Designer como Autor

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Felipe Kaizer

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Nov 18, 2015, 4:18:19 PM11/18/15
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Roman, essa é pra você…





Não é um tema novo, obviamente: lembro de comentários do Didi-Huberman sobre o programa ideológico do Vasari para elevar a posição social do artista do Renascimento; assim como a genealogia dos “Pioneiros do Design Moderno” do Pevsner, baseada no desenvolvimento do "estilo moderno" na arquitetura e no design; e por fim na crise da posição privilegiada dos intelectuais e dos artistas no caso de uma revolução do proletariado, que serve de fundo pro texto do Benjamin, “O autor como produtor”.

Mas voltando à vaca fria… acho que aqui se coloca a questão do (bom) gosto associada à questão do marketing pessoal (e o networking que ela exige). Parecem duas faces da mesma moeda: o design de autor, além de conferir status, precisa estar alinhado com um determinado programa estético, mais ou menos vago, de origem modernista, para ser reconhecido com tal. Até aí tudo bem.

Mas e quando esse alinhamento geral se diz “experimentação gráfica” ou “investigação de linguagem visual” (é realmente o equivalente de processo artístico?); ou quando se identifica como agente promotor de “cultura visual” (supostamente tão em baixa na realidade brasileira…)? Afinal, autor, por definição, é alguém que tem alguma coisa a dizer ao mundo…

(Imagino que você vá falar sobre a Feira Plana.)

Abs, FK

Roman Iar

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Nov 30, 2015, 10:12:33 AM11/30/15
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Eu não lembro quem falou em qual vídeo que o design é fruto da cooperação entre cliente e designer, acho que isso pra mim já diz muito sobre a nossa profissão: Não trabalhamos sozinhos. Não só isso, como ainda estamos num mercado extremamente pautado pela idéia da forma e do bom gosto o que acaba fazendo do nosso trabalho uma eterna investigação sobre linguagem visual seja num trabalho engessado por diretrizes muito específicas (fonte tal, estilo tal e coisa e tal) seja num trabalho sem briefing (e que ainda assim está fortemente vinculado a uma expectativa do contratante). Nesses casos não vejo problema em se valer de pesquisas e experimentos gráficos, acho que nisso o estúdio português fez muito bem e imagino que os clientes ficam mega-felizes com os resultados.

O problema aparece quando essa pesquisa é descolada de algum vínculo profissional e vira uma eterna masturbação gráfica como no caso do Fabio Lopez. E o que mais me incomodou no vídeo é o fato de ele estar sempre frisando a possibilidade comercial do projeto, ou seja, é a pesquisa gráfica masturbatória que visa um fim específico, e é essa mentalidade que vai gerar o design de autor e o status. Mas oras! Nada mais natural não? A gente trabalha bastante, lida com muitas expectativas, desorganização, precarização, maus pagamentos... É meio óbvio querer se libertar dessas amarras e ~viver do que ama~. Junta isso com uma bela massagem no ego respaldando todo esse discurso de pesquisa gráfica e a gente tem esse mercado que vemos baseado no personalismo e nos avanços gráficos resultados de pesquisas pessoais. E a feira plana entra nesse contexto para ajudar mais ainda a engrossar o caldo do design-para-ninguém-simplesmente-como-forma. Posso estar enganado, mas pelo contexto industrial do exterior eles já resolveram melhor essas questões não? Aí vem todo mundo aqui querer ser o David Carson e o Sagmeister que pra mim, como autores, podem até ter alguma coisa para falar, mas para uma bolha de pessoas (designers autores).

Por estarmos um pouco longe da tradição modernista como visão de formação nacional, entende-se nossa cultura visual como pobre, o que é uma mentira, os designers de cartões e banners do centro são a nossa cultura visual! Mas por estar descolado dessa tradição não se enxerga isso. Acho curioso que em palestras da Catherine Dixon e de alguns outros gringos sempre rola uma parte em que eles mostram aquelas fotos dos letreiros nas paredes, geralmente no nordeste e em cidades praieras. Ou seja, os gringos piram em um monte de coisa que eles veêm por aqui. Por que temos que esperar eles dizerem que isso é legal? (Em outro contexto, vejo muito isso acontecer com o funk, nós brancos da classe média não gostamos, rejeitamos, falamos mal, mas lá fora a Bjork tá tocando nos sets dela! Tem gente fazendo excelentes remixes com funk!).

