ATENÇÃO: ABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA SUBMISSÕES DE COMUNICAÇÕES (20 de agosto de 2010 a 19 de setembro de 2010)
O V Simpósio Nacional de História Cultural- Brasília 50 anos: Ler e Ver - Paisagens Subjetivas, Paisagens Sociais ocorrerá na cidade de Brasília (DF), nas dependências da Universidade de Brasília (UnB), no período de 08 a 12 de novembro de 2010, ano em que Brasilia completa 50 anos. O simpósio integra, portanto, as comemorações do cinquentenário da nossa Capital, cidade que serviu de berço à UnB. Nesta quinta edição de seu Simpósio Nacional, o GT Nacional de História Cultural busca divulgar pesquisas e suscitar debates tanto em torno de temas já consagrados no âmbito da História Cultural, quanto de perspectivas teóricas e metodológicas que visam a ampliar os campos de interlocução do historiador da cultura.
Para este V Simpósio Nacional de História Cultural, o Comitê Científico propõe não apenas o esquadrinhamento de uma temática e/ou de uma proposta de trabalho, mas um diálogo abrangente que articule temas e objetos de História Cultural - Imagens, Paisagens e Subjetividades - ao campo da História Social, por intermédio das Paisagens Sociais. A intenção é promover, a partir de experiências individuais e coletivas, o contato dos homens e das mulheres com a realidade, implicando numa forma de conhecimento desse real apreendido pelas dimensões subjetivas. Desse modo, o aspecto cognitivo organiza, interpreta, traduz e classifica as manifestações sensíveis através de representações políticas e sociais, enquanto a sensação se transforma em sentimentos ou "estados d'alma", atribuindo ao mundo significados partilhados e transmitidos.
Nossa proposta, portanto, no V Simpósio Nacional de História Cultural, é a de pensar como as subjetividades afetaram e foram historicamente afetadas pelas mudanças ocorridas nos comportamentos e nas visões de mundo, nas formas de conhecimento do real e na concepção de valores e verdades, nas experiências estéticas e nas expressões artísticas, nas crenças e mitos, na moral e na norma, nas formas de agregação dos indivíduos e dos grupos, no sentido do público e do privado. Que razões e sentimentos estavam contidos nessas transformações que ocorreram na história?
Instruções gerais para inscrição no V SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA CULTURAL
Brasília 50 anos: Ler e Ver - Paisagens Subjetivas, Paisagens Sociais.
PROPONENTES:
PROF. DRA. MARIA DE FÁTIMA COSTA -cost...@terra.com.br- (Departamento de História - Universidade Federal de Mato Grosso) PROF. DR. PABLO DIENER (Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT)
RESUMO: Cronistas e viajantes vêm dando uma contribuição substancial à construção de paisagens subjetivas e sociais, dos mais diferentes lugares do planeta. Estes personagens têm fixado suas impressões tanto através dos textos escritos, que conformam o amplo legado das narrativas de viagens, como por meio de representações imagéticas, sejam desenhos, pinturas, fotografias, registros de imagens em movimento ou outras linguagens; e também mediante a cartografia. Fazendo uso das mais diversas formas de expressão, ao longo dos tempos, mesmo contemporaneamente, cientistas, artistas, poetas, aventureiros, enfim, indivíduos de todas as índoles, têm fornecido um formidável acervo de informações de realidades por eles vistas e sonhadas, interpretadas, traduzidas e classificadas. Neste simpósio temático busca-se reunir estudos – já realizados ou em andamento – que tenham como suporte o legado de viajantes. O objetivo da proposta é discutir a modalidade na qual estes personagens, de todas as épocas, viram e leram as paisagens de sociedades humanas alheias, carregadas, prenhes de outras subjetividades, e também as paisagens naturais de distintas coordenadas. Interessa-nos esquadrinhar como homens e mulheres foram retratados e como os lugares foram apreendidos. Trata-se, pois, de analisar, num leque temático abrangente, de que forma os nossos personagens, cronistas e viajantes, registraram o mundo social e natural, sem descartar, contudo, aqueles roteiros relacionados ao mítico e ao fantástico. E, à maneira de ponto de partida para esta discussão, assumimos que “antes de poder ser um repouso para os sentidos, a paisagem é obra da mente. Compõe- se tanto de camadas de lembranças quanto de estratos de rocha” (Schama, Paisagem e Memória, 1996: 17).
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PROPONENTES:
PROF. DR. MARCOS SILVA- marcoss...@uol.com.br tem pós-doutorado na Université de Paris III, é Professor Titular de Metodologia da História na FFLCH/USP e um dos organizadores da coletânea Metamorfoses das linguagens - Histórias, Cinemas, Literaturas (LCTE, 2009). Publicou individualmente, dentre outros, Prazer e poder do Amigo da Onça (Paz e Terra, 1989)
PROF. DR. JORGE LUIZ NOVOA- jlbn...@yahoo.com.br - é Doutor em Sociologia pela Université de Paris VII, Professor Associado I no Departamento de Sociologia da UFBA, Professor Convidado da Université de Paris III - Sorbonne e um dos organizadores de Cinematógrafo. Um olhar sobre a história (Ed. Da UNESP, 2009), Cinema-História: teoria e representações sociais no cinema (Ed. Apicuri, 2008) e publicou individualmente, dentre outros títulos, A História à deriva (Ed. UFBA, 1993).
As relações entre História e Cinema são transdisciplinares por definição. Abrangem o diálogo entre Conhecimento Histórico (mais disciplinas próximas, como Sociologia, Filosofia, Estudos Literários e de Comunicação) e Estudo sobre Cinema (mais disciplinas próximas, como Semiótica, Filosofia, Estudos Literários e Comunicação). Este Seminário Temático discutirá materiais que evidenciem esses diálogos, enfatizando sua importância para a ampliação de conteúdos e métodos na pesquisa histórica e em ciências sociais, assim como no ensino dessas disciplinas. Interessa-nos a abordagem tanto de filmes ou temas específicos, quanto de problemáticas teóricas mais gerais, em contextos de ensino e/ou pesquisa.
Bibliografia preliminar
BENJAMIN, W. A obra de arte na época da sua reprodutibilidade técnica. In: Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo, Brasiliense, 1994.
BERNARDET, Jean-Claude e RAMOS, Alcides Freire. Cinema e História do Brasil. São Paulo: Contexto, 1988.
FERRO, Marc. “O filme: uma contra-análise da sociedade?”, in: LE GOFF, Jacques e NORA, Pierre. História – Novos objetos. Tradução de Terezinha Marinho. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976, p 199/215.
NOVOA, Jorge, FRESSATO, Soleni e FEIGELSON, Kristian (Orgs.). Cinematógrafo – Um olhar sobre a História. São Paulo/Salvador: EDUNESP/EDUFBA, 2009.
SILVA, Marcos, PINTO, Júlio Pimentel e CARDOSO, Maurício (Orgs.). Metamorfoses das linguagens (Histórias, Cinemas, Literaturas). São Paulo: LCTE, 2009.
SILVA, Marcos e NOVOA, Jorge. “Cinema-História” e Razão Poética: O que fazem os profissionais de História com os filmes?”, in: PESAVENTO, Sandra Jatahy, et al. (Orgs.). Sensibilidades e sociabilidades – Perspectivas de pesquisa. Goiânia: UCB, 2008, pp 11/18.
