Clipping 20/04/2015

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Clipping Educacional

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Apr 20, 2015, 11:20:17 AM4/20/15
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Segunda-feira, 20 de abril de 2015

Matérias de Hoje

Agência Brasil - 17/04/2015 - Brasília, DF
Além da manutenção da greve, eles aprovaram uma nova assembleia para a próxima sexta-feira (24), às 14h, no Masp. Um dia antes, os professores devem se reunir com representantes do governo paulista na sede da Secretaria Estadual da Educação
Revista Gestão Universitária - 20/04/2015 - Belo Horizonte, MG

A pontuação do TOEFL ITP é sigilosa e só é divulgada ao próprio candidato que realizar o teste
O Globo - 17/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ
A possível intervenção federal em municípios com maus resultados foi ponto mais sensível entre educadores
UOL Educação - 17/04/2015 - São Paulo, SP
A decisão acontece após uma candidata ter passado constrangimento por usar véu muçulmano
IG Educação - 18/04/2015 - São Paulo, SP

Ministério da Educação avalia universidades com notas que vão de 1 a 5. Instituições com nota 1 e 2 sofrem fiscalização
Revista Gestão Universitária - 17/04/2015 - Belo Horizonte, MG

Começa nesta segunda-feira, 20, o período para as universidades federais fazerem conferência, ajustes e validação dos dados informados no Censo da Educação Superior 2014
O Globo - 17/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ

Ele vai assumir o cargo ocupado pelo professor Jorge Guimarães, que deixa a presidência do órgão após 12 anos
UOL Educação - 19/04/21015 - São Paulo, SP
Para Rodrigo Janot, lei do Amazonas fere o estado laico tornando Bíblia livro obrigatório em bibliotecas
Porvir - 17/04/2015 - São Paulo, SP
Porvir reuniu sugestões para professores incentivarem o aprendizado dos seus alunos em diferentes plataformas
Revista Veja - 19/04/2015 - São Paulo, SP
A qualidade do ensino depende menos de Brasília do que de prefeitos comprometidos: com base nessa premissa, um novo prêmio destaca os municípios que promoveram avanços extraordinários em sua rede de escolas. O primeiro vencedor é Brejo Santo, no Ceará
Revista Gestão Universitária - 17/04/2015 - Belo Horizonte, MG

A primeira edição de 2015 do exame para obtenção do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras) teve 5.197 inscrições homologadas

Editoriais, artigos e opiniões

O Globo - 20/04/2014 - Rio de Janeiro, RJ
UOL Educação - 16/04/2015 - São Paulo, SP

Matérias

Professores estaduais de São Paulo decidem permanecer em greve

Elaine Patricia Cruz - Agência Brasil - 17/04/2015 - Brasília, DF

Os professores da rede estadual de ensino de São Paulo decidiram hoje (17) pela continuidade da paralisação, após mais uma assembleia realizada à tarde, no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Em greve desde o dia13 de março, os professores reivindicam aumento salarial de 75,33%.

Além da manutenção da greve, eles aprovaram uma nova assembleia para a próxima sexta-feira (24), às 14h, no Masp. Um dia antes, os professores devem se reunir com representantes do governo paulista na sede da Secretaria Estadual da Educação, na Praça da República.

Na assembleia de hoje, os professores carregavam várias faixas e um caixão, onde escreveram a mensagem “Aqui jaz a educação”. Durante o protesto, o governador Geraldo Alckmin foi vaiado.

Em um momento de tensão, os professores estranharam a presença de uma tropa especial da Polícia Militar, normalmente chamada para atuar em manifestações e, temendo confronto, pediram a retirada dos soldados.

Segundo o comandante da operação, capitão Diogo Rafael de Souza, a tropa é da Companhia de Ações Especiais da Polícia. “É uma tropa de efetivo de apoio, e nada tem a ver com a tropa de choque. Não temos intenção de confronto ou confusão”, afirmou o capitão.

Segundo a professora aposentada Maria Sufaneide Rodrigues, integrante da diretoria da Sindicato dos Professores no Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), a presença da tropa surpreendeu os professores, que não pretendem entrar em confronto ou provocar confusão. “Em outras manifestações, não havia esse aparato. É claro que eles são da tropa de choque. Por mais que o comandante tenha explicado, entendemos que eles são da tropa de choque”, disse ela.

