Apresentação Pessoal

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MSX-ALL Team Coordinator

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Oct 28, 2019, 1:11:24 AM10/28/19
to The MSXALL List Group
Olá Pesso@ll,

Para dar (re)começo de nossa querida Lista MSXALL em sua casa nova, nada melhor do que uma apresentação pessoal...

Para quem não me conhece (ou não se lembra), meu nome é Julio Marchi e sou aficionado pelo MSX desde 1984 quando me deparei com o micrinho em uma loja Gradiente perto de onde eu morava, em Niterói no RJ.

Eu já mexia com computadores naquela época e era proprietário de um CP-500 modelo M80. Eu já conhecia o Apple II (Exato da CCE) e tinha usado vários outros micros da época como os TK e CP. Eu adorava quando meus amigos me pediam para digitar programas de revistas nos computadores deles, era onde eu aprendia muita coisa. Depois eu ia pra casa e inventava coisas para fazer no CP-500 com o que eu tinha aprendido. Dentre vários projetos sem sentido ainda no CP-500, fiz uma tabela periódica gráfica, um gerenciador aleatório de números de loteria, e um jogo tipo "pong" (este em ASM). Eram coisas bobas, mas que impressionavam na época, especialmente vindas de um moleque que nunca tinha estudado nada sobre computadores.

Mas, apesar do acesso fácil a outros padrões, foi o MSX que me conquistou e realmente abriu meu mundo para o universo da tecnologia e dos computadores. Não somente o MSX me conectou com um monte de gente muito legal, mas foi também graças a ele que eu tive acesso a um mundo mais "profissional". No MSX eu aprendi a programar em linguages além do Basic, como C e Pascal. Isso sem contar com a enorme expansão que foi programar em Assembly no MSX.

E foi quando eu estava tentando programar um jogo no MSX que um amigo de meu pai viu o que eu estava fazendo e convenceu meu pai a deixar que eu trabalhasse com um de seus contatos. Era uma empresa de desenvolvimento de programa para a bolsa de valores chamada Gigatec, onde me puseram para desenvolver em QuickBasic rotinas de plotagem de gráficos de análise de tendência e projeções futuras baseados em fórmulas estáticas e dados vindos de um bancos de dados ainda em Vulcan, que depois virou dBase II. Nesta época eu tinha apenas 14 anos.

Foi também graças ao MSX que eu expandi meus horizontes em termos de amizades. Logo me conectei com Clubes de MSX, grupos de trocas de programas e afins. Era assim que as informações trafegavam na época, e era assim que os nossos horizontes se ampliavam. Não demorou muito para que a rede de conhecimentos me levasse a ter acesso às Revistas CPU-MSX, Micro Sistemas, MSX Micro e aos infames Jornaizinhos da Gama Software.

Quem se lembra de como era na época? Quando as revistas de MSX chegavam às bancas, logo sumiam! A tiragem era limitada e a demanda era alta. O que contra-balançcava era que quase toda semana a Ciência Moderna lançava um livro novo de computação e, quase sempre, de MSX. Nem sei como o Laércio Vasconcelos conseguia escrever tão rápido, mas era através destes meios (ainda antes da Internet) que a molecada da época aprendia e fazia coisas que estavam além de nosso tempo. Algo que raramente vejo acontecer nos dias de hoje... A gente debugava de verdade, trocava informações do jeito que dava e sem filtros, e ia descobrindo inovações que, para nós, eram coisas do futuro (e eram!!!). E, o mais importante, adorávamos repassar informações para os amigos numa saudável competição de quem sabe mais ou quem desbloqueia tal programa primeiro!

Nem sei quantos jogos eu passei de fita para disco, os quais eram colocados no mercado pela Nemesis. O Marcelo nem lembra de mim, mas desbloqueei muitos discos e fitas para ele através de um amigo comum, e com isso meu acervo de programas e acúmulo de conhecimento só aumentava (e minha popularidade com os amigos também, pois era eu quem trazia a maioria das novidades para as reuniões). :)

E foi assim que cheguei às portas da redação da CPU-MSX.