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PROPONENTES:
PROF. DR. ALEXANDRE PACHECO -nelsonf...@hotmail.com (Graduação em História pelo Centro de Ensino Superior de São Carlos. Professor concursado da Rede Oficial de Ensino do Estado de São Paulo entre os anos de 2000 e 2005. Mestre em História Social pela Universidade Federal de Uberlândia. Doutor em Sociologia pela Universidade Estadual Paulista - Campus Araraquara e Professor Adjunto II do Departamento de História da Universidade Federal de Rondônia).
PROF. DR. ROBSON MENDONÇA PEREIRA (Professor adjunto do departamento de História, da Unidade de Ciências Sócio-econômicas e Humanas, Universidade Estadual de Goiás - Anápolis).
RESUMO: Este simpósio tem como intenção primordial proporcionar um espaço de discussão de imagens históricas produzidas sobre personagens individuais ou sujeitos coletivos diante de suas necessidades de exploração, domínio ou convívio com a natureza presente no território brasileiro desde os tempos da colônia até a nossa contemporaneidade. Imagens presentes não somente no âmbito da historiografia brasileira (nacional e regional), como também nos discursos de personalidades políticas e acadêmico-literárias que estiveram à frente dos processos de entronização do homem brasileiro nos sertões. Neste sentido, o escopo do debate se centrará na percepção de como foram mobilizadas memórias capazes de denunciar as subjetividades contidas nos talentos literários e científicos, como também em um "saber de experiências feitas", como costumava dizer Leandro Tocantins, presentes em obras e discursos. Dessa forma interessa-nos compreender como tais construções literárias produziram paisagens históricas dos homens presentes no sertão brasileiro, a partir de um saber científico muitas vezes fruto da influência de autores estrangeiros, e também entender, como este saber diante do contato com a realidade brasileira a ser analisada foi capaz de produzir subjetividades necessárias ao entendimento dos objetos peculiares à experiência nacional. Por fim, pretendemos perceber como tais paisagens literárias e científicas sobre o homem brasileiro foram recepcionadas por leitores especializados em nossa contemporaneidade, de forma a terem suscitado construções estéticas, políticas e sociais transformadoras da compreensão das subjetividades presentes no homem brasileiro contemporâneo, ou à luz deste homem contemporâneo, terem percebido subjetividades peculiares aos homens do passado diante do processo civilizatório brasileiro.
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SIMPÓSIO 4 – “LUGARES, PAISAGENS E PASSAGENS URBANAS: HISTÓRIA CULTURAL NA CIDADE CONTEMPORÂNEA”
PROPONENTES:
PROF. DR. EMERSON CÉSAR DE CAMPOS -emec...@yahoo.com.br- (professor do departamento de história e da Pós-Graduação em História da Universidade do Estado de Santa Catarina- UDESC).
PROF. DR. LUIZ FELIPE FALCÃO (Professor do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Estado de Santa Catarina / UDESC).
RESUMO: As grandes cidades no mundo contemporâneo são constituídas por lugares, paisagens e passagens urbanas compartilhadas por variados habitantes, ou seja, por experiências derivadas de múltiplas trajetórias históricas, de diferentes inserções numa economia monetária regida pela produção e circulação de mercadorias e de diversos e contraditórios, mas complementares, tipos de individualismo, como aqueles que expressam referencias de caráter universal e igualitário e aqueles que buscam afirmar sinais de distinção que separam e hierarquizam. Por tais motivos, as grandes cidades representam um dos ambientes mais propícios para o exercício da História Cultural enquanto proposta de leitura e interpretação dos fenômenos socioculturais numa dimensão temporal capaz de apreender, também, as subjetividades nelas presentes.
Palavras-Chave: Cidades, História Cultural, Subjetividades.
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PROPONENTES:
PROF. DR. OLIVIER COMPAGNON - olivier....@gmail.com es profesor e investigador en Historia a la Universidad de la Sorbona (Paris III) y al Institut des Hautes Eudes de América Latina. Es también redactor en jefe de los Cahiers des Amériques latines y miembro del Institut Universitaire de France. Trabaja actualmente sobre las representaciones de la Primera Guerra Mundial en Argentina y en el Brasil y sobre las consecuencias del conflicto en el campo intelectual latino-americano.
PROF. DR. EDGARD VIDAL- edgard...@gmail.com
RESUMO: La segunda mitad del siglo XIX y la primera mitad del siglo XX estuvieron marcados por una aceleración de la inserción internacional de América Latina. Esto fue permitido por los avances tecnológicos que afectan los medios de transporte y el intercambio de información de un lado al otro del Océano Atlántico. La integración internacional, muy sensible en términos de migración (sobretodo europea) y de comercio, transforma el campo intelectual y artístico de América Latina, que aumenta en gran medida sus relaciones con Europa, pero también con los Estados Unidos. Sin embargo, los años 1900-1940 estuvieron marcados por la aparición de nuevas sensibilidades estéticas que reflejan una búsqueda renovada de la identidad, reivindicando particularismos regionales, nacionales o continentales («o qué e nosso») y reclamando una especificidad de la creación latino americana. Continuando el trabajo emprendido por Sergio Miceli, el reto de este panel es considerar los dos aspectos «nacional» y «estrangeiro» del modernismo, mediante la comparación de las trayectorias individuales (por ejemplo Tarsila do Amaral, Pedro Figari, Graça Aranha, Jorge Luis Borges) sin olvidar los juegos de tensión propios a las dialécticas "nacional / transnacional" o "identidad / cosmopolitismo" ni la manera en que se producen de un país al otro.
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PROPONENTE: PROFA. DRA. MARIA DA CONCEIÇÃO FRANCISCA PIRES-conceic...@uol.com.br- (Doutora em História Social, Professora Adjunta de História do Brasil no Departamento de História da UFV, Coordenadora do Curso de Graduação em História da UFV. Bolsista da Fundação Biblioteca Nacional)
PROF. DR. SERGIO SILVA (UNIRIO)
E PROF. DR. ROGERIO ROSA (UESC).
RESUMO: Esse ST intenta dar continuidade as discussões iniciadas no IV Simposio Nacional de História Cultural, e desenvolvidas no conjunto de atividades de pesquisa financiadas pelo CNPq, FAPERJ, FUNARBE e FAPEMIG, pelos coordenadores dessa proposta na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e na Universidade Federal de Viçosa.
A proposta é discutir sobre as formas de produção e propagação dos sistemas simbólicos e afirmações sociais e culturais de grupos sociais através das narrativas visuais. Busca-se dar visibilidade as novas praticas, sensibilidades, valores, representações e referencias simbólicas de grupos sociais plurais em diferentes momentos históricos e às reelaborações das narrativas visuais.
Propõe-se desenvolver uma atitude hermenêutica sobre como a produção visual de representações colaboram para a construção das divisões do mundo social e encontram condições para se legitimar adquirindo força de real para os que o vivencia. Importa problematizar a ação de apropriação, por vezes fragmentada e desdobrada, das narrativas visuais as inscrevendo em um regime de saber compartilhado. A relevância dessa proposta está no interesse em fomentar a discussão e reflexão sobre as formas de produção e propagação das praticas culturais, memórias, representações, valores e referencias simbólicas através das narrativas visuais, e por propor agregar analises que examinam como as narrativas visuais incidem e materializam as identidades estéticas, culturais e sociais dos grupos sociais. Em consonância com a expansão desse campo de reflexões, esse seminário temático intenta se tornar um lócus interdisciplinar de debate em torno dos conceitos e metodologias de pesquisa sobre temas afins, tais como mídia, redes de sociabilidades, cultura política, mediações culturais, saberes locais, identidades, multiculturalismo, direcionando essas reflexões para o campo da História. Dessa forma, esse seminário está aberto à recepção de propostas que apresentem os resultados teóricos, metodológicos e empíricos de pesquisas que se dedicaram: a) ao exame critico e reflexivo das praticas sociais, culturais e artefatos visuais presentes em narrativas visuais;b) analises sobre discursos de poder e contra-poder presentes em narrativas visuais;c) reflexões teóricas e metodológicas sobre a temática social da imagem visando compreender os diferentes marcos referenciais construídos no campo da História; d) pesquisas acerca das construções, usos sociais, significados, aplicações e formas de fruição das narrativas visuais entre indivíduos, grupos étnicos e movimentos sociais e suas implicações políticas, sociais e culturais.
