Universidades Na Contra Mão da História

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joaodrummond

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Jan 4, 2009, 1:22:01 PM1/4/09
to NUT- NÚCLEO DE AÇÃO TRANSDISCIPLINAR DE SETE LAGOAS

Os Grandes Desafios das Universidades


Tentar conseguir um bom emprego nos dias atuais é considerada
uma tarefa das mais árduas. Fala-se que sem um curso superior não se
vai muito longe na vida.
Mas afinal qual seria a grande missão das Universidades? Qual
a sua contribuição efetiva na escalada da consciência humana?
Nenhuma resposta lógica ou racional me ocorria. Comecei a vagar
a ermo numa espécie de “sonho acordado”, deixando que imagens confusas
bombardeassem o meu córtex.
Primeiro percebi o vibrar de um toque marcial. A seguir imagens
espectrais começaram a atingir os limiares da minha consciência
periférica, e um batalhão de indivíduos, trajando as túnicas e a becas
destacaram-se no horizonte de minha percepção mais sutil.
Todos, marchando impecáveis e coordenados, portando orgulhosamente
seus bacamartes de papel sobre os ombros, no compasso mecânico da
“ordem unida”.
Aquela visão me assustou e me vi perguntando em alta voz: será
esta a grande missão das Universidades, criar e colocar em campo de
batalha, especialistas de varias armas e ciências, prontos para uma
competição feroz por um lugar sob a luz do sol?
Se o mercado é o teatro de operações que deve ser conquistado
a cada centímetro e a cada segundo por comandos altamente treinados, o
nosso futuro prenuncia uma grande batalha final, talvez a Mãe de todas
as batalhas.
Qual será o premio destes combatentes determinados? Qual
espólio lhes caberá como vencedores?
Uma segunda imagem se sobrepôs a primeira e pude ver entre as
nevoas do hiper-espaço uma nova raça humana, evoluída, herdeira dos
mestres do saber e do fazer, caminhando por eco-sistemas equilibrados
em algum universo paralelo, um mundo ideal de um futuro distante
construído pela força e virtude dos herdeiros do amanhã.
Dois mundos tão próximos e tão distantes produzidos por nossas
melhores e piores possibilidades, entrelaçados numa bifurcação do
tempo/espaço contínuo num abraço insano e genial.
A Universidade pode o ser o terreno propício para se fazer
florescer nossas melhores virtudes e qualidades, na revolução sonhada
pelos utópicos, poetas e sonhadores.
O Homem Consciente é o resultado deste plano da Criação que pode
ter nas Universidades seu grande laboratório. Uma raça íntegra, capaz
de se auto policiar e de evoluir de forma sustentável, prenunciada a
mais de dois mil anos pelo maior de todos os filósofos e pensadores.
Aliás, a história registra de maneira constante e farta os
perigos que rondam aquelas personalidades de mente ousada e espírito
independente que se arriscam a pensar e a fazer por conta própria,
contra o movimento de ordem unida que tem num modelo padronizado e
medíocre, refletido o que conhecemos como pensamento comum.
Será que o papel das Universidades está limitado a de ser a
fornecedora de diplomas e títulos, que dependurados na parede,
qualifiquem os doutores?
Ou antes, deveria representar a escola de elite da consciência
humana formando os pensadores independentes, capazes de ocupar o front
desta batalha pela evolução da humanidade?
Queremos crer que a nobre e grandiosa missão das Universidades
seria esta, de ser a locomotiva do processo criativo e transformador
do Homem e não meramente uma linha de produção, liberando
continuamente robôs e cyborgs vestidos a caráter e portando ao ombro
em posição marcial, meros canudos de papel, como seu bastião de valor
e poder.
A consciência humana encontra-se diante de uma bifurcação de
seu objetivo final e real que poderia ser trazido na velha questão:
“Ter ou Ser”.
Como se resolver este paradoxo? Como poderia Ela abrir mão de
valores mesquinhos e medíocres, a titulo de sobrevivência e garantias
do futuro e se lançar na grande aventura da Criação se valendo tão
somente de sua fé e sua coragem?
A resposta para estas questões está dentro do Grande Vazio onde
a Consciência Universal se resguarda, esperando paciente pelos
próximos passos da Humanidade.
A evolução humana só é possível porque algumas mentes mais
ousadas se arriscam e empreendem um salto no desconhecido, depois de
se livrarem de amarras e escoras que as sustentam numa realidade
medíocre e limitada.
Preparar estes pioneiros, não seria esta uma das missões das
Universidades?