Logo no primeiro dia em que me apresentaram ao José Idemar foi quando conheci o Júlio Velloso (já famoso na época por conta do BKP Fita). Lá estava ele sentado num cantinho da redação fazendo testes com um de seus projetos (acho que era o BKP disco). Logo começamos a trocar idéias e somos amigos até hoje!

Dali pra frente foi um mundo novo que se abriu. Comecei a colaborar com as revistas e com o Carlos Alberto Herzterg (editor na época) e não demorou muito para eu me tornasse o diagramador oficial das mesmas. Passei a escrever artigos, propôr temas de capa e praticamente co-editar as revistas. Primeiro a CPU-MSX, depois a CPU-PC e até mesmo a famigerada CPU-Amiga.

Fou uma grande época de descobertas quando fiz grandes amizades com muitas figuras importantes no Universo MSX, algumas já de renome e que eu admirava, como o Renato DeGiovani, B. Piropo, Ricardo Oazem, Rogério Belarmino, Miguel Freitas, etc... Muita gente boa e da melhor estirpe.

Daí pra frente foi o começo da minha carreira no universo da Tecnologia, no qual até hoje me encontro atuando, só que agora nos EUA e mais na área executiva.

Foi graças ao MSX e às Revistas CPU que eu tive acesso a este mundo profissional da computação e tecnologia no Brasil e eventualmente no exterior. Fiz amigos em posições importantes, como o Fonyat (Diretor da IBM), Jackson do Anjos (Diretor da PCI e da PackardBell) e Mauro Muratório (inicialmente na Sharp, e depois como Presidente da Microsoft). Desde então, com acesso à todo este universo, minha carreira deslanchou e nunca mais me afastei da tecnologia e dos negócios. Fiz parte da equipe de organização da Fenasoft, trabalhando diretamente com o Maxminiano e, logo depois, fiz parte da organização das feiras COMDEX trabalhando direto com a Gauzelli Associados, com a Sucesu-RJ, e com a SoftBank nos EUA. Isso já em 1994, ou seja, dez anos depois de ser apresentado ao MSX.

Nestes dez anos, entre uma coisa e outra, eu tive a oportunidade de participar de projetos bem legais, como o BKP Disco (que foi terminado e compilado no meu MSX 2+), o MPW, o FM Sound Stereo, etc. Escrevi programas para placas digitalizadoras, projetos de Modem, gerenciadores de música, protocolos de rede (TCP/IP sobre NetBios), etc... Fizemos também (eu e o André Tupinambá) o primeiro pacote do tipo Norton para o MSX, com programas como Hex-Disk Editor, Unformat e Disc Recover. O programa iria se chamar TDO - Turbo Disk Operator, mas infelizmente este não viu a luz do dia (nem me lembro por quê). A única parte do TDO que foi bastante usada foi o Disk Formatter que era super rápido, formatava um disco de 720Kb em 18 segundos, que era algo nunca visto antes na época. O programa tinha interface colorida com 4 cores em tela de texto no MSX 2 e, além de outros recursos, calculava em tempo-real o interleave ideal para deixar a leitura do disco mais rápida. Quem usou muito este programa foi o Ricardo Oazem nos discos de demo do FM-Sound Stereo. Se alguém ainda tiver estes discos poderá constatar a assinatura do TDO na trilha zero dos mesmos. :)

Não muito tempo depois, em 1996 eu lancei uma revista chamada Ph.D. Magazine. Nesta época já não mais mais havia nada de MSX. Na mesma época estávamos para lançar uma revista chamada Mac-in-Touch, obviamente voltada para o Macintosh. Isso foi depois das Revistas CPU-PC e CPU-MSX (e CPU-Amiga) deixarem de existir. Bem depois da CPU-Informática e das MSX-Micro. A única sobrevivente e que já capengava era a MicroSistemas, mas sem o Renato DeGiovani na edição da mesma, eles perderam 90% da qualidade original. Fora isso, a IDG estava entrando de sola no Brasil, pois esta foi a época em que a reserva de mercado abriu as pernas e, com isso, eles e outros conglomerados internacionais engoliram o mercado nacional de publicações. A IDG, por exemplo, "comprou" de mim a ideia da Mac-in-Touch simplesmente para não dar espaço à concorrência para a Mac-World, e foi assim que o mundo das revistas nacionais viu seu fim.

