A sequência mostra operários trabalhando no casco do submarino “Riachuelo”, em Itaguaí (RJ); e o navio conforme o então ministro da Defesa Jaques Wagner o encontrou, em abril deste ano
Por Roberto Lopes*
Um dos serviços mais tradicionais e atuantes da Marinha do Brasil – responsável pelo emblemático Programa de Reaparelhamento da Marinha (PRM) – será reestruturado para melhor se adequar, entre outras circunstâncias, aos tempos bicudos do Ajuste Fiscal.
A Diretoria-Geral do Material da Marinha (DGMM) inaugurou, nesta terça-feira (08.12), no auditório do Centro de Adestramento Almirante Marques de Leão – no Rio de Janeiro –, o seu I Workshop de Integração do Apoio Logístico na Marinha.
O evento será encerrado nesta sexta (11.12) após estudar o aprimoramento da logística de manutenção na Força e sua relação com a logística de obtenção de material. O objetivo do seminário é que tais exames sejam capazes de subsidiar as alterações estruturais previstas para serem implementadas no setor do Material, nos processos e nas normas em vigor.
Ao término do workshop serão apresentadas as conclusões técnicas que servirão de base a uma proposta de reestruturação da DGMM.
A eventual aprovação dessa sugestão terá a sua execução a cargo de um grupo de trabalho intersetorial.
A coluna INSIDER apurou que, em sintonia com a documentação elaborada pelo Estado-Maior da Armada e com pareceres emitidos pela Diretoria de Engenharia Naval, a cúpula da Diretoria examinará um novo programa de metas – possivelmente para 2020 (já que o horizonte para 2018 é quase tão ruim quanto os dos próximos dois anos) –, caracterizado pela prudência e pela desambição.
Reaparelhamento – As metas a que a DGMM se impôs cumprir no triênio 2012-2015 ficaram, todas, severamente prejudicadas pela série de contingenciamentos orçamentários anunciados pela área econômica do governo no período.
No âmbito do PRM, as cinco primeiras metas elencadas pela DGMM para serem alcançadas até 2015 eram:
Status: o programa está próximo de chegar à metade;
O Comandante da Marinha, almirante Eduardo Leal Ferreira, aciona o alarme de imersão de um submarino, para festejar o recebimento, em Itaguaí, da última seção do “Riachuelo”
Status: Informações extraoficiais garantem que esse desenvolvimento não atingiu nem 10% do seu cronograma original;
Status: Programa não teve início;
Status: Ainda em fase preliminar de delineamento;
Status: Dois entregues; há uma previsão de que mais dois (Maracanã e Maragogipe) possam ser aprontados até o fim de 2016.
O navio-patrulha “Maracanã”, visto aqui no estaleiro EISA, do Rio de Janeiro, onde está sendo construído
Mas esses não foram os únicos danos produzidos, nos planos da Marinha, pelas restrições financeiras.
O Programa de Obtenção de Meios de Superfície (PROSUPER) foi paralisado em 2014, sem data para ser reativado; o ritmo de implantação do Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul foi reduzido; e a construção do Estaleiro e da Base Naval de Itaguaí (RJ) não envolve, hoje, mais do que 50% da mão-de-obra e dos recursos que eram aplicados nessas obras no início do ano.
*Com informações do Centro de Comunicação Social da Marinha