Transtornos Neuroquímicos de
Ansiedade
Todos os Transtornos de
Ansiedade têm como manifestação principal um alto nível de ansiedade. Ansiedade
é um estado emocional de apreensão, uma expectativa de que algo ruim aconteça,
acompanhado por várias reações físicas e mentais
desconfortáveis. O
paciente percebe uma realidade MUITO assustadora e que, de fato, não existe. O
cérebro reage bioquimicamente como se houvesse uma grande agressão, produzindo
sintomas de pânico, aumento da adrenalina e do cortisol a níveis
insuportáveis.
Os principais Transtornos Neuroquímicos de Ansiedade são: Síndrome do
Pânico, Fobia Específica, Fobia Social, Estresse Pós-Traumático, Transtorno
Obsessivo-Compulsivo e Distúrbio de Ansiedade Generalizada.
É comum que haja comorbidade e assim uma
pessoa pode apresentar sintomas de mais de um tipo de transtorno de ansiedade ao
mesmo tempo e destes com outros problemas como depressão.
Saiba um pouco sobre cada
Transtorno de Ansiedade:
Estresse Pós Traumático:
Estado ansioso com expectativa recorrente de
reviver uma experiência que tenha sido muito traumática. Por exemplo,
depois de ter sido assaltado, ficar com medo de que ocorra de novo, ter
medo de sair na rua, ter pesadelos, etc. Geralmente após um evento
traumático a ansiedade diminui logo no primeiro mês sem maiores
consequências. Porém, em alguns casos, os sintomas persistem por mais
tempo ou reaparecem depois de um tempo, levando a um estado denominado
como Estresse Pós Traumático.
Distúrbio de Ansiedade
Generalizada:
Estado de ansiedade
e preocupação excessiva sobre diversas coisas da vida. Este estado aparece
frequentemente e se acompanha de alguns dos seguintes sintomas: irritabilidade,
dificuldade em concentrar-se, inquietação, fadiga e humor deprimido.
Síndrome do Pânico:
A Síndrome do Pânico é caracterizada pela
ocorrência de freqüentes e inesperados ataques de pânico. Os ataques de pânico,
ou crises, consistem em períodos de intensa ansiedade e são acompanhados
de alguns sintomas específicos como taquicardia,
aumento da adrenalina, cortisol, perda do foco visual, dificuldade
de respirar, sensação de irrealidade, etc.
Fobia Simples:
Medo irracional
relacionada a um objeto ou situação específico. Na presença do estímulo fóbico a
pessoa apresenta uma forte reação de ansiedade, podendo chegar a ter um ataque
de pânico. Por exemplo a pessoa pode ter fobia de sangue, de animais, de altura,
de elevador, de lugares fechados ou abertos, fobia de dirigir, etc. Há muitas
formas possíveis de fobia, visto que o estímulo fóbico assume um lugar
substituto para os reais motivos de ansiedade da pessoa.
Fobia Social:
Ansiedade intensa e persistente relacionada a uma situação social.
Pode aparecer ligado a situações de desempenho em público ou em situações de
interação social. A pessoa pode temer, por exemplo, que os outros percebam seu
"nervosismo" pelo seu tremor, suor, rubor na face, alteração da voz, etc. Pode
levar à evitação de situações sociais e um certo sofrimento antecipado. A pessoa
pode também, por exemplo, evitar comer, beber ou escrever em público com medo de
que percebam o tremor em suas mãos.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo:
Estado em que se
apresentam obsessões ou compulsões repetidamente, causando grande sofrimento à
pessoa. Obsessões são pensamentos, idéias ou imagens que invadem a consciência
da pessoa. Há vários exemplos como dúvidas que sempre retornam (se fechou o gás,
se fechou a porta, etc.), fantasias de querer fazer algo que considera errado
(machucar alguém, xingar, etc.), entre vários outros.
