Terça-feira, 14 de
abril de 2015
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Matérias de Hoje
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G1 Globo.com -
14/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ
Previsão era de que aulas
começassem em 17 de junho. Em março, início das aulas
foi adiado por problemas no orçamento
UOL
Educação - 14/03/2015 - São Paulo, SP
O valor das obras chega a R$ 55,1
milhões
Agência Brasil
- 13/04/2015 - Brasília, DF
99,48%, um número recorde
G1 Globo.com -
13/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ
`As veias abertas da
América Latina` caiu em pergunta de espanhol
UOL
Educação - 13/04/2015 - São Paulo, SP
O Governo Paulo Câmara
também disse que manifesta a intenção de continuar
negociando
G1 Globo.com -
14/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ
Quase 1,8 milhão de alunos
retornaram às aulas nesta terça. 9 mil professores foram
treinados pela Unicef para prevenir o contágio
Agência Brasil
- 13/04/2015 - Brasília, DF
De acordo com o texto, a
instituição está apta a receber os recursos
financeiros, na condição de parceira do governo
UOL
Educação - 13/04/2015 - São Paulo, SP
“Aprender línguas
estrangeiras é definitivamente parte do nosso sucesso”
G1 Globo.com -
14/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ
Inscrições devem
ser feitas pela internet até as 15h do dia 14 de maio. Candidato
precisa ter concluído ou estar cursando a partir do 2º ano
Agência Brasil
- 14/04/2015 - Brasília, DF
“O maior benefício
da nova lei é trazer segurança jurídica. Todo mundo
quer mais segurança para fazer pesquisa e investir”
G1 Globo.com -
13/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ
Jovem passou a ser atacada
após ser vista com roupas femininas. Ela publicava vídeos
sobre maquiagem e os ataques sofridos
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Editoriais, artigos e opiniões
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G1 Globo.com - 14/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ
UOL Educação - 10/02/2015 -
São Paulo, SP
Revista Época - 12/04/2015 - Rio de
Janeiro, RJ
O Estado de São Paulo - 14/04/2015 -
São Paulo, SP
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Matérias
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Ministério da
Educação adia início das aulas do Pronatec pela
segunda vez
Da Redação - G1 Globo.com
- 14/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ
O
Ministério da Educação adiou pela segunda vez o
início das aulas do Programa Nacional do Ensino Técnico
(Pronatec), que estava previsto para 17 de junho. A nova data de
início será no dia 27 de julho. O Pronatec oferece ao
estudante cursos técnicos em instituições particulares
pagos pelo governo. O edital foi publicado no `Diário Oficial da
União` nesta terça-feira (14).
Segundo o MEC, a
alteração no cronograma `se justifica pelos procedimentos
decorrentes da aprovação do orçamento federal e, tendo
em vista a solicitação de várias
instituições de ensino, o calendário foi ajustado de
maneira a compatibilizá-lo com o calendário acadêmico
das instituições.`
Em março, o
início das aulas do Pronatec estava previsto para 7 de maio e foi
adiado para 17 de junho por problemas no orçamento.
Criado em 2011, o
programa já alcançou 8 milhões de matrículas.
No ano passado, Dilma lançou a segunda etapa do Pronatec, com a meta
de alcançar mais 12 milhões de matrículas.
Fundações
são usadas em obras de universidades federais
Estadão Conteúdo - UOL
Educação - 14/03/2015 - São Paulo, SP
Sete universidades
federais usaram fundações de apoio para tocar obras com
recursos do programa de reestruturação e expansão das
instituições federais de ensino superior, o Reuni. Os casos
foram questionados em auditoria da Controladoria-Geral da União
(CGU), finalizada em dezembro. O valor das obras chega a R$ 55,1
milhões.
A CGU fiscalizou
73 obras e em 11 delas - 15% do total - reformas e
construções de responsabilidade das universidades foram
repassadas às fundações, `caracterizando-se a
terceirização da execução das obras`, segundo
indica o relatório.
Em geral, as
fundações são criadas por professores para dar apoio a
atividades relacionadas a ensino, pesquisa e extensão. `O repasse
dos recursos da obra para a fundação de apoio dificulta o
acompanhamento e controle dos atos praticados, pois esta não tem
capacidade técnica para execução de obras, o que
acarreta a subcontratação`, ressalta a CGU, que recomendou o
fim desse tipo de transferência.
Decreto que
regulamenta o trabalho dessas entidades determina que elas só podem
atuar em projetos de melhoria de infraestrutura em obras laboratoriais,
aquisição de materiais e equipamentos e outros insumos
relacionados às atividades de inovação e
pesquisa.
O maior montante
de terceirização foi identificado na Universidade Federal de
Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul. A instituição repassou
para a Fundação Simon Bolívar três obras no
valor de R$ 13,2 milhões. Os trabalhos identificados foram a
construção de um poço artesiano,
substituição de esquadrias de um prédio no
câmpus de Capão do Leão e a reforma de um setor na
Faculdade de Medicina.
A
Fundação Simon Bolívar foi criada em 1996 com a
`finalidade específica de desenvolver estudos e atividades
relacionadas com os processos de desenvolvimento e integração
regional`, segundo o portal da UFPel. A universidade informou que
não há mais obras sendo realizadas por
fundações.
Salas
Além da
UFPel, aparecem na auditoria da CGU terceirização de obras
nas federais do Rio Grande do Norte (UFRN), Goiás (UFG),
Paraíba (UFPB), Rondônia (Unir), Juiz de Fora (UFJF) e Lavras
(UFLA). Em cinco universidades os projetos de construção de
salas de aula são tocados por fundações, como é
o caso da UFPB. A construção de um bloco de salas no
câmpus na cidade de Bananeiras, no valor de R$ 9,7 milhões,
foi repassada para a Fundação José
Américo.
Obras de salas e
moradia estudantil, no valor de R$ 4,4 milhões, foram intermediadas
por uma fundação da UFG, a Funape. A UFG informou que a
fundação só intermediou o pagamento da empresa
executora da obra, escolhida por licitação. De acordo com a
UFG, não há mais repasses à Funape para esse fim.
Na UFRN, uma
fundação foi incumbida, por exemplo, de fazer a
construção de salas e da residência
universitária. As obras tinham o valor de R$ 21,9 milhões,
mas acabaram excluídas do convênio e deixaram de ser
executadas pela fundação.
O professor Paulo
Rizzo, presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das
Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), critica a
atuação das fundações. `O problema continua e
não vai ser resolvido enquanto o sistema não for
desburocratizado no sentido de não precisar mais das
fundações.`
Associação Nacional dos Dirigentes das
Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), que
representa as federais, não quis se pronunciar.
As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Olimpíada de
Matemática registra recorde de municípios
participantes
Mariana Tokarnia - Agência Brasil
- 13/04/2015 - Brasília, DF
A Olimpíada
Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep)
atingiu, este ano, quase a totalidade dos municípios, 99,48%, um
número recorde. O balanço da décima primeira
edição do evento foi divulgado hoje (13) pela
organização da Obmep. A prova da primeira fase será
dia 2 de junho.
De acordo com o
levantamento, o número de inscritos este ano, no entanto, diminuiu
em relação ao de 2014. Foram 17.970.745 estudantes de 47.582
escolas públicas de 5.538 cidades. Em 2014, inscreveram-se
18.187.971 candidatos de 46.712 escolas de 5.533 cidades.
Para a
coordenadora da Obmep, Mônica Souza, a redução
não é significativa e está relacionada também
à diminuição do número de estudantes em escolas
públicas apontada no Censo Escolar. `Não nos preocupamos com
isso. Tivemos um aumento de mais de 800 escolas, tivemos uma capilaridade
muito grande. As escolas estão interessadas e estão motivando
os alunos, tivemos a participação de muitas escolas
pequenas`, disse.
