Complementaridade – complementariedade
São nomes existentes na língua e oficialmente registrados no Volp (Voc. Ortog., Academia Bras. de Letras, 2009) e, assim, podem ser usados conforme a vontade de cada um. Entanto, em caso de se buscar critérios de escolha, convém conhecer algumas considerações a respeito.
A forma mais usada é complementaridade como se observa nas páginas de busca da internet, o que lhe dá preferência de uso. Significa propriamente qualidade do que é complementar. Forma-se pela junção de complementar mais o sufixo -idade formador de substantivos procedentes de adjetivos, e tem o sentido de qualidade, atributo (Aurélio, 2009).
A forma original é -dade, do latim -tatis (-tate em latim vulgar) e as letras antepositivas variam de acordo com fenômenos de supressões ou acréscimos de grafemas e fonemas aos términos do adjetivo correspondente, estabelecidos pelo uso, considerando-se formas eruditas ou vernáculas: contrário, contrariedade; bom, bondade; terminal, terminalidade; espontâneo, espontaneidade (Houaiss, 2009).
As formas com -iedade regularmente procedem de adjetivos terminados em -io (dubiedade, obviedade, seriedade, sociedade), o que sugere complementariedade ser termo não preferencial, pois procede de complementar.
Normalmente, palavras terminadas em r dão substantivos com acréscimo de -idade: elementar, elementaridade; linear, linearidade; angular, angularidade.
Quando se deseja aperfeiçoamento, basear-se em exceções ou intuição para formar palavras é procedimento questionável. Por amor à organização, usar as normas pode ser mais indicado ou talvez mais seguro.
Simônides Bacelar Brasília, DF
| |||
|