As compulsões são atos
repetitivos que tem como função tentar aliviar a ansiedade trazida pelas
obsessões. Assim, a pessoa pode lavar a mão muitas vezes para tentar aliviar uma
idéia recorrente de que está sujo, ou verificar muitas vezes se uma porta está
fechada, fazer contas para afastar algum pensamento, arrumar as coisas, repetir
atos, etc.
Uma nota para
Reflexão:
O que é normal e o que não é normal
em nossa vida mental ?
É importante notar que
todos nós apresentamos alguns comportamentos "estranhos" uma vez ou outra. A
vida psicológica normalmente é cheia de estados emocionais variados, de
transições e crises. Todos nós temos alguns medos ilógicos, algumas idéias
intrusas em nossa consciência e estados de ansiedade mais intensos.
O que caracteriza um estado como
patológico é quando estas situações dominam a nossa vida mental, quando o sofrimento emocional
(ansiedade, desânimo, etc.) passa a ocupar o primeiro plano em nossas vidas e
nos impede de viver outras experiências. Na psicopatologia, ocorre certa perda
de liberdade e ficamos paralisados em modos estereotipados de funcionamento,
sofrendo.
O medo sem nome chamado ansiedade
O medo
sem nome chamado ansiedade
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Os
ansiosos, dizem os especialistas,
temem inconscientemente a ocorrência
de
uma catástrofe, que,
na verdade, já aconteceu:
a desestruturação da vida
social e mental.
Para entender esse mecanismo,
temos de recuar à mais
tenra infância
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Você tem, sua
bisavó tinha, seus tetranetos também terão: ansiedade. Aquela intensa vontade de
que o dia esperado ou a pessoa amada chegue logo, o medo de não dar tempo, de
não dar paro gasto, de não dar certo. A espera pela resposta de um pedido de
emprego, pela chuva que cai ou que não cai, pelo novo valor do aluguel –
qualquer banalidade pode virar motivo de ansiedade. Às vezes a sensação vem do
nada e se instala na gente. Para muitos, traz a vantagem, discutível, de
dispensar o corte das unhas das mãos, já que, de repente, o ansioso se dá conta
do quanto elas estão roídas.
Os ansiosos, dizem os especialistas, temem
inconscientemente a ocorrência de uma catástrofe, que, na verdade já acontece: a
desestruturação da vida social e mental. Para entender esse mecanismo,
temos de recuar à mais tenra infância. Ali estaria a causa de toda ansiedade: a
mãe (e sempre ela). O mal-estar, que poucos conseguem definir, pode ter mil e um
motivos, que vão mudando ao longo da vida. Mas a sensação seria apenas um eco
daqueles momentos da infância em que estamos à espera – toda ansiedade é uma
forma de espera – do peito da mãe, que virá nos alimentar, nos dar segurança,
conforto, calor e a primeira experiência de amor.
Não há quem não tenha
conhecido estados de ansiedade, menos ou mais agudos. Quem já encarou uma fila
de banco na hora do almoço, morrendo de fome, com apenas quinze minutos para
pagar contas e comer, antes de voltar ao trabalho, sabe do que se trata. E não
existe nada pior para provocar uma ansiedade brutal do que falar em público. É
fogo. Dá diarréia minutos antes, gagueira segundos depois. É um inferno, mas não
deixa de ser excitante. E, no dia seguinte, começa a ansiedade da espera das
críticas. Uma ansiedade vai emendando na outra.
Muitos percebem que terão
um dia ansioso pela frente quando acordam, achando que não vão dar conta das
tarefas e encontros agendados. Saem a campo com a impressão de que vai dar tudo
errado. E sem nem um fato real para embasar a ansiedade. É só aquele aperto no
coração, como se um pássaro assustado batesse asas dentro do peito. O mundo
profissional, de fato, é território fértil para se plantar e colher ansiedades.
Quem não tem um trabalho fixo, por exemplo, ou funciona como free-lance em
atividades diferentes, é o que mais cultiva essa aflição sem fim.
