Clipping 27/04/2015

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Clipping Educacional

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Apr 27, 2015, 11:17:45 AM4/27/15
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Segunda-feira, 27 de abril de 2015

Matérias de Hoje

Agência Brasil - 24/04/2015 - Brasília, DF
`Isso demonstra a disposição de luta dos professores depois do reajuste de 0% dado pelo secretário da Educação. Se ele não apresenta reajuste, isso significa que é reajuste de 0%`
O Globo - 27/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ
Docentes, porém, estranham iniciativa e dizem se sentir intimidados com o processo. Sindicato critica o método
UOL Educação - 26/04/2015 - São Paulo, SP
A greve dos professores, que já dura quase 20 dias, chega esta semana a um momento decisivo
Porvir - 24/04/2015 - São Paulo, SP
Projeto Educação Fora da Caixa irá compartilhar exemplos de instrumentos que podem ser usados para inovar em processos de aprendizado
O Globo - 27/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ
Quatro dispositivos foram instalados para rastrear o que era digitado
Ig Educação - 27/04/2015 - São Paulo, SP
Dorival Gonçalves dos Santos, de 32 anos, passou quase um terço da vida recolhendo lixo para sobreviver e agora está prestes a concluir o doutorado em uma universidade pública
Revista Gestão Universitária - 24/04/2015 - Belo Horizonte, MG
O encontro fez parte de uma série de eventos organizados pelo Instituto de Estudos Avançados da USP
Terra Educação - 25/04/2015 - Belo Horizonte, MG
Saiba os principais requisitos para você ter um bom desempenho em um curso online
Porvir - 24/05/2015 - São Paulo, SP
Propostas preliminares para transformar a educação incluem Enem digital, nova rede de escolas de referência e Prova Nacional Docente
Revista Gestão Universitária - 24/04/2015 - Belo Horizonte, MG
Em mesa-redonda, ele apresentou a palestra O Uso de Dados para Gestão de Políticas Públicas de Educação, sob o tema geral Tecnologia a Favor da Transparência com a Sociedade

Editoriais, artigos e opiniões

O Globo - 27/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ

Matérias

Professores da rede estadual de São Paulo decidem manter greve

Elaine Patricia Cruz - Agência Brasil - 24/04/2015 - Brasília, DF

Os professores da rede estadual de ensino decidiram hoje (24) continuar com a greve iniciada em 13 de março. A assembleia da categoria ocorreu em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). Habitualmente, ela era feita no vão-livre do prédio, mas, nesta sexta-feira, eles foram proibidos de fazer a reunião no local. Os docentes reivindicam, principalmente, aumento salarial de 75,33%.

`Isso demonstra a disposição de luta dos professores depois do reajuste de 0% dado pelo secretário da Educação. Se ele não apresenta reajuste, isso significa que é reajuste de 0%`, disse a presidenta do Sindicato dos Professores no Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel.

Momentos antes do início da assembleia, quando havia poucos professores, os policiais militares ocuparam o vão-livre, criaram uma barreira e foram retirando os manifestantes do local, afastando-os em direção à Avenida Paulista, onde a assembleia foi feita. A ação policial não sofreu resistência dos grevistas.

Um dos responsáveis pela operação, um capitão da Polícia Militar (PM) que não quis se identificar, disse à reportagem da Agência Brasil que a ação foi feita por solicitação do Masp, que reclama do barulho dos carros de som que estão provocando danos à estrutura do museu. Segundo o policial, isso ocorrerá em qualquer manifestação que use como ponto de concentração o vão-livre do prédio, que fica na Avenida Paulista. A reportagem da Agência Brasil procurou o Masp, que não confirmou ter feito tal pedido à PM.

A diretoria da Apeoesp atendeu à solicitação dos policiais para deixar o local e, do carro de som, orientou os professores a se concentrarem na Avenida Paulista, sem forçar passagem para o vão-livre do museu. A assembleia ocorreu sem confronto.

`Eles [policiais] não permitiram [professores no vão-livre]. Isso nós vamos querer discutir com o comando [da PM]. Vemos outros movimentos fazendo manifestação aqui e não vão afundar [o Masp]. Mas nós vamos fazer e vai quebrar? Como assim? O aspecto bom disso é que mostra que eles se importam com a gente. Sempre ocupamos o vão-livre e nunca deu problema. Acho isso uma certa intolerância`, disse Bebel.

Além da continuidade do movimento, os professores aprovaram uma nova assembleia para a próxima quinta-feira (30), a partir das 14h, na Avenida Paulista, em frente ao Masp. Neste momento, os grevistas fazem uma caminhada pela Avenida Paulista, com destino à Secretaria da Educação, localizada na Praça da República, no centro. O trajeto passa pela Rua da Consolação.

Ontem (23), houve confronto entre policiais e professores em frente à secretaria, após uma reunião entre a Apeoesp e o secretário Herman Voorwald, que terminou sem acordo. Depois da reunião, um grupo de professores tentou ocupar o prédio, forçando a entrada e foi reprimido pela PM com gás de pimenta.

`Acho que nada justifica a violência. Mas não justifiquem essa violência deixando os professores por 42 dias com 0% de reajuste ou [sem] sentar em uma mesa, como fez o secretário, e ficar duas horas dizendo não [às reivindicações]. Acho que, quando se tem uma situação de impasse, [governo e secretário] devem intermediar`, disse a presidenta do sindicato dos professores.