Por outro lado, é claro que Carson e Sagmeister ajudaram a construir uma percepção visual dos 90s, muito mais que um cara como o Jeff Koons, e é aí que entra um terreno que eu não conseguiria desenvolver muito, mas fica ressoando na minha cabeça um cara como o Hans Donner que certamente ajudou a construir uma percepção visual dos 80s e 90s no brasil mas é um pouco ostracizado. Vejo pouquíssimas discussões e pesquisas formais nessa direção! É muito sintomático querermos varrer nossas referências, por mais péssimas que sejam! Aí ficamos endeusando outros personagens do nosso Design só por estarem alinhados com tendências externas.

Dito tudo isso, pra mim é meio claro que a discussão formal acaba não sendo nada construtiva, só reforça paradigmas e preconceitos básicos. O dado da forma sempre vai existir, mas temos que reforçar que ele é somente uma pequena parte de um processo muito maior que envolve outras etapas e personagens, enquanto acharmos que o design só abrange nós designers não vamos sair do lugar.

abraços

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Felipe Kaizer

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Nov 30, 2015, 8:53:51 PM11/30/15
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Se entendi direto, você acabou trazendo à tona outra coisa: algo como um complexo de inferioridade associado a uma importação de padrões de consumo e "tendências externas" relativas ao gosto. (Nossos olhos continuam voltados para a Metrópole; vide Semana de 22.) Apesar de discordar em parte do exemplo do funk – que nunca foi inteiramente desprezado no Brasil –, entendo o que você quer dizer com a cultura visual dos "banners do centro". Mas ainda assim – assim como no caso do Hans Donner – não parece haver uma pesquisa aprofundada do potencial dessas referências: em geral nos contentamos com a mera menção ao vernacular, sem muito desenvolvimento.

Concordo totalmente com a questão das múltiplas expectativas e da "cooperação entre cliente e designer", mas… não entendi a questão da "pesquisa gráfica masturbatória que visa um fim específico"; ela não seria masturbatória justamente por não ter um fim? E qual o problema de se visar um fim? (Qual o é fim nesse exemplo?) Se tudo bem com as pesquisas pessoais, onde começa o personalismo propriamente dito? E como "o contexto industrial do exterior [resolveu] melhor essas questões"? Por ora não tenho resposta…

Abraços

Felipe Kaizer

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Felipe Kaizer

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Dec 17, 2015, 11:50:30 AM12/17/15
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Mais duas referências…


Agora, retomando seu e-mail, queria de comentar de novo:

* Não concordo que "O problema aparece quando essa pesquisa é descolada de algum vínculo profissional e vira uma eterna masturbação gráfica". Eu entendo o seu ponto – de que deveria haver algum critério que restrinja o campo do design gráfico, certo? e que esse critério pode ser encontrado no fato de não se trabalha sozinho, nem com as próprias expectativas – mas eu não condenaria uma prática por se ver livre desse tipo de restrição inicial (seu exemplo, Fabio Lopez). Práticas livres podem ser bastante frutíferas, mesmo para o trabalho formal. Como você sabe, tenho pouca consideração por esse tipo de delimitação de fronteiras, entre o que é e o que não é design.

E, imaginando que você também não argumenta em prol das fronteiras, qual é o papel desse "dado da forma [que] sempre vai existir"? Considerando que ele não precisa ser considerado a (única) razão de ser da prática projetiva dos designers gráficos, como deve ser entendida a dimensão estética nesse grande circuito produtivo? (Acho que o Adrian Forty tem uma dica, que passa pela crítica do sistema capitalista, voltado para a criação/atendimento dos padrões de consumo).

Mas uma crítica desse tipo ainda pode ser um pouco injusta com a dimensão estética do trabalho; pode ser reducionista, como se toda preocupação com a forma se destinasse a provocar um estímulo bem determinado no mundo das mercadorias. Não pode existir uma manipulação mais desinteressada da forma? Uma que se dê (de maneira alegadamente sincera) nos termos da beleza ou da novidade? Deveríamos abandonar totalmente essa possibilidade em nome de uma luta por melhores condições de trabalho ou por uma consciência de classe? Se a resposta é não, então precisamos nos exercitar em outra língua, diferente da língua da economia política. 

***

Ontem tocamos no ponto da cultura, que ainda não se explicitou nessa conversa. O Eduardo trouxe o resultado da pesquisa de gradução dele, que tratou em termos particulares do conceito de "brasilidade". O Adriano ainda não contribuiu com o conteúdo do seu rascunho. Hoje lembrei do assunto no começo de uma entrevista de um sociólogo (dica do Roman), na qual se fala rapidamente sobre o mito brasileiro…

É natural que a questão da cultura brasileira venha à tona em uma discussão sobre o design como prática de autor, sobretudo porque falamos do nosso contexto. [Queria aproveitar para lembrar da entrevista n'Aplataforma com o Frederico Duarte.] Agora, a ideia de cultura nacional tem muitos antecedentes; de início é possível dizer que ela não se dá sem um entendimento mínimo das diferenças entre sociedade, povo, estado e nação. Conversa longa e sem solução à vista.