Embora
a ansiedade seja comumente associada à obesidade – o ansioso seria um ser que
mastiga sem parar –, alguns especialistas a recomendam para quem deseja
emagrecer. Nos estados de ansiedade, dizem, a mente se alimenta o tempo todo de
si mesma – o corpo e suas necessidades ficam um tanto esquecidos que não sobra
espaço para a fome.
E, já que estão na contramão das opiniões correntes,
estes profissionais acrescentam que a ansiedade alheia funciona como um
calmante, uma espécie de esponja que absorve as próprias inquietações. Com
alguém ansioso ao lado, garantem, a pessoa volta a ter fome, sono e serenidade.
E passa a valorizar o estoque de alegria que tem no coração.
Outra
conclusão a que os especialistas chegaram: sem uma boa dose de ansiedade não se
ganha dinheiro na vida. Mas, eles são obrigados a admitir que o amor bate o
dinheiro como provocador de ansiedade. Se falta dinheiro, argumentam, sempre se
pode procurar um amigo que nos quebre o galho por algum tempo. Agora, se falta
amor, não se sabe de ninguém disposto a emprestar o namorado para o outro, só
porque esse padece de ansiedade amorosa. O amor, de fato, parece ser unha e
carne com a ansiedade. Namorar também deixa a pessoa ansiosa. E o ciúme, então:
bota o ponteiro da ansiedade no vermelho. Para muita gente, amor e ansiedade são
quase sinônimos.
E as campeãs de ansiedade quando o assunto é amor são
mesmo as mulheres (veja quadro 1). Esperar pelo homem, sobretudo à noite, é um
dos motivos mais comuns da ansiedade feminina. Se o maridão não chega na hora
prevista, a ansiedade a faz criar todo tipo de cenário na mente, de acidentes a
traição – o que faz agravar o tempo de espera. É barra!
Rubem Braga tem a
esse respeito uma crônica memorável. Chama-se justamente A Mulher Esperando o
Homem. Para começar, ele conta o caso de uma refugiada húngara da revolução de
1956, quando os soviéticos invadiram seu país para sufocar violentamente um
levante comunista. O marido saíra de casa de manhã para participar das lutas de
rua e não voltara à noite.
A mulher, então, ficou acordada até de
manhãzinha, sufocando a ansiedade, sem ter notícias dele. Dias e noites
foram se passando, os tanques russos machucavam o pavimento ensanguentado das
ruas de Budapeste, e nada de o marido chegar. A pobre mulher evoluiu da
ansiedade para a mais negra angústia. Até que alguém veio lhe dar notícias: o
marido estava morto. Ela aprontou a mala e fugiu para a fronteira com a Aústria.
“Ela agora estava desgraçada, mas livre”, diz o velho Braga.
Quando a
ansiedade se torna uma doença
Até este momento estivemos falando do que
os especialistas chamam de ansiedade positiva – aquela que pode acontecer a
qualquer pessoa, diante de um problema banal do cotidiano, e que funciona como
uma mola propulsora para se enfrentar obstáculos. O contrário desta, a ansiedade
negativa – ou transtornos de ansiedade, como é modernamente conhecida –, é
considerada uma doença, que desestrutura não apenas a mente mas também o
corpo. E é sobre essa última que estaremos falando a partir de agora.
Do
ponto de vista biológico, a ansiedade surge por um distúrbio neuroquímico, em
nível de determinadas substâncias do cérebro chamadas neurotransmissores. Essas
substâncias são produzidas dentro das células nervosas, as células cerebrais.
São os mensageiros, as substâncias que levam “recado” de uma célula para outra,
o combustível do cérebro, a estrutura química da vida mental.
Quando uma
pessoa tem esse mecanismo bioquímico desarticulado, alterado normalmente por
fatores genéticos, a vida mental dela começa a se desestruturar. E um sintoma
nuclear do transtorno mental, dos mais variados tipos, é a ansiedade, que às
vezes surge e predomina no transtorno mental, provocando transtornos somáticos
também.