Segundo ela, os professores entraram com uma ação na Justiça para evitar que eles tenham os dias parados descontados. Eles também entraram com ação no Tribunal Regional do Trabalho pedindo que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) atue como intermediário na negociação com o governo.

Durante a assembleia, a PM estimou a presença de mil professores no local, mas avaliou que, até o fim do ato, o número pode aumentar e chegar a até 10 mil. Já os organizadores calcularam em 50 mil o número de participantes.

Escolas filmam atuação de professores em sala de aula para melhorar ensino

Raphael Kapa - O Globo - 27/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ

Ainda que enfrentando resistências, alguns colégios no Brasil começam a filmar as aulas de seus professores. O objetivo das escolas é analisar o que acontece em classe para dar apoio em busca de melhores práticas. A inspiração vem de fora. Um projeto financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates iniciou esta prática no começo da década, e despertou um debate sobre a autonomia docente. Na experiência americana, as aulas eram filmadas e, depois, avaliadas pelos seus pares. Sindicatos do país começaram a criticar a iniciativa, chamando-a de “caça as bruxas”, e afirmando ser uma invasão do espaço do profissional.

No Rio, o colégio Pensi foi o primeiro a adotar esta prática. A rede de escolas criou uma plataforma, o “Aprimora”, onde as aulas filmadas são disponibilizadas e uma equipe, também de professores, analisa os pontos positivos e negativos.

— Em um primeiro momento acharam que estávamos avaliando os professores, buscando erros que poderiam prejudicá-los no futuro. Não é isso. O “Aprimora” veio para atender uma demanda da sala dos professores — afirma Fábio Oliveira, diretor de ensino da instituição.

No projeto, o que era feito na hora do cafezinho entre uma aula e outra passou a ser institucionalizado e expandido para diferentes regiões. Um professor de uma unidade na Zona Oeste da cidade, por exemplo, tem acesso aos mesmos serviços que outro da Zona Sul.

— Muitas vezes vemos um profissional que dá uma excelente aula mas não é percebido. Ele se sente sozinho, isolado e desprestigiado. Isto é um erro. Também existem professores que possuem um bom repertório de conteúdo, mas precisam aprimorar algumas técnicas. Quando podemos fazer essas trocas profissionais em rede, todo mundo ganha — conta Fábio.

Davidson Oliveira, professor de Filosofia da escola, lembra que no primeiro momento estranhou a iniciativa. Sempre bem avaliado por outros professores e pelos alunos, o profissional teve resistência a participar.

— No início, achei que era uma avaliação onde procurariam problemas na minha aula que poderiam me comprometer no futuro. A partir do momento que você pega o feedback dado pelos outros professores, o coloca em prática e vê que dá muito certo, percebe a importância dessa troca — conta Davidson.

Menos ‘datashow’, mais interação com alunos

O professor recebeu um pequeno conselho que o fez mudar toda a dinâmica de sua aula: escrever mais no quadro e usar menos datashow. O objetivo era criar mais interação com os alunos e possibilitar que o professor mencionasse outras questões que poderiam fazer parte da aula mas não estavam escritas na apresentação original.

— O datashow veio numa hora em que era preciso dar mais dinâmica à aula. Depois de muito tempo usando-o, estava engessado nele e não percebi. Agora, voltei a escrever mais no quadro e isto ampliou muito mais as minhas possibilidades em sala — conta Davidson.

A sugestão veio de outro professor, Marcelo Tavares, que assumiu a função de “Professor Referência”, em que recomenda técnicas para melhorar a atuação de outros docentes.

— Na realidade, sou só o mediador de um debate. Daqui um ano, outro profissional vai assumir meu lugar e novas visões sobre a sala de aula vão aprimorar mais este universo. Inclusive, deixarei de analisar e passarei a ser analisado — afirma Tavares.

As câmeras nas salas de aula são discretas e colocadas de forma que o professor esteja em destaque e os alunos não percebam a gravação. A iniciativa é similar a outro projeto que acontece em São Paulo. O Instituto Elos fornece a filmagem da prática de professores e a avaliação dos principais pontos encontrados como um de seus serviços para escolas.

— Começamos a fazer isso para ver a qualidade de nossa equipe de consultores educacionais em campo e pensamos que poderíamos expandir também para os professores — afirma Claudia Dalcordo, diretora de projetos da instituição.

 

O modelo paulista apresenta algumas diferenças em relação ao carioca. Enquanto no caso do Pensi as aulas filmadas são avaliadas por outros professores da mesma instituição, em São Paulo é a equipe do instituto que elabora todas as análises — e inclusive filma a conversa entre as avaliadoras e os professores.

— No início, as pessoas ficavam com medo. Achavam que estavam produzindo provas contra si mesmas. Apesar de ninguém admitir, a gente observava que existia uma percepção de que estávamos invadindo o espaço deles. Por outro lado, vimos vários professores que se sentiam abandonados e passaram a ter suas práticas valorizadas — relata Claudia.

