Nós somos anti-naturais, pois quando temos um impasse qualquer, criamos tecnologias para superar o problema!
Versão 1.0 - 15 de março de 2013
Rascunho - colabore na revisão.
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Continuação do texto de ontem;

Bom, o primeiro passo para a revisão da história humana é compreender que somos homo-tecnologicus e que a tecnologia nos liberta e nos condiciona.
Quem quiser entender a espécie humana tem que olhar para as tecnologias, se não vai ver algo que não somos nós!
A hipótese da gestão da espécie é razoavelmente lógica, pois podemos nos comparar os outros animais . Todo ser vivo estabelece uma forma de se relacionar em grupo. As espécies sociais, aquelas que vivem em matilhas, bandos ou colônias, estabelecem uma relação entre:
Há um limite de tamanho para um bando de lobos ou de leões, pois depois de um determinado número o líder-alfa, que toma as decisões vai ter problemas para conduzir o bando.
Os leões não podem mudar o modelo de comunicação ou de liderança, pois são “imexíveis” a curto prazo, pois tal padrão faz parte do seu DNA. O bando de leões é limitado, assim, em termos de tamanho de membros como as zebras, os búfalos, os elefantes.
O ser humano é diferente. Nós não temos limitação de tamanho do bando, pois nós, como vimos antes, DESDE QUE consigamos criar órteses que permitam nos expandir.
Só podemos superar o problema do aumento do bando se desenvolvermos tecnologias que viabilizem esse crescimento, se não entramos em colapso, que é o que está acontecendo agora.
Nós somos anti-naturais, pois quando temos um impasse qualquer, criamos tecnologias para superar o problema!
As órteses que regulam a capacidade de comunicação e o modelo de liderança são as tecnologias cognitivas (intermediadoras ou reintermediadoras), que definem nossa capacidade de inovar e tomar decisões, nos permitindo de tempos em tempos expandir o tamanho do bando.
Ou seja, quanto mais habitantes tivermos no planeta, mais órteses cognitivas precisamos criar para viabilizar o aumento do tamanho da espécie.
A crise que estamos vivendo em função do salto demográfico de um para sete bilhões nos últimos 200 anos se explica justamente por causa desse impasse tecnológico-cognitivo.
Saltamos em tamanho, mas não tínhamos ainda desenvolvido órteses que nos permitissem modificar o modelo de gestão da espécie que abrigasse esse novo tamanho do “bando”. Há uma incompatibilidade do modelo de gestão da espécie e o novo tamanho de membros. É esse ajuste macro-sistêmico que nos faz massificar a Internet e todas as mudanças que estão ocorrendo na sociedade. O atual líder-alfa – que toma a decisão por nós – está obsoleto, pois o tempo que leva para decidir é incompatível com a necessidade da manada.
O modelo do líder-alfa foi planejado para um mundo:
O aumento populacional amplia a complexidade, exige um tempo de resposta mais rápido em um ambiente em que a qualidade de demanda aumentou.
Tudo isso torna o nosso líder-alfa atual obsoleto:

O modelo adotado das grandes manadas, de um líder-alfa carimbador e regulador está obsoleto. Vivemos, assim, a criação de um novo ambiente cognitivo-produtivo que vai mudar a gestão da espécie no mundo, que nos permita tomar decisões mais rápido.
Estamos saindo de uma gestão da espécie baseado em líderes-alfa das grandes manadas e indo para o modelo das colônias de formigas, que estabelece a comunicação química (curtir/estrelas/comentários), a única forma de prescindir dos atuais líderes-alfa de plantão para ganhar velocidade de decisão.
Vamos transformar nossas organizações em grandes formigueiros, que é o que já vemos nas organizações nativas, tais como o Facebook, Google, Youtube, Taxibeat, Mercado Livre e Estante Virtual.
Este é o salto que a órtese Internet está nos permitindo, modificando a gestão da espécie que se consolidou nos últimos 200 anos.
O que as organizações precisam é adotar uma metodologia de migração, pois são modelos de gestão da espécie incompatíveis.
É esse tipo de consultor/profissional que consiga ver desse jeito e que possa ajudar a migrar que estamos precisando urgentemente no mercado.
Amanhã falamos mais sobre isso. Por aí, que dizes?