Os estados com o
maior número de participantes são: São Paulo, com
3.373.019 alunos e 5.847 escolas de 645 municípios; Minas Gerais,
com 1.889.666 alunos e 4.569 escolas de 850 municípios; e Bahia, com
1.565,066 alunos e 3.966 escolas de 417 municípios. Em seguida,
vêm os estados do Paraná, Rio de Janeiro, de Pernambuco e do
Pará, cada um com quase 1 milhão de alunos inscritos.
A Obmep tem
três níveis de participação: nível 1,
alunos do 6º e 7º anos e nível 2, de 8º e 9º
anos do ensino fundamental; e nível 3, de 1º, 2º e 3º
anos do ensino médio. Este ano, a Olimpíada de
Matemática premiará 6,5 mil alunos com medalhas, sendo 500 de
ouro, 1,5 mil de prata e 4,5 mil de bronze. Mais de 46 mil estudantes
receberão menções honrosas.
Os medalhistas
serão convidados a participar do Programa de Iniciação
Científica Jr. (PIC), que ocorrerá ao longo de 2016.
Além dos estudantes com melhor desempenho na prova da segunda fase,
a Obmep premia professores, escolas e secretarias de Educação
dos municípios.
Os alunos com
melhor pontuação na primeira fase se classificarão
para a próxima etapa, cuja prova está marcada para o dia 12
de setembro. A lista dos premiados será divulgada no site da Obmep
no dia 27 de novembro.
A Olimpíada
de Matemática é promovida pelo Instituto Nacional de
Matemática Pura e Aplicada (Impa) e tem como objetivo estimular o
estudo da matemática e revelar talentos na área.
Principal obra de Eduardo
Galeano já foi tema de questão do Enem
Da Redação - G1 Globo.com
- 13/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ
A principal obra
do escritor uruguaio Eduardo Galeano, que morreu aos 74 anos em
Montevidéu, nesta segunda-feira (13), já foi tema de uma
questão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Na
edição de 2012 do exame, uma pergunta de espanhol, inserida
na prova de linguagens e códigos, trazia um trecho da obra
justamente referindo-se à America Latina como a região das
`veias abertas` para relatar a opressão e amargura do
continente.
Galeano estava
internado em um hospital na capital uruguaia desde sexta-feira (10) devido
a complicações de um câncer de pulmão, que
já havia sido tratado em 2007. Ensaísta, historiador e
ficcionista, publicou mais de 30 livros, quase todos traduzidos no
Brasil.
Veja a
íntegra da questão do Enem de 2012 que citava Eduardo
Galeano:
`Nuestra comarca
del mundo, que hoy llamamos América Latina perfeccionó sus
funciones. Este ya no es el reino de las maravillas donde la realidad
derrotaba a la fábula y la imaginación era humillada por los
trofeos de la conquista, los yacimientos de oro y las montañas de
plata. Pero la región sigue trabajando de sirvienta. Es
América Latina, la región de las venas abiertas. Desde el
descubrimiento hasta nuestros días, todo se ha trasmutado siempre en
capital europeo o, más tarde, norteamericano, y como tal se ha
acumulado y se acumula en los lejanos centros del poder. Todo: la tierra,
sus frutos y sus profundidades ricas en minerales, los hombres y su
capacidad de trabajo y de consumo, los recursos naturales y los recursos
humanos. El modo de producción y la estructura de clases de cada
lugar han sido sucesivamente determinados, desde fuera, por su
incorporación al engranaje universal del capitalismo.
Nuestra derrota
estuvo siempre implícita en la victoria ajena; nuestra riqueza ha
generado siempre nuestra pobreza para alimentar la prosperidad de otros:
los imperios y sus caporales nativos.`
GALEANO, E. Las
venas abiertas de América Latina. Buenos Aires: Siglo Veintiuno
Argentina, 2010 (adaptado).
A partir da
leitura do texto, infere-se que, ao longo da história da
América Latina,
A) suas
relações com as nações exploradoras sempre se
caracterizaram por uma rede de dependências.
B) seus
países sempre foram explorados pelas mesmas nações
desde o início do processo de colonização.
C) sua sociedade
sempre resistiu à aceitação do capitalismo imposto
pelo capital estrangeiro.
D) suas riquezas
sempre foram acumuladas longe dos centros de poder.
E) suas riquezas
nunca serviram ao enriquecimento das elites locais
RESPOSTA: Segundo
o gabarito oficial do Enem 2012, a resposta certa é a alternativa
A.
Paulo Câmara manda
cortar ponto de professores em greve, a partir desta
terça-feira
Blog do Jamildo - UOL
Educação - 13/04/2015 - São Paulo, SP
O governador
Eduardo Campos não vacilou em quebrar o corporativismo dos
médicos, no início da sua gestão, quando a categoria
ameaçou greves contra a implantação do modelo das
organizações sociais na área de saúde.
Na quebra de
braço, com sindicatos ligados a centrais sindicais controladas a
partidos políticos, o governador socialista ganhou a opinião
pública depois de mostrar que poderia melhorar o atendimento
à população depois de mais de 20 anos sem novos
hospitais, enquanto os médicos estavam apenas travando uma batalha
por reserva de mercado e manutenção da exclusividade do
emprego público nem sempre compromissado com a produtividade.
O governador Paulo
Câmara dá sinais de que deve endurecer com a área de
educação, como Eduardo fez com os médicos. Já
apanhou dos PM nas primeiras semanas de governo.
Mesmo frisando que
busca manter o compromisso com a valorização dos
profissionais de educação do Estado, o Governo Paulo
Câmara decidiu fazer a publicação de portaria, nesta
terça-feira (14), no Diário Oficial do Estado, sobre os
procedimentos em relação à greve dos profissionais da
educação do Estado.
A portaria vai
determinar a apuração da frequência dos servidores que
não comparecerem nas unidades de trabalho da Secretaria de
Educação, por motivo de greve e diz que eles terão o
desconto dessas faltas na sua remuneração.
“Interromper
as atividades escolares é uma medida que traz prejuízos
principalmente para os alunos, familiares e aos próprios
profissionais”, diz o governo em nota oficial.
Os servidores
contratados temporariamente que aderirem à paralisação
poderão ter os seus contratos de trabalho rescindidos.
Já os
servidores lotados nas escolas de referência que aderirem à
paralisação poderão ser removidos para posterior
localização em outra unidade de trabalho, sendo aberto
processo para a substituição destes.
O Governo Paulo
Câmara também disse que manifesta a intenção de
continuar negociando e e pediu que o Sindicato dos Profissionais em
Educação de Pernambuco (Sintepe) interrompa a
paralisação.
“Nós
estamos recorrendo ao bom senso da parcela dos professores que estão
em greve para que retomem as suas atividades nas escolas. A retomada da
negociação só será realizada caso haja a
suspensão da greve e, consequentemente, retorno ao trabalho”,
informa a Secretaria de Educação.
Escolas reabrem com 8 meses
de atraso em Serra Leoa após o ebola
France Presse - G1 Globo.com -
14/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ
Os quase 1,8
milhão de alunos de Serra Leoa, país mais afetado pela
epidemia de Ebola, retornaram nesta terça-feira (14) às aulas
com oito meses de atraso por culpa da doença.
`É um passo
importante para uma volta à normalidade em Serra Leoa`, afirma em um
comunicado o representante do Unicef no país, Roeland Monasch.
`É
importante que todas as crianças voltem para a escola, incluindo os
que não frequentavam antes da epidemia de Ebola`, completou.