“Professor não veio para ter confronto com policial. Professor veio reivindicar salário e necessidades para sala de aula”, reforçou Maria Sufaneide, lembrando que as demais assembleias ocorreram de forma pacífica.

Até o momento, a Polícia Militar estimou em cerca de 3 mil os presentes à assembleia. Para a Apeoesp, são 60 mil participantes. Os professores seguem em caminhada até a sede da Secretaria Estadual da Educação. O caminho escolhido é pela Avenida 23 de Maio.

Na quarta-feira (15), eles ocuparam a sede da Assembleia Legislativa, após audiência pública sobre a greve. Os professores dormiram no Plenário Juscelino Kubitschek, onde permaneceram até a noite de ontem (16).

Segundo o sindicato da categoria, o objetivo da ocupação da sede do Legislativo foi pressionar o governo estadual pela abertura de negociação. Na próxima quarta-feira (22), às 16h, os professores participam de mais uma audiência pública na Assembleia Legislativa.

Idiomas sem Fronteiras amplia a aplicação do teste de nivelamento em língua inglesa

REDE DE COMUNICADORES - Revista Gestão Universitária - 20/04/2015 - Belo Horizonte, MG

O Programa Idiomas sem Fronteiras – Inglês ampliou a aplicação do teste de nivelamento TOEFL ITP para que seja a porta de entrada nas demais ações do programa. A partir de maio, um dos requisitos para a inscrição no curso My English Online e nos cursos presenciais de inglês será o resultado do teste, que pode ser realizado mais de uma vez e gratuitamente por meio Idioma sem Fronteiras.

Esse programa foi criado em 2012 pelo Ministério da Educação com o objetivo de aumentar a proficiência dos estudantes interessados em intercâmbio para o exterior como bolsistas pelo Ciência sem Fronteiras.

O teste será aplicado nas universidades da rede federal credenciadas pelo Programa Idiomas sem Fronteiras. O resultado do teste não interferirá no nível em que o aluno está cursando no My English Online ou na sua promoção. Porém, esse resultado indicará como o aluno está em termos de certificação nacional e auxiliará o Núcleo Gestor do Programa na avaliação da proficiência nacional.

A pontuação do TOEFL ITP é sigilosa e só é divulgada ao próprio candidato que realizar o teste. Denise de Abreu e Lima, presidente do Programa Idiomas sem Fronteiras explica o que é o TOEFL ITP.

O benefício do teste de nivelamento estava restrito aos estudantes das universidades da rede federal e aos candidatos do Programa Ciência sem Fronteiras. Os alunos das instituições privadas que são alunos do My English Online, ativos ou bloqueados, deverão se cadastrar para realizar o teste em instituições da rede federal. Nas instituições estaduais, somente alunos da graduação e pós-graduação poderão fazer o teste.

Nas universidades e institutos da rede federal, poderão fazer o teste técnicos administrativos, alunos e docentes.

Com a ampliação da oferta, o teste de nivelamento poderá ser feito por qualquer estudante inscrito no My English Online, inclusive alunos de instituições privadas e aqueles que, por algum motivo, estejam com senha bloqueada. O resultado geral dos testes auxiliará na avaliação geral do Programa e no desenho de ações para melhoria do ensino da língua.

A relação das instituições credenciadas para aplicar o TOEFL-ITP pode ser consultada no endereço isf.mec.gov.br/ingles.

Estratégias de Mangabeira Unger para educação no país geram divergência

Paula Ferreira - O Globo - 17/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ

As declarações do Ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, a respeito dos planos para o país alcançar de fato o título de `Pátria Educadora` gerou divergência entre profissionais da área. A possível intervenção federal em municípios que apresentem maus resultados foi o ponto mais sensível entre os educadores.

Embora com ressalvas, a ideia de uma comissão de intervenção foi vista de maneira positiva pela presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais, Cleuza Repulho. De acordo com ela, é importante que o Governo Federal volte o olhar para os municípios em crise.

- É positiva (a intervenção) no sentido da preocupação com a educação, por isso, ela precisa ser feita com muito cuidado. Se ela fosse uma intervenção apenas punitiva, para cortar recursos, seria ruim, mas uma comissão organizada para ver onde está esse recurso e para ajudar os gestores e professores seria positiva. Importante que ela seja composta por pessoas das três esferas (municipal, estadual e federal)ou por observadores autônomos. As crianças não podem dar sorte ou azar de nascer em determinados lugares- afirmou.