O interessante em comentar sobre esta época é observar que o mundo inteiro estava mudando entre 1992 e 1996. Não somente o Brasil se abriu para o mundo, mas o mundo se abriu de forma geral com o advento da Internet e com a globalização. Foi nesta mesma época que o MSX deixou de ser oficialmente fabricado com o MSX-Turbo-R GT sendo descontinuado em prol do 3DO graças ao auxílio da EA Sports. Nesta época eu estava distante do MSX, e por 4 ou 5 anos eu praticamente sequer lembrava do meu velho amigo de guerra que estava empacotado no fundo de um armário. Meus disquetes todos mofaram e pouco pôde ser salvo quando, quase no ano 2000, eu me deparei com o emulador f-MSX de Marat Fayzullin e com o site da MEP, e foi isso que trouxe de volta minha atenção ao micrinho que abriu meu universo para o mundo da tecnologia e da computação.

Desde então, mesmo estando de fora das discussões, nunca mais me distanciei tanto do MSX.

Hoje em dia ainda curto bastante o padrão MSX. É um dos meus hobby preferidos, mesmo com o meu tempo limitado. Faço questão de manter meu cantinho MSX desempoeirado, onde tenho um MSX 2+ da Sony (valeu MDBlanco), um MSX DD-Plus da Gradiente transformado para 2+ com a primeira versão da CIEL (valeu Maluf), o qual está hoje com 4 Mb de Mapper, expansor interno, interface de HD da Sunrise também interna, fonte de PC e, mais recentemente, a placa analógica do Maluf.

Tenho também um monte de outras placas de MSX, algumas que eu adquiri da coleção do meu amigo Eliazer Kosciuk (KlaxMSX) e outras que recebi do maior colecionador de MSX da história, Daniel Ravazzi. Entre os itens de minha modesta coleçãozinha estão alguns cartuchos de som, a GFX9000, duas Network Card, um Simulador de Drive e, mais recentemente um Zemix do Eduardo Luca que sequer ainda liguei para testar (ouch... podem me xingar, eu mereço!)...

Quem sabe eu não me animo com os novos assuntos que vamos discutir por aqui e coloco tudo isso pra funcionar? :)

Finalmente, sou proprietário do domínio MSXALL.COM e sempre tive vontade de construir um site 100% dedicado ao MSX para manter não somente sua história mas para colocar a disposição do mundo todo o acervo que venho colecionando desde 1984. Ainda hoje tenho as minhas fitas (algumas originais), discos e toda a coleção de revistas CPU (entre outras), além de várias centenas de Gigabytes com tudo de MSX que eu econtro na Web.

Como entre outros negócios faço hospádagem de sites (e tenho os servidores), o maior desafio na hora de montar o que eu sempre chamei de Portal MSXALL é catalogar e publicar o material. Mesmo assim eu sempre hospedei e ainda hospedo vários sites de MSX. Entre eles posso listar: www.msxpro.com (Sturaro), www.msxblog.es (Konamito), www.amxprojects.com, basic.msxall.com, basshp.msxall.com, marmsx.msxall.com, msxtop.msxall.com, pascal.msxall.com e provavelmente alguns outros que eu não me lembro agora. :)

Esta é uma das formas que eu encontrei de continuar apoando as iniciativas em prol do MSX e ajudar a manter o padrão em evidência. Até hojse, quem quiser espaço na Internet para seu site de MSX, é só pedir. A hospedágem é 100% profissional e com direito a CPANEL completo, incluindo acesso SSH.

