, o que geralmente não é considerado um atraso passível de punição na maioria das escolas públicas que conheço. Porém, sendo totalmente sincera, reconheço que ás vezes também chego atrasada nas segundas ou sextas-feiras; não tenho desculpas para esses atrasos, pois as vezes são por motivos pessoais, ou devido ao transito, obras etc. Reconheço e assumo esses atrasos e se receber falta ou impontualidade por eles, nada poderei fazer pois sou eu que estou descumprindo o horário que deveria cumprir.

2. Quanto ao dia 30/08, ao chegar fui informada pela Cida que os alunos da minha turma não haviam comparecido, cumprimentei a todos na secretaria, conversei com a Coordenadora Pedagógica e ainda comentei com ela que eu nem sabia da paralisação mas meus alunos sim, ela me disse que um carro de som passara pelo bairro diversas vezes avisando desta mobilização. Fui para a sala dos professores, não vi nenhum outro (a) professor (a), dei alguns telefonemas de cunho pessoal, voltei a secretaria e me despedi de todos. Vejo agora que fui muito ingênua, pois como nao fiquei na escola "cumprindo horário" assumi a posição de grevista, também como não externei minha opinião, e nem procurei-a para perguntar-lhe o que deveria ou poderia fazer, desrespeitei a hierarquia que funciona em toda e qualquer empresa: o chefe é que decide o que o funcionário deve fazer. Talvez porque nas escolas, em geral nos cumprimentemos carinhosamente e estejamos sempre cercados de mensagens carinhosas/afetivas e acolhedoras, agi sem cautela.
Acredite, tentarei não mais repetir esse erro. Escola é um local de trabalho como qualquer outro, e como diz o velho provérbio: "manda quem pode, obedece quem tem juízo".

3. Como você deve ter notado, no meu e-mail me referi a fatos que ocorreram comigo no passado em outra escola, já levei duas faltas injustamente, por isso meu desabafo, mas segundo as suas explicações, esta falta eu fiz por merecer, como já mencionei acima.

4. Você deve ter notado também que me referi a Greve da Rede Estadual porque também considero injusto o que nos estão impondo.
Estar numa escola cumprindo horário é muito comum, mas não me acostumo a essa exigência que não tem nada de produtiva, mas é bastante comum, tanto na rede pública quanto na privada.

5. E por último, fiz um jogo de palavras me referindo a palavras citadas por uma colega da minha escola de origem, que usou os termos  MUITOS/POUCOS/TODOS em relação a participação dos professores da Rede Municipal nesta última paralisação.

Costumo ter esse péssimo hábito de misturar assuntos, esta é uma falha do meu caráter que não consegui corrigir ainda. Mas não me arrependo dos meus desabafos, acho que são eles que me ajudam a prosseguir vivendo esta vida que escolhi  ou não viver.
Estou também a sua disposição se desejar acrescentar algo por escrito ou pessoalmente a esse ou qualquer outro assunto.

Edna Malta

Em 2 de setembro de 2011 16:08, maria celina silva freire gentil <maria...@rioeduca.net> escreveu:

Professora Edna

 

Faço algumas considerações que certamente vão contribuir para o melhor entendimento do ocorrido em 30/08 quando cheguei à escola por volta das 6:00 e não havia quaisquer professores para dar aula às 7:10 por conta da paralisação dos servidores. As professoras do Projeto da manhã chegaram um pouco depois e decidiram também aderir ao envento. Informei o fato à E/9ªCRE-Gabinete e GED e dispensei os alunos do 1º turno (que estavam em sua maioria na escola sem antes explicar o motivo para alunos e responsáveis). Devo informar-lhe que nenhum servidor de apoio da escola aderiu à paralisação.

Durante toda a manhã recebemos telefonemas perguntando se haveria aula ou não no 2º turno e a orientação dada fora para que viessem à escola pois não havia certeza se os professores da tarde iriam aderir à paralisação.

Por volta de 11:30 já haviam alunos do 2º turno aguardando pelo almoço e entrada e eles ficaram até a confirmação de que os professores foram para a manifestação na Cinelândia. Não havia mais de  10 alunos no 2º turno.

 

"No dia 30/08 cheguei a escola as 13:00,"

Devo lembrá-la de que o horário de funcionamento do 2º turno é 12:50 para estar entrando em sala de aula com o aluno. A escola estava vazia não por conta da direção ter "dispensado" os alunos e sim por conta da ausência de professor no turno da tarde. É claro que o bom senso me diz que seria impraticável ter aula com o número de alunos que lhe apresentei acima.

" ninguém me perguntou nada" - A diretora esteve na escola durante todo o dia e em nenhum momento foi procurada por você para adesão ou não à paralisação, porém quando a procurei você não estava na escola. Só encontrei a Professora Clicie na Sala dos Professores.

O seu horário na escola é de 12:50 às 17:20 (embora você tenha chegado às 13:00 ) e em nenhum momento procurou pela direção a fim de justificar o seu atraso naquele dia e nem a sua ausencia da escola duarante o seu horário de trabalho. Esta ausência implica em impotualidade e/ou falta. 

Somente no dia seguinte, ontem, fui procurada por você a fim de perguntar sobre a falta no cartão de ponto e me pareceu que você havia entendido o fato (já que não estava na escola.

Considero-me uma pessoa democrática (até onde posso sê-lo) e sempre estou pronta a ouvir meus colegas e quando você veio me perguntar sobre a falta em nenhum momento  externou as opiniões que aqui estão expostas.

Coloco-me,sempre, a sua disposição para resolver todos os procedimentos relacionados a nossa Unidade Escolar.

Grata,

Celina

 

 

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CelinaGentil

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De: Edna Malta Malta [edna...@gmail.com]
Enviado: quinta-feira, 1 de setembro de 2011 23:17
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Assunto: paralisação

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Edna Malta