Cleuza destacou ainda a necessidade de mais recursos para todos os municípios, discordando do ministro, ela afirma que não existem cidades ricas no que diz respeito à educação.

- Hoje não existem mais municípios ricos, com a expansão das creches, que é um modelo muito caro, estamos no limite do investimento. Precisamos ter boa gestão, boas ideias, mas também bons recursos- ressaltou.

Doutor em educação e diretor do Instituto Alfa e Beto - ONG de apoio à educação das redes municipais- , João Batista Oliveira critica a proposta de Mangabeira Unger de intervir nos municípios. Para ele, a postura do governo beira a arrogância ao considerar que uma ação federal resolveria o problema das escolas.

- Existe um pressuposto que o Governo Federal sabe o que é bom e sabe fazer e que o município que é ruim, então `vamos lá e vamos resolver`. O governo não só não sabe como também não consegue. Não tem braço e perna para isso. As estratégias que funcionam são através da apresentação de propostas e incentivos para que haja pluralidade de ideias, não essa arrogância de achar que tem um ente super poderoso que pode resolver- critica Oliveira, completando que o Brasil deve levar em consideração experiências concretas de estados e municípios que reformaram suas estruturas educativas e conseguiram obter resultados.

Para a pesquisadora da USP Paula Louzano, a visão do ministro é equivocada ao pressupor que para resolver o problema basta intervir para trocar a gestão local.

- De onde vão vir essas pessoas (para intervir)? Funcionários do MEC que vão chegar e tomar frente do processo? Não conheço nenhuma experiência no mundo onde isso funcione - disse.

Especialista em currículo, Paula considera fundamental que o ministro analise a experiência de outros países na implementação de bases curriculares. A pesquisadora destaca que modelos não devem ser copiados, mas utilizados como ponto de partida e de reflexão para desenvolvimento de um método que se aplique à realidade brasileira.

- Acho que o foco do debate currículo tem que ser a progressão do conhecimento. Se em matemática eu tenho como objetivo que o aluno no fim do Ensino Médio consiga calcular juros simples. Isso passa pelo conceito de proporcionalidade e fração, eu tenho que criar a progressão desses conteúdos. O grande diferencial do currículo australiano, citado pelo ministro, é a preocupação com a progressão, observar esse caso e outros é importante- explica.

Outro ponto polêmico da entrevista de Mangabeira Unger, a escolha de diretores com base na utilização de mecanismos meritocráticos foi alvo de críticas do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe).

- Com a meritocracia você cria ilhas de excelência, cria rankings entre as escolas. O problema não é profissional que trabalha melhor e pior, é o investimento público na carreira, não só a nível salarial, mas na valorização do investimento público, de verbas só para escolas públicas- defendeu Alex Trentino, coordenador-geral do Sepe.

Em meio às estratégias de Mangabeira e às discussões entre os atores envolvidos na questão, a pesquisadora Paula Louzano identifica o que considera uma das principais barreiras ao desenvolvimento da educação: o fato de existirem dois ministérios com gerência sobre o tema- Assuntos Estratégicos e Educação- prejudica a implementação do programa. E questiona sobre quem, de fato, bate o martelo sobre as políticas educacionais no país.

- Agora tem dois polos que pensam a educação no mesmo governo: o MEC e a Secretaria de Assuntos Estratégicos, não fica claro quem representa a visão do governo. Quem vai colocar os planos em prática é o MEC, com os estados e municípios, mas não sabemos se o ministro da educação concorda com os planos do ministro Mangabeira.

Em nota, O MEC comentou as medidas propostas pelo ministro de Assuntos Estratégicos.

`O MEC está em constante diálogo com outros ministérios. O ministro Mangabeira Unger é um grande pensador que contribuirá muito para o projeto de educação do governo federal. O Ministério da Educação já trabalha em parceria com os estados e municípios no sentido de dar assistência às escolas e redes que tenham piores resultados no Ideb, priorizando a participação dos mesmos em programas do MEC. Todas essas ações são feitas por adesão. O MEC está discutindo com o Consed e a Undime sobre os currículos da educação básica, em particular do ensino médio. O MEC também está em diálogo com a sociedade na construção da Base Nacional Comum Curricular, para atender à Lei do PNE`.

