Another story translated! Many thanks to all our volunteers. Your comments will be appreciated! FN
Para onde é que vai aquele cachorro?
Na aldeia de Nuvem, a manhã estava enevoada. O pequeno Xavier tinha já perseguido
os porcos, tinha regado o jardim dos vegetais na companhia do seu avô, tinha jogado à
bola e agora estava aborrecido.
Olhou à volta. O que poderia ele fazer? Todos os outros meninos estavam na escola e as
aulas dele só iriam começar em Junho próximo. Estava muito solitário. De repente, pelo
canto do olho, viu um cachorrinho branco com uma mancha castanha e que passava a
correr pelo seu portão.
“Espera cãozinho, espera!”, chamou, “Para onde vais?”
Xavier desatou a correr atrás do cachorrinho. Eva, que estava no portão da sua casa, ao
vê-lo passar, chamou-o: “Olá Xavier, para onde vais?”
“Não sei”, disse Xavier, “Estou a seguir o cachorro”.
Então Eva seguiu atrás de Xavier e do cachorro.
Pelo caminho passaram pelo posro - que é uma pequena loja - da Gita. Viraj, o filho
dela, estava sentado em cima do balcão. “Onde vais Xavier?”, perguntou ele . “Não
sei”, respondeu Xavier, “Estou a seguir este cachorro”. Então Viraj seguiu atrás de
Xavier e de Eva e do cachorro.
Enquanto corriam, viram Asif que estava a brincar sozinho no campo. “Ei, onde é que
vais Xavier?”, “Olha, olha, estou a seguir o cachorro. E ele há-de ir para algum lado”,
disse Xavier.
Asif seguiu atrás de Xavier e de Eva e de Viraj e do cachorro.
Betina estava a saltar à corda junto do poço. “Ei, onde é que vais Xavier?”, perguntou
ela. “Não sei”, disse Xavier, “Anda daí e logo vês”.
Então Betina atirou com a corda para o chão e seguiu atrás do Xavier e da Eva e do
Viraj e do cachorro.
Mesmo ao fundo da rua estavam os gémeos Asha e Usha. “Onde vão? Onde vão?”,
quiseram eles saber. “Podemos ir? Podemos ir?”
“Não”, respondeu Xavier, “vocês são muito pequenos e eu não sei onde é que este
cachorro me vai levar”.
“Também vamos, também vamos”, disseram em coro e seguiram atrás de Xavier e de
Eva e de Viraj e de Asif e de Betina e do cachorro.
Pedro, o padeiro, olhou a rua através da montra da sua loja. Tinha acabado de pôr uma
remessa de pão no forno. Eram grandes pães, pequenos pao – que é o nome que se dá ao
pão Goês – kakon, uns anéis de pão estaladiço, poyo, um pão Goês feito de farelo, mas
nos dias que correm, a criançada queria pãozinho doce de hamburger e croissants, por
isso também os tinha posto no forno. “Ei", chamou ele, “para onde vai esta criançada
toda?"
Mas as crianças continuaram a correr, olhando sempre em frente, na direção do
cachorro e seguindo-o. E não se aperceberam que o cachorro tinha entrado por uma
porta dentro. “Olá meninos, vieram visitar-me?”
As crianças olharam para cima e ali estava o Doutor Uday a sorrir-lhes. “Não!”,
gritaram em conjunto, “Nós não estamos doentes!”
“Muito obrigada por terem trazido o meu cachorrinho de volta. Ele chama-se Lapit. Está
sempre a fugir”e riu-se. Asha e Usha, os gémeos, começaram a chorar. “Não queremos
uma in –jeção”, gritaram em conjunto.
“Mas eu não sou desses médicos. Eu sou um dentista."
“Sim, eu sei”, disse Xavier, “trataste-me de um dente quando ele ficou estragado.”
“O que é um dente estragado?”, perguntou a Eva.
“Entrem. Eu vou mostrar-vos, mas primeiro deixa-me chamar a tua mãe Xav, para que
as vossas mães saibam que estão aqui.” E agora vou mandar o Lapit para casa com a
minha secretária.