Ela diz que é necessário analisar os mais variados elementos que influenciam no processo educacional, mas que o professor — aquele que sempre está acostumado a avaliar — tem resistência a ser avaliado:

— Existem critérios básicos que podem melhorar qualquer aula: o melhor uso do tempo, a forma como o professor engaja os alunos e a maneira como ele expõe o conteúdo — explica. — Para ficar atento a qualquer dessas questões, é necessário ter noção das outras. Não é algo excludente. E o professor não pode pensar que está num “Big Brother” onde ele é filmado e eliminado. Um profissional de educação nunca vai estar pronto, e quanto mais informação e troca ele tiver, melhor. Filmar a aula não é uma fiscalização, é uma avaliação para o aprimoramento do professor.

Estudo demonstrou desperdício do tempo

Algumas redes públicas também participaram de estudos ou projetos-piloto que envolviam filmagem em sala de aula. O mais amplo deles, que totalizou a observação de mais de 15 mil salas de aula na América Latina, gerou o estudo “Professores Excelentes”, do Banco Mundial. A pesquisa mostrou que, no Brasil, 35% do tempo da aula era perdido em tarefas não relacionadas à instrução. Pelos critérios utilizados, este percentual não deveria ser maior do que 15%.

A publicação do Banco Mundial mostrava ainda que esta proporção de tempo desperdiçado variava muito dentro de uma mesma escola. Ou seja, mesmo trabalhando nas mesmas condições e com os mesmos alunos, havia professores que conseguiam envolver os alunos em atividades pedagógica em mais de 80% do tempo, enquanto outros não chegavam sequer a 20%.

Tal como nos EUA, os sindicatos de professores no Brasil também são críticos da iniciativa.

— Mais uma vez a discussão sobre o fracasso do sistema educacional cai em cima do professor. É o discurso de culpabilização dos professores que surge quando é preciso avaliar vários elementos, como os aspectos sociais, culturais e o ambiente de trabalho, por exemplo — afirma Suzana Gutierrez, coordenadora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe-RJ).

Tanto nos casos do Rio quanto nos de São Paulo as instituições afirmam que somente professores voluntários participam e que não há penalidade para aqueles que se negam. Suzana, porém, defende que a avaliação do professor é complexa e que sua prática não pode sofrer interferência.

— Quando você filma, está vigiando. Você quebra a relação que existe entre o professor e o aluno. Não pode existir essa interferência. Além disso, não há um modelo correto de aula. Ela se adapta a cada realidade e ao projeto do colégio. O aluno de Pedra de Guaratiba é diferente do aluno do Leblon ou da Rocinha, logo o ensino também deve ser diferente. Não tem como avaliar o progresso da prática docente desta forma.

Tavares, o professor de referência do “Pensi”, concorda que cada professor é diferente e que não se deve padronizar as aulas para realidades diversas, mas acredita que é na troca de experiências que cada profissional vai buscar o que lhe pode servir melhor:

— Não existe técnica para se dar a melhor aula. Existem instrumentos que podem ajudar o professor a dar uma aula melhor. Somente vendo suas práticas é que se pode influenciá-lo de modo que ele se aprimore. E essas análises ficam melhores quando são feitas entre pares: de professor para professor.

Sob pressão do governo, professores realizam assembleia decisiva nesta segunda

Marcela Balbino - UOL Educação - 26/04/2015 - São Paulo, SP

A greve dos professores, que já dura quase 20 dias, chega esta semana a um momento decisivo. As punições prometidas pelo governo de Pernambuco começaram a ser cumpridas e os docentes realizam nova assembleia, nesta segunda-feira (27), no Clube Português, para planejar os rumos do movimento.

Aqueles que aderiram à paralisação começam a sentir os efeitos no bolso. Outros já receberam comunicados informando as transferências das escolas de referência para unidades regular. Com isso, os professores também perdem no salário. Os que lecionam nas escolas de referência ganham duas vezes o salário-base.

A deputada estadual Teresa Leitão (PT), inclusive, entrou com uma representação no Ministério Público do Estado (MPPE) contra o governo estadual por conta das remoções dos professores que participam da greve da Rede Estadual de Ensino.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), Fernando Melo, em conversa com o Blog, explicou que não tem o número oficial de professores que foram afastados, mas disse que foi procurado por cinco docentes.

“Diante disso, nós entramos na Justiça com um mandado de segurança para nos contrapormos às medidas punitivas adotadas pelo governo. Entramos no dia 15, mas ainda não foi julgado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Se essa nossa ação for julgada procedente, todas as medidas punitivas do governador perdem o efeito”, disse o presidente do Sintepe.

Os descontos nos contracheques dos grevistas também já vieram. Não há um valor exato, explica Fernando Melo, o corte depende da quantidade de faltas e da carga horária do docente.

“Já recebi informações de gente que teve desconto de até R$ 1,5 mil, professores da Escola de Refêrencia”, comentou.

Em contato com o Blog, o professor Luís Carlos Silva Lins, da Escola de Referência Monsenhor João Rodrigues de Carvalho, em Escada, já viu o desconto no contracheque.

“Venho a público denunciar o governador Paulo Câmara pelo desconto de R$ 687 no meu salário do mês de abril, apenas porque exijo um direito previsto em lei, apenas por querer ser reconhecido como profissional”, disse o docente, por e-mail. “Quando estiver fazendo compras, pagando minhas contas, reunido com minha família, lembrarei do senhor, governador”, desabafou.

O calendário de pagamento também sofreu alterações. Docentes que não aderiram à paralisação recebem na próxima quarta (29). Os grevistas só terão o pagamento no dia 5 de maio, após o feriadão, e com os descontos.

