Fwd: Cidadania é isso

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luciano

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Aug 21, 2015, 8:21:04 AM8/21/15
to jorge_...@yahoo.com.br
 





De: af...@outlook.com
Enviada: Quarta-feira, 19 de Agosto de 2015 16:17
Para: anara...@yahoo.com.br
Assunto: Cidadania é isso

Cidadania!

 

Outro dia eu li uma excelente reportagem da New Yorker sobre a
chanceler alemã Angela Merkel, onde o jornalista buscava
entender as razões para o seu sucesso -
...chega a ser chamada de "mutti" (mãe) pelos alemães - num país que
tomou aversão por cultos à personalidade. E desde a
sua juventude até o atual período como comandante da
nação, uma característica é sempre presente: a
monotonia. Sim, Angela Merkel é uma mulher comum, uma
pessoa "sem graça", no entanto é justamente isso
que faz seu sucesso, porque as pessoas podem saber o que
esperar dela e a enxergam como uma delas. Em 1991 o
fotógrafo Herlinde Koelbl começou uma série de
fotografias chamada "Traços do Poder" onde
retratava políticos alemães e observava como mudavam ao
longo de uma década. O fotógrafo conta que homens como o
ex-chanceler Gerhard Schröder ou o ex-ministro das
relações exteriores Joschka Fischer pareciam cada vez mais
tomados pela vaidade, enquanto Merkel, com seus modos
desajeitados, não passava nenhuma idéia de vaidade, mas de
um poder crescente que vinha de dentro. A vaidade
é subjetiva enquanto a ausência desta é objetiva, daí
que Merkel é tão eficiente enquanto outros políticos
parecem se perder nas liturgias e rapapés do
poder. Essa normalidade é vista em vários outros países - ainda que
exista a vaidade, que é de cada pessoa - como no caso de
deputados suecos que moram numa espécie de república tal
qual a de estudantes e lavam e passam a própria
roupa. Certa vez vi uma reportagem de um jornal britânico analisando uma
foto do primeiro-ministro David Cameron lavando a louça na
cozinha. A reportagem não se espantava com o fato do
primeiro-ministro lavar a própria louça, já que Tony
Blair fazia o mesmo e Margaret Thatcher cozinhava para o
marido, mas observava uma tábua de cortar carne com aexpressão

"calma, querida" num canto.

A própria Angela Merkel mora no mesmo apartamento de sempre

com o marido e a única mudança que houve em relação ao

seu tempo fora do poder é a presença de um guarda na porta
do prédio. Eles compram entradas para assistir ópera com o
próprio cartão de crédito e entram no teatro junto com
todos, sem nenhum esquema especial. Daí
partimos para o Brasil, onde um simples governador de estado
possui jatinhos, helicópteros, ajudantes de ordem e
comitivas com batedores de moto que param o trânsito para
que ele passe. Pessoas que vivem em palácios, como se ainda
fosse alguma corte real. Empregadas, arrumadeiras, garçons,
equipes de cozinheiros, serviço de quarto, motoristas,
inúmeros seguranças, esquemas especiais para entrar ou
sair de algum lugar. Essa é a diferença: a normalidade do poder, a noção de que um
servidor público é apenas um servidor público, seja um
escriturário ou o presidente/primeiro-ministro da nação.
Eles continuam sendo homens e mulheres, maridos e esposas,
pagadores de impostos, trabalhadores e cidadãos.
Cidadania é isso.

 

 

 
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