OAB vai permitir uso de roupas religiosas no Exame da Ordem

Da redação - UOL Educação - 17/04/2015 - São Paulo, SP

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) irá passar a permitir o uso de roupas religiosas nas salas de prova do Exame da Ordem. A decisão acontece após uma candidata ter passado constrangimento por usar véu muçulmano.

Segundo o presidente da OAB Nacional, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, será determinado à banca examinadora contratada para aplicar o Exame de Ordem que altere os termos dos futuros editais.

Charlyane Souza, 29, foi retirada da sala e ameaçada de eliminação no exame realizado no dia 15 de março deste ano. `Eu fiquei totalmente constrangida, não consegui mais fazer o exame e, apesar de ter estudado muito, não fui aprovada`, contou a estudante à epoca.

O item do edital de abertura do exame que trata do porte de objetos dizia que seria eliminado o examinando que for surpreendido durante a prova portando aparelhos eletrônicos diversos `ou quaisquer acessórios de chapelaria, tais como chapéu, boné, gorro etc`, mas nada falava sobre a vestimenta.

Sobre o caso, a OAB afirmou que o edital do exame previa a `vedação ao uso de quaisquer acessórios de chapelaria`, porque existem dispositivos que permitem a comunicação entre pessoas, o que é proibido.

Além da permissão de vestimentas religiosas, o Conselho Federal da OAB irá vedar aos fiscais que façam perguntas aos candidatos sobre a sua origem religiosa, social ou ainda de informação sobre a sua intimidade. `Os fiscais só tem uma obrigação: a de verificar se está havendo cola ou não`, disse Marcus Vinicius.

Veja as melhores faculdades do País, segundo o Ministério da Educação

Da redação - IG Educação - 18/04/2015 - São Paulo, SP

Todas as instituições de ensino superior do País são avaliadas pelo Ministério da Educação, que é responsável por autorizar o oferecimento de cursos de graduação e pós-graduação stricto sensu no Brasil.

O Índice Geral de Cursos (IGC) é a nota da instituição divulgada anualmente pelo MEC. O índice é composto pela média ponderada das notas dos cursos de graduação e pós-graduação de cada instituição e inclui o desempenho dos alunos na prova do Enade.

As notas vão de 1 a 5, sendo que 1 e 2 são consideradas notas insuficientes para manutenção de cursos, a nota 3 é regular, e 4 e 5 são notas boas.

O MEC disponibiliza ainda a página e-MEC, em que é possível consultar as notas da faculdade e dos cursos de graduação do País.

Universidades podem conferir e validar os dados de 2014

INEP - Revista Gestão Universitária - 17/04/2015 - Belo Horizonte, MG

Começa nesta segunda-feira, 20, o período para as universidades federais fazerem conferência, ajustes e validação dos dados informados no Censo da Educação Superior 2014. O prazo encerra-se no dia 15 de maio. A realização desta etapa do levantamento estatístico fica a cargo do representante legal e pesquisador institucional da universidade.

As atividades do processo de realização do Censo iniciaram-se em fevereiro, quando as universidades começaram a preencher os questionários e importar os dados para o sistema digital do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Esta semana, foi a vez dos especialistas da autarquia verificarem a consistência das informações fornecidas pelas instituições.

O Censo da Educação Superior reúne dados sobre os cursos de graduação (presencial, a distância e sequenciais), dentre elas, vagas ofertadas, matrículas, ingressantes, corpo docente, organização acadêmica e infraestrutura. As informações são fundamentais para a definição e o monitoramento de políticas públicas e o conhecimento da realidade do ensino superior, bem como para a transferência de recursos da União às instituições federais.

Os prazos das etapas e atividades do processo de realização constam na Portaria nº 85, de 25 de março de 2015. O modelo do Censo da Educação Superior é definido pelo Decreto nº 6.425, de 4 de abril de 2008.

Acesse aqui o Sistema do Censo da Educação Superior 2014, para validar ou ajustar os dados do Censo.

Professor e pesquisador Carlos Nobre será o novo presidente da Capes

Da redação - O Globo - 17/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ

O professor e pesquisador Carlos Afonso Nobre, da Academia Brasileira de Ciências (ABC), será o novo presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). De acordo com informações do Ministério da Educação (MEC), o convite foi feito na última quarta-feira pelo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro.