A ansiedade, entretanto, não fica apenas em nível da mente, mas
também do corpo. Uma pessoa, transtornada por um estado emocional qualquer, tem
uma reação cardiológica muito forte. O coração dispara, o ar custa a chegar aos
pulmões, a circulação fica difícil (provocando dormência nos membros superiores
e inferiores). Sudorese e tremores excessivos também fazem parte dos
sintomas.
As reações descritas acima são efeitos da ansiedade,
perifericamente. São vistas como a somatização de uma situação mental. “Nós
percebemos a ansiedade, e a vemos no organismo da pessoa, através destas
reações”, explica o psiquiatra João Alberto de Oliveira Campos. De acordo com
ele, a ansiedade é uma resposta natural em qualquer situação adversa. “É a
capacidade de a pessoa responder a um momento de extremo estresse”.
Sobre
o transtorno de ansiedade ser um fator hereditário, João Alberto explica:
“Quando eu falo em fator genético, falo no aspecto patológico da doença,
onde ela surge como um núcleo, que, na maioria das vezes, é herdado da família.
Nos grandes transtornos de ansiedade – o pânico, os fóbicos, os obsessivos
compulsivos, os de ansiedade generalizada ou específica – avaliar o aspecto
genético é fundamental. Sem essa disposição genética a pessoa não vai apresentar
qualquer transtorno”, garante.
.....................
(matéria
correlata)
A reclassificação dos transtornos de ansiedade
A
identificação dos transtornos de ansiedade está sendo vista como o mais
importante desenvolvimento da Psiquiatria no início do século. Graças a
reclassificação proposta, a especialidade deu um salto e hoje o psiquiatra é
visto como o profissional a ser procurado para diagnosticar e indicar o
tratamento adequado a cada caso.
A classificação dos transtornos de
ansiedade envolve cinco tipos: do pânico, fóbicos, obsessivo-compulsivo,
ansiedade generalizada e estresse pós-traumático. Os transtornos fóbicos
subdividem-se em agorafobia, fobia social e fobia específica. O psiquiatra João
Alberto de Oliveira Campos comenta, a seguir, sobre cada um desses
tipos.
1.Do pânico
A pessoa, normalmente um adulto-jovem, a partir
dos 15 anos de idade, sem uma motivação externa evidente, clara, entra no que se
chama de ataque de pânico. Por alguns minutos, de 10 a 20, sente o coração
disparar. Tem palpitação, falta de ar, sudorese, tonturas, dormências, ondas de
calor e de calafrio. Pensa ter náuseas, mal-estar abdominal, um medo muito
grande de morrer naquele momento. Acha que está tendo um ataque do coração,
que está ficando louca. Em seguida, cerca de meia hora, todos esses
sintomas passam. Depois fica uma ansiedade permanente. A pessoa fica um dia,
dois ou um mês extremamente ansiosa, com medo da crise se repetir. Vai ao
médico, qualquer que seja a especialidade, e faz uma série de exames que não dão
em nada.
Esses ataques começam a se repetir freqüentemente. Duram cinco,
10, 15 minutos e a pessoa vai se sentido doente, procura tratamento e muitas
vezes não encontra solução. Por causa desses ataques começa a estruturar o que
se chama de fobias.
2.Fóbicos
Fobia é aquele medo absurdo que se
sente diante de determinada situação. A pessoa vive em estado de angústia e de
ansiedade intensas.
Houve um avanço no estudo das fobias. Até há alguns
anos atrás, havia mais de 200 tipos catalogados. Hoje, as fobias são divididas
em apenas três categorias: agorafobia, fobia social e fobia
específica.