Para o retorno
às aulas, o Unicef, o fundo da ONU para a infância, treinou
9.000 professores para prevenir o contágio do vírus e
forneceu 24.300 dispositivos de lavagem das mãos, segundo o
comunicado.
A reabertura das
escolas, prevista para 30 de março, foi adiada em duas semanas,
depois que o país registrou novos casos de Ebola na região
oeste, onde fica a capital Freetown.
Entre os
três países mais afetados pela epidemia, Serra Leoa é o
último a reabrir as escolas, depois de Guiné (19 de janeiro)
e Libéria (16 de fevereiro).
A epidemia de
Ebola na África Ocidental, a mais grave desde a
identificação do vírus na África Central em
1976, foi declarada em dezembro de 2013 no sul da Guiné, antes de
propagar-se para as vizinhas Libéria e Serra Leoa.
Segundo o
balanço mais recente da Organização Mundial da
Saúde (OMS), a doença provocou 10.600 mortes - 3.854 em Serra
Leoa - em 25.000 casos registrados.
MEC libera R$ 100
milhões para oferta de vagas pelo Senai
Paula Laboissière - Agência
Brasil - 13/04/2015 - Brasília, DF
Portaria do
Ministério da Educação, publicada hoje (13) no
Diário Oficial da União, libera R$ 100 milhões para a
oferta de vagas na formação profissional pelo Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), no âmbito do Programa
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
De acordo com o
texto, a instituição está apta a receber os recursos
financeiros, na condição de parceira do governo na oferta de
vagas em cursos de educação profissional técnica de
nível médio e cursos de formação inicial e
continuada ou qualificação profissional.
Será o ensino de
línguas a forma de fazer um sistema educativo melhor?
Samuel Silva - UOL
Educação - 13/04/2015 - São Paulo, SP
Especialistas
internacionais defendem que aprender idiomas estrangeiros faz dos alunos
melhores e pode ser uma ferramenta potenciadora da equidade. Portugal ainda
está longe dos lugares cimeiros nos rankings de proficiência
linguística.
“Quem
aprende línguas estrangeiras, terá um cérebro
preparado para aprender qualquer outra coisa”. A ideia é de
Pasi Sahlberg, um dos protagonistas da política educativa que fez
das escolas da Finlândia um exemplo internacional, que garante que o
relevo dado ao ensino dos idiomas foi um dos motivos do sucesso do
país nórdico. Tal como este especialista, outros
investigadores internacionais estão a apontar no mesmo sentido: a
aposta nas línguas pode fazer melhores alunos e ser uma ferramenta
potenciadora da equidade.
Pasi Sahlberg era
um dos conselheiros do Ministério da Educação
finlandês, nos anos 1990, quando aquele país começou a
traçar as reformas que o colocaram nas bocas do mundo. Para isso
muito contribuíram os resultados dos primeiros testes do Programme
for International Student Assessment (PISA), o mega-estudo sobre literacia
dos alunos de 15 anos, feito de três em três anos pela OCDE,
que foram divulgados a partir de 2001. A Finlândia era então
líder em Matemática e Leitura e aparecia no 2.º lugar em
Ciências. Nos anos seguintes, manteve-se nos lugares cimeiros dos
rankings internacionais e tornou-se um foco de atenção
permanente. “Até 2000, não existíamos”,
comenta Sahlberg que, nos últimos anos, tem andado pelo mundo a
explicar os motivos deste sucesso. Faz conferências e lançou
livros, entre os quais “Finnish Lessons”, que lhe valeu o
prémio de Educação Grawemeyer, atribuído pela
Universidade de Louisville, dos EUA, em 2013.
“Aprender
línguas estrangeiras é definitivamente parte do nosso
sucesso”, explicou Sahlberg ao PÚBLICO, à margem do
Fórum sobre Inovação em Ensino de Língua,
organizado pela empresa de educação Education First, que
decorreu em Boston, no mês passado. Para este especialista –
que actualmente é professor convidado na Escola de
Educação da Universidade de Harvard – há
três lições que se podem retirar da experiência
finlandesa. A primeira é base de todo o sucesso nórdico: um
grande investimento na equidade e na igualdade de acesso; depois, há
a valorização das carreiras profissionais dos professores.
Por fim, o destaque que é dado ao ensino de línguas
estrangeiras.
O sistema de
ensino na Finlândia é bilingue – há oferta em
finlandês e em sueco –, sendo o segundo idioma doméstico
introduzido no sétimo ano. Antes disso, no terceiro ano de
escolaridade, começam as aulas do primeiro idioma estrangeiro, sendo
que a oferta pública no país tem cinco línguas
diferentes (inglês, alemão, francês, russo e espanhol).
“Acreditamos que é muito importante para conhecer o mundo e
suas diferentes linguagens e culturas desde muito cedo”, justifica
Sahlberg, para quem a prioridade na aprendizagem de línguas é
também uma forma de desenvolver competências transversais e
criar “melhores estudantes”.
Uma ideia
semelhante foi também explorada no mesmo Fórum por Paola
Ucelli, professora associada em Harvard, que coordena um grupo de
investigação em Aprendizagem de Línguas naquela
universidade. O seu trabalho mais recente centra-se nas diferenças
individuais entre alunos no que diz respeito ao seu desenvolvimento em
termos de linguagem escrita e oral e a sua associação
à compreensão, comunicação e desempenho
escolar. A investigadora concluiu que a “a proficiência
linguística é um factor-chave de equidade num sistema
educativo”, capaz de reduzir distâncias nos resultados entre
alunos de contexto socio-económicos distintos.
Os
relatórios internacionais têm recorrentemente chamado a
atenção para o fraco desempenho do sistema de ensino
português no que toca a esbater as assimetrias sociais. E, quando
olhamos para o indicador de proficiência linguística dos
estudantes portugueses em inglês – comummente usado como o
idioma de referência a nível internacional – os
resultados recentes não são os mais animadores. Ao
contrário do que acontece com a Língua Materna, a
Matemática ou as Ciências, a OCDE não testa e compara
os conhecimentos dos estudantes a nível internacional em
línguas estrangeiras. Mas há outras ferramentas.
A Education First
publica há quatro anos o English Proficiency Index, o maior ranking
de proficiência em inglês. Na última lista, divulgada no
final do ano passado, Portugal surge na 21.ª posição
entre 63 países avaliados – fruto de um total de 750 mil
testes aplicados em todo o mundo. O resultado nacional significa uma
descida de quatro lugares face ao ano anterior e, pela primeira vez, o
desempenho nacional é pior do que o espanhol.
A Education First
divide os países em cinco grupos. Portugal aparece colocado em
proficiência moderada, o terceiro nível, e é um dos
últimos países europeus – Eslováquia,
Itália e França têm pior performance –, embora
à frente de países como a Índia e Hong Kong, que
têm o inglês como língua oficial, ou da Coreia do Sul,
que tem um dos melhores sistemas de educação do mundo.
Globalmente, o ranking é liderado pela Dinamarca. Os primeiros
lugares são dominados pelos países escandinavos
(Suécia, Finlândia e Noruega ocupam, respectivamente, o
terceiro a quinto lugares). Pelo meio, surge a Holanda.
Em Portugal, o
inglês é obrigatório durante cinco anos (do 5.º ao
9.º ano), mas será alargado para o primeiro ciclo (3.º e
4.º anos), a partir do próximo ano lectivo. O Ministério
da Educação e Ciência introduziu também os
testes da Cambridge English Language Assessment no 9.º ano, o Key for
Schools, no ano passado, e o Preliminary English Test, que corresponde a um
nível mais elevado, cujas provas orais começam esta
segunda-feira.
