BALANÇO DE FIM DE ANO

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Olimpia

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Nov 2, 2006, 6:54:01 AM11/2/06
to PROMENADE 1
BALANÇO DE FIM DE ANO

Wanderlino Arruda

Nem só de contabilidade vive o homem. Não só de pão, não só de
contas, de cálculos atravessamos os trezentos e sessenta e cinco dias
do calendário. Nem poderia ser porque muito do que fazemos, do que
tentamos fazer, do que alegramos e do que sofremos, não é passível
de transformação em algarismos, em percentuais com pontos e
vírgulas.
Os sentimentos, por exemplo, jamais serão medidos, pois qual é a
dimensão do amor, da desilusão, da amizade, da tristeza? Dor e prazer
têm tamanhos? Quanto aprendi, quanto deixei de aprender? Quanto
ensinei? Eu poderia ter sido mais alegre, poderia ter evitado que tanto
de sofrimento, de sacrifícios? Poderia ter feito as pessoas mais
felizes, mais confiantes em si mesmas? Só perguntas, um mundo de
interrogações, nenhuma resposta mensurável. Assim é a vida. Um
mundão sem porteiras como tem dito o chamado filósofo de Brejo do
Mutambal, tão citado pelos irmãos J e J.
Mas vamos ao 1985 que estamos acabando de viver, de retirar deles todas
as venturas e desventuras, toda uma vivência brasileira de
aprendizagem política e social como há muito tempo não tínhamos em
nossa história pátria. Examinemos todos os planos, do maior que
Tancredo Neves começou a movimentar com suas viagens a vários
países, com as entrevistas inteligentes recheados de conhecimento
técnico, de cultura humanística, de visão do viver e do conviver, e
dos planos menores, aqui pela velha Minas Gerais, até os
acontecimentos desta sofrida e nunca esquecida terrinha de Gonçalves
Figueira. Ficou melhor ou ficou pior? Mudou ou não mudou alguma coisa
além do horário de verão? Há diferenças entre a velha e a nova
República? Mudou o Natal ou mudamos nós, como diria o velho Machado
de Assis? Só estou perguntando, a resposta é sua, minha senhora!
Façamos um exame dos acontecimentos e verifiquemos se o nosso conceito
nacional melhorou diante dos outros povos do mundo. Estamos ocupando
mais espaço na imprensa estrangeira com assuntos sérios e
interessantes? Nossos diplomatas e negociadores de dívidas estão mais
ouvidos e respeitados? As conferências do nosso Dom Helder Câmara
continuam sendo aplaudidas? Será que o Jorge Amado será mesmo prêmio
Nobel da Literatura? Em que pé fica nosso reatamento diplomático com
o governo de Fidel Castro? Vamos ou não vamos abastecer o mercado
chinês com mais de um bilhão de consumidores? Os Estados Unidos
continuam sendo invadidos pela nossa indústria de aço e de sapatos? E
como vai nossa (in)suficiência de petróleo, se é dele que a cidade
de Nova Iorque se ilumina? No plano estadual, quantas viagens fez o
nosso governador Hélio Garcia, quantos secretários demitiu, quantos
secretários botou para dentro? E em Montes Claros, será que passamos
em mais um teste?
Desculpe-me, minha senhora, se só estou fazendo interrogações. Foram
tantos os acontecimentos deste nosso ano que acaba, que seria
impossível aqui enumerá-los. O que é preciso responder fica na
cabeça de cada um, uma vez que tudo depende de como estamos recebendo
os impactos, os resultados, as atitudes, de como nosso comportamento
fica mudado a cada hora e a cada dia. O que vale é o nosso conteúdo
íntimo de felicidade, de fé, de esperanças. Nosso relacionamento com
as pessoas melhorou? Estamos sendo mais fraternos? Se isso aconteceu,
tudo bem, agradeçamos a Deus o ano de 1986! E vamos enfrentar o ano
novo.


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