DEFINIÇÕES – Questionado sobre os rumos da greve, Fernando Melo antecipou que esta segunda será um dia decisivo. “Vamos avaliar como nós vamos amanhecer, a disposição da categoria e também a participação do pessoal na assembleia”, explicou.

“Porém o sentimento que captamos dos professores até sexta é que existia muita revolta com o governo. Um sentimento de muita força, muita fibra e o pessoal disposto a continuar, porque o pessoal se sente traído pelo governo”, afirmou Fernando.

Para a diretoria do sindicato, não há clima ou motivo para o movimento ser encerrado amanhã. “A gente vai sair pior do que entrou? Entramos para melhorar a situação e não vamos sair pior. Esperamos, com muita sinceridade, que o governo apresente propostas”, disse o representante da categoria.

RELEMBRE – Os profissionais deflagraram a greve em 10 de abril. Eles reivindicam a extensão do reajuste de 13,1%, previsto pelo piso nacional do magistério, para toda a categoria. Lei aprovada pelos deputados estaduais concede o aumento apenas aos professores com nível médio.

De acordo com levantamento feito pelo sindicato, 60% das escolas aderiram à paralisação no Estado. Já segundo dados divulgados na última sexta pela Secretaria de Educação, apenas 7% das escolas (72) aderiram totalmente à paralisação. Além disso, 57% (599 escolas) não paralisaram as atividades, enquanto 36% (374 unidades) paralisaram parcialmente e 7% (72 escolas).

Em nota, a Secretaria de Administração diz que foram contabilizadas 37.688 faltas, até o último dia 20, número que será descontado da folha de pagamento dos grevistas, em cumprimento à Portaria Conjunta SAD/SEE n° 15.465 de 08 de abril de 2015.

TEMPORÁRIOS – Na agenda do Todos por Pernambuco, na última sexta-feira (24), o governador Paulo Câmara pregou um entendimento com a categoria, mas disse que já pensa em recorrer a temporários caso a paralisação se estenda. “Se for o caso, vamos contratar professores para que os alunos não sejam prejudicados”, disse.

Blog divulga ferramentas educacionais inovadoras

Marina Lopes - Porvir - 24/04/2015 - São Paulo, SP

O dicionário aponta ferramenta como um instrumento que se usa para realizar um trabalho. Na concepção do mineiro Alex Bretas, criador do projeto Educação Fora da Caixa, essa definição vai além. Para ele, ferramentas são portais que podem abrir novos mundos, principalmente quando o assunto é educação. Na tentativa de inspirar educadores que desejam experimentar novas metodologias, o jovem irá compartilhar semanalmente, no blog do projeto, técnicas, métodos e instrumentos inovadores de educação que conheceu durante suas andanças para escrever um livro sobre modelos alternativos de aprendizagem para adultos.

A ideia é criar uma caixa de ferramentas para que as pessoas possam inovar suas práticas educacionais. “Em um sentido mais amplo, elas podem ser desde práticas educacionais até ferramentas propriamente ditas, que proporcionam um aprendizado mais autônomo”, definiu Bretas. Divididas em diferentes categorias, elas irão apresentar uma série de instrumentos didáticos a serem utilizados por educadores, como a metodologia de conversação World Café, onde são formados círculos de diálogos que estimulam os participantes interagirem entre si.

As postagens com dicas de ferramentas serão atualizadas toda segunda, quarta e sexta-feira, começando na semana que vem. Cada uma deverá vir acompanhada de uma explicação sobre o que é, porque é útil e quais são suas possíveis aplicações. Diferente de divulgar projetos inovadores de educação, a ideia é mostrar quais foram os instrumentos usados por cada um desses projetos para alcançar resultados. “Vamos entregar conhecimento pronto para agir”, diz.

As ferramentas serão compartilhadas de forma aberta no blog do projeto Educação Fora da Caixa. Porém, quem desejar contribuir financeiramente com a proposta poderá ter acesso a materiais exclusivos, incluindo e-mails e uma pasta compartilhada no Google Drive com informações. As contribuições variam entre valores de R$10 a R$ 100, oferecendo opções adicionais como o recebimento de uma lista mensal de conteúdos sobre inovação em educação e apoio com mentoria, curadoria de conteúdo e networking.

Inicialmente, as dicas de ferramentas serão apresentadas com base em descobertas que Alex Bretas fez ao ter contato com diferentes projetos inovadores de educação. No entanto, a tendência é que a iniciativa também possa receber sugestões de pessoas que já testaram instrumentos úteis na educação e desejam compartilhar com outros educadores. “Se um educador de uma escola vê uma ferramenta legal, ele consegue testar e compartilhar isso.”

Aluno de universidade britânica é preso por hackear sistema para melhorar notas

Da redação - O Globo - 27/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ

Um aluno que invadiu os sistemas de computador de sua universidade para melhorar suas notas foi preso por quatro meses. Imran Uddin, 25, escondeu quatro dispositivos que rastreiam o que é digitado em computadores da Universidade de Birmingham para roubar logins pessoais, disse a polícia em Midlands Ocidentais.

Ele, então, teria usado as informações para acessar o sistema de notas e melhorar as suas em bioquímica. No entanto, foi descoberto quando um professor percebeu uma das caixas pretas e retangulares no computador, secretamente gravando tudo que era teclado.

Uma investigação interna foi iniciada e descobriu-se mais três - incluindo um ligado a uma máquina em uma área segura do campus que teoricamente só é acessível aos funcionários.

