Prezados,
Esse livrinho de "Mitos e lendas Karajá" (Peret 1979) que o Renato
Nicolai, com a generosidade habitual, compartilhou conosco na
Biblioteca Digital Curt Nimuendajú, me trouxe algumas boas lembranças
dos bate-papos que eu tinha com o saudoso Ijeseberi Karajá (falecido
em 2006), um linguista nato que me ensinou muito sobre sua língua e
sua cultura.
Jyjè (adaptação de "José" em Karajá e, também, apelido do Ijeseberi)
sempre me falava do Peret, cuja casa ele havia visitado no Rio de
Janeiro, se me lembro bem. Com uma pontinha de orgulho, dizia que a
mulher Karajá na nota de mil cruzeiros era sua tia Jijukè, fotografada
pelo Peret. E, com mais orgulho ainda, lembrava que sua filha também
se chamava Jijukè, em homenagem à tia.
Pois a tal foto aparece justamente neste livrinho, lá na página 18
(Peret escreve seu nome como "Didiué", com a ausência do /k/,
característica da fala masculina em alguns casos). Uma imagem icônica,
que não deve permanecer anônima:
https://www.flickr.com/photos/nimuendaju/50225424523
Jijukè, a filha, enfermeira, defendeu no ano passado sua dissertação
de mestrado em Direitos Humanos e Cidadania (UnB), e promove, ao lado
de outras mulheres de seu povo, a "Campanha das Mulheres Iny Mahadu
(Karajá) contra COVID-19", que visa a angariar recursos para
iniciativas de combate ao vírus e conscientização do público em suas
comunidades:
https://youtu.be/QWHVe7g161o
Imagino o quanto meu amigo Jyjè estaria orgulhoso.
Abraços,
Eduardo
On Fri, Aug 14, 2020 at 3:59 PM Biblioteca Digital Curt Nimuendaju
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