Nobre assume o cargo ocupado pelo professor Jorge Guimarães, que deixa a presidência do órgão após 12 anos. Em nota, Janine destacou o histórico do novo presidente:

`Carlos Nobre é um dos maiores cientistas brasileiros, com forte experiência na coordenação da área interdisciplinar da Capes. Ele também é uma referência importante no debate ético sobre vida e sustentabilidade.”

Natural da cidade de São Paulo, Nobre formou-se em engenharia eletrônica em 1974, no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP). Concluiu o doutorado em meteorologia pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) em 1983. Iniciou a carreira profissional no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em 1975. Atuou como pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de 1983 a 2012.

Ele também teve uma forte atuação na Capes, onde foi coordenador da Comissão de Cursos Multidisciplinares (2006-2008). Ele exerce, desde fevereiro de 2011, a função de secretário de políticas e programas de pesquisa e desenvolvimento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Atualmente, Nobre também representa o Brasil no International Institute for Applied System Analysis (Iiasa). É membro do International Scientific Advisory e do High Level Scientific Advisory Panel on Global Sustainability, da Organização das Nações Unidas (ONU).

Procurador-geral da República quer derrubar lei que obriga Bíblia em escolas do Amazonas

Janaina Andrade - UOL Educação - 19/04/21015 - São Paulo, SP

Para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o Estado do Amazonas tenta influenciar a escolha religiosa de alunos da rede estadual ao obrigar que as escolas da rede estadual de ensino e as bibliotecas mantenham em seus acervos um exemplar da Bíblia Sagrada.

Por causa disso, Janot quer derrubar a Lei Estadual n° 74/2010, de autoria da ex-deputada estadual Conceição Sampaio (PP), que obriga a manutenção de um exemplar do livro nas bibliotecas.

Para isso, no dia 18 de fevereiro, o procurador-geral da República ingressou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a lei aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM), em 2010.

De acordo com lei, a obrigatoriedade da disposição de um exemplar da bíblia, “não implica em restrição ou impedimento para a manutenção, nos acervos, de livros sagrados de outras tradições religiosas.

Janot tem outra interpretação da matéria, e argumenta que a lei viola o princípio constitucional da laicidade estatal.

A relatora da ADI é a ministra Cármen Lúcia. A Procuradoria-Geral da ALE-AM tem até o dia 8 de maio para responder ao Supremo os questionamentos levantados por Janot na ação, de acordo com o procurador-geral da Casa, Vander Góes.

“A posição da procuradoria da ALE-AM, a quem compete prestar as informações quanto às ações do Poder Legislativo, é a de oposição (a Janot). E o procurador-geral (ALE-AM), enquanto advogado, enquanto cidadão e enquanto cristão, considera que o procurador da República, Rodrigo Janot, age com excesso de preciosismo, se prendendo assim a detalhes”, avaliou Góes.

Conceição Sampaio (PP), agora deputada federal, disse lamentar a interpretação do procurador-geral da República. “Recebi a informação com surpresa. A Bíblia é o livro mais antigo e mais vendido do mundo e portanto, uma fonte de pesquisa. Não vejo como um exemplar da Bíblia no meio de tantos outros livros numa biblioteca de escola pode ferir o estado laico. É bom lembrar que a nossa Constituição, a mesma que define como estado laico, não só confere a liberdade de culto como assegura a prestação de assistência religiosa nos presídios e nas escolas”, disse a parlamentar.

Para o rabino Izaac Dahan, “não havendo a obrigatoriedade da aula de religião, tudo bem”.

“O ruim nesta lei é a expressão ‘obrigação’, isso que fica estranho, obrigar por lei, e acho que é aí que o procurador está questionando”, afirmou Dahan.

Dahan diz que as bibliotecas devem ter exemplares do Novo e Velho Testamento. “É importante que se fale, pois temos que conhecer a Bíblia inteira. Essa turma que gosta de influenciar muito e só colocar o Novo Testamento. Acaba complicando, pois os estudantes perdem todo o início da história quando só lê uma parte”, comenta o rabino.

