Sentimento: uma Forma de Ver

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Eliana Guimarães (Psicóloga)

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Dec 7, 2008, 3:39:26 PM12/7/08
to Midiateca: Eliana Guimarães (Psicóloga)
Sentimento: uma Forma de Ver


O sentimento é a maneira como nós percebemos. É uma espécie de sexto
sentido, que engloba e dá direção aos outros cinco. É a resposta aos
estímulos do meio ambiente. É a reação mais direta à nossa percepção.
O pensamento é muito mais um modo indireto de enfrentarmos a realidade
do que o sentimento. Desta forma, o fato não é exatamente o que ele é,
mas, sim, o reflexo dos olhos que o observam.


O ódio e o amor, a dor e o prazer, a ansiedade e a serenidade são,
dentre muitos, alguns dos nossos mais corriqueiros sentimentos. Como
vemos, há sentimentos negativos e sentimentos positivos. A própria
sociedade é contraditória na ordenação dos nossos sentimentos: uma
hora diz-nos para confiarmos em nós mesmos, para irmos em frente, para
fazermos o nosso próprio destino; ao mesmo tempo, fala para nos
conformarmos com a realidade das coisas, para nos submetermos às
circunstâncias.


Anotemos o significado de alguns tipos de sentimento: 1) mágoa é
sentimento de perda de alguma coisa. Quanto mais importante a perda,
mais profunda a mágoa; 2) ansiedade é o medo de ser magoado ou de
perder alguma coisa. Quer o medo seja real ou imaginário, a sensação é
a mesma; 3) raiva é o sentimento de ser irritado, ofendido, posto de
lado, molestado, importunado; 4) culpa é sentimento de ser indigno,
mau, ruim, cheio de remorsos, auto censurável, detestando-se a si
mesmo; 5) depressão é o sentimento de estar "esquisito", infeliz,
melancólico, "na fossa".


Para uma vivência plena, os sentimentos devem ser conscientizados, sem
a idéia de defesa, de esquivamento, de sonegação. Para isso, forçoso
nos é tornarmo-nos uma pessoa franca e aberta, expressando-nos tais
quais somos sem subterfúgios de espécie alguma. Nesse sentido, todo o
assunto, todo o fato é passível de discussão, de análise: tanto a dor
quanto o prazer devem ser tratados de modo semelhante. Se assim
fizermos, vamos nos distanciando do nosso egocentrismo e aproximando-
nos do cristocentrismo.


A transcendência do espírito fundamenta-se na sensibilidade ao novo. O
passado, o presente e o futuro fazem parte do nosso consciente. Do
passado recebemos a memória de nossas boas e más ações. Do futuro
recebemos a intuição sobre o medo do "inferno" e a felicidade plena no
"céu". Acontece que o único tempo real é o presente. Desta forma,
convém não nos chafurdarmos no passado delituoso, nem vivermos com o
pensamento voltado para as beatitudes do paraíso.


Respondamos total e globalmente a cada estímulo recebido. Não deixemos
que a mágoa, a raiva e o ressentimento consumam as nossas forças
criativas. Vivamos o momento presente com total independência de
espírito, e esperemos os acontecimentos da vida.


Fonte de Consulta


VISCOTT, DAVID STEVEN. A Linguagem dos Sentimentos. Tradução de Luiz
Roberto S. S. Malta. São Paulo: Summus, 1982.


texto de :Sérgio Biagi Gregório
http://sbgfilosofia.blogspot.com/2008/07/sentimento-uma-forma-de-ver.html
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