Bem, há muito mais para contar, mas acho que já escrevi demais. E você? Qual sua história com o MSX?

Abração à todos e obrigado por tudo!

Julio Marchi

Ricardo Jurczyk Pinheiro

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Oct 28, 2019, 4:07:36 PM10/28/19
to The MSXALL List Group
Oi Júlio!

Me permita alguns comentários cretinos... Eu sei q a idade chega, a memória falha, mas vamos lá:

- O Hotbit foi lançado em outubro de 1985, e o Expert foi logo atrás. Eu mesmo conheci em abril de 1986, ganhei o meu 1o MSX em 24 de maio de 1986 e n larguei até hj. Na última contagem, tem uns 32 MSXs aqui em casa. Mas deve ser mais. =D
- Vc citou mestre Renato Degiovani... Ele gravou conosco (no Retrocomputaria) 2 episódios, o 22 e o 42. Ainda estamos arrumando uma pauta só pra chamá-lo pela 3a vez. :-D
- TCP/IP sobre NetBIOS? Uau. Sabe quem tem esse material? Pq hj em dia temos o UNAPI, placas de rede para MSX... Mas isso é interessante pra ter, nem q seja como arquivo histórico.

Bacana, essa sua história. Então tire a poeira dos seus MSX, coloque eles em rede c/ seus PCs e mãos à obra!

=D

Abraço!

Em segunda-feira, 28 de outubro de 2019 02:11:24 UTC-3, Julio Marchi escreveu:
Olá Pesso@ll,

Para dar (re)começo de nossa querida Lista MSXALL em sua casa nova, nada melhor do que uma apresentação pessoal...

Para quem não me conhece (ou não se lembra), meu nome é Julio Marchi e sou aficionado pelo MSX desde 1984 quando me deparei com o micrinho em uma loja Gradiente perto de onde eu morava, em Niterói no RJ.

Eu já mexia com computadores naquela época e era proprietário de um CP-500 modelo M80. Eu já conhecia o Apple II (Exato da CCE) e tinha usado vários outros micros da época como os TK e CP. Eu adorava quando meus amigos me pediam para digitar programas de revistas nos computadores deles, era onde eu aprendia muita coisa. Depois eu ia pra casa e inventava coisas para fazer no CP-500 com o que eu tinha aprendido. Dentre vários projetos sem sentido ainda no CP-500, fiz uma tabela periódica gráfica, um gerenciador aleatório de números de loteria, e um jogo tipo "pong" (este em ASM). Eram coisas bobas, mas que impressionavam na época, especialmente vindas de um moleque que nunca tinha estudado nada sobre computadores.

Mas, apesar do acesso fácil a outros padrões, foi o MSX que me conquistou e realmente abriu meu mundo para o universo da tecnologia e dos computadores. Não somente o MSX me conectou com um monte de gente muito legal, mas foi também graças a ele que eu tive acesso a um mundo mais "profissional". No MSX eu aprendi a programar em linguages além do Basic, como C e Pascal. Isso sem contar com a enorme expansão que foi programar em Assembly no MSX.

E foi quando eu estava tentando programar um jogo no MSX que um amigo de meu pai viu o que eu estava fazendo e convenceu meu pai a deixar que eu trabalhasse com um de seus contatos. Era uma empresa de desenvolvimento de programa para a bolsa de valores chamada Gigatec, onde me puseram para desenvolver em QuickBasic rotinas de plotagem de gráficos de análise de tendência e projeções futuras baseados em fórmulas estáticas e dados vindos de um bancos de dados ainda em Vulcan, que depois virou dBase II. Nesta época eu tinha apenas 14 anos.