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PROPONENTES:
PROF. DR. EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO-edwa...@uol.com.br- (Vice-Reitor da UFPI, é Doutor em História e atua junto ao Programa de Pós-Graduação em História e ao Departamento de Geografia e História. Orientador de trabalhos de Mestrado e Doutorado. Lidera o GT História, Cultura e Subjetividade (Lattes/CNPQ) e é Bolsista de produtividade em pesquisa do CNPQ. Atualmente desenvolve trabalho sobre cinema experimental. Colabora, como Consultor Externo, com os Programas de Iniciação Científica das Universidades Federais do Maranhão e Rural de Pernambuco. Tem experiência na área de História, com ênfase em Teoria e Metodologia da História. Seus interesses de pesquisa estão voltados para uma ampla indagação sobre as condições de existir da juventude brasileira da segunda metade do século vinte aos dias atuais. Suas publicações, expressas em livros, capítulos e artigos publicados em diferentes revistas se situam, principalmente, na seguinte ambiência temática: História, Brasil, Cinema, Música, Literatura, Identidade, Juventude e Pós-modernidade).
PROF. DR. JAILSON PEREIRA SILVA (Possui graduação (1997) e mestrado (2002) em história pela Universidade Federal de Pernambuco. Em 2009, defendeu tese de doutoramento na mesma Universidade, centrando seus estudos nas relações entre a história e a publicidade no Brasil, entre as décadas de 1960- 80).
RESUMO: O simpósio é proposto no sentido de reunir pesquisadores cujos interesses temáticos e teóricos façam a articulação entre História e ficção. Os trabalhos comunicados deverão incidir sobre as complexas mediações culturais que articulam a concreticidade da vida humana às representações subjetivas que a expressam, conformando sensibilidades através das quais são constituídas as sociabilidades de cada tempo. Desse modo, o simpósio procurará pensar sobre as estratégias através das quais nós inventamos, especialmente através de esforços estéticos, o nosso mundo. Imagina-se que será possível reunir trabalhos que abarquem os mais variados estudos sobre esta complexa relação entre real e ficção, o que permitirá, dentro do espírito de favorecer uma constante ampliação do campo conceptual da História, refletir sobre o potencial de interesse, para os estudos históricos, assim como para o ensino de história, de categorias como cinema, literatura, música, teatro, artes plásticas, etc. Os debates, no interior do simpósio, poderão ser, por um lado, articulados à idéia de que, entre “incertezas e inquietudes” (Chartier, 2002), a História tende, crescentemente, a se abrir a novas referências temáticas, enquanto, por outro lado, ao se reconhecer como uma proto-arte (Albuquerque Júnior, 2007), a qual oscila entre os critérios de cientificidade e as exigências estéticas de seu discurso, a História pode, finalmente, pensar sobre um “mundo verdadeiro das coisas de mentira” (Pesavento, 2002) sem se sentir necessariamente à beira do precipício. Trata-se, portanto, de um simpósio que é proposto com o intuito de, a pretexto de uma ampla reflexão sobre a relação entre História e ficção, favorecer a socialização, entre os simposiastas que a ele aderirem, das principais referências conceituais com as quais operam aqueles historiadores que desenvolvem pesquisas ambientadas nas letras e nas artes.
Obras citadas:
CHARTIER, R. À beira da falésia: a história entre incertezas e inquietudes. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2002.
PESAVENTO, S. J. Este mundo verdadeiro das coisas de mengtira: entre a arte e a história. Estudos Históricos, 1(32), Rio de Janeiro, CPDOC/FGV, 2002, p. 56-75.
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PROPONENTES:
PROF. DR. CAIRO MOHAMAD IBRAHIM KATRIB-ca...@pontal.ufu.br- (Universidade Federal de Uberlândia/ FACIP);
PROFA. DRA. MARIA CLARA TOMAZ MACHADO (Universidade Federal de Uberlândia);
RESUMO: O século XXI demarca transformações socioeconômicas substanciais para a sociedade brasileira, quando tradição e modernidade dialogam e instituem novos investimentos e (re) significações estéticas, rítmicas, performáticas e poéticas. Pelas frestas do social se entrevê expressões e linguagens que recriam novas paisagens, espaços e lugares que expõem a criatividade dos anônimos sociais. A tessitura das artesanias, dos tambores das festas, da corporeidade das danças, das sociabilidades do compadrio, do reencontro nas visitações e rezas, dos bailes de roça, do rádio ao pé do ouvido, do compasso e dos ritos, arabescos poéticos que redesenham o social, são ainda capazes de conviver com o homem fragmentado, produtivista? As identidades culturais, nesse processo de mudança, podem conciliar e se recusar à alienação? Essas são questões abertas aos estudiosos da Cultura Popular.
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PROPONENTES:
PROFA. PROFA. DRA. SAINY BORGES VELOSO-sainy...@yahoo.com.br-(Doutora em História Cultural - História/UnB e mestra em Artes IDA/UnB. Atualmente é professora da Faculdade de Artes Visuais da UFG).
PROF. DR. CLODOMIR SOUZA FERREIRA (Doutor em História Cultural e mestre em Comunicação, além de professor de Comunicação da Universidade de Brasília, com pesquisas com ênfase na música popular).
RESUMO: O enfoque do simpósio recai sobre as relações entre a história, a visualidade, a música e a literatura. Na impossibilidade de repetir a experiência do vivido – submergida no passado –, a necessidade humana busca reconfigurar um tempo. Deste modo, os historiadores reconstrói a história pela narrativa, mediatizam mundos, elaboram versões aproximadas daquilo que teria se passado um dia. Para tanto, consideram o imaginário como fábrica criativa de ideias transpostas em imagens, encenações performáticas, arquitetura, músicas, escrita, oralidade, artefatos culturais museológicos ou do cotidiano. Assim, o que chamamos visualidades corresponde aos modos de perceber os diferentes processos e produtos dessas diferentes linguagens – expressões e comunicações do mundo visto e não visto - produzidos pelas culturas em um jogo de poder que legitima o que é incluído ou não. Eles poder ser (re)simbolizados em narrativas verbais, escritas como também visuais e musicais. Deste modo, o imaginário é atividade do real, muito além da realidade concreta. Um real sensível que organiza o mundo, dando-lhe sentido, legitimidade e identidade. Contudo, na narrativa sobre o real, os fatos são reais na “verdade do simbólico” que comunicam. São dotados de realidades ao revelarem as paisagens humanas: os sentimentos, afetos, defeitos e virtudes; falarem do absurdo da existência; das misérias e dos prazeres da vida; desvendarem os fatos do mundo para além da moral e das normas, para além do confessável. Não negamos as especificidades de cada uma dessas áreas. Todavia, conjugadas, elas permitem enfrentar aproximações entre formas de conhecimento ou discursos sobre o mundo; trazem em si a possibilidade de abarcarem a complexidade do humano e de suas histórias; são testemunhas de seu tempo, ao registrarem a vida em um determinado momento da história.