“Carmine, levas o Lapit até à minha casa e dizes à minha mulher para lhe dar um pires
de leite, se fazes favor?”
“Adeus Lapit! Adeus Lapit”, disseram as crianças em coro.
Depois, o Doutor Uday levou as crianças para dentro da clínica. Não havia doentes
porque estava na hora de fechar para o almoço.
“Aqui meninos, olhem para este ecran. Estes são os vossos dentes de leite, aqueles que
que todos vocês têm agora enquanto são crianças. Se não lavarem os dentes como deve
ser, os dentes apodrecem e ficam esburacados, aquilo a que chamamos de cáries, como
está aqui." disse o Doutor Uday apontando de novo para o ecran. "Depois têm de ser
cheios de massa branca que parece cimento ou de fibra de vidro".
“Ah, ah, tal e qual um prédio”, disse Asif a rir, porque o seu pai era construtor de casas.
“Sim, e eu tenho de o reconstruir para ficar forte ou o dente apodrece mesmo e aí tem de
ser arrancado. Portanto, devem escovar os vossos dentes depois de comer mas escová-
los como deve ser.”
“Não quero arrancar nenhum dente”, disse Eva choramingando.
“Não”, disse o Doutor Uday, " Não te vou arrancar nenhum dente. Mas não comas
demasiados doces e escova bem os dentes, está bem?"
“Está bem Doutor Uday”, disseram todos eles.
Depois, o doutor deu a todos um folheto com imagens que mostravam como escovar os
dentes correctamente e também deu a cada uma das crianças, uma escova e uma pasta
de dentes.
“Obrigada Doutor Uday”, disse o Xavier. E todas as crianças agradeceram. “Obrigada
Doutor Uday e diga também obrigada ao Lapit. Foi ele que nos trouxe aqui. Foi o
Doutor que o mandou ir buscar-nos?”
“Não”, disse o Doutor Uday a rir, “mas talvez ele soubesse que vocês precisavam vir
aqui e ter “uma lição”. Vá crianças, tenham um bom dia".
“Um bom dia para si, Doutor Uday”, responderam as crianças já preparando-se para o
caminho de casa.
“Ei”, chamou Pedro, o padeiro, “onde é que vocês foram?”
“Seguimos o cachorro e encontrámos o Doutor Uday”, respondeu Xavier.
“E ele disse-nos que podemos ter furos nos nossos dentes, disse Betina.
“Mas os buracos podem encher-se de fibra de vidro”, disse Asif
“Mas só se estiverem mesmo muito mal”, afirmou Viraj.
“Não quero que me arranquem os dentes", disse Eva que estava de novo a chorar.
“Olha, nós ganhámos escovas de dentes novas”, disseram Asha e Usha a rir.
“Está bem, está bem", respondeu o Pedro."Ora temos aqui um kakon quentinho e
estaladiço para cada um de vocês. Vai fazer com que os vossos dentes fiquem mais
fortes."
Pedro deu a cada uma das crianças um kakon e elas agradeceram em voz alta. “Obrigada
Tio Pedro!”
E quando deram por isso, a manhã já tinha acabado. Uma manhã muito engraçada e
divertida também. E tudo isto por causa de um cachorro castanho e branco chamado
Lapit.
Translation from the English original: “Where’s that Puppy going?” to Portuguese
(Portugal)
Translator: Ms. Anabela Leandro dos Santos (MA Oriental Studies)
PhD student /Researcher, Catholic University, Lisbon
* * *
Where’s that Puppy Going?
IT WAS was a dull morning in the village of Nuvem. Little Xavier had chased the pigs, watered the vegetable garden with his granny, played with his ball and was now bored.
He looked around. What could he do? Everyone was at school and he would only start school next June. It was lonely. Suddenly he spied a little white puppy with a brown patch, running past his gate.
“Wait, doggy, wait!” he cried. “Where are you going?”
Xavier ran after the little puppy. Eva called from her gate as he passed by, “Hi Xavier, where are you going?”
“I don’t know,” said Xavier, “I am following the puppy.”
Eva followed Xavier and the puppy.