Foi também graças ao MSX que eu expandi meus horizontes em termos de amizades. Logo me conectei com Clubes de MSX, grupos de trocas de programas e afins. Era assim que as informações trafegavam na época, e era assim que os nossos horizontes se ampliavam. Não demorou muito para que a rede de conhecimentos me levasse a ter acesso às Revistas CPU-MSX, Micro Sistemas, MSX Micro e aos infames Jornaizinhos da Gama Software.

Quem se lembra de como era na época? Quando as revistas de MSX chegavam às bancas, logo sumiam! A tiragem era limitada e a demanda era alta. O que contra-balançava era que quase toda semana a Ciência Moderna lançava um livro novo de computação e, quase sempre, de MSX. Nem sei como o Laércio Vasconcelos conseguia escrever tão rápido, mas era através destes meios (ainda antes da Internet) que a molecada da época aprendia e fazia coisas que estavam além de nosso tempo. Algo que raramente vejo acontecer nos dias de hoje... A gente debugava de verdade, trocava informações do jeito que dava e sem filtros, e ia descobrindo inovações que, para nós, eram coisas do futuro (e eram!!!). E, o mais importante, adorávamos repassar informações para os amigos numa saudável competição de quem sabe mais ou quem desbloqueia tal programa primeiro!

Nem sei quantos jogos eu passei de fita para disco, os quais eram colocados no mercado pela Nemesis. O Marcelo nem lembra de mim, mas desbloqueei muitos discos e fitas para ele através de um amigo comum, e com isso meu acervo de programas e acúmulo de conhecimento só aumentava (e minha popularidade com os amigos também, pois era eu quem trazia a maioria das novidades para as reuniões). :)

E foi assim que cheguei às portas da redação da CPU-MSX.

Logo no primeiro dia em que me apresentaram ao José Idemar foi quando conheci o Júlio Velloso (já famoso na época por conta do BKP Fita). Lá estava ele sentado num cantinho da redação fazendo testes com um de seus projetos (acho que era o BKP disco). Logo começamos a trocar idéias e somos amigos até hoje!

Dali pra frente foi um mundo novo que se abriu. Comecei a colaborar com as revistas e com o Carlos Alberto Herzterg (editor na época) e não demorou muito para eu me tornasse o diagramador oficial das mesmas. Passei a escrever artigos, propôr temas de capa e praticamente co-editar as revistas. Primeiro a CPU-MSX, depois a CPU-PC e até mesmo a famigerada CPU-Amiga.

Fou uma grande época de descobertas quando fiz grandes amizades com muitas figuras importantes no Universo MSX, algumas já de renome e que eu admirava, como o Renato Degiovani, B. Piropo, Ricardo Oazem, Rogério Belarmino, Miguel Freitas, etc... Muita gente boa e da melhor estirpe.

Daí pra frente foi o começo da minha carreira no universo da Tecnologia, no qual até hoje me encontro atuando, só que agora nos EUA e mais na área executiva.

Foi graças ao MSX e às Revistas CPU que eu tive acesso a este mundo profissional da computação e tecnologia no Brasil e eventualmente no exterior. Fiz amigos em posições importantes, como o Fonyat (Diretor da IBM), Jackson do Anjos (Diretor da PCI e da PackardBell) e Mauro Muratório (inicialmente na Sharp, e depois como Presidente da Microsoft). Desde então, com acesso à todo este universo, minha carreira deslanchou e nunca mais me afastei da tecnologia e dos negócios. Fiz parte da equipe de organização da Fenasoft, trabalhando diretamente com o Maxminiano e, logo depois, fiz parte da organização das feiras COMDEX trabalhando direto com a Guazelli Associados, com a Sucesu-RJ, e com a SoftBank nos EUA. Isso já em 1994, ou seja, dez anos depois de ser apresentado ao MSX.