Portanto, assumimos posturas epistemológicas diluidoras de fronteiras, as quais relativizam a dualidade verdade/ficção, a suposta oposição real/não-real, ciência ou arte. Compreendemo-las no jogo de poder, bem como, em suas relações de aproximação e distanciamento.
Objetivos:
- Proporcionar espaço para a comunicação e articulação de trabalhos voltados para a produção visual, musical e escrita em História;
- Criar oportunidade para a divulgação de trabalhos historiográficos que contemplam diferentes linguagens e relativizam o pensamento dual, de oposição.
- Reconhecer conexões epistemológicas entre diferentes áreas do conhecimento.
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PROPONENTES:
PROFA. DRA. ELEONORA ZICARI COSTA DE BRITO- zic...@hotmail.com- Universidade de Brasília;
PROFA. DRA. MARIA AMÉLIA G. ALENCAR - Universidade Federal de Goiás;
RESUMO: Sabe-se que o cancioneiro é uma das formas de manifestação mais expressivas das sensibilidades individuais e que, ao passar para o espaço público, as canções podem configurar modos de sentir coletivos. Numa via de mão dupla, as canções expressam sensibilidades difusas na cultura, ao mesmo tempo em que as conformam. Assim é que, neste Simpósio, nos propomos a agrupar trabalhos que, por meio da música, tomada como objeto e documento da história, sejam reveladores de sentimentos ocultos em outras fontes históricas. Traçar a trajetória da produção musical é, também, revelar a maneira pelas quais as tradições foram apropriadas ao longo do tempo, considerando-se os processos de atualização que sofreram. Aqui, a canção é entendida como prática cultural e como marcadora de identidade. A proposta envolve compreender as várias manifestações e estilos musicais dentro da sua época, da cena musical na qual estão inseridos, sem consagrar e reproduzir hierarquias: articular questões sociais, econômicas, estéticas, culturais. O objeto (complexo) requer olhar multidisciplinar: além da história, também a sociologia, a antropologia, a crítica literária, a comunicação social, a musicologia, entre outras, são disciplinas que indicam olhares possíveis. Afinal, até bem recentemente a historiografia – e não só a brasileira – esteve de costas para a produção musical do país, uma “verdadeira usina de sons”, possibilitando desvendar paisagens subjetivas e sociais. Ampliando nosso espaço geográfico, percebemos em toda a América Latina processos de transculturações e temporalidades diversas e coexistentes - complexos culturais híbridos: os planos ‘culto’ e ‘popular’, ‘hegemônico’ e ‘vanquardista’, ‘folclórico’ e ‘comercial’ interagem de maneira diferente daquela inscrita na história européia. Tais definições só podem ser válidas se entrecruzadas com o contexto histórico e o sistema cultural específico em que foram geradas. Assim, a configuração do campo musical na América Latina impõe a incorporação de formas e valores musicais europeus e de formas culturais não-européias (negras e indígenas), originando, por exemplo, o jazz, o son e a rumba cubanos, o samba brasileiro. Daí, buscarmos reunir neste Simpósio Temático, as pesquisas que se propõem a desvendar este rico espectro de fontes, à espera do olhar crítico do historiador e demais cientistas.
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PROPONENTES:
PROF. DR. EDUARDO GUSMÃO QUADROS-eduar...@hotmail.com- [Possui a graduação em Historia pela Universidade Católica do Salvador (1992), o bacharelado em Teologia pelo Instituto Teológico da Bahia (1996) Mestrado em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (1998) e Doutorado em História pela Universidade de Brasília (2005). É professor da Universidade Estadual de Goiás e da Pontifícia Universidade Católica de Goiás.]
PROF. DR. HAROLDO REIMER [Doutor em Teologia pela Kirchliche Hochschule Bethel, Alemanha (1986-1990); Pós-doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) [2009 - em andamento]; Professor titular no Departamento de Filosofia e Teologia na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás);BOLSISTA NÍVEL 2 – PRODUTIVIDADE EM PESQUISA -CNPq ].
RESUMO: Nas abordagens clássicas, o específico da esfera religiosa é denominado generalisticamente de sagrado. Termo sem definição clara, ou a priori, essa experiência radicalmente significativa na vida dos sujeitos é aberta, possibilitadora de uma atividade interpretativa ininterrupta. Este mini-simpósio pretende congregar estudos acerca das visões de mundo e construções discursivas do divino provocadas por tal tipo de experiência. A rica paisagem religiosa brasileira será, portanto, explorada enfatizando-se menos os aspectos institucionais, na busca de compreender os processos hermenêuticos e de semiose estabelecidos subjetivamente pelos atores religiosos.
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PROPONENTE: PROF. DR. EDUARDO JOSÉ REINATO-rein...@hotmail.com- (Leciona na Pontifícia Universidade Católica de Goiás, desde 1986, onde atua como pesquisador na abordagem das seguintes temáticas: História das Cidades, História Cultural, História do Imaginário, e História da Cultura do Mundo do Trabalho e da Formação de Trabalhadores. Foi consultor e assessor externo da CPT (Regional de Goás e CPT Nacional) e do MST em Goiás. Trabalhou como consultor da OIT/MTE (Organização Internacional do Trabalho/Ministério do Trabalho e Emprego.É consultor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/ONU), tendo desenvolvido o projeto história dos 100 anos da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica em convênio PRODOC do MEC (Ministério da Educação). Foi vice-coordenador do mestrado em História: Cultura e Poder da Pontifícia Universidade Católica de Goiás de 2008 até dezembro de 2009, quando assumiu inteirinamente a coordenação do mesmo mestrado até 31 de Janeiro de 2010. É o atual Coordenador do Mestrado em História: Cultura e Poder da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Participa da Rede Goiana de Pesquisa em Performances Culturais da Fapeg. É sócio Titular do Instituto Histórico Geográfico de Goiás (cadeira 4) onde também ocupa o cargo de Bibliotecário na atual diretoria).
PROF. DR. ROBSON CAMARGO CORREA, PROFESSOR - EMAC - UFG
RESUMO: O Simpósio Performances Culturais: história, estética e linguagens abre espaço para a discussão interdisciplinar que envolva reflexões sobre o estudo, registro e análise das linguagens (músicas, danças, festas, teatro, cinema e outras), compreendidas como performances da cultura,manifestações que por sua importância imaginária e prática, expressam o ler e ver das representações culturais. Apoiado nas atividades dos membros da Rede de Pesquisa Performances Culturais: memórias e representações da cultura (2007 FAPEG/CAPES) o Simpósio objetiva incluir a discussão de antropólogos, sociólogos, teatrólogos, historiadores, artistas e pesquisadores de diferentes instituições que, a partir de vários eixos epistemológicos e de formação, realizam trabalhos em torno das performances culturais e de seus comportamentos culturais expressivos em um apanhado de relações complexas e contextos sócio-históricos. Sob esta perspectiva, os estudos da performance envolvem manifestações que de maneira institucionalizada ou espontânea, religiosa ou laica, manifestam um jogo simbólico de representações. A relação arte-sociedade, as apreensões históricas do diálogo entre cultura e linguagens, bem como o estado da arte das interlocuções possíveis entre a cultura e as linguagens performáticas são pesquisas de interesse para esta discussão. As investigações sobre as performances culturais compreendem, dessa forma, análises sócio-antropológicas, estéticas e históricas que se utilizam dos estudos culturais, por meio de lentes interdisciplinares, para examinar um conjunto de atos sociais: os rituais, as festas, o teatro, os espetáculos musicais. Considera, portanto, que o estudo das performances culturais ilumina as práticas culturais em seus complexos movimentos sociais e de representações, objetos da história cultural. Este simpósio pretende favorecer a discussão entre os pesquisadores que se interessam pelo tema.