Vestibulinho das Etecs
oferece 1,2 mil vagas em seis municípios da
região
Da Redação - G1 Globo.com
- 14/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ
As
inscrições do processo seletivo das Escolas Técnicas
Estaduais (Etecs) para o segundo semestre de 2015 começam nesta
terça-feira (14) e seguem até 14 de maio pela internet. O
vestibulinho oferece 53.716 vagas para o ensino técnico, sendo 1,2
mil na região de São Carlos (SP). O exame ocorre no dia 14 de
junho. Para se inscrever a um dos cursos técnicos oferecidos no
segundo semestre, o candidato precisa ter concluído ou estar
cursando a partir do 2º ano do ensino médio regular.
Do total de vagas
oferecidas, há oportunidades nas Etecs e em classes
descentralizadas, que são unidades que funcionam com um ou mais
cursos sob a administração de uma Etec, além do
convênio firmado entre o Centro Paula Souza e a Secretaria Estadual
de Educação. Há vagas ainda em escolas estaduais.
Quem já
concluiu ou está fazendo o ensino de Educação de
Jovens e Adultos (Eja) ou o Exame Nacional para Certificação
de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), deve ter o certificado
de conclusão do ensino médio, a declaração de
que está matriculado a partir do 2º semestre da Eja, ter dois
certificados de aprovação em áreas de estudos da Eja,
boletim de aprovação do Cncceja enviado pelo
Ministério da Educação (MEC) ou o certificado de
aprovação do Encceja em duas áreas de estudos
avaliadas.
Inscrições
As
inscrições deve ser feitas pela internet até as 15h do
dia 14 de maio. O manual do candidato estará disponível no
site para download. No ato da inscrição, o candidato ao
1º módulo do ensino técnico, presencial e
semipresencial, pode colocar como segunda opção outro curso
ou período desde que oferecido na mesma unidade para a qual vai se
inscrever.
É preciso
preencher a ficha de inscrição eletrônica e imprimir o
boleto bancário para pagamento da taxa de inscrição no
valor de R$ 30. O valor deve ser pago em dinheiro, em qualquer
agência bancária.
Inclusão
social
O sistema de
pontuação acrescida do Centro Paula Souza concede
acréscimo de pontos à nota final obtida no exame, sendo 3% a
estudantes afrodescendentes e 10% a oriundos da rede pública. Se o
candidato estiver nas duas situações, recebe 13% de
bônus.
Cabe ao candidato
verificar se tem direito à pontuação acrescida, porque
a matrícula não poderá ser realizada e a vaga
será perdida se as informações não atenderem
às condições estabelecidas em sua totalidade.
Confira as
oportunidades na região:
Araraquara
Etec (320 vagas) -
administração, agente comunitário de saúde,
contabilidade, eventos, informática para internet, mecânica,
nutrição e dietética, secretariado:
Escolas estaduais
(120 vagas) – administração, logística e
recursos humanos.
São
Carlos
Etec (115 vagas) -
administração, administração -
(semipresencial), enfermagem e mecatrônica;
Escolas estaduais
(145 vagas) – administração, logística,
secretariado - (semipresencial) e recursos humanos;
Especialização (30 vagas) - enfermagem no
atendimento em urgência e emergência intra e
extra-hospitalar.
Ibaté
Etec (115 vagas)
– administração, administração -
(semipresencial) e logística.
Porto
Ferreira
São 105
vagas para design de interiores, finanças e informática para
internet.
Santa Rita do
Passa Quatro
Etec (120 vagas) -
açúcar e álcool, enfermagem e recursos humanos;
Escolas estaduais
(60 vagas) – contabilidade e serviços jurídicos.
Gavião
Peixoto
São 40
vagas de logísitica.
Marco da Biodiversidade
aprovado no Senado traz avanços, avaliam entidades
Mariana Jungmann - Agência Brasil
- 14/04/2015 - Brasília, DF
O plenário
do Senado deve concluir hoje (14) a votação do projeto do
Marco Legal da Biodiversidade, que trata do acesso e do uso do
patrimônio genético brasileiro. Alguns destaques ainda
precisam ser analisados, mas o texto-base da matéria, que foi
aprovado na semana passada, trouxe alguns avanços importantes,
avaliam diferentes setores ligados ao assunto.
Tanto entidades
ligadas aos direitos das comunidades tradicionais – índios,
quilombolas, agricultores familiares, ribeirinhos – quanto as ligadas
à indústria concordam que a nova lei representa um marco na
garantia de direitos e deveres, bem como no esclarecimento sobre os limites
da pesquisa e do uso do material genético de plantas e animais.
“O
texto-base do Senado representa um avanço gigantesco, tanto em
relação ao texto da Câmara quanto em
relação ao texto enviado ao Congresso pelo Executivo”,
avalia André Galagnol, assessor jurídico da
organização Terra de Direitos, que atuou nas
negociações com o Congresso na defesa das comunidades que
têm conhecimento histórico e cultural sobre o patrimônio
genético.
Segundo ele, o
primeiro avanço do projeto é o de tratar da
repartição, com essas comunidades, do benefício do
acesso ao patrimônio. Além disso, Galagnol comemora o fato de
o texto definir os direitos das comunidades e os deveres das empresas,
indústrias e de pesquisadores em relação a elas.
Um dos pontos
pendentes de análise na votação de hoje diz respeito a
esse tema. Um destaque pretende modificar a expressão
“populações indígenas” para “povos
indígenas”, no trecho que estabelece os que têm direito
à repartição de benefícios. Para o assessor
jurídico, a mudança no termo faz toda a diferença.
“Usar `populações indígenas` não é
adequado em diversos aspectos, principalmente porque ignora a luta
histórica dos povos indígenas para serem reconhecidos como
diversos em sua história, cultura, língua e identidade. O
termo populações já foi superado porque faz parecer
que os índios são todos a mesma coisa”, explica.
No texto-base, o
relator, senador Jorge Viana (PT-AC), já acolheu mudança
semelhante em relação aos agricultores. No texto aprovado
pela Câmara, eles eram chamados de “agricultores
tradicionais”, o que foi modificado para “agricultores
familiares”. “O termo agricultor tradicional não existe
no nosso ordenamento jurídico. O que existe é agricultor
familiar. Se fosse mantido do jeito anterior, seria mais difícil
caracterizar esse sujeito de direito”, acrescenta Galagnol.
Ele também
ressalta que o texto do Senado promoveu mudança relevante em
relação às sementes crioulas - sementes que foram
melhoradas geneticamente ao longo dos anos, da forma tradicional, pela
seleção natural de quem as plantou. Segundo o assessor da
Terra de Direitos, essas sementes são valiosas porque têm
código genético muitas vezes diferente daquelas que
são comercializadas, especialmente as transgênicas.
O texto enviado
pela Câmara previa que o Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento deveria criar uma lista catalogando as
sementes crioulas. No texto do Senado, essa atribuição deixa
de ser obrigatória. “Assim, não caberá aos
agricultores comprovar que suas sementes são crioulas, mas a quem
eventualmente quiser questionar isso”, explica Galagnol.
Para a
especialista da Gerência Executiva de Meio Ambiente e
Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria
(CNI), Elisa Romano, o texto da Câmara já estava
“redondo”, mas as mudanças pleiteadas por outros grupos
no Senado são legítimas e mantêm o atendimento
às demandas do setor.
“É um
texto razoável, bom, que atende às demandas. É um
texto implementável, uma lei que, dentro do processo de
negociação possível, atende ao máximo”,
avalia.