Nestes dez anos, entre uma coisa e outra, eu tive a oportunidade de participar de projetos bem legais, como o BKP Disco (que foi terminado e compilado no meu MSX 2+), o MPW, o FM Sound Stereo, etc. Escrevi programas para placas digitalizadoras, projetos de Modem, gerenciadores de música, protocolos de rede (TCP/IP sobre NetBios), etc... Fizemos também (eu e o André Tupinambá) o primeiro pacote do tipo Norton para o MSX, com programas como Hex-Disk Editor, Unformat e Disc Recover. O programa iria se chamar TDO - Turbo Disk Operator, mas infelizmente este não viu a luz do dia (nem me lembro por quê). A única parte do TDO que foi bastante usada foi o Disk Formatter que era super rápido, formatava um disco de 720Kb em 18 segundos, que era algo nunca visto antes na época. O programa tinha interface colorida com 4 cores em tela de texto no MSX 2 e, além de outros recursos, calculava em tempo-real o interleave ideal para deixar a leitura do disco mais rápida. Quem usou muito este programa foi o Ricardo Oazem nos discos de demo do FM-Sound Stereo. Se alguém ainda tiver estes discos poderá constatar a assinatura do TDO na trilha zero dos mesmos. :)

Não muito tempo depois, em 1996 eu lancei uma revista chamada Ph.D. Magazine. Nesta época já não mais mais havia nada de MSX. Na mesma época estávamos para lançar uma revista chamada Mac-in-Touch, obviamente voltada para o Macintosh. Isso foi depois das Revistas CPU-PC e CPU-MSX (e CPU-Amiga) deixarem de existir. Bem depois da CPU-Informática e das MSX-Micro. A única sobrevivente e que já capengava era a MicroSistemas, mas sem o Renato Degiovani na edição da mesma, eles perderam 90% da qualidade original. Fora isso, a IDG estava entrando de sola no Brasil, pois esta foi a época em que a reserva de mercado abriu as pernas e, com isso, eles e outros conglomerados internacionais engoliram o mercado nacional de publicações. A IDG, por exemplo, "comprou" de mim a ideia da Mac-in-Touch simplesmente para não dar espaço à concorrência para a Mac-World, e foi assim que o mundo das revistas nacionais viu seu fim.

O interessante em comentar sobre esta época é observar que o mundo inteiro estava mudando entre 1992 e 1996. Não somente o Brasil se abriu para o mundo, mas o mundo se abriu de forma geral com o advento da Internet e com a globalização. Foi nesta mesma época que o MSX deixou de ser oficialmente fabricado com o MSX-Turbo-R GT sendo descontinuado em prol do 3DO graças ao auxílio da EA Sports. Nesta época eu estava distante do MSX, e por 4 ou 5 anos eu praticamente sequer lembrava do meu velho amigo de guerra que estava empacotado no fundo de um armário. Meus disquetes todos mofaram e pouco pôde ser salvo quando, quase no ano 2000, eu me deparei com o emulador fMSX de Marat Fayzullin e com o site da MEP, e foi isso que trouxe de volta minha atenção ao micrinho que abriu meu universo para o mundo da tecnologia e da computação.


Desde então, mesmo estando de fora das discussões, nunca mais me distanciei tanto do MSX.

Hoje em dia ainda curto bastante o padrão MSX. É um dos meus hobby preferidos, mesmo com o meu tempo limitado. Faço questão de manter meu cantinho MSX desempoeirado, onde tenho um MSX 2+ da Sony (valeu MDBlanco), um MSX DD-Plus da Gradiente transformado para 2+ com a primeira versão da CIEL (valeu Maluf), o qual está hoje com 4 Mb de Mapper, expansor interno, interface de HD da Sunrise também interna, fonte de PC e, mais recentemente, a placa analógica do Maluf.

Tenho também um monte de outras placas de MSX, algumas que eu adquiri da coleção do meu amigo Eliazer Kosciuk (KlaxMSX) e outras que recebi do maior colecionador de MSX da história, Daniel Ravazzi. Entre os itens de minha modesta coleçãozinha estão alguns cartuchos de som, a GFX9000, duas Network Card, um Simulador de Drive e, mais recentemente um Zemmix do Eduardo Luca que sequer ainda liguei para testar (ouch... podem me xingar, eu mereço!)...