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PROPONENTES:
PROF. DR. RODRIGO RIBEIRO PAZIANI-rpaz...@yahoo.com.br- (Fundação Educacional de Fernandópolis)
PROF. DR. HUMBERTO PERINELLI NETO (IBILCE/UNESP- Mestre e doutor em História pela UNESP, Campus de Franca. Docente do Centro Universitário Barão de Mauá (Ribeirão Preto) e Professor Assistente Doutor pelo Departamento de Educação da Universidade Estadual Paulista, Campus de São José do Rio Preto. Lider do CIER (Centro Interdisciplinar dos Estudos Regionais).
RESUMO: A proposta deste simpósio temático é a de debater o paradigma da modernidade e da urbanização no Brasil através das práticas, representações e experiências construídas no período da Primeira República. Ancorados, especialmente, nas contribuições teórico-metodológicas das vertentes micro-históricas, privilegiaremos as múltiplas e singulares possibilidades de abordagem das subjetividades, sociabilidades, negociações e estratégias construídas e vividas por diferentes atores (individuais e/ou coletivos) numa rede de contextos ligados, direta ou indiretamente, ao mundo daBelle Époque (modismos, técnicas arquitetônicas, projetos urbanísticos, ferrovias, comércio, propaganda, lazeres etc). Nosso enfoque, porém, não se limitará aos estudos feitos acerca das cidades-capitais: ampliando e diversificando nossa objetiva, pretendemos valorizar os trabalhos acadêmicos desenvolvidos por pesquisadores que abordam, sob variados prismas, os estudos urbanos no chamado Brasil Caipira – conceito apropriado de Darcy Ribeiro referente a uma espacialidade (física e imaginária) circunscrita às trocas, circularidades e enclaves culturais existentes historicamente entre os territórios paulista, carioca, capixaba, mineiro, goiano, mato-grossense e sul mato-grossense. Assim, os debates sobre as faces do moderno e do urbano no Brasil e, em particular, no Brasil Caipira durante a Primeira República, nos permitirá compreender as especificidades temáticas de cada comunicador e, ao mesmo tempo, discutir os problemas, abordagens e métodos relacionados à questão urbana.
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PROPONENTES:
PROFA. DRA. MÔNICA CELEIDA RABELO NOGUEIRA-cel...@unb.br- (Doutora em Antropologia Social e Profa. Adjunta da Faculdade de Planaltina (FUP), Universidade de Brasília).
PROFA. DRA. REGINA COELLY FERNANDES SARAIVA (Historiadora, doutora em Desenvolvimento Sustentável e Profa. Adjunta da Faculdade de Planaltina (FUP), Universidade de Brasília).
RESUMO: A relação de homens e mulheres com a natureza revela subjetividades que são parte do campo de representação da cultura. Essa relação se concretiza por meio de experiências históricas que perpassam dimensões estéticas, crenças e mitos, norma e moral. Em cada tempo homens e mulheres pensam a natureza de modo diferente. Constroem um olhar cultural para o mundo natural, definindo formas, concepções, modos de vida que vão além da sua apropriação como recurso. Nessa perspectiva, ressaltam sensibilidades que configuram experiências individuais e coletivas concretizadas nas formas de conceber a natureza: concepções estéticas expressas no paisagismo, relação com plantas e animais, vida cotidiana refletidas em quintais e jardins e outras paisagens específicas, criação de áreas de conservação, alterações na paisagem, movimentos artísticos. A intenção do simpósio temático é (re)conhecer a natureza como parte da discussão do campo da história cultural e proporcionar debates que vão além da perspectiva contemporânea da natureza como objeto de preservação. Interessa (re)conhecer a relação que homens e mulheres estabelecem com a natureza ao longo do tempo, revelando que nosso vínculo atávico com a natureza tem uma história das sensibilidades a ser revelada. Interessa ainda (re)conhecer quais subjetividades afetaram e foram historicamente afetadas na relação entre homens e mulheres com a natureza. Além de percorrer a busca em torno daquilo que podemos chamar de história cultural da natureza, interessa dar lugar às pesquisas e estudos que não deixaram de lado o que é imaginado e que contemplaram diferentes formas de representação – sejam elas literárias ou visuais - sobre a natureza. Esses trabalhos implicam numa maior permeabilidade das fronteiras entre a história e outras disciplinas, como a antropologia, a geografia, as artes visuais, a crítica literária, entre outras. Dessa interdisciplinariedade resultam novas e instigantes questões teórico-metodológicas. Por isso, o presente simpósio se propõe a integrar tanto os estudos com enfoque teórico-metodológico quanto as pesquisas empíricas no campo da história cultural da natureza. O objetivo geral é promover o debate acerca das diversas abordagens de pesquisa histórica sobre as relações entre cultura e natureza, e, assim, contribuir para o desenvolvimento, a crítica e a divulgação dos aportes teóricos, metodológicos, conceituais e empíricos que vêm se configurando nesse campo.
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PROPONENTES:
PROFA. DRA. MARINA HAIZENREDER ERTZOGUE- frtz...@terra.com.br- (UFT);
PROFA. DRA. LUCÍLIA ALMEIDA NEVES- lucili...@terra.com.br- (UNB)
PROFA. DRA. MARIA DO ESPÍRITO SANTO ROSA CAVALCANTE- mariarosa...@gmail.com- (PUC GO);
RESUMO: Em “Balas de Estalos,” entre as crônicas publicadas no ano 1886, Machado de Assis profetizou: “Diz-me alguma coisa, que os livros e folhetos desta espécie hão de ser lidos com grande avidez, lá pelos idos de 1980, e ainda mais tarde, se Deus lhes der vida e saúde.A história estuda-se em documentos assim, não preparados, mas ingênuos e sinceros;é deles que se pode sacar a vida e a fisionomia de um tempo.” A crônica, então considerada efêmera; escrita do "rés-do-chão" na imprensa finissecular tornar-se-ia no futuro um documento para o estudo de uma época. Antonio Candido, em 1922, denominou a crônica de “relato da vida ao rés-do-chão.” Para Sandra Pesavento, a crônica possibilita realizar uma leitura sensível do tempo. Pela sua capacidade de registro do cotidiano e das sensibilidades ela constitui-se numa fonte muito rica e especial para o historiador. Tanto a História como a Literatura movem-se num espaço comum que é a narrativa, em uma perspectiva de re-construção do imaginário, dos eventos e das idéias. De acordo com White, em Trópicos do Discurso, “a história não é menos uma forma de ficção do que o romance é uma forma de representação histórica.” Em contrapartida, na A Ordem dos Livros, Chartier diz que a própria leitura não é somente uma operação abstrata de intelecção, ela é também engajamento do corpo, inscrição num espaço, relação consigo e com os outros. A literatura é desta forma, atravessada pelas questões sociais de cada época. O objetivo desse simpósio é agregar pesquisas que contemplem crônicas e folhetins, como fonte ou objeto de pesquisa na perspectiva de uma história das sensibilidades e de diálogo com a literatura. O simpósio pretende dar ênfase as narrativas que considerem a problemática do tempo e da paisagem na escrita da história que tenham como fonte: crônicas e folhetins publicados na imprensa ou compilados em obras literárias.
