Sobre o nome asfixia
Procede do termo grego asphyksia, síncope, falta de pulso. De a, privação, e sphyksis, pulso (R. Galvão, Vocabulário Etymologico..., 1909) e de sphyksein, latir (J. Corominas, Diccionario Crítico Etimológico..., 2000), latejar.
Originalmente, era termo aplicado a condições em que ocorria diminuição do pulso arterial ou de sua ausência. Como em tais casos a respiração cessava, asfixia passou a denominar sufocação ou ausência de respiração (W. Haubrich, Medical Meanings...,1997).
É nome inadequado porque, nas vítimas de sufocação, o pulso continua a existir por longo tempo (Chambers Dictionary of Etymology, 2000).
A palavra asfixiar tem, portanto, denotação literal de causar asfixia, ou seja, provocar estado em há ausência de pulsações arteriais (Haubrich, op. cit), mas tem sentido atual de causar asfixia; ter dificuldade ou impedimento de respirar.
Desse modo, sufocação ou sufocamento são termos mais adequados nesse sentido e muito usados na literatura médica como se vê na web. Observa-se que bons dicionários como o Aurélio (Ferreira, 2009) e o Houaiss (2009) dão ambos os nomes com o mesmo sentido, mas trazem sufocamento com remissão para sufocação, o que indica ser este o nome preferencial. Do latim, suffocatio, onis, abafamento. De sub, em baixo de, dentro, no fundo de, e fauces, garganta (A. Ferreira, Dic. Lat. Port., 1996).
Nesse contexto, as expressões “asfixia fetal” ou “asfixia do recém-nascido” podem ser opcionalmente substituídas por sofrimento fetal ou sofrimento do recém-nascido ou neonatal, com são também usadas na literatura.
O nome asfixia e o verbo asfixiar estão consagrados como termos médicos e são muito usados em expressões como "óbito por asfixia", "paciente morto asfixiado" e semelhantes, o que lhes dá legitimidade de uso formal ou informal. Apenas explicitamos o que há por trás das palavras para que, por opção, um autor não expresse preferencialmente algo que signifique outra.coisa. Simônides Bacelar
Brasília, DF
Toda a sociedade precisa incentivar os que se esforçam mais, os que trabalham melhor e, especialmente, os que assumem riscos e têm a coragem de inovar (Stephen Kanitz, articulista, Veja, 28-1-2004, p. 22). | ||
|
![]() |
Este email foi escaneado pelo Avast antivírus.
|