A polícia foi chamada e os detetives da Unidade Regional de Crime Cibernético decifrou os dados e chegou à conclusão de que Uddin estava acessando o sistema usando contas de funcionários para melhorar suas notas. No tribunal, ele foi culpado por seis delitos pela Lei de Desvio de Informática.

“A audácia de Uddin de instalar não apenas um, mas quatro desses dispositivos mostrou quão determinado ele estava em falsificar para conseguir uma nota melhor”, disse o detetive Mark Bird.

Do lixão ao doutorado: “Eu era um ser invisível`, diz ex-catador de reciclagem

Ana Flávia Oliveira - Ig Educação - 27/04/2015 - São Paulo, SP

Quem via o menino mirrado e tristonho de quatro anos ano ao lado da mãe e das duas irmãs mais velhas revirando o lixão da cidade de Piedade, no interior de São Paulo, atrás de objetos e produtos que pudessem ser vendidos e muitas vezes até servir de alimentação para família, não imaginaria que quando adulto Dorival Gonçalves dos Santos Filhos, hoje com 32 anos, estaria prestes a concluir o doutorado em Linguística na Universidade Federal de Santa Catarina.

Santos teve sua primeira experiência no lixão da cidade natal por causa das condições precárias em que vivia a família. “Nessa época, eu ainda não tinha noção de tudo que faltava, mas a gente passava fome. Fiquei doente, acho que era desnutrição”, lembra.

Enquanto o pai trabalhava na área de construção em outras cidades do Estado, e quase não ficava com a família, a mãe tinha a responsabilidade pelos três filhos – além de Santos, ela tinha duas meninas mais velhas, que tinham sete e dez anos.

“A gente conseguia de tudo no lixão: comida, roupa, mas o foco principal era tentar colher todo material que desse para vender e conseguir dinheiro”, diz. “Como era muito pequeno, eu ficava tentando achar brinquedo”, lembra.

Por um curto período, a mãe e as irmãs deixaram o lixão foram trabalhar na agricultura. Mas a sazonalidade do setor permitia apenas trabalhos temporários. A solução para compor a renda da família foi voltar a trabalhar com materiais considerados lixos para os outros, mas dessa vez longe do lixão. Quando tinha cinco anos, ele e as irmãs percorriam as lixeiras da cidade atrás de materiais que pudessem ser reciclados.

Precoce, aos seis anos, Santos foi matriculado na 1ª série. Todos os dias, ele acordava antes do sol nascer para percorrer a cidade atrás do lixo dos outros. Ao meio-dia, ia para escola. “Meus colegas me viam recolhendo lixo e me chamavam de lixeiro. Na época, eu vivia muito triste, porque não tinha infância. Enquanto eles brincavam, eu trabalhava.`

Quando o menino tinha por volta de dez anos, o pai voltou definitivamente para casa. Mas o casamento acabou logo em seguida. Divorciada, a mãe arrumou um emprego como gari e os filhos tiveram de voltar para o lixão.

“A gente não tinha escolha. Se quiséssemos sobreviver, tinha de ser desse jeito`, diz ele, que na época já tinha outros dois irmãos mais novos.

A partir dos 13 anos, quando concluiu a 8ª série, abandonou de vez a escola e passou a trabalhar quase exclusivamente (às vezes conseguia um posto temporário na colheita ou na plantação de morangos e alcachofras) no lixão pelos próximos dez anos. Ele lembra com tristeza dessa decisão. “Foi triste largar a escola, mas eu não conseguia dar conta, ficava muito cansado. A partir da 5º série, eu estudava À noite, trabalhava o dia todo e não conseguia acompanhar as aulas”.

Livros: as pérolas do lixo

No período em que trabalhou como catador de material reciclável, Santos se sentia como um ser invisível perante a sociedade. “Nesta época, percebi o quanto éramos invisíveis aos olhos de todo mundo. Nem mesmo os lixeiros dos caminhões olhavam para gente.”

Apesar da convivência diária com sensação de invisibilidade, o lixão lhe despertou a paixão pelos livros. Silva recolhia os volumes do lixão e os lia nas horas de folga. Chegou a juntar cerca de 3 mil exemplares, com a colaboração dos colegas do lugar.

“Guardava todos que encontrava e pedia para colegas me daram aqueles que achavam. É impressionante a quantidade de livros que aparecia no lixão, desde infantis até clássicos da literatura e livros pré-vestibular`.

O gosto pela leitura foi incentivado pela mãe, que só estudou até a 4ª série, mas o presenteava com gibis velhos. “Quando a gente lê muito, começa a sonhar. Eu tinha sonhos de sair do lixão, do País, não via perspectiva nenhuma aqui, mas esses sonhos foram ficando para trás porque eu precisava trabalhar”, conta.

A guinada começou quando as condições da família começaram a melhorar, com o auxílio de programas de transferência de renda, como o Bolsa-Família. Nesta época, ele tinha 20 anos e pôde `se dar ao luxo` de voltar para escola. Apesar de poder optar por um supletivo, resolveu se inscrever no módulo normal do Ensino Médio. Nos três anos, dividiu seu tempo entre o lixão e o estudo. Incentivado pelas professoras, no final de 2006 prestou a prova da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo). O curso escolhido não poderia ser outro: Letras, com habilitação em Francês.