Segundo ela, o
acesso ao patrimônio genético atualmente é regulado por
uma medida provisória lacônica e burocrática, que
não deixa claro o que pode ser feito e não inibe os atos
irregulares, como a biopirataria. “O maior benefício da nova
lei é trazer segurança jurídica. Todo mundo quer mais
segurança para fazer pesquisa e investir”, explica.
De acordo com
Elisa, as indústrias de fármacos e cosméticos
são as mais afetadas pela nova lei, mas ela também interessa
a outras indústrias, como a química e a agroindústria.
Para a especialista da CNI, a mudança no marco regulatório
não deve se refletir em um aumento imediato dos investimentos, mas
deve trazer ganhos em pesquisa no futuro.
“Uma
pesquisa feita pela CNI no ano passado com representantes de empresas,
governantes e acadêmicos mostrou que aproximadamente 80% dos
entrevistados dizem que a legislação atual produz
insegurança e encarece a pesquisa. Então, o que se imagina,
é que uma lei que desburocratiza o acesso e dá
segurança jurídica vai facilitar os investimentos nessa
área. A percepção é nesse sentido. Não
é desburocratizar por desburocratizar, é trazer regras claras
para que o Brasil possa desenvolver esse potencial na bioeconomia”,
afirma.
Com as
mudanças que já foram feitas no projeto, o texto
precisará retornar para última análise dos deputados.
Eles poderão rejeitar total ou parcialmente as
alterações promovidos pelos senadores, mas o relator
está confiante na manutenção do texto, mesmo com os
destaques que ainda serão votados.
Segundo Jorge
Viana, no sistema bicameral, é prerrogativa de uma Casa
aperfeiçoar o texto que a outra começou e isso foi feito no
Senado. “Apesar do pouco tempo, nós conseguimos fazer no
Senado, com as audiências públicas, um texto mais
consensualizado. Essa lei é muito importante e se ficassem muitas
divergências o assunto poderia ficar judicializado”,
explica.
Para que os
deputados não rejeitem as modificações dos senadores,
no entanto, Viana espera contar com o apoio dos presidentes do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
“Espero que
o presidente Renan trate com o presidente Eduardo Cunha sobre isso, porque
os senadores ligados ao agronegócio também nos ajudaram muito
e eles têm uma inserção muito grande na Câmara.
Nós também temos do nosso lado. Então, tendo um
entendimento com os dois presidentes, é possível que o que
foi alterado no Senado seja mantido”, avalia.
Adolescente
transgênero comete suicídio após bullying nos
EUA
Da AP - G1 Globo.com - 13/04/2015 - Rio
de Janeiro, RJ
Uma adolescente
transgênero de 16 anos que mantinha um canal no YouTube no qual
publicava vídeos sobre o bullying que sofria na Califórnia,
nos Estados Unidos, cometeu suicídio, informou um grupo de
apoio.
A morte da jovem
levanta questões sobre o que educadores podem e devem fazer para
apoiar estudantes que mudam sua identidade de gênero.
Taylor Alesana era
constantemente atacada por seus colegas e morreu na semana passada, disse o
Centro de Pesquisa LGBTQ de North County. “Com poucos adultos a quem
recorrer e sem nenhum apoio da escola, sua vida ficou muito
difícil”, disse o grupo. “Taylor era uma garota bonita e
corajosa, e tudo o que ela queria era ser aceita.”
A jovem
participava de reuniões no grupo, disse o diretor do centro, Max
Disposti. Ela havia publicado uma série de vídeos na internet
nos quais mostrava tutoriais de maquiagem e falava sobre suas
questões internas.
No primeiro
vídeo, publicado em outubro do ano passado, ela disse que o bullying
de seus colegas de escola começou depois que ela revelou ser
bissexual. “Eu tenho medo por todos que são apenas um pouco
diferentes. Eles sabem como é o bullying”, disse a
adolescente.
Recentemente, a
família de Taylor se mudou para Fallbrook, uma cidade de 30 mil
habitantes, onde ela passou a viver sua vida como uma garota, usando roupas
femininas nos fins de semana e durante o verão. Eventualmente, ela
se encontrou com colegas nestas condições, e os ataques
começaram.
A adolescente
tinha uma boa relação com seu conselheiro na escola, mas os
administradores do estabelecimento de ensino não tomaram as medidas
necessárias, disse Disposti.
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Editoriais
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Ensino domiciliar
alcança vitória importante
Andrea Ramal - G1 Globo.com - 14/04/2015
- Rio de Janeiro, RJ
Nesta semana
acompanhamos um fato inédito na educação do
país: a jovem Lorena Dias, que não frequentou a escola mas
estudou em casa, foi autorizada a ingressar na faculdade.
O
Ministério da Educação (MEC) pode recorrer, já
que, em tese, a prática fere o Estatuto da Criança e do
Adolescente, a Lei de Diretrizes e Bases (segundo a qual `é dever
dos pais efetuar a matrícula das crianças na
educação básica a partir dos 4 anos`) e a
Constituição Federal, pois deixar de prover
instrução formal pode ser caracterizado como abandono
intelectual.
Conhecida nos EUA
como homeschooling, a prática vem ganhando força no Brasil.
As famílias que optam por esse modelo entendem que a escola
não é adequada para educar para o mundo de hoje. Para eles,
em vez de estimular, a escola inibe a criatividade, não forma
pessoas empreendedoras e desestimula o interesse de aprender, com sua
didática obsoleta e conteúdos distantes da realidade.
Além disso,
estes pais alegam que no ensino domiciliar evitam o bullying, fogem de
escolas de má qualidade e ficam mais envolvidos na
educação dos filhos. Por tudo isso, há um projeto em
trâmite (PL 3179/12, do deputado Lincoln Portela) que pretende
legalizar o homeschooling no país.
Enquanto o projeto
não é votado, vale esclarecer algumas dúvidas comuns
das famílias a respeito da educação domiciliar. Vamos
a elas:
Quais são
os riscos do homeschooling?
Primeiro, a baixa
escolaridade de muitas famílias brasileiras. Como ensinar, se os
pais não aprenderam o suficiente? Além disso, o modelo limita
a socialização, pois na escola, a criança aprende a
conviver com o diferente, gerencia conflitos, forma redes de
relacionamento, o que desenvolve competências emocionais importantes
para o trabalho e a vida. Sem falar da importância dos professores,
pois é preciso interagir com outros líderes adultos
além dos próprios pais.
Qualquer pai ou
mãe está apto para ensinar?
Na verdade, no
ensino domiciliar não são necessariamente os pais que
ensinam. Há componentes de autodesenvolvimento e os pais podem ser
orientadores do estudo. Em geral, o homeschooling acontece em
famílias que já têm uma vida cultural bastante rica,
então o hábito de ler e de estudar já está
presente, o que ajuda bastante. Às vezes conta-se com tutores.
Sempre há um roteiro curricular, mas os modelos variam.
É mais
fácil educar os filhos pequenos no ambiente da própria
casa?
Depende do
ambiente familiar, não há uma vinculação com a
idade. Claro que as crianças podem ser mais abertas a ouvir os pais
do que os adolescentes, cuja tendência é questionar tudo. Mas
isso não é uma regra geral.
Ensino domiciliar
é uma saída diante da crise do ensino brasileiro?
Em
princípio, não parece a melhor das alternativas. A escola
pode ter problemas, mas está se renovando aos poucos. Conta com
profissionais especialmente preparados para lecionar, gerenciar grupos,
acompanhar a aprendizagem. Há uma falsa ideia de que qualquer um
pode ensinar. A pedagogia é uma arte e também uma
ciência: ensinar exige muita preparação
profissional.
Quando a
família não concorda com ensino da escola e com os valores
que transmite, deve partir para homeschooling?