Blog: Sadi Caldas, Pastor

“Eu não acho que essa lei fira o estado laico, na verdade eu tenho certeza que não. A Bíblia é a palavra de Deus, e ela é lâmpada para os pés e luz para o caminho, logo, ela enobrece, engrandece. A Bíblia é como a Constituição Federal que rege o procurador-geral da República (Rodrigo Janot). E a Constituição Federal é que rege ele, então se é para tirar a Bíblia, tem que tirar também a Constituição que rege o procurador-geral, para ver como é que ele fica. A Constituição que rege a ele, se for extirpada, retirada dele, ele vai ser o quê? Então, eu até parabenizo a deputada Conceição Sampaio, autora da lei. E olha: lê a Bíblia quem quer. Não é obrigado ninguém ler a Bíblia, nós é que aconselhamos”. É o que defendo o pastor da igreja Assembleia de Deus do Amazonas e presidente da Ordem dos Ministros Evangélicos do Amazonas (Omeam), Sadi Caldas.

Lei faz juízo de valor de livro

Nos argumentos apresentados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a lei que estabelece a manutenção de ao menos um exemplar da Bíblia Sagrada nos acervos das bibliotecas e das unidades escolares do Estado “faz juízo de valor sobre livro religioso adotado por crenças específicas, considerando fundamental, obrigatória e indispensável sua presença nos espaços públicos”.

“O Estado do Amazonas, ao divulgá-la (a Bíblia) e torná-la livro obrigatório nas bibliotecas públicas e unidades escolares, acaba por contribuir, ainda que indiretamente, para a divulgação, o estímulo e a promoção do conjunto de crenças e dogmas nela presentes, em prejuízo daquelas por ela condenadas, em afronta à laicidade estatal”, declarou Janot no texto da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Para o procurador-geral da ALE-AM, Vander Góes, o “procurador-geral da República (Rodrigo Janot) agiu com excesso, e querendo ser mais realista que o rei”. “E eu chego até a pensar que ele está confundindo estado laico com estado ateu”, afirmou Góes.

Personagem: Padre da Paróquia N. S. de Lourdes, Francisco Paulo Pinto

‘O procurador está confundido as coisas’

Para o padre Francisco Paulo Pinto, da paróquia Nossa Senhora de Lourdes, localizada no bairro Parque Dez de Novembro, zona Centro-Sul, considerando a tradição do Brasil, onde a maioria das religiões são cristãs, a lei questionada pela Procuradoria-Geral da República não fere o laicismo.

“Ter um exemplar da Bíblia na biblioteca ou nas escolas é como ter um livro de qualquer outra coisa. É para pesquisa. Biblioteca é biblioteca. O procurador-geral da República está confundindo uma coisa com a outra. Biblioteca é biblioteca, o estudante vai para lá pesquisar”, disse o padre.

De acordo com o padre Francisco, se, por exemplo, o estudante for fazer um trabalho sobre o lcorão, a biblioteca vai ter que disponibilizar um exemplar. “A biblioteca é uma coisa, outra coisa é você obrigar as crianças e jovens a terem aulas de uma determinada religião, isso aí, sim, feriria a Constituição Federal”, afirmou.

30 dicas para ensinar com ajuda das redes sociais

Marina Lopes - Porvir - 17/04/2015 - São Paulo, SP

Curtir, compartilhar, seguir, tuitar e comentar. Cada vez mais, as redes socais fazem parte da rotina de adolescentes e jovens. De acordo com a pesquisa TIC Kids Online, 79% dos brasileiros com idades entre 9 e 17 anos, que utilizam a internet, já possuem perfil em alguma das redes. E por que não aproveitar o interesse dos alunos e utilizar essas ferramentas como estratégia para promover o aprendizado?

Para ajudar os professores, o Porvir reuniu dicas de como utilizar as redes sociais como um recurso educativo. As sugestões foram retiradas a partir de referências encontradas em diferentes publicações, guias e sites especializados em educação e tecnologia. As dicas apresentam estratégias para o uso do Facebook, Twitter, Google+, Instagram, YouTube e o Edmodo.

Confira as dicas:

Facebook

1. Crie grupos com sua turma para postar informações, avisos e dicas.

2. Compartilhe conteúdo multimídia relacionado aos temas trabalhados em sala de aula.

3. Use a rede social como canal de jornalismo estudantil. Crie uma página para que seus alunos postem novidades sobre projetos e eventos da escola.

4. Faça o seu próprio quiz para que os alunos possam interagir com os conteúdos das aulas. O Facebook tem algumas ferramentas que facilitam essa tarefa, como o aplicativo Quiz Maker.

5. Estimule os alunos a postarem resenhas de livros e resumos de estudos no grupo da classe. Isso pode ajudar no desenvolvimento de projetos de revisão por pares.