Vida na universidade

A entrada na universidade o possibilitou largar a vida no lixão, mas o deixou longe da família. Com a passagem de ônibus paga por uma professora da escola, ele chegou à cidade de Assis, a pouco menos de 500 km de Piedade, em janeiro de 2007. No bolso, tinha R$ 200 para pagar um mês de aluguel e, na cabeça, a esperança de ser contemplado com a bolsa proporcionada pela universidade.

“As pessoas diziam que era loucura, mandavam eu esquecer essa história de fazer faculdade. Mas eu já estava com outra cabeça e muita vontade de vencer. Sai com o coração partido de deixar minha família, mas com muita esperança de voltar e dar uma vida melhor a eles”, conta.

A bolsa no valor de R$ 200 demorou quase dois meses para ser aprovada. Neste período, Santos lembra que conseguia tomar café de graça em um mercado perto da casa. No entanto, as contas continuavam não fechando e ele quase foi despejado do quarto onde morava.

Foi quando ele conheceu a dona de uma lavanderia que alugou uma casa para ele por R$ 100 e o contratou por R$ 300 para trabalhar no local. O jovem ainda conseguiu um emprego de cuidador de idosos na madrugada.

“Eu trabalhava na lavanderia até as 17h, ia para faculdade até as 23h e era acompanhante de idoso de noite. Saia de manhã e voltava para faculdade. Só estudava aos fins de semana, mas curiosamente foi nessa época que tirei as melhores notas”, conta orgulhoso.

Foi assim que, no ano de 2011, Santos se tornou o primeiro integrante da família a concluir a graduação. Com o diploma, ele seguiu para Santa Catarina atrás da família que havia se mudado para Estado. Lá, chegou a dar aulas por três meses, até ser aprovado para fazer o mestrado em Linguistica na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), em agosto daquele ano. Em 2013, concluiu o curso e voltou a dar aulas por seis meses até ingressar no doutorado na mesma área, com foco em semântica.

Futuro

“As pessoas dizem que sou um exemplo. Mas eu não consigo me ver dessa forma. Nunca havia contado essa história para ninguém até o ano passado. Achava que era normal, mas agora estou me convencendo que não é tão normal assim”, diz, modesto. `Penso em melhorar ainda mais para ajudar a minha família. Cheguei até aqui pensando no que de melhor eu poderia oferecer a eles. Penso em ser um bom pesquisador e, quem sabe um dia, falar sobre a minha história e mostrar que o País mudou e é possível que pessoas invisíveis se tornarem protagonistas.”

Sociedade complexa é desafio para estudantes, diz ministro

Assessoria de Comunicação Social - MEC - Revista Gestão Universitária - 24/04/2015 - Belo Horizonte, MG

O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, ao falar, em São Paulo, sobre as perspectivas para um modelo de universidade do futuro, desafiou os estudantes “a buscar uma formação mais abrangente para integrar uma sociedade complexa”. O ministro esteve na capital paulista nesta sexta-feira, 24, para participar, de manhã, de palestra na Universidade de São Paulo (USP) com 15 estudantes estrangeiros e brasileiros de doutorado.

O encontro fez parte de uma série de eventos organizados pelo Instituto de Estudos Avançados da USP. Segundo Janine Ribeiro, foi um exemplo de como aumentar a interação entre alunos de doutorado de todo o mundo.

À tarde, o ministro manteve reunião com os reitores da Universidade Federal do ABC (UFABC), Klaus Capelle; da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Naomar de Almeida Filho, e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), José Tadeu Jorge. Janine Ribeiro destacou os avanços na educação superior a partir das iniciativas de interiorização de unidades universitárias promovidas pelo Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Participaram do encontro os secretários de educação básica, Manoel Palácios, e de articulação com os sistemas de ensino do MEC, Binho Marques.

O ministro reuniu-se também com representantes de entidades como a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), a Ação Educativa e a Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

Veja 5 dicas valiosas para se adaptar ao ensino a distância

Da redação - Terra Educação - 25/04/2015 - Belo Horizonte, MG

Segundo o Censo da Educação Superior 2013, realizado pelo Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), existem mais de 1,2 mil cursos a distância no Brasil. Em 2003, havia 52. Isso significa que, hoje, a modalidade a distância representa 15% nas matrículas de graduação. Para o professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília Elicio Bezerra Pontes, muitas pessoas ainda veem este tipo de ensino como um curso mais fácil ou de qualidade inferior. “Muito pelo contrário. O ensino a distância exige ainda mais seriedade, dedicação e organização”, afirma Pontes.

A coordenadora Central de Educação a Distância da PUC-RIO, Gilda Bernardino de Campos, afirma que a procura por um curso a distância geralmente vem de alguém que mora longe das instituições de ensino, adultos que querem realizar uma graduação e que não têm tempo para frequentar as aulas presenciais. Seja qual for o motivo, é importante que o estudante tenha em mente algumas dicas que facilitarão a adaptação com esse tipo de ensino.

Responsabilidade

Para ter um bom desempenho nos estudos é necessário responsabilidade, seja curso presencial ou não. Contudo, estudar a distância vai exigir um pouco mais do seu comprometimento, visto que o seu aprendizado vai depender exclusivamente do seu empenho. É muito importante que você leve a sério e seja responsável com os prazos para a entrega dos trabalhos e provas para um bom aproveitamento.

