Geral • Maurícia é o próprio micronacionalismo

[Províncias Unidas de Maurícia]

Geral • Maurícia é o próprio micronacionalismo

Estive ausente do micronacionalismo exterior por bastante tempo, não por estar completamente submerso nos afazeres daqui, mas sim por uma questão de dar prioridade ao que é verdadeiramente importante neste hobby. Por um tempo, notei algo: a tal da autossuficiência maurense, teorizada bem antes de tê-la estudado por através das lentes da micropatriologia já era por si mesma, um modo viver tal qual o modo de ser do Estado Maurense. Perguntei à mim mesmo se havia algo que completasse o micronacionalista além do fator diplomático outr'ora elemento indispensável para a subsistência do fazer micronacional, e encontrei na comunidade cidadã daqui algo ainda mais profundo e mais significativo do que trocas frívolas de notas e condecorações diplomáticas... Honrarias? bastam as nossas, ponto. Ser cidadão bastou para mim, e me vi mais que um rei, pois eu agora estava sendo um cidadão de uma sociedade de verdade, com complexidades próprias... Os senhores acaso conseguem entender o peso desta conclusão? Conseguem entender que uma micronação não precisa de mil vassalos, aliados ou tratados — céus, acordos! —para continuar existindo? e que, sua população, quando de verdade, já basta? Maurícia não precisa do que está fora dela, mas, mais do que qualquer coisa, precisa valorizar seus ativos internos e administrar seus recursos com amor — coisa que de fato bem faz, e justamente por isso, quem sai, sempre acaba voltando, para o bem ou para o adverso.

O micronacionalista precisa compreender que não adianta fazer mirabolações para 'prender' seus cidadãos dentro de sua esfera: Impérios Confederacionais, Alianças Coexistencialistas, Diarquias, Triarquias, Tetrarquias, nada adiantará: o ego sempre será o maior adversário, e a ambição por ser respeitado logo se tornará uma obsessão que cega e arranca-lhes as pernas, sim, as duas. O micronacionalista precisa sacrificar parte de si mesmo para construir algo que seja maior do que ele (e esse é o maior segredo para criar a "Grande Obra" dentro do micronacionalismo) e esse sacrifício lhe retornará dez vezes mais o que lhe fora perdido, e grandíssima será a recompensa(!) e essa coisa maior do que eu e você deve ser algo que nos complete e nos congregue, não que nos separe, juntando-nos entre divergências para uma única coisa que todos nós amamos e respeitamos igualmente: a pátria, uma que seja construída por todos, e não pertença unicamente à ninguém, nem ao monarca, nem aos governantes, nem muito menos aos nobres, mas sim, ao povo. E até que todos entendam o verdadeiro valor disso tudo, muitos conflitos ocorrerão — o que é perfeitamente natural no caminho da desintegração do ego para sua reconstrução posterior.

Toda [micro]nação construída sob estes mesmos alicerces: o de uma pátria una que não negocia a cidadania nem se deixa subjulgar-se por tratados, nem se limita pela ridicularização da superficialidade de sua própria essência, e que se engrandece pelos seus próprios atos através dos feitos de seus cidadãos, esta sim está 'condenada' (no bom sentido) a ser a maior e mais próspera das civilizações do mundo. Dupla-cidadania? jamais! tratado que limite nosso agir? nunca! superficialidade? de nenhuma maneira! mas antes a morte do que não compreender a beleza que há por detrás da arquitetura da burocracia que rege nossos decretos, atos e ofícios, sob a luz da micropatriologia verdadeira que dá lentes científicas para que vejamo-nos de cima, da estética vexilológica e heráldica que habita o cerne dos símbolos que tão bem representam a nossa nação. Por essas coisas, sim, vale a pena morrer mil vezes.

Se me lembro bem, a última vez que entrei em contato com o lado de fora da nossa prática foi há alguns meses e desde então nada mais sei o que se sucedeu, apenas lembro-me de ter dito aqui "não há mais micronacionalismo fora de Maurícia" não por mero elitismo (embora eu pudesse muito bem tê-lo feito assim sem nenhum arrependimento) mas por pesar: por saber que não mais haverão micronações como as que tive o desfrute de ver quando pisei os meus pés aqui aos 15 (quinze) anos de idade, e eu pensei: "Porra, eu nunca mais verei Reunião, nunca mais verei Porto Craro..." e naquele momento, por um breve instante, me arrependi de ter conhecido este hobby, e de fato, mas antes nunca tivesse o encontrado, do que ver projetos tão bonitos morrendo, morrendo e morrendo... Ali eu lamentei, mas ainda havia um Império de pé: Maurícia, e francamente? quando Maurícia morrer — afinal todos os grandes impérios da história um dia morrerão — estarei ali para morrer também, com muito orgulho do que fiz para sustentá-lo até o fim, e então não poderei me lamentar por dizer que não fiz nada para parar o curso natural da história, pois estarei lá quando e se o último dia realmente chegar... Mas até lá, o mundo vai ter que nos engolir, pois somos intragáveis, mesmo.

Por que digo essas coisas? porque entendi o significado da palavra 'pátria' antes que muitos viessem a discorrer errôneamente sobre ela em vãos textos micropatriológicos que dão voltas e voltas em torno do mesmíssimo assunto sem nunca abordá-lo — estes micropatriólogos que temem inventar, preferindo o óbvio ao novo. Não à tôa, os maurenses em sua maioria desconhecem o mundo micronacional exterior, e por qual razão? ora, o mundo todo está aqui dentro, ninguém procurará lá fora o que em abundância há aqui para o povo, têm maurense que não sabe o que é o existir de outra micronação porquanto Maurícia é o próprio micronacionalismo para estes... E francamente? qual o erro disso? essas pessoas vivem o micronacionalismo em sua essência mais pura. Faz mais de um ano que voltei para casa, e meu único arrependimento no hobby foi o de ter saído daqui lá pra 2018 por causa do tal mundo exterior, que nada me acrescentou senão o desgosto de tê-lo visto tão de perto.

Estatísticas: Enviado por André Georgios Khabbaz — 19/Set/2025, 19:05

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André Georgios Khabbaz
2025-09-19T22:05:27.000Z | https://mauricia.net/agora/viewtopic.php?p=10511#p10511
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