Fontes: Edudemic e Online College

Twitter

6. Use o Twitter como ferramenta para criar histórias coletivas com os alunos. Escreva o começo de uma narrativa e fale para eles tuitarem a continuação.

7. Publique desafios diários para os alunos. Professores de disciplinas como matemática, química e física também podem incentivar alunos a resolver problemas e a compartilhar o resultado na rede social.

8. Faça tuítes diários com informações sobre diferentes carreiras. Isso pode ajudar seus alunos a conhecer diferentes profissões e conseguir identificar seus interesses.

9. Crie uma hashtag original (ex: #auladoprofze) e incentive os alunos tuitarem suas anotações durante a aula.

10. Apresente estratégias de pesquisa para que os alunos possam encontrar conteúdos relevantes com o uso de hashtags.

Fontes: Edudemic e TeachHUB

Google+

11. Crie comunidades para compartilhar conteúdos com os seus alunos.

12. Faça conferências com a sua turma utilizando o Hangout. A ferramenta permite realizar transmissões ao vivo para um número ilimitado de pessoas e também gravá-las para assistir mais tarde.

13. Convide diferentes profissionais, como autores e pesquisadores, para participar de videoconferências com os seus alunos.

14. Compartilhe arquivos e atualizações, integrando outras ferramentas como Google Drive ou Agenda.

15. Separe os seus alunos em círculos de usuários (opção disponível na rede social) de acordo com a turma e os interesses de cada um.

Fontes: Google+ for Schools, TeachThought e Educational Technology

Instagram

16. Poste uma foto como prévia para o assunto da próxima aula. É possível interagir com os alunos, pedindo para que eles façam uma pesquisa ou comentem o que já sabem sobre o tema.

17. Crie uma conta para a sua sala e registre momentos como apresentações, desenvolvimento de projetos e excursões. Para manter a privacidade, deixe o conteúdo fechado para acesso restrito aos alunos.

18. Destaque habilidades dos estudantes. Tire fotos de bons trabalhos e projetos realizados por eles.

19. Ensine conceitos básicos de fotografia para os seus alunos, trabalhando iluminação, enquadramento, composição e linguagem. Incentive que eles registrem imagens do cotidiano escolar.

20. Deixe os alunos explorarem seus interesses e diferentes identidades, compartilhando opiniões e comentários por meio de imagens.

Fontes: Universia, Pearson School Systems e Education World

YouTube

21. Engaje os alunos com dicas de vídeos que são relevantes para eles e fomente a discussão de diferentes pontos de vista.

22. Escolha vídeos curtos para apresentar em sala de aula. Isso garante que os alunos tenham um tempo para discutir com base no que foi mostrado.

23. Faça uma conta Google para a escola e utilize o YouTubeEDU com os alunos. Esse ambiente possui conteúdos com foco educativo e permite que os professores e administradores da escola selecionem os vídeos que aparecem como visíveis para o seus alunos.

24. Inverta a sua sala de aula. Mande vídeos para que os alunos assistam os conceitos básicos em casa. Aproveite o tempo em classe para promover a aplicação desses conceitos e incentivar trabalhos colaborativos.

25. Crie listas de reprodução que contemplem temas relacionados às aulas, contextualização para assuntos do mundo real e visões divergentes para fortalecer o posicionamento e o senso crítico.

Fontes: Edudemic e Edutopia

Edmodo

26. Faça postagens para incentivar que os alunos participem de diferentes discussões e compartilhem sua opinião sobre determinados temas.

27. Utilize o construtor de questionários para avaliar o aprendizado dos alunos durante o desenvolvimento das atividades.

28. Organize clubes de leitura para os alunos compartilharem os livros que estão lendo. Eles também podem postar indicações para os colegas.

29. Conecte seus alunos com salas de aula de outros países para que eles possam trocar experiências e conhecer outras culturas.