2.1. Agorafobia
Significa medo de estar em uma
situação onde a pessoa possa passar mal, ter uma crise, e não ser socorrida. A
pessoa passa a ter medo de ficar sozinha em casa. Ou se isola, com medo de
sair. Não consegue viajar, porque, se afastar da cidade onde moram significa
perder assistência no caso de uma crise. Assim, a pessoa vai se tornando
prisioneira desse estado ansioso. Precisa, o tempo todo, de ter alguém ao seu
lado.
O transtorno do pânico com agorafobia é muito freqüente. Cerca de
3% da população adulta apresenta esse quadro durante a vida. Feito o tratamento,
dentro de poucas semanas as crises desaparecem e a pessoa volta a ter uma vida
normal.
Na grande maioria das vezes, a agorafobia surge em conseqüência
dos ataques de pânico. A doença responde bem aos tratamentos medicamentoso e
psicoterápico.
2.2.Fobia social
É o oposto da agorafobia. A pessoa
tem medo de gente. Toda vez em que está numa situação onde se vê no centro das
atenções, que está sendo notada, que se espera algo dela, sente que pode falhar
e passar por um vexame. Então, começa a criar esquiva fóbica dessas situações.
Passa a não ter condições, por exemplo, de falar em público. Se ela for
solicitada a se expor dessa maneira, fica vermelha, o coração dispara e pode até
ter um ataque fóbico no lugar onde se encontra.
Outras dificuldades: a
pessoa não consegue telefonar para alguém que não conhece bem, nem usar banheiro
público, nem comer, escrever ou trabalhar na frente dos outros.
Todas
essas situações de fobia social limitam, e muito, a vida da pessoa. É uma
situação bioquímica social. Há tratamento medicamentoso e psicoterápico para
acabar com as crises.
2.3.Fobia específica
É direcionada a uma
situação ou objeto. A pessoa tem medo de animais, ou de um tipo de animal, como
um gato, por exemplo. Pode ter também fobia a objetos, como de uma faca. Há
ainda a fobia de um lugar fechado. A pessoa não entra, de jeito nenhum, em um
elevador.
As fobias específicas não estão bem esclarecidas ainda.
Provavelmente um mecanismo psicológico e não bioquímico é que é mais importante
no aparecimento dessa fobia. É como se fosse um condicionamento resultante do
medo.
3.Obsessivo-compulsivo (TOC)
A pessoa, a partir da
juventude, começa a desenvolver pensamentos obsessivos, que maltratam em muito a
sua vida. Passa a ter vontade de gritar palavrões. Se esta numa missa, por
exemplo, sente-se impelido em gritar palavras agressivas ao ambiente. Se está
andando de carro com o filho, pensa que a criança pode morrer. Assim, ele pára o
carro, faz uma oração ou medita sobre algo, para só então voltar a
dirigir.
Esses pensamentos ficam se repetindo na mente da pessoa. Assim,
ela constrói um ritual compulsivo. Faz uma série de gestos ou cria
atitudes para tentar anulá-los. E fica presa nos pensamentos e nos rituais.
Felizmente, existe um tratamento eficaz para os portadores desse tipo de
fobia.
4. Ansiedade generalizada
A pessoa fica em
permanente estado de ansiedade. Não tem crises como as relatadas anteriormente.
Mas, sem motivação externa nenhuma está sempre ansiosa e angustiada. Desde o
momento em que se levanta – e por todo o dia – sente o desconforto da ansiedade:
coração disparado, suor excessivo, respiração difícil, mal-humor, irritação, um
estado ansioso permanente.
O transtorno de ansiedade generalizada é de
prevalência alta na população e responde bem aos medicamentos
5. Estresse pós-traumático
Uma pessoa é
submetida a uma situação muito estressante, a um trauma psicológico muito forte
e, a partir daí, desenvolve um estado ansioso que se repete em crises
contantes.
O estresse pós-traumático também responde bem aos tratamentos
indicados caso a caso.
........................