Por mais firmes
que sejam nossas convicções, aprender a dialogar é
fundamental. E quase sempre é possível encontrar uma escola
que se afine com o modelo educacional da família. Há muitas
instituições antenadas com os novos tempos, capazes de ser
parceiras na educação dos filhos. Educação
é um trabalho de equipe: escola e família.
O ensino
domiciliar deve ter fiscalização do Estado?
Esse é um
ponto polêmico. A flexibilidade está na essência dessa
prática. Com fiscalização, o modelo se tornará
rígido. Por outro lado, não se pode simplesmente dizer que
cada um faça o que achar melhor. Para complicar, faltam materiais
específicos para este tipo de ensino. Por tudo isso, o homeschooling
tem mais chances de funcionar em famílias que tenham suficiente
formação acadêmica e cultural.
E os pais que
querem manter os filhos na escola, mas também desejam participar
mais da educação deles: como se preparar para isso?
Os pais precisam
conhecer o projeto pedagógico da escola, participar das
reuniões de pais, conversar sempre com a escola para expressar
dúvidas e ouvir orientações. Em casa, planejar um
ambiente de estudo organizado, com hora para fazer deveres de casa e para
ler e estudar. E incrementar a formação com aprendizado de
música, artes, esportes, viagens. Até debater um filme com os
filhos já é uma forma de estimular o raciocínio e a
capacidade de interpretação. Dentro das possibilidades
econômicas de cada família, sempre é possível
oferecer uma formação que vá além da
escola.
Big Data: Como a
inteligência de dados vai mudar o nosso dia a dia 2
Carolina Cunha - Da Novelo
Comunicação - UOL Educação - 10/02/2015 -
São Paulo, SP
Pense na sua
rotina diária. Da hora em que você acorda até a hora de
dormir, mesmo sem perceber, você realiza diversas
interações que geram informações sobre quem
é você, o que você pensa e sobre os seus
hábitos.
Nunca se gerou
tanta informação no mundo como hoje. Num universo sempre
conectado, produzimos um volume gigantesco e crescente de dados ao realizar
todo tipo de atividade. Mas essas informações só tem
valor se lhes foram atribuídas sentido. É aí que entra
o Big Data.
Direto ao ponto:
Ficha-resumo
Big Data é
um termo utilizado para descrever o conjunto de soluções
tecnológicas ou uma ciência feita a partir das megabases de
dados disponíveis na internet, que analisam e dão sentido a
essas informações.
Entre
especialistas, há consenso de que esses dados apresentam três
características principais, iniciadas pelos três
’Vs’: volume, velocidade e variedade -- há quem
já trabalhe com a ideia de mais outros três ‘Vs’,
acrescentando veracidade, variabilidade valor.
A novidade com
relação ao que podia ser feito antes por qualquer banco de
dados é que agora as soluções tecnológicas
podem lidar também com os chamados dados não-estruturados,
que antes só podiam ser compreendidos quando analisados por
pessoas.
Considerados um
dos grandes desenvolvimentos tecnológicos em
computação do século passado, os Sistemas de
Gerenciamento de Banco de Dados (SGBDs), nos quais permitem que tratemos de
forma eficiente milhões de contas bancárias e outros
sistemas, não tem uma linguagem compatível com os dados
não-estruturados.
São
exemplos desses dados Tweets, posts no Facebook, vídeos, fotos,
informações de geolocalização entre outros que
só fazem sentido quando contextualizados. Hoje, esse tipo de dado
representa a maior parte das informações geradas na
internet.
E como geramos
tanta informação? Ao usar aplicativos de celular ou tablet,
GPS, câmeras ou interagir em canais digitais como sites, redes
sociais e outros dispositivos dos mais diversos tipos, além de
sensores, equipamentos médicos e outras plataformas que
reúnem grandes quantidades de informação.
Os dados
são armazenados em plataformas e Data Centers, que contam com
sistemas e ferramentas para compilar resultados em questão de
minutos, horas ou dias, combinando matemática, estatística e
ciência da computação.
Com o cruzamento
de informações, empresas e instituições buscam
capturar, armazenar e analisar uma série de dados para apoiar
decisões estratégicas, inovar e entender melhor o
comportamento do consumidor ou de um determinado público ou ainda
para identificar tendências de eventos de vida e oferecer um produto
com antecedência, como um casal que vai se casar e recebe uma oferta
para comprar um apartamento.
O Big Data
também pode ser usado em informações de interesse
social como no jornalismo e na análise de políticas
públicas pelo Governo. Com a análise de
informações, o setor público pode avaliar a qualidade
de seus serviços e gerar modelos de previsão.
Estatísticas de boletins de ocorrência policiais, por exemplo,
podem fornecer dados sobre tendências da violência urbana e
ajudar na prevenção do crime.
O mercado de Big
Data se insere na economia da informação. Segundo a
consultoria Gartner, em 2012, o mercado global de Big Data já
movimentava 70 bilhões por ano. No Brasil, a previsão
é de que a área movimente cerca de US$ 965 milhões em
2018.
No Brasil, o uso
mais comum da Big Data é na venda de produtos, no relacionamento com
o consumidor e no monitoramento de redes sociais por marcas que buscam
avaliar o que está sendo falado na web e apontar tendências. A
indústria de petróleo, em especial, também é
grande criadora de dados, que vão da pesquisa sísmica inicial
e monitoração eletrônica de poços até a
venda de combustível na bomba dos postos de abastecimento.
Um dos
impulsionadores do Big Data é a ascensão da Internet das
Coisas, nome dado à rede de dispositivos conectados que se comunicam
entre si. Com dispositivos integrados, diversos dados poderão ser
gerados sobre meio-ambiente, cidades, energia, saúde, entre
outros.
Privacidade: a
grande questão do Big Data
Se o armazenamento
e análise de todo e qualquer dado na internet pode ajudar a
traçar comportamentos e tendências, ele também levanta
outras questões: o que empresas e governos fazem com tantos dados
privados? Que informação pode ser deduzida a partir de
dados?
Embora seja um
direito não garantindo por lei em muitos países (no Brasil o
direito é inviolável e garantido pela
Constituição Federal), o direito à privacidade
é considerado parte essencial da liberdade, mas passou a enfrentar
novos desafios com o advento da internet. Na era da
informação, muita gente acreditou que estaria seguro e
isolado em seu computador, e que tudo o que acontecesse entre o
indivíduo e a tela seria privado, o que não se mostrou
verdadeiro.
No caso do Big
Data, estamos falando de quantas informações sobre você
podem ser armazenadas sem a garantia de que serão utilizadas de
maneira ética ou compartilhadas sem que o indivíduo
concorde.
A Internet criou
um contexto em que as questões de privacidade precisam ser
repensadas. Se por um lado acessar informações
públicas ficou mais fácil, a coleta de
informações particulares, sem autorização dos
indivíduos, também se tornou mais frequente. E para conter
este segundo avanço, marcos, leis e normas precisam ser criadas para
atender ao que acontece no ciberespaço.
Os Estados Unidos
e países europeus possuem regras para a manutenção
desses dados. No entanto, isso não impediu a Agência de
Segurança Nacional, a NSA, de coletar e armazenar inúmeros
dados de cidadãos norte-americanos e chefes de Estado de outros
países. O caso foi revelado ao mundo pelo ex-agente Edward
Snowden.
No Brasil, o
acesso a dados particulares é um dos pontos que o Marco Civil da
internet regulamenta. Ficou estabelecido que a privacidade é um
direito e uma condição para `o pleno exercício do
direito de acesso à internet`. O usuário tem direito à
inviolabilidade da intimidade e da vida privada, `sigilo do fluxo de suas
comunicações pela internet, salvo por ordem judicial`.
