As fotos são de grande valor estético e documental, mas não deixam de representar (como no caso dos esforços "ecológicos" de outras monarquias européias, tão queridas de certas ONGs e figuras públicas no Brasil) uma tentativa de "greenwashing" do legado colonial.
O autor, rei Leopoldo III da Bélgica (1901-1983), era neto de Leopoldo II (1835-1909), "dono" do Congo e responsável pelo genocídio de milhões de congoleses. Quando de suas visitas ao Brasil, Leopoldo III já era um ex-rei: devido a sua capitulação incondicional aos nazistas na II Guerra Mundial, nunca conseguiu recuperar seu prestígio e popularidade, abdicando em 1951 em favor de seu filho Balduíno (1930-1993).
Este, por sua vez, orgulhoso do passado genocida de seus ancestrais, esteve envolvido em intervenções no Congo (Zaire, antigo Congo Belga) depois da independência do País africano, participando inclusive das conspirações com a CIA que levariam à brutal execução do líder da independência e herói anti-imperialista, Patrice Lumumba (1925-1961).
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