Autonomia

O aluno que vai estudar por meio de uma plataforma a distância precisa ter autonomia para fazer perguntas, pesquisar e ir atrás de informações online. Não pode esperar pelo colega ou professor. Os conteúdos serão disponibilizados, mas será você que construirá seu conhecimento.

Planejamento

É necessário verificar quais são suas atividades pessoais e profissionais e pensar em como conciliar com o ensino a distância. Assim, você pode determinar quantas horas por dia ou semana você vai dedicar aos estudos. Planejar seu tempo ajudará a cumprir as tarefas, fazer as leituras e não deixar com que as atividades acumulem. Sem planejamento e disciplina fica fácil se perder nos conteúdos e ficar desestimulado para prosseguir o curso. “Muitas vezes a instituição ajuda o aluno a desenvolver técnicas de estudo. Sem planejamento, o aluno pode se esforçar muito e realizar pouco”, afirma Pontes.

Leitura

Algumas aulas podem ser disponibilizadas em vídeos, mas a grande maioria do conteúdo é em texto. Ao decidir estudar neste formato você tem que estar ciente de que vai precisar muito das suas habilidades de leitura e interpretação de texto. “A dificuldade de leitura acontece no curso presencial, mas no online é maior. No curso presencial a falta de afinidade com leitura pode ser amenizada pela troca com os colegas e professores. O que não é possível no método a distância”, explica Pontes.

Escrita

Saber se expressar na forma escrita também é fundamental, visto que esta será a maneira pela qual você entrará em contato com o seu professor, tutor e colegas. É preciso saber formular perguntas, sustentar discussões e lidar com a dinâmica das conversas online para poder ter um aproveitamento melhor nas aulas. Participar das aulas e interagir com o grupo vai ajudar você a se sentir mais confortável e criar efetivamente uma comunidade virtual.

Documento detalha ações do plano “Pátria educadora”

Vinicius de Oliveira - Porvir - 24/05/2015 - São Paulo, SP

O lema “Pátria educadora”, escolhido para o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, começa a tomar forma em um documento preliminar elaborado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e obtido pelo Porvir. Chamado “Pátria educadora: A qualificação do ensino básico como obra de construção nacional”, o texto de 22 de abril traz diretrizes de um possível pacote de medidas que tem o objetivo de tirar a educação brasileira de um cenário classificado como “dramático”.

Para a transformação profunda na maneira de ensinar e aprender, que saia do “enciclopedismo raro e informativo” e reorganize o sistema nacional de ensino, as propostas iniciais estão concentradas em quatro eixos:

– organização da cooperação federativa;

– reorientação curricular e da maneira de ensinar e de aprender;

– qualificação de diretores e de professores;

– aproveitamento de novas tecnologias.

Cooperação federativa

Para construir o federalismo cooperativo na educação e garantir ao setor uma administração semelhante a do SUS (Sistema Único de Saúde), o governo federal propõe reconciliar a gesta~o das escolas pelos estados e municípios com padro~es nacionais. Para isso, seriam necessárias novas leis e três instrumentos: sistema nacional de avaliação (Prova Brasil daria origem ao Cadastro Nacional de alunos) e acompanhamento (INEP identificaria e ajudaria a disseminar as experiências de sucesso), mecanismo para distribuir recursos e profissionais de lugares mais ricos para outros mais pobres e procedimentos para reparar redes escolares.

Currículo

Como forma de abandonar a chamada “decoreba” e adotar uma capacitação analítica, a proposta é abrir espaço ao aprendizado por projetos (Clique para ver o plano da Finlândia).

Em outra novidade, “o Enem pode ser modificado - mais facilmente ao se tornar Enem digital - para dar força a esta concepção da base curricular comum”. Neste novo formato, um banco de milhares de questões permitirá ao aluno prestar o exame a qualquer momento. No entanto, a medida ainda depende de consultas públicas e só teria início com estudantes que ainda não concluíram o ensino médio.

De acordo com o esboço, o Currículo Nacional consistiria de uma sequência de capacitações, divididas em “padrão” e “especial”. Esta última ajudaria alunos com dificuldades por meio de métodos de ensino alternativos e também se dividiria em duas frentes aos que mostrarem maior potencial: programas exclusivos nas escolas regulares e possibilidade de concorrer a vaga na nova rede de escolas médias de referência que seriam chamadas Escolas Anísio Teixeira.

O governo diz pretender trabalhar competências pré-cognitivas, ou socioemocionais, para ajudar a “grande massa de alunos pobres a superar obstáculos intransponíveis”. O documento diz que o trabalho envolveria desenvolver “capacitac¸o~es pre´-cognitivas [com destaque a disciplina e cooperação] que faltam a crianc¸as sai´das da pobreza mais comumente do que faltam aos filhos da classe me´dia”. Entre os benefícios, são listados o empoderamento do aluno para etapas posteriores da vida escolar e também a possibilidade de enfrentar e corrigir suas limitações.

Secretário destaca importância de sistema de monitoramento

Assessoria de Comunicação Social - MEC - Revista Gestão Universitária - 24/04/2015 - Belo Horizonte, MG

O secretário-executivo do Ministério da Educação, Luiz Cláudio Costa, destacou nesta sexta-feira, 24, a importância do Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (Simec) do Ministério da Educação como instrumento de acompanhamento e controle de recursos e ações do MEC nas esferas estadual e municipal. Luiz Cláudio Costa participou do Seminário Internacional Brasil 100% Digital, promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, no hotel Royal Tulip, em Brasília.