(quadro
1)
A mulher é mais ansiosa
A maioria dos estudos concorda que os
transtornos ansiosos é aproximadamente duas vezes maior em mulheres do que em
homens. Assim temos, na relação de prevalência entre os sexos, a proporção de
duas mulheres para cada homem no transtorno ansioso geral
No Brasil, a
prevalência de transtornos ansiosos, por sexo, foi pesquisada em três cidades:
Brasília, São Paulo e Porto Alegre.
Acompanhe, nos quadros abaixo, os
resultados obtidos:
....................
Relação de prevalência entre
os sexos
Transtornos ansiosos / Mulheres-homens
Geral / 2 por 1
TOC
/ 4 por 1
Pânico / 2 por 2,1
Pânico (de 22 a 44 anos)/ 4 por
1
Agorafobia / 4 por 1
Agorafobia (de 25 a 44 anoss) / 8 por 1
Fobias
simples / 2 por 1
..........................
Prevalência dos
transtornos ansiosos no Brasil (por sexo)
Cidades: Brasília
São Paulo Porto Alegre
Sexo M/F
M/F
M/F
Transtornos
ansiosos 13,6/21,6
7,3/13,9 5,2/14,0
Transtornos
fóbicos
10,8/22,7 4,9/10,4
7,7/20,5
.................................
Essas modificações
aconteceram em decorrência dos avanços da psiquiatria nas últimas décadas. O
conceito de transtornos de ansiedade foi revisto e atualizado, provando que eles
têm, em sua maioria, um fundo genético (bioquímico-cerebral). E é sob essa ótica
que o tratamento é
prescrito.
.......................
(quadro 2)
A
cura está dentro do paciente
Há como se curar o portador de transtornos
de ansiedade sem mudar o meio social em que ele vive? Sim, garante João Alberto
de Oliveira Campos, falndo em nome dos profissionais da área.
“Nós não
podemos mudar a condição social do paciente, dar a ele um bom padrão de vida,
segurança, protegê-lo contra a violência ou a fome. Mas, com os nossos métodos
de tratamento, podemos atuar em seu estado psicológico, fazendo com que ele
encontre, dentro dele mesmo, mecanismos que o ajude a lidar com as situações
adversas de uma maneira mais eficaz”.
Portanto, de acordo com o
especialista, a psiquiatria pode, com os tratamentos propostos, fazer com que os
portadores desse processos ansiosos lidem melhor com as situações externas,
controlando tanto a ansiedade quanto a angústia, evitando, assim sofrimentos
inúteis.
“Oferecendo ao paciente a possibilidade de se reestruturar
emocionalmente, atuamos fortalecendo sua realidade interna, para que, com isso,
ele possa lidar melhor com a realidade externa”, explica João
Alberto.
Um pouco mais sobre a Serotonina (5HT)
No Humor e Ansiedade:
Para se ter uma noção da influência bioquímica sobre o
estado afetivo das pessoas, basta lembrar dos efeitos da cocaína, por exemplo.
Trata-se de um produto químico atuando sobre o cérebro e capaz de produzir
grande sensação de alegria, ou seja, proporciona um estado emocional através de
uma alteração química. Outros produtos químicos, ou a falta deles, também podem
proporcionar alterações emocionais.
Pensando nisso, em meados desse século a medicina começou a
suspeitar ser muito provável a existência de substâncias químicas atuando no
metabolismo cerebral capazes de proporcionar o estado depressivo. Isso resultou,
nos conhecimentos atuais dos neurotransmissores e neuroreceptores, muitíssimo
relacionados à atividade cerebral. Alguns desses neurotransmissores, notadamente
a serotonina, noradrenalina e dopamina, estão muito associados ao estado afetivo
das pessoas. Assim sendo, hoje em dia é mais correto acreditar que o deprimido
não é apenas uma pessoa triste, aliás, alguns deprimidos nem tristes ficam. É
mais acertado acreditar nos deprimidos como pessoas que apresenta um transtorno
da afetividade, concomitante ou proporcionado por uma alteração nos
neurotransmissores e neuroreceptores.