Quem sabe eu não me animo com os novos assuntos que vamos discutir por aqui e coloco tudo isso pra funcionar? :)

Finalmente, sou proprietário do domínio MSXALL.COM e sempre tive vontade de construir um site 100% dedicado ao MSX para manter não somente sua história mas para colocar a disposição do mundo todo o acervo que venho colecionando desde 1984. Ainda hoje tenho as minhas fitas (algumas originais), discos e toda a coleção de revistas CPU (entre outras), além de várias centenas de Gigabytes com tudo de MSX que eu econtro na Web.

Como entre outros negócios faço hospedagem de sites (e tenho os servidores), o maior desafio na hora de montar o que eu sempre chamei de Portal MSXALL é catalogar e publicar o material. Mesmo assim eu sempre hospedei e ainda hospedo vários sites de MSX. Entre eles posso listar: www.msxpro.com (Sturaro), www.msxblog.es (Konamito), www.amxprojects.com, basic.msxall.com, basshp.msxall.com, marmsx.msxall.com, msxtop.msxall.com, pascal.msxall.com e provavelmente alguns outros que eu não me lembro agora. :)

Julio Marchi

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Oct 28, 2019, 4:25:48 PM10/28/19
to The MSXALL List Group
Juracy,

Em 1984 o MSX que estava na loja da Gradiente era apenas para demonstração. Para quem não conheceu as lojas da Gradiente, elas eram muito usadas para fomentar produtos que ainda iriam chegar às outras lojas. Demorei mais de seis meses na fila até que os primeiros lotes de MSX para venda chegaram à loja, e mesmo assim não tive a sorte de obter um do primeiro lote.

Logo depois que consegui o MSX Expert (que era o 1.0) eu logo troquei ele por outro que já era versão 1.1. Consegui a troca com o gerente da loja, que arrumou um comprador para o meu e me vendeu a "nova versão"... Eu não me lembro ao certo como foi que tudo aconteceu porque isso tudo era coisa que meu pai resolvia. Eu só acompanhava, babava e perturbava... :)

Eu nunca fui muito fã do HotBit, mesmo tendo acesso à Sharp anos depois, onde conheci o Mauro. Sempre gostei maos dos computadores com teclado separado da CPU. 

Quanto ao projeto da TCP/IP sob NetBIOS isso foi na época da placa Conecta, quando eu e o Julio Veloso trabalhávamos como analistas de sistemas na Saga - Sistemas e Computadores. Era um projeto de PC onde conectávamos redes Windows via LanManager (e alguns outros trecos como Novel IPX/SPX e Unix, que é onde o TCP/IP entrava). Tinha o dedo da Microsoft mas o projeto era da Saga.

Como o código era em C com apenas algumas rotinas otimizadas em Assembly, houve uma tentativa de portar o protocolo para o Z80. Só que, naquela época, ninguém sequer imaginava em criar uma interface de rede para MSX. O máximo que conseguimos nos laboratórios do Valonguinho na UFF foi serializar os sinais de comincação de uma placa de rede de PC piggbackeada na Serial do MSX. Ou seja, os dados até íam e vinham ainda sem protocolo definifo, mas era uma tortura... Outro desafio era que o Lindolfo (professor de Física e Eletrônica que nos ajudava com o projeto) não tinha tempo, e sem ele não havia quem soubesse como reinventar toda esta parafernália.

Eu não tenho nem idéia de quem ficou com os fontes do pouco que foi feito. Eu mais ou menos me lembro da estruturação dos pactotes na memória e no buffer de sincronização mas duvido que minha memória me permita explicar o que foi feito, porque foi foito ou como foi feito. :P

Quem sabe eu não me meto a programar algo para MSX novamente? Hoje as interfaces the rede eu tenho, duas até. Mas praticamente nunca usei. Para ser sincero, eu pensei que tudo isso já tivesse sido implementado pelo Nestor Soriano, não?