Além disso, está previsto que as operadoras não podem
fornecer `a terceiros seus dados pessoais, inclusive registros de
conexão, e de acesso a aplicações de internet, salvo
mediante consentimento livre, expresso e informado ou nas hipóteses
previstas em lei`.
No entanto, o
texto do Marco afirma que provedores de internet e sites ou aplicativos
devem guardar registros de acesso de usuários -- e não o
conteúdo acessado -- por um ano e por seis meses, respectivamente, o
que ainda gera polêmica, já que para críticos, tais
dados não deveriam ser mantidos.
O grande desafio
do Big Data é armazenar com segurança esse “oceano de
dados” e proporcionar um rápido acesso aos dados quando
necessário, ou seja, a tarefa é equilibrar a balança
entre capacidade de armazenamento e a velocidade de geração
de dados. Será possível?
DIRETO AO
PONTO
Nunca se gerou
tanta informação no mundo como hoje. Num mundo sempre
conectado, geramos um volume gigantesco e crescente de
informações ao realizar todo tipo de atividade. Mas essas
informações só tem valor se lhes foram
atribuídas sentido. É aí que entra o Big Data.
Big Data é
um termo utilizado para descrever o conjunto de soluções
tecnológicas ou uma ciência feita a partir das megabases de
dados disponíveis na internet, que analisam e dão sentido a
essas informações.
Esse cruzamento de
informações é usado por empresas,
instituições e órgãos públicos que
buscam capturar, armazenar e analisar uma série de dados para apoiar
decisões estratégicas, entender melhor o comportamento do
consumidor ou de um determinado público, identificar
tendências de eventos de vida, avaliar a qualidade de
serviços, entre outros.
Uma questão
delicada sobre o tema diz respeito à privacidade. O que empresas e
governos fazem com tantos dados privados? Que informação pode
ser deduzida a partir de dados?
A Internet criou
um contexto em que as questões de privacidade precisam ser
repensadas. Se por um lado acessar informações
públicas ficou mais fácil, a coleta de
informações particulares, sem autorização dos
indivíduos, também se tornou mais frequente. E para conter
este segundo avanço, marcos, leis e normas precisam ser criadas para
atender ao que acontece no ciberespaço.
Crianças e a
valorização da vida
Ariadne Cantú - Por Isabel
Clemente - Revista Época - 12/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ
Promotora de
Justiça, escritora e poetisa aborda de forma lúdica o
tratamento de câncer infantil em livro e fala sobre a capacidade dos
pequenos de enfrentar as adversidades
Há sete
anos, Ariadne Cantú lançou seu primeiro livro infantil
inspirada por frases que marcavam seu trabalho como Promotora da
Infância e da Juventude em Campo Grande (MS), e não parou
mais. São 16 livros, que vão da poesia à realidade de
crianças em tratamento contra o câncer, retratada em dois
livros: O planeta dos carecas (2010) e Xampu para carecas (2014).
Eu a entrevistei
pela primeira vez no final de 2011 por causa do relançamento de
Retalhos de Verdades (Editora Alvorada), seu primeiro livro, com
crônicas sobre a vida de crianças que sofreram maus tratos e
estavam à espera de uma nova família. Ariadne conseguiu, por
telefone então, transmitir todo o entusiasmo que sentia pelo
trabalho e seu profundo amor pelas crianças. Percebi que do outro
lado da linha, havia alguém especial.
No ano seguinte,
um outro livro de Ariadne (Enquanto mamãe não vem) seria o
estopim para um projeto mais ousado e profundo: realizar oficinas de arte
para que as crianças sem lar e sem família pudessem expressar
as emoções desse momento difícil. Os desenhos foram
compilados num livro de arte, que ela ajudou a divulgar.
Hoje, Ariadne
é procuradora de Justiça. Na segunda instância,
não lida mais diretamente com histórias de
adoção e perda de guarda familiar. Mãe de três
(uma jovem universitária, um adolescente e um menino de 5 anos),
Ariadne continua produzindo, estimulada pelos filhos e pela vida ao redor.
Seus mais recentes livros, A pipa e a lua – escrita a partir de um
passeio com o filho caçula no parque e lindamente ilustrada –
e Xampu para carecas, levaram o selo da ONU `Oito jeitos de mudar o mundo`,
uma honra concedida àqueles cujo trabalho tenha o propósito
de contribuir com a humanidade. Nesta coluna, reproduzo uma nova conversa
com Ariadne, que com sensibilidade e um olhar atento constrói pontes
unindo margens destinadas a não se encontrar.
ÉPOCA
– Quando e como começou esse trabalho de se aproximar das
crianças em tratamento contra o câncer?
Ariadne
Cantú – Essas coisas acontecem meio sem querer. A diretora
presidente da Associação de Apoio às Crianças
com Câncer (AACC) pediu um material para ajudar as crianças a
enfrentar a perda dos cabelos, mas eu me aproximei e vi que a realidade ia
muito além da queda do cabelo. Primeiro porque criança
nenhuma gosta de ser diferente. Ninguém quer ser diferente. É
um momento muito marcante. O Planeta dos Carecas se destina a todas as
crianças porque resolvi falar sobre o que é sentir-se
diferente, tanto que nesse livro o diferente é o que tem cabelo. O
livro ajudou no debate sobre bullying, a conversa cresceu e foi muito
bacana. O livro vendeu bastante e doei todos os direitos autorais para
famílias sem condições. Então surgiu o grupo
interessado em montar uma peça de teatro, foi um encanto.
ÉPOCA
– No livro Xampu para Carecas há referências a
personagens e situações reais, poderia contar mais?
Ariadne –
Numa dessas visitas à AACC para falar do Planeta dos Carecas,
fizemos uma grande roda e pedi que as crianças sentassem perto de
mim, mas uma adolescente não quis, então eu perguntei se a
gente podia mudar para sentar perto dela. As conversas começaram a
evoluir, até que ela se abriu. Contou que, quando o cabelo
começou a cair, soube que os cabelos poderiam nascer diferentes. Ela
tinha cabelo crespos e queria saber se havia alguma chance de eles
renascerem lisos. Ela estava tão convencida que ia nascer liso que
pediu para a mãe comprar xampu e condicionador para cabelos lisos
porque ela queria usar já. Aquilo era muito simbólico para
uma menina numa situação tão crítica. Depois
daquele dia ela ainda teve que amputar um braço e ficou tão
fragilizada que, aos 14 anos, disse assim `eu vou perder meu bracinho`,
como se fosse uma criança pequena. Ao mesmo tempo, havia uma
demonstração tão grande de coragem porque ela
acreditava não só na cura como no cabelo liso. Ela assumiu
uma postura de coragem diante da doença e eu transformei essa
história no livro Xampu para Carecas, que também conta com
outros personagens `reais`, como o Dr Marcelo Curatudo, personagem em
homenagem a um médico de Campo Grande que se tornou referência
em câncer infantil e é muito amado pelas crianças, o
Marcelo dos Santos Souza. O menino de cabelo moicano também foi
criado por causa de um garoto que não perdeu todos os fios e pediu
para raspar com um estilo moicano. E tem ainda uma assistente social que
raspou a cabeça para provar para as crianças que cabelo
só serve para esquentar a cabeça. A menina do xampu,
aliás, está ótima. Mora em Rondônia, namora,
é uma mocinha muito linda, mas o cabelo está crespo
(risos).
ÉPOCA
– As pessoas de maneira geral fogem da tristeza, evitam se confrontar
com a dor, por medo, ignorância, e várias outras
questões, no entanto, você vai lá, encara tudo com as
perdas e as superações. São emoções
muito fortes. Qual o balanço que fica?
