
Silva Neto
Silva Neto
GOVERNADOR DA PARAÍBA: "DAR EXEMPLO DE CIDADANIA PARA TODO BRASIL"
"A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos
são doces". A frase atribuída ao filósofo grego Aristóteles ilustra o
caso de Silva Neto, nossa personalidade de hoje.
O sistema prisional paraibano há tempos desenvolve projetos educacionais
no interior dos presídios. Um exemplo de sucesso é a trajetória do
diretor da Penitenciária Regional de Sapé, o ex-presidiário Silva Neto.
Após a condenação
Após ser condenado, (há cerca de 20 anos), Silva Neto passou cinco
anos no Presídio do Serrotão, em Campina Grande, onde por meio de um
projeto de ressocialização, voltou a estudar.
Essa foi à base fundamental para uma reestruturação significativa e
exemplar, pois, foi esse alicerce que lhe abriu horizontes, lhe
permitindo a reinserção, ascensão e reconhecimento.
Uma vez que, estando atualmente á frente na direção de uma unidade
prisional, Silva Neto também atua como jornalista e é estudante de
Direito.
– "A historia de vida dele é um exemplo para os demais presos. pois é único ex-detento a dirigir uma unidade prisional no país".
Hoje, Silva Neto é um orgulho para o Governador
Ricardo Coutinho, que acertadamente contratou Neto para dirigir esta
penitenciaria, e que sem dúvidas, proporciona-lhe orgulho.
Na prática, a vivência reflete na rotina da penitenciária de Sapé,
uma vez que lá, todos os reeducandos, retomaram os estudos e
assiduamente assistem às aulas dentro da própria unidade.
Conhecendo um pouco de sua trajetória
Silva Neto foi policial militar da Paraíba, ocasião em que fora
afastado de suas funções junto á Policia Militar. Segundo ele próprio
relata, seu temperamento era explosivo, sendo firmemente categórico e
impaciente, de atitudes extremas, ou seja, um típico policial "linha
dura".
Foi em razão dessa postura, que um desses atos resultou em sua
condenação, onde acusado por homicídio em 1992, cumpriu pena no
conhecido Serrotão, situado em Campina Grande na Paraíba.
- "Para viver no inferno", como ele mesmo descreve.
- "Um PM, quando é condenado à prisão, é o mesmo que
ser sentenciado à morte. Por ter sido policial e também pela postura
árdua, encontrei várias pessoas que eu levei à cadeia" – recorda.
Após um ano encarcerado, começou a participar de
projetos da igreja Universal do Reino de Deus dentro da prisão e voltou a
estudar.
-"Com muito esforço, terminei o ensino fundamental e depois o médio", explica.
Após sair da prisão, Silva Neto foi procurar emprego. Ao ser
rejeitado por algumas empresas por ser ex-detento, foi trabalhar no
Corpo de Segurança da Assembléia Legislativa do Estado (AL-PB
Da saída da Prisão
Na época, o presidente da casa legislativa era o então deputado
Inaldo Leitão e o seu Primeiro Secretario, o deputado Pedro Medeiros,
foi quem o levou para a respectiva apresentação ao presidente, que logo o
contratou.
Lá Neto permaneceu de 1997 a 2011, quando, em julho, foi nomeado pelo
governador do Estado da Paraíba Excelentíssimo Dr. Ricardo Coutinho,
para dirigir a Penitenciária Regional de Sapé.
Recomeço
A chegada à Penitenciária Regional de Sapé foi acompanhada de
rejeições e desconfianças. Fato este, priorizado pela parte funcional,
mais precisamente, pelos Agentes Penitenciários e, em menor escala pela
população carcerária.
Segundo Silva Neto, quando chegou à unidade, havia várias pessoas para
recebê-lo, no entanto, muitos eram os comentários e críticas, no
entanto, ele manteve a postura ética, sem dar ouvidos a comentários
maldosos, muito contrariamente, até os compreendia.
iniciar o trabalho na unidade prisional
Ao iniciar o trabalho na unidade prisional, Silva
Neto decidiu agir de maneira diferente, sempre centrado, com o objetivo
ímpar de organizar o local.
