Posted by Roberto LopesPor Roberto Lopes
Os chineses estão fazendo de tudo para não perder esta venda. Ainda que as suas chances na concorrência para o fornecimento de três navios-patrulha oceânicos à Marinha uruguaia, diante das propostas de fornecedores da Alemanha e da França, sejam diminutas.
Uma reportagem do correspondente do site Infodefensa.com em Montevidéu, Gabriel Porfilio, publicada nesta terça-feira (22.12), informou que, na segunda-feira da semana passada (14.12), representantes da empresa estatal China Shipbuilding Offshore Company (CSOC) apresentaram à Comissão de Defesa do Senado uruguaio, sua oferta de construir três navios-patrulhas oceânicos classe P-18N.
Os chineses concordaram em trocar os motores MTU da embarcação por outros, da marca Caterpillar, conforme os chefes navais uruguaios solicitaram, e também em substituir os sensores e a eletrônica militar a bordo, de origem chinesa, por outros equipamentos fabricados no Ocidente.
Mas a lista de mudanças exigidas não parou por aí:
a) Substituição do canhão Oto Melara de 76 mm, da proa, por uma peça da mesma marca de 40 mm, mais leve (e barata);
b) Inclusão de metralhadoras pesadas, de 12,7 mm operadas remotamente, desde o interior do barco;
c) Redesenho dos camarotes da tripulação;
d) Ampliação da cozinha; e
e) Abertura de uma área interna capaz de abrigar um contêiner de 20 pés.
Compartilhamento – O que chamou a atenção dos congressistas uruguaios (e também dos chefes navais e das autoridades do governo Tabaré Vázquez) foram as quatro opções de fabricação dos navios oferecidas pela CSOC:
1) Produção integral das três embarcações na China. Vantagens oferecidas: menor preço para o pacote total da compra e capacitação de técnicos uruguaios;
2) Construção integral do primeiro barco na China e produção dos outros dois de forma compartilhada: 80% na China e 20% no Uruguai;
3) Fabricação compartilhada dos três navios, na mesma proporção: 80% na China e 20% no Uruguai; e
4) Construção integral dos dois primeiros patrulheiros na China, e fabricação integral do terceiro no Uruguai. Observação: esta opção implicaria em um investimento vultoso, por parte dos uruguaios, para modernizar e qualificar o Astillero de la Armada, organização militar situada em Punta Lobos (na área da Baía de Montevidéu), hoje completamente despreparada para e aventurar em projetos maiores do que rebocadores, pequenos balizadores, lanchas de desembarque, chatas e barcaças…
Custo – O valor da proposta mais barata – de construção das três unidades na China – não figura no texto de Porfilio, mas dois navios Tipo P-18N encomendados pela Marinha da Nigéria saíram, cada um, por, aproximadamente, 48 milhões de dólares.
Mesmo nessa faixa de custo, os barcos chineses têm poucas chances de serem os escolhidos. À frente deles estão os patrulheiros oferecidos pela companhia alemã Lürssen, a corveta francesa classe Gowind da DCNS e os OPV 80 Fässmer, também alemães.