Abração!

Julio Marchi

Mauro Sókrates

unread,
Nov 25, 2019, 8:45:27 PM11/25/19
to MSXALL :: Tudo sobre o Universo MSX
Minha vez!

Olá a todos. Meu nome é Mauro Sókrates e uso o MSX desde 3 de outubro de 1988, quando meu saudoso pai me deu de presente antecipado um Hotbit HB-8000 comprado do tio do meu vizinho. E sim, eu tenho ele até hoje e funcionando.

Conheci o MSX em julho de 88 quando meu saudoso tio comprou um Hotbit com programas e jogos. Claro que eu fiquei perplexo com aquelas cores vibrantes, já que eu era usuário de um CP 400. Lembro que os primeiros jogos que ele comprou pros meus primos foram da Disprosoft: Caça-Fantasmas, Os Goonies e Faixa Preta (a.k.a. "Jackie Chan In Project A").

Quando eu ganhei o meu, fui comprar o meu gravador 2 semanas depois: o HB-2400 (tenho até hoje também). E os meus primeiros jogos foram Death Wish III e 007 In The Living Daylights, lá na saudosa Ação Imagic Soft. E foi lá onde eu comprei a maioria das minhas fitas K7. Hoje tenho mais de 130 fitas, o qual pedi pro Ulisses Araújo Biazon fazer o dump delas há uns 5 anos e até agora nada. Se alguém puder falar com ele e pegar as fitas e fazer o dump e me enviá-las de volta, eu agradeço. Segue as ibagens das fitas:

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"Ah, mas porquê você não comprou um drive?". Simples: MUITO CARO! Principalmente em nível de Belém. Só conheci um drive de disquete de MSX em 1989, quando meu tio comprou um drive de 3 e 1/2 da DDX. Com o tempo, conheci os videogames e deixei o MSX de lado. Até 1997, quando conheci a internet pela primeira vez e o MBT!

Soube que tinha um clube de usuários de MSX aqui em Belém, que era o MSX Brazilian Team, comandado pelo Marco André e pelo Maxmino Ferreira. Claro que fiquei felizaço em saber que ainda existia vida MSXzeira por aqui. Foi naquela época que eu conheci o Turbo-R ao vivaço e minha mente explodiu. Foi um tempo muito bom mesmo. Hoje o Marco André se aposentou do MSX e está morando em Brasília - e antes de se mudar, em 2001, ele me deu a "massa falida" do MBT: todas as cartas que ele recebeu da galera daqui e de fora, revistas, fitas K7, disquetes cheios de jogos e demos e disk-magazines, CDs de audio de MSX, caixas de cartucho vazias (aquelas grandes), manuais, data sheets e um Hotbit branco ainda na caixa! Tudo está guardado carinhosamente aqui em casa para efeito de preservação. Um dia desses eu posto umas imagens do que eu arrecadei. Já o Max, a única notícia que eu soube foi que ele foi pra Mossoró/RN e depois nunca mais o vi ou soube dele - e dos outros membros.

A única coisa que eu acho que fiz de alguma relevância para com o MSX foi descobrir o ano de fabricação do Hotbit pelo número de série. Não sei se já contei antes como foi mas pra quem não se lembra: os dois primeiros dígitos são o ano de fabricação e os outros 6 são o número geral em sequência. Por exemplo: serial 87006027 - significa que ele foi o Hotbit Nº 6027 a ser fabricado durante o ano de 1987. Até o Alexandre Tabajara criou uma planilha editável no Google pra pessoa registrar o seu Hotbit. Segue o link: https://docs.google.com/spreadsheets/d/1ZB470KNoGYfj6AnoE4gdFNEtgicNNBOhda3mdb612_8/edit#gid=0

Bom, é isso. Espero que minha apresentação sirva pros que ainda não me conhecem.

Abraços!


Em segunda-feira, 28 de outubro de 2019 02:11:24 UTC-3, Julio Marchi escreveu:
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