A priori, fez questão de entrar nas celas para as
efetivas apresentações, ocasião em que oportunamente, conversou de forma
individual com os reeducandos.
Sem inibição ou receio de seu passado e atividades
exercidas, Neto buscou deixar muito claro que estaria lá para somar de
forma favorável, exigindo em contrapartida, o respeito às normas de
disciplina e convivência.
Em seu primeiro discurso junto à massa carcerária,
Silva Neto foi transparente:
- "Entrou um irmão de vocês para cuidar de vocês.
Mas, não quero ver aqui nenhuma arma e nenhum celular. Quem tiver, por
favor, jogue pela janela". Este foi o primeiro aviso que Neto deu aos
encarcerados.
Posteriormente, ao checar o exterior das celas, encontrou 26 facas e 14 celulares.
- "Mantive logo um contato direto com os apenados,
haja vista que quando saí da prisão (em 1997) montei a Associação dos
Familiares e Amigos de Apenados da Paraíba. Eu sentia o desejo de fazer
algo por aquele povo. Todos que, certamente, um dia vão estar de volta
ao convívio social, pois no nosso país não existe pena de morte ou pena
perpétua", explica Silva Neto.
Reforma do Presídio
Poucas semanas após assumir o cargo, Silva Neto também iniciou a
reforma do prédio. Paralelamente, convidou a sociedade civil,
instituições e empresas a contribuir nas causas do sistema
penitenciário. A partir disso, abarcou todos os presos para o projeto de
educação do Governo do Estado, promoveu reunião com moradores, fez
visitas às casas e familiares de apenados.
- "Gosto desse contato, tanto com os presos quanto com a família,
porque percebi (no meu caso), como é importante o apoio. Apesar de minha
família não ter aprovado meus atos, ela permaneceu do meu lado na época
da sentença", diz.
Religião
Além de falar abertamente sobre sua trajetória,
Silva Neto não esconde seu lado religioso. O diretor é evangélico e
muitos até o chamam de pastor Silva Neto, ou simplesmente, pastor.
- "Quando assumi a direção, deixaram-me muito à vontade para
convidar instituições e toda a sociedade, pois é uma característica
desse Governo abrir as portas das prisões para que as instituições
públicas ou privadas possam nos ajudar na ressocialização. Convidei
todas as religiões.
Sei que nosso Estado é laico. Mas, temos as portas abertas para quem quiser contribuir", afirma.
Trabalho de ressocialização no presídio de Sapé
O trabalho de ressocialização no presídio de Sapé
vai além dos muros. Todos os meses, Silva Neto realiza reuniões com a
família dos presos, no auditório do Fórum local.
- "Não faço reuniões em uma igreja para que ninguém
reclame de estarmos favorecendo determinada religião. E o bom, é que
100% das famílias dos reeducandos, interagem, são participativos",-
conta o diretor.
- "Sei que devo prestar contas do que estou fazendo.
Estou como administrador e diretor desta penitenciária" - prossegue
Silva Neto.
Metas
"Pela primeira vez na história da Paraíba, o Governo se preocupou com o
sistema penitenciário, inclusive, saiu na frente ao aprovar a lei que
obriga as empresas que prestam serviço ao Estado a destinarem 5% de suas
vagas empregatícias, para seus sentenciados" – retrata.
Sobre os projetos de ressocialização existentes na Penitenciária de
Sapé, o diretor fala que estão sendo construídas salas de aula,
biblioteca e sala para cursos de qualificação. -- "Temos artesãos,
artista plástico e também um grupo de louvor chamado 'Ressocializando'.
Praticamos esportes, temos uma horta e toda reforma da penitenciária
está sendo feita pelos próprios detentos", enumera.