Algumas pesquisas que procuraram embasar a teoria de que a
depressão seria conseqüente à baixos níveis da Serotonina. Inclusive observou-se
que as pessoas submetidas à dieta com baixos teores de Triptofano, uma
substância (amino-ácido) precursora da Serotonina, desenvolviam um quadro
depressivo moderado.
Também foram realizados testes em pacientes gravemente
deprimidos, bem como em pacientes suicidas, e constatou-se também baixíssimos
níveis da Serotonina no líquido espinhal dessas pessoas.
Existe um teste internacional para avaliação do grau de
depressão chamado teste de Hamilton. Pois bem, este teste mostra altas
pontuações (sugerindo maior depressão) em pessoas com dosagem menor de
triptofano (o precursos da Serotonina).
Essas pesquisas abrem a possibilidade de se utilizar o
triptofano como coadjuvante no tratamento de pacientes deprimidos, coisa que já
vem sendo feita por muitos psiquiatras.
Também os Transtornos Neuroquímicos da Ansiedade,
principalmente o Transtorno Obsessivo-Compulsivo e o Transtorno do Pânico,
estariam relacionados à Serotonina, tanto assim que o tratamento para ambos
também é realizado às custas de antidepressivos que aumentam a disponibilidade
de Serotonina. Nesses estados ansioso, também a noradrenalina, um outro
neurotransmissor estaria diminuído.
A ação terapêutica das drogas antidepressivas tem lugar no
Sistema Límbico, o principal centro cerebral das emoções. Este efeito
terapêutico é conseqüência de um aumento funcional dos neurotransmissores na
fenda sináptica (espaço entre um neurônio e outro), principalmente da
Norepinefrina (NE) e/ou da Serotonina (5HT) e/ou da dopamina (DO), bem como
alteração no número e sensibilidade dos neuroreceptores. O aumento de
neurotransmissores na fenda sináptica pode se dar através do bloqueio da
recaptação desses neurotransmissores no neurônio pré-sináptico (neurônio
anterior) ou ainda, através da inibição da Monoaminaoxidase (MAO), a enzima
responsável pela inativação destes neurotransmissores. Será, portanto, os
sistemas noradrenérgico, serotoninérgico e dopaminérgico do Sistema Límbico o
local de ação das drogas antidepressivas empregadas na terapia dos transtornos
da afetividade.
A constatação do envolvimento dos receptores 5HT,
conhecidamente implicados na Depressão, também na sintomatologia da Ansiedade
parece ser um importante ponto de partida para a identidade terapêutica dos dois
fenômenos psíquicos como tendo uma raíz comum (Bromidge e cols, 1998, Kennett e
cols, 1997), seja em relação às causas dos dois transtornos, seja do ponto de
vista do tratamento dos dois transtornos com antidepressivos.
Na Atividade Sexual
Tendo em vista a ação da Serotonina na diminuição da
liberação de estimulantes da produção de hormônios pela hipófise, ou seja,
quanto mais serotonina menos hormônio sexual, alguns antidepressivos que
aumentam a Serotonina acabam por diminuir a atividade sexual.
No Apetite
A vontade de comer doces e a sensação
de já estar satisfeito com o que comeu (saciedade) dependem de uma região
cerebral localizada no hipotálamo. Com taxas normais de Serotonina a pessoa
sente-se satisfeita com mais facilidade e tem maior controle na vontade de comer
doce.
Havendo diminuição da Serotonina, como ocorre na depressão,
a pessoa pode ter uma tendência ao ganho de peso. É por isso que medicamentos
que aumentam a Serotonina estão sendo cada vez mais utilizados nas dietas para
perda de peso.
Um desses medicamentos é a fluoxetina, a qual, além de
tratar a depressão, aumentando a Serotonina, também proporciona maior controle
da fome (notadamente para doces).
Bibliografia:
http://www.psiqweb.med.br/farmaco/serotonina.html