​De todo modo, o que eu percebi na conversa até agora é que o design (gráfico) de autor no Brasil parece estar alinhado com o que se passa no design gráfico europeu e norteamericano (alinhamento talvez em grande parte ajudado pela Internet), e que por isso o trabalho de tantos autores apresenta uma homogeneidade estranha a um cenário de múltiplas investigações pessoais. (Estendendo (talvez indevidamente) o argumento, é possível falar algo parecido da arte de hoje nas galerias.) Se for para falar a língua da economia política, acho que daria para invocar a crítica do cepalistas ​à exportação dos padrões de consumo dos países desenvolvidos para os subdesenvolvidos. Enfim, esse é um palpite.

​O outro tem a ver com o próprio conteúdo dessas pesquisas estéticas. ​Além de uma crítica à homogeneidade, seria preciso apontar onde falham as iniciativas dos autores segundo não apenas seus próprios critérios, mas segundo os critérios do próprio estado da arte. Isso tem a ver com história, mas também com a experiência dos sujeitos diante das "obras", assunto infinitamente mais escorregadio…

Por ora paro por aqui.

​Abraços,​

Felipe Kaizer

felipekaizer.com
skype: felipekaizer

Roman Iar

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Dec 17, 2015, 2:35:50 PM12/17/15
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Kaizer, ainda não te li.

Mas quero compartilhar esse curta do Godard onde ele fala da cultura como regra e arte como exceção.

Adriano Campos

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Dec 21, 2015, 11:31:48 AM12/21/15
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Sempre tendo a dividir Cultura de cultura visual. Hoje nesse mundo americanizado e europeizado quase toda nossa cultura visual vem deles, mas pra mim isso não é Cultura. O que vemos não pode me definir como povo. Por isso, pedia cuidado pra colocar coisas exóticas como cultura, quando elas têm uma clara dimensão mercadológica. Logo da globo, funk carioca, abertura de novelas; tudo isso, pra mim é produto, tem briefing (alguém deve ter pedido num desses briefings pra não ser "tão brasileiro" "pra não parecer tão nacional"). Podem fazer parte da nossa cultura visual, mas foram colocados ali por atores não brasileiros inclusive (Hans Donner é alemão, o funk carioca é americano etc) e principalmente por quem ganha com isso.

Outra preocupação é: as novelas e o funk são parte de nossa cultura somente pela sua forma? Na minha opinião não. O que parou o Brasil não foi a abertura da novela, mas a estória do taxista que vivia num dilema de roubar ou não uma maleta deixada no seu carro. O tema, portanto, não poderia ser mais brasileiro: honestidade, jeitinho brasileiro, lei de Gerson,...

O funk carioca é forte quando fala de sexo (com todo o perdão a MC Carol, que é ótima, mas ela não tem a importância da Anita), assim como as vertentes universitárias de todas as músicas. Acho que ai está o traço cultural: fazer músicas de duplo sentido, com muita misoginia. Sempre fizemos. O produto pouco importa. Hoje é um, amanhã será outro.

Meu ponto é: música de cunho sexual é Cultural, funk é um produto que se aproveita disso pra fazer dinheiro. Amanhã será o rock carioca, ontem foi o forró de Genival Larcerda. Cultura não é superficial como um produto, que passa ao sabor de quem o escolhe pra gente, como o funk e o rock, mas algo embricado muito abaixo dessa superfície. Não consigo imaginar um norueguês médio compondo Dança do Créu, muito embora essa música pudesse fazer sucesso lá.

E acho, pra concluir, que designers, publicitários, artistas visuais de qualquer espécie não criam Cultura. Criam imagens. E imagens, por mais poderosas que sejam não têm a força de uma língua, de uma identidade de povo. A imagem da bandeira não nos une. Aposto que nesse grupelho existem mais gente contra que a favor do símbolo da bandeira, as suas cores e formas. Operários da Tarsila tampouco. Mas dois banhos por dia nos une.

um abraço,


Adriano Campos
+ 55 11 969 964 692

Felipe Kaizer

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Jan 10, 2016, 3:21:46 PM1/10/16
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Bom,

voltando ao tópico inicial, uma das poucas coisas que consegui extrair até agora da nossa conversa é que a discussão do design de autor passa necessariamente por aquilo que chamados de cultura; cultura nacional; produto (mercado); identidade (ou processo de identificação); e gosto.

