Demorei tanto para ler o documento que deu tempo do Google trocar de marca…
Mas enfim, acho um belo empreendimento. No melhor do espírito industrial: uma série tão extensa e precisa de guidelines libera muito tempo de uma enormidade de gente para se dedicar a outras coisas. Frederick Winslow Taylor agradece.
Mas, se o Adriano pode reclamar, eu também quero! Como costuma acontecer com o Google, nunca sabemos se ele está falando de si ou do mundo digital como um todo. Em alguns momentos parece que o guideline é a solução derradeira para todos os problemas no ambiente virtual – o que obviamente não é verdade. Tudo bem: HfG Ulm também não estava para brincadeira; só dava para existir UM bom projetor de slides.
Mas essa atitude essencialista me assusta quando se estende indevidamente. A seção
Style/Imagery, por exemplo, quase que dá dicas de como os artistas deveriam fazer capas de disco "que funcionem". Diante desse tipo de mensagem subliminar, não surpreende que nosso mundo (de imagens, de músicas, de gestos…) tenha se tornado tão homogêneo. Todos tem se pautado pelos mesmo critérios de sucesso. O aberrante ou destoante não tem uma segunda chance no scroll infinito. A tendência a convergir é hoje esmagadora. A nova marca do Google – boa ou má, surpreendente ou previsível, etc – é só mais um sintoma desse esmagamento. Num mundo globalizado parece que as diferenças são aplainadas, até se tornarem aceitáveis para o status quo. E o desvio, punido pela "fuga de likes" ou "fuga de cliques".
Abs, FK