Fwd: [adunb-l] Espaço do Professorado | Texto prof. Erlando da Silva Rêses - DIA DO(A) PROFESSOR(A): SEM MUITO O QUE COMEMORAR

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Erlando Reses

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Oct 15, 2019, 5:04:56 PM10/15/19
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De: ADUNB <adu...@unb.br>
Date: ter, 15 de out de 2019 às 17:42
Subject: [adunb-l] Espaço do Professorado | Texto prof. Erlando da Silva Rêses - DIA DO(A) PROFESSOR(A): SEM MUITO O QUE COMEMORAR
To: <adu...@listas.unb.br>


 

DIA DO(A)  PROFESSOR(A): SEM MUITO O QUE COMEMORAR

 

            15 de outubro, dia do (a) professor(a). A data é marcada pela promulgação da Lei Orgânica do Ensino Normal (Decreto Lei nº 8.530 de 1946) para que os estabelecimentos de ensino cobrassem o registro profissional do professor.

            Historicamente, a profissão docente foi entendida como uma “vocação”, uma missão que deveria ser mais importante do que a própria compensação financeira e que influencia o docente a pensar que é um “dom” pessoal, que

ele nasceu para isso.

            Discurso liberal e discurso religioso representaram espaços antagônicos

no campo das representações do magistério. Enquanto a religião define a prática docente como expressão de uma essencialidade vocacional, os princípios liberais buscam a inserção dessa mesma prática na dinâmica das

relações produtivas do sistema capitalista.

            O ministro da educação e  professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Abraham Bragança de Vasconcellos Weintraub, desferiu recentemente uma terrível ofensa aos docentes universitários em um evento realizado em São Paulo para uma plateia de dirigentes de instituições privadas de ensino superior. Ele afirmou que, para recompor o orçamento do Ministério da Educação (MEC), vai “atrás da zebra gorda, que é o professor de uma federal, com dedicação exclusiva, que dá oito horas de aulas por semana e ganha de R$ 15 mil a R$ 20 mil por mês”. Tal disparate foi infeliz e muito desrespeitoso com o(a)s docentes, sua carreira e condições de trabalho no magistério superior público.

            Seria um tanto arriscado listar o que faz um(a) docente universitário (a). O professor Bruno Leal Pastor de Carvalho, professor do Departamento de História da UnB, publicou no dia 17 de junho de 2019, um texto com este teor em https://www.cafehistoria.com.br/o-que-faz-um-professor-universitario/.  Nos atrevemos, de modo geral, a sintetizar as funções do(a) docente de uma instituição de ensino superior (IES) pública:

1. Ministrar aulas na graduação e pós-graduação (se for credenciado/a);

2. Elaborar Planos de aula;

3. Planejar aulas;

4. Elaborar provas ou instrumentos avaliativos;

5. Orientar e avaliar monografias, dissertações, teses, projetos de iniciação científica e ações de extensão;

6. Compor bancas de monografias, dissertações e teses;

7. Desenvolver projetos e pesquisas acadêmico-científicas;

8. Realizar  extensão universitária (eventos, projetos e/ou programas);

9. Organizar dossiês e números de revistas científicas;

10. Publicar artigos científicos, prefácios ou apresentações de livros,  capítulos de livros, livros, e revistas;

11. Conceder entrevistas e atender a imprensa;

12. Redigir pareceres de artigos de revistas científicas, de projetos e relatórios de pesquisa;

13. Organizar eventos, Grupos de Trabalho (GTs) e mesas redondas em congressos, simpósios, colóquios, seminários, encontros locais, regionais, nacionais e internacionais;

14. Criar e/ou participar de grupos de pesquisa do Diretório do CNPq;

15. Prestar contas e redigir relatórios de projetos de pesquisa, eventos e extensão, regionais, nacionais e internacionais;

16. Ministrar palestras e conferências em eventos locais, regionais, nacionais e internacionais;

17. Apresentar trabalhos em eventos regionais, nacionais e internacionais;

18. Compor comissões de trabalho na gestão administrativa da universidade;

19. Participar de conselhos científicos e editoriais de eventos, livros e revistas;

20. Assumir cargos, funções e atividades administrativas;

21. Atuar como editores de revistas científicas;

22. Compor banca de concursos e seleções de estudantes e/ou docentes;

23. Concorrer em editais públicos em agências de fomento à pesquisa e extensão;

24. Participar de bancas de promoção de carreira;

25. Participar do movimento docente em defesa da profissão ;

26. Fazer supervisão de estágio do (a) estudante;

27. Orientar monitoria de estudantes em disciplinas;

28. Fazer capacitação, leituras e estudos frequentemente;

29. Conhecer, de preferência, uma língua estrangeira para ler textos não traduzidos para o português;

30. Participar de audiências públicas;

31.  Cuidar da sua carga patrimonial;

32. Acolher estudante com algum transtorno ou depressão;

33. Participar de reunião de colegiados.

 

            A listagem não é uma determinação, portanto há relatividade nas atribuições. Certamente, o/a colega leitor (a) vai sentir falta de alguma função ou atividade na lista. É fácil observar que existe  precarização e  intensificação do trabalho do(a) docente das IES públicas e uma identificação profissional com a classe trabalhadora; portanto, há uma enorme distância com o que foi pronunciado pelo Ministro da Educação.      Será que ele recebeu a mensagem que recebi hoje e, certamente, muitos e muitas desta lista?

 

 

Parte deste texto está na referência: RÊSES, Erlando da Silva. De Vocação para Profissão - Sindicalismo dos Docentes da Educação no Brasil. Brasília: Paralelo 15, 2015. Disponível em: http://repositorio.unb.br/handle/10482/19816. Acessado em 15 out. 2019.

 

       

Erlando da Silva Rêses

Professor da Faculdade de Educação (FE) da UnB

Membro da Diretoria Executiva do ANDES-SN

 

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