Wanderlino Arruda
Li com muita atenção a sua carta aberta a mim dirigida, no JMC de
domingo passado, amigo Afonso Prates Borba. Aliás, fiz mais do que
ler, mas do que gostar e sentir-me emocionado. Vi-me amparado
sinceramente por um velho companheiro que sempre soube amar
profundamente esta cidade e este povo de Montes Claros, hoje tão
massacrados ambos pelos interesseiros e arrivistas da política,
executores de planos da demagogia barata e fácil. Agradeço-lhe,
Afonso, pela propriedade das suas palavras, dos seus conceitos
enriquecedores, da defesa que você faz do patrimônio público, agora,
não sei se impunemente, assaltado pela ambição desenfreada de uma
maioria de vereadores que chegaram à Câmara Municipal para encherem
os bolsos, pouco se importando com os azares dos que ainda são dignos
do voto. Você, Afonso, conseguiu mais do que eu (que externei minha
opinião numa entrevista à TV Montes Claros) chegar à verdade
completa, colocar os pontos certos nessa terrível falta de vergonha de
muitos dos nossos edis famintos de dinheiro. Muito obrigado, Afonso!
Gostei muito também de sua opinião sobre o assunto em artigo
publicado no JMC em 31 de janeiro. Como seria bom se todas as pessoas,
principalmente as que votam, pudessem externar seus pensamentos sobre a
irresponsabilidade dos que se locupletam com os recursos da Prefeitura,
legítimo patrimônio do povo através de impostos diretos e indiretos.
Você foi categórico, claro, sincero na sagrada indignação contra os
que acham que sabem enganar, mas, na verdade, não enganam nem a eles
mesmos. Os vereadores foram eleitos para defender o povo, fiscalizando
os atos do poder executivo, examinando as contas públicas com a
correção de orçamentos, sugerindo medidas de melhorias
administrativas, vivendo a moralidade contábil e política de cada
passo do Prefeito. Vereadores não foram eleitos e empossados para
defender os próprios interesses, tornando-se campeões de ambição
vil do ouro maldito e pecaminoso que vão receber indevidamente.
Diante de uma dívida astronômica que a Prefeitura de Montes Claros
haverá de resgatar, grande parte a curto prazo, era hora de os
representantes legislativos botarem a mão na consciência e não
aumentarem a desgraça municipal já em temperatura de calamidade e de
guerra. Se um operário que ganha salário mínimo, fosse pagar os
débitos herdados por Mário Ribeiro, teria de trabalhar entre 2.000 a
5.000 anos, um tempo quase tão longo como a da história da esfinge do
Egito. Agora vêm os ambiciosos da Câmara Municipal e aumentam ainda
mais essa dívida, inclusive com 21 milhões por tempo não trabalhado
(em janeiro), gastando o que seria importante para pagamento de 400
operários por mês, o que resultaria em sustento de 400 famílias que
passam fome e dissabores na pobreza das favelas tão exploradas
eleitoralmente. O que os vereadores (bons e maus) ganham, Afonso, daria
para 2.000 litros de leite por dia, que poderiam ser destinados a
criancinhas subnutridas. Daria também para 14.000 pães diários para
os que não têm o que comer.
Pede o vereador Hélio Guimarães, um dos poucos justos que caíram no
covil de ambiciosos, que a imprensa tenha paciência e espere primeiro
o trabalho deles, devendo apresentar depois as alternativas de
correção dos erros. Mas como esperar se o primeiro ato (aumento e
recheio dos bolsos à altura do Himalaia e jamais merecidos) foi
ilegal, discricionário, injusto, aético, amoral; só tendo
precedentes nos piores exemplos de locupletamento? A alternativa para o
que foi feito é tornar a decisão imediatamente nula, voltando aos
trezentos e poucos mil por mês, ainda assim exageradamente elevados em
face do salário de um trabalhador braçal. Vereador tem que trabalhar
é de graça! O que valem duas horas por semana ao brilho dos
refletores e com microfone para fazer campanha política? Sobra somente
o trabalho dos honestos com o mandato recebido e a sinceridade dos que
honram a palavra empenhada antes de novembro! Como seria justo se cada
vereador desse de si sem pensar tão somente em si!
Do jeito que fizeram os vereadores, Afonso, eles conseguiram ganhar a
guerra, mas perderam a paz de uma vez por todas. O sentimento de culpa,
mesmo nos de consciência cauterizada, vai arder tão quente como o
foco de Vesúvio!
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