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PROPONENTES:
PROFA. DRA. ANA GOMES PORTO-anag...@yahoo.com.br- (Doutora em História pela Universidade Estadual de Campinas, professora da Universidade Metodista de Piracicaba).
PROF. DR. JEFFERSON CANO (Doutor em História pela Universidade Estadual de Campinas, professor do Instituto de Estudos de Linguagem da Universidade Estadual de Campinas).
RESUMO: Nas últimas duas décadas os historiadores cada vez mais têm se voltado para a literatura. Se, em um primeiro momento, esse interesse suscitou uma voga de reflexões teóricas a respeito das fronteiras entre dois campos de saber e suas linguagens, hoje essa área de pesquisas já se encontra consolidada por meio de numerosos trabalhos que se desenvolvem junto a uma metodologia empírica. Esse simpósio pretende discutir a obra literária como um objeto que se produz na interseção de diversos diálogos socialmente construídos. Dessa maneira, propõe-se a discussão das seguintes temáticas: os trânsitos e as trocas culturais envolvidos nas opções estéticas dentro das quais se elaboram as obras; a representação literária como intervenção social e política e suas redes de interlocução; os circuitos de divulgação e circulação de textos literários e a formação de redes de sociabilidades – imprensa periódica, editoras, gabinetes de leitura – a partir desses circuitos.
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PROPONENTE:
PROF. DR. IRANILSON BURITI OLIVEIRA-iran.ch@ufcg.edu.br- (Universidade Federal de Campina Grande- Professor Adjunto IV da Unidade Acadêmica de História e Geografia. Pesquisador e Bolsista Produtividade do CNPq. Conselheiro Editorial)
RESUMO: Este simpósio temático tem como objetivo fomentar um espaço de debate entre os pesquisadores que tenham interesse em problematizar a história cultural da saúde e das doenças, analisando suas intersecções com as práticas e saberes médico-pedagógicos. Compreende-se o tema da história cultural da saúde e das doenças como constituinte de estratégias políticas e educativas sobre o pensamento higiênico-sanitarista acionadas em vários países da América e da Europa, a partir do século XVIII, para a elaboração de identidades nacionais, com base no ideário de ordem, razão, ciência e progresso. Portanto, este espaço de diálogo acadêmico permite o encontro de pesquisadores que lêem e que vêem o discurso médico como uma paisagem educativa e formadora de novas sensibilidades culturais e sociais. Some-se a isto a apresentação de trabalhos que busquem analisar quais os espaços produzidos pelos discursos científicos como divulgadores dos saberes médico-higienistas, como os hospitais, as clínicas, a escola, as igrejas, a arquitetura, dentre outros.
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PROPONENTES:
PROFA. DRA. TELMA DIAS FERNANDES-telmadias...@gmail.com- (UFPB-Professora de teoria e metodologia de história da universidade federal da paraíba, doutora em história pela universidade federal de pernambuco e pesquisando sobre a história do amor na literatura. em curso pesquisa nos autores: Ana Cristina César, Hilda Hulst, Paulo Leminsky, Caio Fernando Abreu e Herbert Daniel).
PROFA. DRA. ELISA MARIANA DE MEDEIROS NÓBREGA (UEPB-Professora da Universidade Federal da Paraíba e da Universidade Estadual da Paraíba, respectivamente).
RESUMO: Esta proposta de Simpósio Temático objetiva promover discussões que atravessem as sensibilidades na história, através da interface entre história e diversas textualidades, a exemplo da literatura, cinema, música, teatro, iconografia, produzidas a partir da segunda metade do século XX. São expressões que se inscrevem em uma perspectiva transgressora quanto aos cânones predominantes na arte e apontam para as emergências de diferentes discursividades. Entre as diversas possibilidades de trabalhar com as sensibilidades e afetos como prática dos historiadores, ressaltamos temáticas que atravessem problematizações e representações acerca de tecituras do amor, do humor, e do erotismo. A experiência histórica desse período é a experiência do estranhamento: político, social, comportamental. Pontuando tais questões é como propomos contribuir para a historiografia contemporânea, sobretudo na perspectiva que cartografa a história e as sensibilidades. Palavras-chave: história, sensibilidades, diversas textualidades
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PROPONENTES:
PROFA. DRA. ELOÍSA PEREIRA BARROSO-eloisa...@uol.com.br-(Graduada em Letras, mestra e doutora em Sociologia pela UnB. Professora da SEDF- Membro do grupo de pesquisa em História Oral Coordenado pela professora Cléria Botelho do departamento de História da UnB)
PROFA. DRA. MARIA SALETE KERN MACHADO-sale...@uol.com.br- (pesquisadora colaboradora do Departamento de Sociologia da UnB e vice coordenadora do NEP- UnB).
PROFA. DRA. MAGDA DE LIMA LÚCIO- PROFA.-ma...@unb.br- (professora adjunta do departamento de Administração da UnB)
RESUMO: Desde seu surgimento a cidade traz consigo o mito da vida e da felicidade. É no espaço urbano onde parcela significativa da população terrestre vivencia seus dramas e suas realizações. Viver na cidade é viver a cidade. Contemplar a cidade é contemplar um organismo em mutação, pois a cada momento o espaço citadino surge como uma nova composição, seus fragmentos refletem imagens diversas, novas pulsações, observa-se que novos significados estão prontos para serem analisadas sob diferentes olhares. As narrativas urbanas, nas suas mais variadas manifestações, são materiais para se entender a vida social na atualidade. No mundo contemporâneo a cidade adquire uma importância fundamental, é na grande cidade onde se instauram os grandes avanços da sociedade global em conjunção com a cultura local. Nela se realizam ou se frustram as idéias produzidas pela sociedade. A cidade é algo absolutamente racional, funcional e manipulável com capacidade inigualável de apreender relações e comparações num fluxo narcotizante. Há nela uma espécie de privilégio de superposição do eu em que se evoca uma capacidade dialética de crítica e ao mesmo tempo de anestesia frente aos acontecimentos. Willi Bolle (1994) afirma ser a “fisiognomia” da cidade benjaminiana revelada como um paradigma de reflexão sobre o fenômeno contraditório da modernidade. Nessa cartografia urbana encontra-se Brasília, que após 50 anos de vida se torna uma cidade na qual o processo de povoamento torna possível visualizar como a cidade acomoda, ou não, os que a procuram e como ao citadino é imputado um estilo urbano próprio àquele que habita a cidade. Ao se abandonar a idéia da cidade como o lugar da construção humana e da irradiação da cultura, presentes nas metrópoles, o espaço urbano tende a se tornar uma mercadoria exposta à lógica do capital financeiro, da sociedade do espetáculo, do consumo e do controle buscando um urbanismo dessocializador em detrimento do pacto social (CANCLINI, 2003). Diante dessa realidade, a proposta deste simpósio é propiciar um espaço de reflexão sobre a cidade de Brasília através de diferentes olhares, olhares que percebam a cidade além do concreto e do aço, pois a revolução urbana caracteriza-se pelas transformações que ocorrem em toda a sociedade nos âmbitos social, econômico e cultural.