João Drummond

Lumiy

unread,
Jan 6, 2009, 7:25:51 AM1/6/09
to NUT- NÚCLEO DE AÇÃO TRANSDISCIPLINAR DE SETE LAGOAS
Vivemos para aprender ou Aprendemos para viver ?
Ao frequentar uma universidade, além das perspectivas para o "bom
emprego", "vida tranquila", ... existem, e são poucos, aqueles que
estão atrás do "Saber", pois o "Conhecer" não é o suficiente para
preencher a curiosidade,
e soma-se outras "?" , sendo muitos deles ainda não pesquisados/
estudados.
São poucos esses pesquisadores que faz o seu sangue correr nas veias
quando estão empenhados no "Saber". E dentre eles, mais raros ainda, é
encontrar um que queira ou tenha tempo para repassar seus estudos, ou
seja, ser um mestre nas universidades.
A universidade precisa de pesquisadores e mestres para ser um bom
"preparador de pioneiros", e para isso é necessário incitar às
pesquisas, incentivar às publicações (artigos, projetos, tese, etc),
transformar pesquisadores em mestres (ou vice-versa).
Assim, talvez, estaremos engatinhando para termos uma grande
universidade e formador de grandes profissionais.

Lumiy

On 4 jan, 15:22, joaodrummond <joaobatistadrumm...@yahoo.com.br>
wrote:

nut

unread,
Jan 6, 2009, 10:52:38 AM1/6/09
to NUT- NÚCLEO DE AÇÃO TRANSDISCIPLINAR DE SETE LAGOAS
...acredito que o capital sobrepuja as boas intenções e é a mola
mestra para enviar pesquisadores genuinos para o fundo do abismo;
direto para o Hades. Isso por motivos óbvios: - o capital é a matéria
que hipoteticamente manipula a pesquisa.
Estamos diante de grandes tragédias ecológicas, mas o capital não quer
salvar a terra e não teria condições de pagar pela redenção das almas
que morreriam vitimadas por um maremoto, ou assadas por desquilíbrio
maior na camada de ozônio. O quê que ele (o capital ) quer? - máquinas
inteligentes para abrigar os cérebros artificiais, uma vez que os
naturais se recusam a fazer o que ele quer. Esses 'naturais' são
exatamente os pesquisadores genuinos que já viram a tragédia e tentam
fazer algo via universidade. Ledo engano, eles jamais conseguirão seu
intento dentro desses mausoléus multidisciplinares. Alí dentro tem
muito capital; o inimigo número 1 dos pesquisadores.
A TransD. põe areia na farofa do capital especulador de cérebros.
Porque ela não é difundida nas principais universidades mundiais? por
motivo lógico: 2+2 tem que ser 4; a TransD. pensa que 4 será a soma de
2+2, e não ao contrário.
Parece brincadeira... mas pensa você em uma quantidade e procura
dividi-la em partes, em vez de pensar nas partes e multiplicá-la para
chegar no todo.É muito difícil !!!
Quem colocou 2+2 na sua cabeça? pensa nessa aritmética acima e vc.
estará rumo ao desconhecido e prestes a ser "guilhotinado"... porque
alguém já o fez não pela óptica da TransD, mas pela optica do capital.
O montante de conhecimento que eles querem já foi circunstanciado e
agora querem que os pesquisadores façam as contas corretas para eles.
Logo a TransD. já nasce sobre o signo da discórdia, de uma lado os
visionários de algo muito grande e do outro os lógicos que manipulam a
quantificação. Estamos por descobrir até onde se pode mensurar a
complexidade TransD.
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Lumiy

unread,
Jan 6, 2009, 10:20:13 PM1/6/09
to NUT- NÚCLEO DE AÇÃO TRANSDISCIPLINAR DE SETE LAGOAS
Sim, sim, sim .... concordo. O capital é um dos principais fatores
para começar qualquer ato de realização. E, este fator não depende
somente dos interessados, é necessário um trabaho para convencer,
envolver e conquistar os governates e investidores, usando o argumento
do "ganha-ganha" para eles.
A elaboração do argumento visa o lado favorável dos envolventes e nem
sempre é exposto a verdadeira urgência do atendimento.
E quando o atendimento está ligado à educação, à pesquisa, ou mesmo ao
meio ambiente, estes ficam longe das prioridades dos governantes,
podendo o proposto ficar desprezado por falta de conscientização ou
uma estratégia de ação. Conforme Morin, acerca da estratégia: "A
complexidade atrai a estratégia. Só a estratégia permite avançar no
incerto e no aleatório. (...) A estratégia é a arte de utilizar as
informações que aparecem na ação, de integrá-las, de formular esquemas
de ação e de estar apto para reunir o máximo de certezas para
enfrentar a incerteza. (...) O método da complexidade pede para
pensarmos no conceito (...) para quebrarmos as esferas fechadas, para
restabelecermos as articulações entre o que foi separado, para
tentarmos compreender a multidimensionalidade, para pensarmos na
singularidade com a localidade, com a temporalidade, para nunca
esquecermos as totalidades integradoras." (MORIN,Edgar. "Ciência com
Consciência",P.191-192).
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