Documentário Design Disruptors: how design became the language of business

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rdazvd

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Oct 2, 2015, 3:14:33 PM10/2/15
to Projeto Comum
Acabei de ver isso aqui e achei um elemento interessante de discussão:


Pelo teaser, parece um retrato bastante fiel do status quo atual do design e de como ele é abordado num contexto institucional. A apologia à coisa é essencialmente a mesma de sempre, mas um aspecto bastante curioso são os novos atores: agora os principais promotores desse discurso são grandes empresas do Vale do Silício, e os porta-vozes são os gerentes de produto e os funcionários dos departamentos de experiência do usuário dessas empresas.

Felipe Kaizer

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Oct 4, 2015, 12:20:59 PM10/4/15
to Projeto Comum
Maneiro! O primeiro que conseguir um link, avisa.

Tem isso dos novos atores, e tem também o apelo constante à experiência: mercados e serviços já não são suficientes em uma sociedade de hiperprodutividade e concorrência extrema. Em nome da maximização incessante dos lucros, é preciso explorar as partes mais recônditas do mercado consumidor. O marketing psicológico conta com o mais ínfimo instante de atenção, com o micro impulso (inconsciente) ao consumo.

Lembro que tive que pensar um pouco sobre experience economy (muito brevemente) na pós-graduação [nada demais; menos do que eu gostaria]:


…qual é a natureza dessa experiência? As pessoas falam em "create experience". Imagino uma distância enorme entre isso e aquilo que se entendia como Einfahrung para o Benjamin (por exemplo) e para os pensadores antes dele: "experiência" é justamente aquilo que falta aos sobreviventes das I Guerra Mundial, que já não são capazes de narrar e emprestar qualquer sentido aos fatos. Hoje o excesso de ofertas de experiência (memoráveis, amazing, incríveis, surpreendentes, etc) corresponde exatamente à pauperização da nossa vida espiritual [perdão pelo termo]. Por que as pessoas buscam tanto uma "connection" com as coisas?

E, se for pra tratar seriamente desses "revolutionary times"; se for para levar a sério expressões como "humane", então é preciso uma crítica que ponha em perspectiva esses "billions of dollars"; de onde eles vêm, para onde vão. O trailer já revela que se trata de um jogo no primeiro mundo, em sociedades de indústrias bem estabelecidas, cujas empresas competem em outro patamar. Na periferia desse mundo é diferente. Não quero afinar com o Papanek (que assume uma causa de uma maneira muito própria), mas esse filme me lembrou essa campanha:


Abraços,

Felipe Kaizer

felipekaizer.com
skype: felipekaizer

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Adriano Campos

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Oct 5, 2015, 2:07:31 PM10/5/15
to Projeto Comum
Grandes designers (auto-proclamados?) de grandes empresas (cartela de logos no fim do filme é patrocínio?) pensando design (pleonasmo?), produzindo experiências pra um mundo carente disso (qual mundo?), resolvendo problemas sérios e o mais importante, ajudando as empresas a crescerem e gerar mais do que elas já geram.

Pra não ser chato com o documentário que não pretende ser mais do que é, e por concordar com o que o Kaizer disse, paro por aqui. Acho que pro designer que entra na universidade hoje, que se interessa pelo assunto de internet e afins há de ser um ótimo documentário.

abraço

Adriano Campos
+ 55 11 969 964 692

Roman Iar

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Oct 5, 2015, 11:57:49 PM10/5/15
to Adriano Campos, Projeto Comum
Eu fico me perguntando se a condição de trabalho dessas pessoas (só brancos etc etc) é tão melhor que a nossa. Sempre lembro de alguns casos como o da Amazon, ou de algumas de denúncias de trabalho escravo na apple e fico pensando que não deve ser muito legal de trabalhar nesses lugares (fico pensando também a porcentagem do orçamento para processos trabalhistas). Mas o capital simbólico prevalece! Há desejo de trabalhar/ser explorado para essas empresas, similar quando há desejo de trabalhar em qualquer estúdio ou editora de renome por um salário ruim.

Penso em muitas outras coisas, mas não consigo escrever tudo, falemos ao vivo.

Abraços
Roman Iar Atamanczuk
http://romaniar.com.br
con...@romaniar.com.br
skype - roman.iar

Roman Iar

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Oct 6, 2015, 11:21:36 AM10/6/15
to Projeto Comum
Caros,

em tempo, um artigo (bem ruim, devem ter melhores) sobre as condições de trabalho no google.

abraços
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