Ariadne – Eu
sempre ganho mais do que dou. É tão pouco o que faço e
ganho tão mais. As crianças ficam muito contentes por viverem
esse momento de troca porque estão todas no mesmo barco. Riem,
dão gargalhadas daquilo que passou, e os pais se juntam.O saldo
é esse, apesar da dificuldade do enfrentamento. O que me faz
continuar é poder transmitir essa mensagem porque faz outras pessoas
perceberem também que a vida delas não é tão
ruim e que pode ser leve. O teatro foi muito alegre. Eles transformaram o
livro num musical. E a gratidão dos que conseguem se expressar
é libertadora. Eu digo que esses meninos são os verdadeiros
meninos-coragem, um presente que a vida me deu. Muitos viraram meus amigos
sim. Cada conversa, sorriso, frase vai enchendo essa mochila onde a gente
guarda as experiências da vida para um dia voltar a olhar. Quando
você intervém na vida de alguém, trazendo um sorriso,
um sopro de alegria, a vida ganha outra dimensão. São
presentes inesperados.
ÉPOCA
– Como crianças enfrentam o risco de morte iminente?
Ariadne –
É curioso porque até as crianças que não
estão conscientes dos riscos, por serem muito pequenas e não
compreenderem tudo, se desenham longe do chão, com pássaros
em volta. As crianças que têm que lidar com a possibilidade
real de morrer valorizam a vida de uma forma muito diferente dos adultos.
São imbatíveis. Teve um menino que disse assim para o
médico: `tio, eu tô muito triste porque meu pai vai sentir
muita falta de mim e eu quero dar uma televisão para ele não
sentir tanta falta`. Compraram a TV e ele morreu um pouco depois. É
triste demais, eu sei, mas a preocupação dele com a vida que
ia seguir, com o pai...
E tem
também os pais que heroicamente seguram o sofrimento para poupar os
filhos. Um pai me chamou muita atenção. Ele disse que quando
os cabelos da filha começaram a cair, prometeu para ela que
não ia chorar, mas ele me confessou que chorava todo dia sozinho no
trajeto de ida e volta para o trabalho. Eram 30 quilômetros chorando
na ida, e 30 quilômetros chorando na volta.
ÉPOCA
– De maneira geral, você acha que as crianças encaram a
doença com mais leveza do que os adultos?
Ariadne –
Não sei se leveza é a palavra, mas elas têm uma coragem
que não percebo muito nos adultos. Não sou profunda estudiosa
sobre o que é estar na iminência de morte, mas conheci
histórias e nelas os adultos estavam sempre muito céticos. A
criança não tem esse ceticismo, como o menino que queria
comprar TV para o pai. O adulto não tem essa
percepção. Ele vai pensar no que queria ter feito e
não fez. A criança tem essa grandeza que se sobressai se a
gente pensar o quanto elas são vulneráveis e puras. A menina
que botava fé no cabelo liso...ela comprou aquela ideia e seguiu
adiante. Foi uma barra pesada, mas ela enfrentou.
ÉPOCA
– Qual é a reação das crianças ao se
verem retratadas nas histórias?
Ariadne –
É o máximo, elas se sentem megaimportantes. Todo mundo agora
quer protagonizar um livro. É a coisa mais divertida. Sentem-se
agradecidos e valorizados. Imagina num público muito maior? Tinha
que ver a alegria dos pacientes ao assistirem à peça com um
auditório cheio de crianças saudáveis. A peça -
Zion, o planeta dos carecas - será reapresentada em Campo Grande e a
ideia é levá-la para Brasília e São Paulo.
ÉPOCA
– À frente da Promotoria da Infância, você
conheceu histórias dramáticas e agora o drama envolve
saúde. O que é mais difícil de encarar, a
criança sem família ou a criança doente?
Ariadne –
As crianças sem família. Por mais doloroso que seja conhecer
uma criança na iminência da morte, porque morrer é uma
possibilidade, a sensação diante de um menino preocupado com
o pai é que a vida dele tinha um propósito e que uma
missão foi cumprida. De alguma forma, as pessoas encontram sentido
para aquela dor e vivem um rito. A criança sem laços é
o auge do abandono, como uma mesa sem pé, que não se
equilibra, porque a ela falta amor, e amor é tudo.
ÉPOCA
– A fantasia ajuda as crianças a enfrentar as
adversidades?
Ariadne –
Sim, a fantasia dá base para ela se segurar. A criança sem
amor não consegue nem desenvolver a fantasia. É muito
doloroso ver crianças sem família.
ÉPOCA
– Quais as maiores lições dessas histórias?
Ariadne – A
melhor pergunta que já me fizeram em entrevista veio de uma
criança sem uma das pernas que me questionou por que eu tinha
escrito aquele livro, o Planeta dos Carecas. Eu já tinha respondido
aquilo tantas vezes, então eu disse de novo que era para dar
visibilidade às dificuldades da vida e às diferenças,
porque ao perder os cabelos as crianças ficam diferentes, mas ela
insistia olhando dentro dos meus olhos: `eu quero saber por quê`. E
me perguntou se eu tinha alguém na família com câncer,
se eu já tinha tido câncer. Só assim eu consegui dar a
resposta correta. Eu escrevi por amor. Só isso.
Jiya, heroína do
desenho animado ‘Burca vingadora’, defende as meninas de
injustiças e está mudando costumes no mundo
muçulmano
Adriana Carranca - O Estado de
São Paulo - 14/04/2015 - São Paulo, SP
O desenho animado
“Burca vingadora”, de produção paquistanesa,
é uma das melhores notícias do mundo muçulmano
recentemente. Primeiro porque foi escrita e é dirigida por um
muçulmano, o ídolo do rock no Paquistão e ativista
social Aaron Haroon Rashid, conhecido como AKA Haroon. Não é,
portanto, uma visão ocidentalizada do Islã ou da
realidade.
Jiya, a
heroína do desenho animado, usa uma burca que lhe dá super
poderes para combater crimes contra meninas, como o casamento precoce e o
trabalho forçado, e defendê-las de injustiças como
proibi-las de ir à escola. De uma forma bastante sutil, a
série traz mensagens importantes sobre direitos das crianças
e das mulheres. É uma das mais criativas formas de vencer as
barreiras impostas por costumes ultrapassados ainda em vigor no
país. Símbolo da opressão feminina no mundo, a burca
é no desenho o instrumento que dá poder a uma heroína
em defesa de meninas e mulheres. As armas usadas por Jiya têm o
formato de lápis e canetas.
O desenho animado
“Burca vingadora”, de produção paquistanesa,
é uma das melhores notícias do mundo muçulmano
recentemente. Primeiro porque foi escrita e é dirigida por um
muçulmano, o ídolo do rock no Paquistão e ativista
social Aaron Haroon Rashid, conhecido como AKA Haroon. Não é,
portanto, uma visão ocidentalizada do Islã ou da
realidade.
Jiya, a
heroína do desenho animado, usa uma burca que lhe dá super
poderes para combater crimes contra meninas, como o casamento precoce e o
trabalho forçado, e defendê-las de injustiças como
proibi-las de ir à escola. De uma forma bastante sutil, a
série traz mensagens importantes sobre direitos das crianças
e das mulheres. É uma das mais criativas formas de vencer as
barreiras impostas por costumes ultrapassados ainda em vigor no
país. Símbolo da opressão feminina no mundo, a burca
é no desenho o instrumento que dá poder a uma heroína
em defesa de meninas e mulheres. As armas usadas por Jiya têm o
formato de lápis e canetas.
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