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PROPONENTES:
PROFA. DRA. MARIA ÂNGELA DE FARIA GRILLO- lagr...@msn.com- (Universidade Federal Rural de Pernambuco)
PROFA. DRA. ISABEL CRISTINA MARTINS GUILLEN (Universidade Federal de Pernambuco);
PROFA. DRA. SYLVIA COSTA COUCEIRO-sylvia....@fundaj.gov.br- (Fundação Joaquim Nabuco/MEC);
RESUMO: É inquestionável que o patrimônio imaterial ou intangível tem estado em evidência na contemporaneidade. Alicerçado em uma concepção antropológica de cultura, ele é também o resultado de um longo e complexo debate tanto nacional quanto internacional acerca da noção de patrimônio e no alargamento do seu sentido. As questões suscitadas em torno do debate do patrimônio são extremamente complexas e não têm uma resposta pronta e rápida, já que estas estão sendo construídas na prática, no fazer-se das manifestações culturais e em sua relação com as instituições governamentais e com o mercado. Este grupo de trabalho propõe-se a discutir o processo de patrimonialização da cultura popular ou tradicional no mundo contemporâneo, pensando as novas paisagens que estão sendo construídas diante do processo de globalização e das interfaces que as culturas tradicionais têm estabelecido com o mercado cultural e com a crescente espetacularização cultural. Os bens de natureza imaterial constituem-se em referências culturais para a preservação e redefinição das identidades e memória de grupos de diversos matizes étnicos, que se representam através de uma multiplicidade de práticas, costumes, crenças e valores. Na atualidade, diante das novas políticas públicas para a cultura e de novas formas de administração institucional do passado e da memória coletiva, a idéia de patrimônio nacional começa a ser repensada, pondo em cheque antigos referenciais. A definição dos bens reconhecidos oficialmente como importantes para a memória e identidade nacionais se transforma, incorporando, além das igrejas, edificações e prédios monumentais, os chamados “bens intangíveis”, englobando artes tradicionais, modos de fazer e formas de expressão lingüístico-culturais. É fundamental destacar que essas transformações conceituais têm nos dado espaço para a construção de novas e diferentes visões acerca da identidade, memória e história nacional. Diferentes grupos sociais estão tendo, pela primeira vez na história do Brasil, a chance de registrar uma memória do seu passado, fundamental para a definição das identidades. O processo de transformação cultural que ocorre na chamada “era da globalização”, alerta para a necessidade da união das instituições governamentais, pesquisadores, grupos e artistas interessados no registro desses bens como patrimônio imaterial da nação, no sentido de atuarem não só na “preservação” dessa diversidade, mas, acima de tudo, no processo de inclusão social dos grupos e pessoas que fazem a cultura popular.
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PROPONENTES:
PROF. DRA. MARIA BERNARDETE RAMOS FLORES (UFSC)
PROFA. DRA. NANCY ALESSIO MAGALHÃES-nec...@gmail.com- (UnB)
RESUMO: Pretende-se neste simpósio temático partir de questionamentos da noção de cultura, considerando-a como elemento constitutivo de processos de criação de historicidades em experiências humanas concretas. Neste caminho, abordar perspectivas de pesquisas que articulem diferentes modos dos fazeres-saberes enquanto cultura, no infinito campo da criatividade, que, ao mesmo tempo, tornam visíveis e invisíveis diversas maneiras como se delineiam e se transformam percepções e compreensões do mundo. Através da imagem, como noção polissêmica, podem ser interrogados/problematizados registros desses fazeres-saberes como possibilidades de tessitura de tramas de pensamentos, significados e sentidos, nas quais vão se materializando subjetividades e relações sociais em configurações temporais, em transitoriedades, como vir-a-ser, abrigadas nos processos de criação e transmissão da cultura, da história, de persistências, resistências, conformidades, sem lugares fixos, entre grupos sociais não homogêneos, na circularidade de valores, normas e projetos, sem abandonar as relações de poder e de conflito. Proposta que pode se galvanizar por meio de interpretações da imagem materializada em narrativas, através de diversas linguagens, entre outras, a oralidade, a escrita, a visualidade, da cultura material e das artes plásticas, como fenômenos que participam desses fazeres-saberes, nos processos históricos, como produções culturais que significam e ressignificam a memória, no tecido de experiências de lembrança e esquecimento, do visível e do invisível. Neste viés, numa aproximação transversal da História com outras áreas de conhecimento, como a Antropologia, a Filosofia, as Letras, as Artes, a Psicologia e a Comunicação, a imagem pode ser tratada em suportes e linguagens como a cênica, o texto escrito, o desenho, a pintura, a fotografia, o cinema, o vídeo, o DVD, como participantes dessas produções histórico-culturais humanas, sejam elas visadas como intelectuais, científicas e/ou artísticas. A pretensão é estimular e oferecer oportunidades de debater experiências de interpretação de obras escritas, figurativas, visuais, áudio-visuais, encaradas não só como instrumento metodológico no tratamento destes artefatos como fonte histórica, mas, sobretudo como linguagens de construção de narrativas, com as quais se busca partilhar e transmitir sentidos atribuídos ao mundo em que se vive nos enigmas da condição humana.
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PROPONENTES:
PROF. DR. CHARLES MONTEIRO (PUC-RS)-
Possui Graduação em História (Licenciatura e Bacharelado) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1989), Mestrado em História do Brasil pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1992) e Doutorado em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2001) com bolsa sanduíche de um ano (1998-99) no Centre Pierre Léon (Atellie Ville) da Université Lumière (Lyon 2) na França. Atualmente é Professor Adjunto (DE) de História na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, atuando como Coordenador do Programa de Pós-Graduação de História (onde ministra seminários e orienta Mestrado e Doutorado). Autor dos livros: Porto Alegre: Urbanização e Modernidade (EDIPUCRS, 1995) e Porto Alegre e suas escritas: história e memórias da cidade (EDIPUCRS, 2006).
PROFA. DRA. SOLANGE FERRAZ DE LIMA -sfl...@usp.br- [Possui graduação em história pela Universidade de São Paulo (1983), mestrado em História Social pela Universidade de São Paulo (1995) e doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (2001). Atualmente é docente da Universidade de São Paulo, no Museu Paulista (Museu do Ipiranga). Tem experiência na área de História, com ênfase em Cultural Material e Cultura Visual. Sua produção acadêmica resulta da pesquisa e curadoria de acervos, principalmente nos seguintes temas: fotografia, ornamentação, cidades, coleções, curadoria e museus.]
RESUMO: Este simpósio temático propõe-se a ser um espaço de discussão metodológica a partir de pesquisas inéditas em torno da imagem fotográfica entendida como parte da cultura visual e um dos vetores dos regimes e padrões de visualidade contemporâneos. São relevantes estudos sobre os circuitos de produção, circulação e usos das imagens, no campo das representações e imaginário sociais e aqueles que problematizam o estatuto das imagens e as diferentes formas de interpretá-las. O tema geral deste simpósio sugere uma importante discussão para a cultura visual do século XX – a paisagem fotográfica como construção imaginária de territórios e espaços e suas implicações políticas e sociais. Serão aceitas comunicações relativas a pesquisas que mobilizam fontes fotográficas em seus diversos e híbridos suportes e campos profissionais (álbuns, cartões postais, foto-pinturas, impressões foto-mecânicas, mídia impressa) bem como reflexões sobre as noções de paisagem na cultura visual em formação na segunda metade do século XIX e no século XX. Abre-se espaço também para apresentação de projetos de conservação, tratamento documental e disponibilização de acervos e coleções iconográficas.
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PROPONENTES:
PROFA. DRA. JANETE FLOR DE MAIO FONSECA-flor...@cead.ufop.br- (Licenciada em História – UFMG Mestrado em História e Dominação – UFMG Doutorado em História Social da Cultura – UFMG Profa. Adjunto I - UFOP – CEAD profa-pesquisador UFOP/CNPq Membro do Comitê Cientifico da UFOP).