On the way they passed Gita’s posro. Gita’s son, Viraj, was sitting on the counter top. “Where are you going, Xavier?” he asked. “I don’t know,” Xavier answered. “I am following this puppy.” So Viraj followed Xavier and Eva and the puppy.
As they all ran, they saw Asif playing by himself in the field. “Hey, where are you going, Xavier?” “Look, look, I am following the puppy. He is going somewhere,” cried Xavier.
Asif followed Xavier and Eva and Viraj and the puppy.
Betina was skipping with a piece of rope near the well. “Hey, where are you going, Xavier?” she called.
“I don’t know,” he answered. “Come and see.”
So Betina threw down her rope and followed Xavier and Eva and Viraj and Asif and the puppy.
Just down the street, were the twins, Asha and Usha. “Where ’e goin’? Where ’e goin’?” they wanted to know. “Can we come, can we come?”
“No,” said Xavier, “you are too small and I don’t know where this puppy is taking me.”
“We comin’, we comin’,” they chanted together and followed Xavier and Eva and Viraj and Asif and Betina and the puppy.
Pedro, the baker, looked out of his bakery window. He had just put a batch of bread in the oven. Big loaves, small pao, kakon, poyo, and nowadays children wanted hamburger buns and croissants, so he baked those too. “Hey,” he called out, “where are all you children going?”
But the children just kept looking ahead and following the puppy. They did not notice that the puppy had entered a door. They all followed. “Hello, children, have you come to see me?”
All the children looked up and there was Dr. Uday smiling at them. “No!” they all cried together. “We are not sick!”
“Thank you for bringing my little puppy, Lapit, back. He is always running off.” he laughed. Both the twins, Asha and Usha began to cry. “We no want in-jection!” they yelled.
“But I am not that kind of doctor. I am a dentist.”
“Yes, I know,” said Xavier. “You filled my tooth when I had a cavity.”
“What’s a cavity?” asked Eva.
“Come, I will show you, but first let me call your mother, Xav, and tell her to inform all the mothers that you are here.
Now, I will send Lapit home with my secretary. “Carmine, will you take Lapit up to my apartment and tell my wife to give him some milk, please?”
“Bye Lapit, Bye Lapit!” all the children called.
Then Dr. Uday took the children inside his clinic. There were no patients there because he was about to close up for lunch.
“Here children, look at this screen. These are your milk teeth that you now have as children. If we do not clean our teeth properly, the teeth get rotten and get holes which are called cavities, like this,” said Dr. Uday, pointing to the screen. “Then they have to be filled with cement or fibre glass.”
“Ha, ha, just like a building,” laughed Asif, whose father was a builder.
“Yes, and I have to see that I build it strong or the tooth will get very rotten and will have to be pulled out. So you must brush your teeth after you eat and brush them correctly.”
“Don’t want to pull out my teeth,” sobbed Eva.
“”No,” said Dr. Uday. “I am not going to. So don’t eat too many sweets and clean your teeth properly, okay?”
“Okay Dr. Uday,” they all said.
Then Dr. Uday gave each of them a leaflet with pictures showing them how to brush their teeth and also a new toothbrush and a tube of toothpaste each.
“Thank you Dr. Uday,” said Xavier. All the children said, “Thank you Dr. Uday. And say thanks to Lapit too. He brought us to you. Did you ask him to bring us?”
“No,” laughed Dr. Uday, “but maybe he knew that you all needed to come here and have a ‘learning day’. Have a good day, children.”
“Have a good day, Dr. Uday,” said the children as they all walked home.
“Hey!” called Pedro the baker. “Where did you children all go?”
“We followed the puppy and met Dr. Uday,” said Xavier.
“And he told us that we can get holes in our teeth,” said Betina.
“But they can be filled with fibre glass,” said Asif.
“Only if they are very bad,” said Viraj.
“I don’t want to pull out my teeth,” said Eva, crying again.
“Look, we both got new toothbrushes,” laughed Asha and Usha.
“Okay, okay,” said Pedro. “Here is a nice, warm, crisp kakon for each of you. It will make your teeth strong.” Pedro gave them each a kakon and they shouted, “Thank you, Uncle Pedro!”