Em mesa-redonda, ele apresentou a palestra O Uso de Dados para Gestão de Políticas Públicas de Educação, sob o tema geral Tecnologia a Favor da Transparência com a Sociedade. “Se, por exemplo, uma obra não se atualiza no sistema dentro de um período de 30 a 60 dias, ela, primeiramente, recebe um aviso; depois, deixa de receber recursos” disse. “É extremamente importante mantermos esse indicador atualizado; os principais programas do MEC são acompanhados em tempo real pela população e pelos setores responsáveis do ministério.”

Segundo o secretário, esse acompanhamento é feito dia após dia. Assim, a sociedade e o governo têm controle sobre o uso de recursos públicos para a educação. “Existe tanto o esforço nacional, quanto o estadual e o municipal”, salientou. “Sabemos que nosso país tem diferenças; não posso ter a mesma medida para todos. É um trabalho de respeito e de parceria com esses agentes.”

Costa esclareceu que o Simec tem vários níveis de acesso. O público em geral pode verificar as informações ali registradas, mas não alterá-las.

Da mesa-redonda ainda participaram a jornalista turca Eva Constantaras, com palestra sobre jornalismo de dados, e a diretora de coordenação de tecnologia e contratações do Departamento de Finanças da Austrália, Pia Waugh, que discutiu estratégias de engajamento social para uso de dados abertos.

Editoriais

‘É cuspe e giz’

Antônio Góis - O Globo - 27/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ

Relato de professor que voltou à sala de aula após 20 anos revela realidade nua e crua de uma escola estadual

“Sou formado em Física, com licenciatura, mas trabalho em outra área. Sempre estudei em colégios e universidades públicas. Percebendo a carência de professores no estado, me inscrevi no cadastro de contratações temporárias. Ano passado tive a oportunidade de lecionar em dois colégios estaduais. Tenho observações a fazer que representam o olhar de um cidadão que deseja cooperar.”

Assim começava um e-mail recebido pela coluna, enviado por um professor que ficou mais de 20 anos afastado da sala de aula. Ele queria contar mais de sua experiência, e marcamos um encontro. Pediu que seu nome, bem como o das escolas onde atuou, não fosse divulgado. O objetivo da publicação de seu relato pessoal aqui não é generalizá-lo, pois é certo que há muitas realidades no ensino público. Mas é uma história, como tantas outras, que merece ser ouvida:

“De início, senti muito entusiasmo. O salário era baixo, mas não estava ali por isso. Já no primeiro encontro com o diretor, me assustei com uma pergunta: ‘o senhor vai mesmo aparecer, não é’? Ele explicou que o último que veio para dar aulas de Física se apresentou no primeiro dia e nunca mais voltou.

“No primeiro contato com o outro professor de Física da escola, perguntei qual o livro utilizado. ‘Nenhum’, respondeu ele, explicando que as obras ficavam guardadas num armário porque os alunos ‘não queriam carregar os livros para casa e não havia como distribuí-los e recolhê-los a cada aula’. Comentei que pretendia preparar uma aula no Power Point, para deixá-la mais dinâmica. Com certa incredulidade, meu colega respondeu: “Se quiser, pode fazer”. Mas o diretor me incentivou. A escola possuía um excelente equipamento de data show, que não era preciso reservar com antecedência, porque poucos usavam.

“Tentei fazer algo diferente, mas fui percebendo que não seria fácil. Vi que, mesmo no ensino médio, os alunos não haviam aprendido conteúdos que já deveriam ter sido ensinados no fundamental. O problema era comum aos colegas de outras matérias. Pedi ao diretor para ver as provas do último professor. As notas, com poucas exceções, variavam de zero a um.

“Ao longo do ano, vi vários alunos em sala usando fones de ouvido, celulares, interrompendo constantemente a lição. Testemunhei até agressões físicas. Sentia que os jovens não me viam como aliado para aprender, mas como um obstáculo a ser superado na obtenção do diploma. Mas como seriam aprovados se nada sabiam e, principalmente, não faziam nenhum esforço para aprender? Se as provas apresentavam resultados tão ruins, os índices de reprovação deveriam ser enormes. Disse ao diretor que não teria condições de aprovar a maior parte da turma. “Pelo amor de Deus, professor, o que será desses alunos?”, respondeu ele.

“Fui percebendo como todos davam um jeitinho de driblar a falta de conhecimento. Notas em trabalhos de pesquisa feitos em poucos dias... Projetos sérios nem pensar, pois eles não queriam se engajar em nada. Os próprios estudantes apontavam a solução: ‘Professor, quando o senhor vai dar um trabalho? Uma coisa pra gente fazer em casa...’

“Aprovação sem mérito desqualifica o diploma. Por outro lado, o diretor tinha razão, reprovar em massa parecia um desastre. Assim, ante a inevitável incapacidade de despertar o interesse dos alunos em aprender com o crivo dos testes, sucumbimos todos.

“Ao entrar, no fim do ano, na sala de professores com um calhamaço de pesquisas sob o braço, encontrei o mesmo professor que me recebera com desconfiança. Sem conseguir disfarçar o sorriso irônico, ele comentou: ‘Viu, professor? Com esta clientela, não adianta: é cuspe e giz!’”

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