A VOZ DO ESTUDANTE

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Olimpia

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Nov 2, 2006, 6:37:16 AM11/2/06
to PROMENADE 1
A VOZ DO ESTUDANTE

Wanderlino Arruda

Sob a orientação do nosso saudoso Monsenhor Osmar de Novais Lima,
órgão do Grêmio Lítero - Esportivo "D. João Antônio
Pimenta", circulava em agosto de 42 no antigo Ginásio Municipal de
M. Claros, direção de Antônio Augusto Athayde, redação de Luiz G.
Prates, o jornal A VOZ DO ESTUDANTE, número 17 ano III, nova fase.
Seis alentadas páginas, bem impressas, feitas pelas Oficinas Gráficas
Simões, constituem, hoje, uma gostosura de passado histórico,
interessante registro de uma época de patriótico respeito por
instituições e costumes, uma como que quase revelação de pureza
d'álma de jovens estudantes, ciosos e compenetrados na luta por um
futuro melhor.

A colaboração farta contava também com o professor Alfredo Coutinho
e, segundo me parece, com alguma cousa do dr. João Antônio Pimenta,
tal a seriedade de conceitos, que só o velho mestre sabia imprimir.
Outros nomes, alguns ainda bem lembrados, outros esquecidos,
representam, hoje, curiosidade: Barulas Alves Reis, Vivaldo Macedo,
Ione Feitosa, Eunice Fialho, Zilca Miranda, Adelaide Barbosa, Manoel J.
G. Calaça, Antônio Franco Henriques, Célia A. Neto, além de Geraldo
G. Prates e de um misterioso A., tudo indica ser o mesmo Antônio
Augusto Athayde, autor de outro artigo vazado em idêntico estilo e
entusiasmo.

Interessante é a coluna de aniversários. Vejam os nomes de quem
naquela época já andava freqüentando ginásio: Aristides B. Braga,
1ª série; Péricles A. Andrade, José A. Guimarães, José Braga, 2ª
série; os terceiranistas eram Rosália Pinto, José Romualdo Torres,
Carlúcio Athayde; ainda do segundo ano, Élton Rocha e Artur Fagundes
Oliveira. "A todos, principalmente ao Padre Gustavo F. de Souza, os
votos de felicidades de "A VOZ DO ESTUDANTE" - dizia a nota.

A colaboração principal parece que era mesmo a do diretor Antônio
Augusto Athayde, que ainda escrevia o sobrenome sem o "h" e o
"y", como o fazia também o Carlúcio, seu parente. Coisas de
garotos... Antônio Augusto tinha boa redação e muita riqueza de
adjetivos e verbos no gerúndio. Os períodos eram longos, cheios de
subordinação, bem temperados à moda de Rui Barbosa, Castro Alves e
Padre Antônio Vieira. Seria influência de muitas leituras?
Por exemplo: "Em nossa memória tenra ainda, períodos como os que
agora atravessamos ficarão gravados para jamais esquecermos dos tempos
bons de nossa florida adolescência - tempos que não voltam
mais..." Outro trecho: "Enquanto do alto dos céus, os raios
fulgentes do sol sertanejo banham os vastos pátios do Ginásio..."
etc.

Tempo bom, tempo ótimo, coisa linda de tempo, Antônio Augusto! Nada
mais coerente que a voz da juventude - espontânea, pura, colorida,
limpa de coração... É pena que a realidade da vida nos tire tanta
poesia e beleza. É pena que a crueza do dia-a-dia nos tire tanto da
jovialidade dos primeiros anos de vida...

Mas, afinal, é bom ter motivo de saudades...

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