Dito isso, repito que esse é um assunto que oferece mais resistência a língua da economia política. É muito difícil descrever o que está em funcionamento no trabalho dito autoral com categorias como "mercado", "produto" e "indústria". Talvez seja possível, mas não sei se uma crítica que faça uso desses termos consegue ser fiel ao fenômeno Feira Plana, por exemplo. Acho que um sintoma disso é tipo de "desconsideração" que o Gui Bonsiepe sugere a respeito da estética como saída para os impasses da prática de design (e do capital produtivo) no país:

O conceito de identidade é um tema recorrente nos debates sobre o design na América Latina. Pergunta-se: Qual é a "mexicanidade" ou a "brasilidade" do design? De forma geral, a identidade é atribuída a uma determinada configuração formal e cromática de um produto ou de um projeto de design gráfico, como no caso de certos grafismos indígenas. Mas não devemos nos limitar a identidade apenas aos aspectos estético-formais, pois a identidade se manifesta também e, principalmente, na natureza dos problemas que surgem em determinado contexto. (Design: como prática de projeto – p. 23)

[…] uma faceta da modalidade da cultural material é a estética. Mas não se trata, pelo menos nos países periféricos, da face dominante, cujo tratamento requeira um designer industrial malabarista: não se chega à forma dos produtos por meio da forma. O ponto de partida não deve ser a preocupação com a forma. ¶ O designer industrial não é um especialista em formas estéticas, embora se reconheça que, em amplos setores da opinião pública e até em muitos profissionais, tenha se construída essa imagem. Design não é apenas estilo. (Design: como prática de projeto– p. 48)

É uma ideia de que se investíssemos racionalmente na dimensão produtiva da indústria, a identidade do produto nacional cuidaria de si mesma.

O que resta como alternativa à economia política é as línguas da sociologia e da estética, com a diferença de que a sociologia também se arrisca a falar dos fenômenos sociais do gosto (Bourdieu é o exemplo). Independente disso, parece mais natural falar de identidade e cultura em termos sociológicos (por mais que eu não esteja acostumado com isso). Eu penso que essa é uma maneira de desmontar as certezas pré-concebidas sobre quem nós somos, ou sobre qual é o "caráter elementar" da nossa existência como "povo histórico-universal" (para usar palavras do Hegel). Dito de outro modo, existe um risco na descrição objetiva de quem é um povo, um risco muito tentador.

Junto com a entrevista do Jessé de Souza (que eu postei antes, na qual ele critica Sergio Buarque de Holanda e Gilberto Freyre), eu lembro desse trecho do Chico de Oliveira sobre "Os alemães" do Norbert Elias, que tem um tom diferente: <https://youtu.be/IC_ArYeOiFQ?t=33m59s>

(Esse salto conceitual, que diz mais do que deveria, é o que leva a especulações sedutoras como essas: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/14.168/5865>.)

Mas esse trecho fala mais até que eu lembrava: a metáfora do ornitorrinco me lembra aquela discussão (que só que conheço de orelhada) do Roberto Schwarz sobre o Machado de Assis: mal-formações nacionais na periferia do mundo, as Ideias fora de lugar etc.

Agora, a terceira opção, que é discussão especificamente estética, é infinitamente mais delicada. Mas, eu arrisco dizer, ela também é a mais contundente em relação às ideias vagas de "experimentação gráfica", "cultura visual" e "investigação de linguagem". Isso porque a teoria estética é talvez a mais recente de todas (pelo menos na história da filosofia): século 18. Isso indica que desde a Antiguidade há uma dificuldade enorme em definir o que é o acontecimento estético, como ele se dá, quais são suas condições, etc. Desde Platão (da República) a estética é pensada como uma forma corrompida ou insuficiente de conhecimento ou uma forma indigna de apelação às paixões e à sensibilidade. Essa posição só é revisada (salvas raras exceções) em Kant, com a Crítica da Faculdade do Juízo. Não vou entrar demais no assunto – até porque não domino –, mas o ponto principal é: se afirmamos que algo é "belo", nem por isso estamos na posse de um conceito de beleza, que poderia servir de régua a todos os outros fenômenos. A conclusão surpreendente do Kant é que "beleza é aquilo que apraz sem conceito", e que, portanto, há um modo de se relacionar com as coisas do mundo que não pode ser reduzido às regras da ciência ou da moral.

Talvez seja o caso de levar esse ponto para outro tópico, mas o que eu quero apontar rapidamente é que é a própria teoria estética já levanta de início uma suspeita sobre quem quer afirme o domínio sobre um critério objetivo sobre a beleza. Em outras palavras, a teoria estética – se apresenta realmente algo diferente do conhecimento – não nos autoriza a descartar nenhum fenômeno como sendo indigno ou incapaz de suscitar uma experiência genuína de beleza.

Abraços.

Felipe Kaizer

felipekaizer.com
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