Alimentação no Presídio
Silva Neto também melhorou a refeição dos presos, mesmo economizando nos pedidos de alimentos ao Governo.
- "Deixei de pedir, por mês, mil quilos de alimentos ao Estado. Mas, não
reduzi a comida dos internos, tenho convicção, de que até melhorei,
pois não falta alimento no presídio. E o que chega é suficiente para
todos", relata o diretor.
Revendo sua Trajetória
Revendo a trajetória, Silva Neto percebe o que mudou.
- "Eu falei que era um policial rigoroso. Na época em que eu estava
na Policia Militar, há 20 anos, achava que quem matasse ou cometesse
algum crime não tinha jeito. Acreditava que essa pessoa deveria ser
morta. Confesso que, algumas vezes, abusei da autoridade. Eu me sentia
tudo – Juiz, Deus, a própria Lei...
Sentia-me acima de tudo!
Mas, um dia eu é que fui para a prisão. Conheci de perto a dor de estar preso, separado da família, de todos", - desabafa.
Por isso hoje, ele faz questão de tratar todos os detentos da mesma maneira. Segue com o trabalho e os estudos.
Muitas vezes a população duvida se de fato, quem vai para a cadeia
pode mesmo mudar, mas nosso entrevistado, prova que existem sim grandes
possibilidades.
-"Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas
transformam o mundo", disse certa vez o educador Paulo Freire
(1921-1997).
Portanto, mais que uma grande história, o governador da Paraíba,
cristalinamente, prova mostrando um exemplo de cidadania para todo
Brasil. Um exemplo a ser seguido.
Por: Elizabeth Misciasci
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Elizabeth Misciasci
Da Redação Revista zaP!®
be...@eunanet.net
*Elizabeth Misciasci - Jornalista, Humanista, Escritora, Pesquisadora. Palestrante, Presidente do Projeto zaP!
*Embaixadora Universal da Paz no âmbito do Círculo Universal dos Embaixadores da Paz -
(Cercle Universel Des Ambassadeurs De La Paix - Suisse/France)
* Certificação - FECI (Fundação de Educação e Cultura do Sport Clube Internacional) pelo apoio e divulgação aos I, II, III Concursos de
contos, crônicas, poesias e Histórias do Inter Porto Alegre - Casa do Poeta Latino Americano.
*Membro Correspondente da Governadoria da INBRASCI no Estado de São Paulo- Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais -
*Membro Efetivo AVSPE (Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores)
*Prêmio Frente Nacional dos Direitos da Criança
*Honra ao Mérito - Clube Brasileiro da Língua Portuguesa - título Humanista Honoris Causa, em Língua Portuguesa,
em razão da excelência de sua obra a favor dos Direitos Humanos.
*Delegada para o Estado de São Paulo (Brasil) do CEN- Intercâmbio Brasil / Portugal.
*Coordenadora de imprensa do Proyecto Cultural Sur Paulista.
*Indicada ao "Prêmio Clara Mil Mulheres" Nobel da Paz (Um dos 262 nomes, indicados por organizações e redes de mulheres,
sindicatos, universidades, organizações governamentais e não governamentais e pessoas físicas no ano de 2005).
*Certificação de Empreendedor Social pelo Apoio na Campanha Páscoa Solidária 2010,
na Categoria Parceiros e Personalidades pela Cia. Loucos do Tarô e o CICESP – Centro de Integração Cultural e
Empresarial de São Paulo, realizado em parceria com a Fundação Cafu, Fundação Edmilson,
Casa da Sopa de Limeira e Associação Amigos do Amor Maior.
*ALB Cadeira vitalícia 02, *Academia de Letras do Brasil Estado de São Paulo
*Doutora em Filosofia Univérsica - Ph.I. Filósofo Imortal 'Honoris Causa'.
55 (XX) (11) 6461.1907 – (11) 8337.3882 - (11) 9677.9428
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