PROFA. DRA. SUZANA CRISTINA DE SOUZA FERREIRA-suza...@yahoo.com.br- (Departamento de História, FAFICH-UFMG, realizando pós doutoramento com pesquisa em desensenvolvimento de material audiovisual para o ensino de história tratando imagens cinematográficas e audiovisuais para esta produção e ministrando as disciplinas de História e Teoria do Cinema Mundial e História do Cinema Brasileiro no curso de Historia da FAFICH. Coordenadora e profesora do curso de Cinema e audiovisual do Centro Universitário UMA (2006/2008).
RESUMO: Como poderíamos pensar o que está proposto no título do artigo de Sandra Pesavento (2002)[i]: um mundo verdadeiro de coisas de mentiras a não ser pensando como em diferentes lugares e momentos uma certa realidade social, política, econômica e etc é construída, elaborada e dada a ler e a ver. O Cinema em seu suporte tradicional, a película, e os novos suportes e formatos, as chamadas novas mídias e sua produção digital, podem ser compreendidos como meios para de revelação das representações que constrói do mundo social intencionando refletir sobre o discurso, a prática e a representações de um orlhar sobre o mundo, entretecendo a História com a ficção, buscando assim atribuir sentido ao presente, tornar o outro inteligível e decodificar o espaço. Mas, no entanto, não poderíamos nos furtar de indagar como fica nosso entendimento do mundo diante da realidade que nos invade sendo que a entendemos como representação, e esta como um instrumento de conhecimento que revela, que faz ver um objeto ausente através de sua substituição por uma “imagem” capaz de reconstituir e de figurá-lo tal como é. Porém, para realizar essa “iluminação”, torna-se necessário entender o que o suporte permite da imagem capturada, como ele organiza o espaço da visão, definindo as suas figuras esquemáticas, os processos operatórios utilizados, as galerias de personagens. Daí sermos seduzidos a repensar completamente a relação tradicionalmente postulada entre o social, o político, o discursivo identificado com um real bem real, existindo por si próprio e as representações supostas, como que refletindo-o ou dele desviando.
[i] PESAVENTO, S. J. Este mundo verdadeiro das coisas de mentira: entre a arte e a História.
Estudos Históricos, 1(32), Rio de Janeiro, CPDOC/FGV, 2002, p. 56-75.
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PROF. DR. GISAFRAN NAZARENO MOTA JUCÁ gisafr...@uol.com.brProfessor Titular do Departamento de História da Universidade Estadual do Ceará (UECE) e PROF. DR. FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO-alcides...@gmail.com, Universidade Federal do Piauí (UFPI).
Esta proposta de Simpósio Temático abre-se para todos aqueles que queiram discutir "Memória e Sensibilidades". Memória e Sensibilidades constituem dois conceitos, que expressam novas possibilidades de análise, deixando brotar temas antes não reconhecidos como campo de pesquisa histórica. Se a memória remete ao individual e ao coletivo, não se deve priorizar o sentido das experiências plurais, sobrepujando-as às manifestações, provenientes da maneira de pensar e do agir das individualidades. Mais do que a preocupação em por em evidência qual desses conceitos se revela mais significativo nas práticas adotadas no quotidiano, o instigante é buscar o encadeamento espontâneo ou mesmo circunstancial do “eu” e do “nós” nas experiências vivenciadas. Se a memória é reveladora de um mundo íntimo, da vida de um dos depoentes, ele se torna mais coletivo, considerando as proposições e ações observadas ante a realidade vivida. As sensibilidades constituem canais de expressão e revelação das memórias, embora o consciente não consiga se sobrepor às rememorações evocadas. Uma vez que a história não mais estabelece fronteiras entre os sujeitos e os objetos de pesquisa, ela se apresenta como um livro de sonhos, onde o próprio inconsciente, seja individual ou coletivo, se configura com grande catálogo à espera de pesquisadores. Se cada ser humano é um sujeito subdivido, em busca de uma compreensão da realidade que o cerca, a relação entre o individual e o coletivo estimula a descoberta de novas fontes e de outros conceitos, que propiciem uma compreensão das representações simbólicas, sempre presentes na história. Para compreender a relação entre o individual e o coletivo, as alegorias adquirem uma valiosa significação, como se fossem a revelação de uma paisagem, onde o oceano e as pequenas ilhas não as desfiguram, mas remetem a busca de um autoconhecimento, onde o coletivo revela a sua força. Nessa perspectiva, a memória é dialética, agregadora e desagregadora, mas reveladora da fusão da ação individual e coletiva, nas práticas oriundas do pensar e do ser, expressas por meio da memória e da sensibilidade. As modalidades de evocar a memória são múltiplas, pois se manifestam através de diferentes possibilidades apresentadas. Se recorrendo à memória as sensibilidades se afiguram como estímulo, os objetos de pesquisa se ampliam, remetendo-nos à preciosa relação entre história, literatura e memórias, onde as fontes se entrecruzam as representações simbólicas, como a fotografia, a tradição oral, podem contribuir para uma melhor compreensão da realidade estudada. Múltiplas são as opções temáticas, se recorremos à memória, à história e ao esquecimento, quando podemos conhecer o real, compree ndendo o imaginável. Na descoberta das práticas e representações, que nos circunda, o inconsciente é o grande guia do consciente.
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PROPONENTES:
ANDRÉA CASA NOVA MAIAandreaca...@hotmail.com
(Professora da UFRJ – Doutora em História Social da Cultura pela UFF)
SILVANA SEABRA (Professora da PUC-MINAS – Doutora em Literatura Comparada pela UFMG)
O simpósio procura reunir trabalhos que contemplem o debate sobre a relação entre o(s)
projeto(s) urbanístico(s) da cidade, moderna e contemporânea, e as sensibilidades que
lhe são adjacentes. Se por um lado, muito tem sido discutido sobre os processos
racionais de construção e de controle das metrópoles, pouco se tem debatido e produzido sobre as paisagens sensíveis que lhes acompanham. As formas da “alta cultura” e da arte canônica podem ser lugares especialmente sugestivos, mas não únicos. Os espaços de trabalho e lazer no cotidiano, as possibilidades de utilização das incontáveis intervenções na cidade, seja no patrimônio, seja em outros lugares para alguns menos relevantes que estes, podem ser fontes para a percepção aos historiadores dessas formas de sentir que são envoltas pela ordem do poder. Assim, no movimento frenético, a cidade conta com uma instauração contínua de narrativas em palimpsestos, tempos sobrepostos, memórias que podemos tratar como formas do sensível que a cidade abriga. Longe da antiga dicotomia romântica, que reduzia a cidade unicamente a um monstro, nos defrontamos hoje com outras possibilidades na medida em que várias gerações são oriundas de metrópoles e megalópoles. Se antes o indivíduo se via na cidade, hoje ele é “da” cidade, o ethos urbano se confirmou. O simpósio visa ainda discutir metodologias que possibilitem tratar as “formas do sensível” numa perspectiva interdisciplinar. Nosso objetivo é colocar pesquisadores para discutir a cidade na sua modalidade cotidiana, nas suas representações, e em especial naquelas formas mais recônditas de paisagens menos visíveis, nas artes pequenas, nos relatos miúdos, para as quais contribuem de forma conflituosa e dialógica a ordem e o sentimento. Trabalhos sobre ethos artístico na literatura, na dança, no teatro e na cultura visual em geral serão bem vindos.
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