30. Crie um grupo com atualização sobre eventos que irão acontecer na escola.

Fontes: TeachThought e Support Edmodo

Brejo Santo, no Ceará, é exemplo de `cidade educadora`

Bianca Bibiano - Revista Veja - 19/04/2015 - São Paulo, SP

Localizada aos pés da Chapada do Araripe, a 521 quilômetros de Fortaleza, Brejo Santo é uma cidade bem brasileira. Com pouco menos de 50?000 habitantes, situação de quase 90% dos municípios do país, ela ostenta IDH pouco inferior à média nacional e renda por habitante quase 70% menor. Poderia repetir também os péssimos resultados da educação brasileira, mas vem conseguindo escapar ao destino. No Ideb de 2013, índice do governo federal que combina taxas de evasão e repetência com desempenho escolar no nível fundamental, a cidade exibe nota 7,2 - a média brasileira é 5,2. Em uma das unidades locais de ensino, a Escola Maria Leite de Araujo, a presença de galinhas no pátio de terra batida não permite suspeitar de uma nota invejável: 9,2. O curioso é que, até 2009, a cidade cearense era ainda mais parecida com o Brasil. Cerca de 70% dos alunos não aprendiam o esperado em português e matemática. De lá para cá, a rede de ensino vem registrando avanços seguidos. Em 2013, finalmente, virou o jogo: 72% dos estudantes do 5º ano atingiram o patamar adequado de aprendizagem em matemática, por exemplo, taxa que chegou a impressionantes 100% na Maria Leite de Araujo. O índice brasileiro é 32%.

O que faz da cidade uma referência de qualidade é uma política pouco pautada por invencionices e muito apoiada em eficiência, meritocracia e equidade. No dia a dia, isso se traduz em práticas eficazes em sala de aula, avaliação e premiação de professores e garantia de que todos os alunos recebem o mesmo ensino. `Coloquei a educação no centro do meu projeto político, porque sei que isso terá impacto nos demais setores na vida local`, explica o prefeito Guilherme Sampaio Landim (PSB). Pelo serviço, o jovem médico de 29 anos receberá na semana que vem, em cerimônia em São Paulo, o Prêmio Prefeito Nota 10, promovido pela primeira vez pelo Instituto Alfa e Beto (IAB). O prefeito vencedor ganha 200?000 reais.

O objetivo do Prefeito Nota 10 é identificar a rede municipal de ensino com melhor desempenho na Prova Brasil, exame federal que avalia estudantes de 5º e 9º anos do ensino público e que compõe o Ideb. Concorriam ao prêmio somente cidades com mais de 20?000 habitantes em que ao menos 80% dos alunos tivessem participado da Prova Brasil. Desses, 70% tinham de provar que sabiam o que se esperava deles. Nenhuma cidade, nem mesmo Brejo Santo, preencheu esse último critério. O IAB chegou então a doze municípios com resultados destacados e apontou os melhores em cada região do Brasil. Na Região Norte, infelizmente, nenhum município atingiu os índices necessários.

Reconhecendo a cidade com melhor média, o prêmio retira dos holofotes administrações que mantêm escolas-modelo, mas não replicam a qualidade desses centros de excelência em toda a rede. `A qualidade do ensino de nossas crianças depende menos de Brasília do que de municípios e de prefeitos comprometidos`, diz o educador João Batista Araujo e Oliveira, presidente do IAB. De fato: 54,7% dos quase 30 milhões de alunos do ensino fundamental brasileiro estudam em unidades municipais. `O prêmio quer identificar quem consegue fazer um grande trabalho em escala, levando qualidade a todas as escolas que administra`, acrescenta Oliveira.

A receita de Brejo Santo não tem lugar para ingredientes exóticos. `Fazemos feijão com arroz benfeito todos os dias`, diz Ana Jacqueline Braga Mendes, secretária de Educação. O cardápio inclui regras rígidas para alunos e professores. Os 11 771 estudantes têm dever de casa. Se um deles falta, a escola entra em contato com sua família. `Isso reduziu drasticamente o abandono`, diz a secretária. O prefeito também mexeu em leis e recorreu a medidas inicialmente consideradas impopulares. Unidades que mantinham as chamadas classes multisseriadas, em cujos bancos se sentavam lado a lado crianças de 7 a 12 anos, foram fechadas, e os alunos, transferidos para locais mais distantes, porém estruturados. Professores, por sua vez, passaram a ser avaliados, e aqueles que não demonstraram bons resultados foram retirados das salas de aula: parte foi demitida, parte assumiu funções administrativas. Com os melhores em sala de aula, a prefeitura aumentou os salários. O piso inicial é de 2?673 reais, diante do salário mínimo de 1917,78 reais estabelecido pelo Ministério da Educação.

Brejo Santo faz um grande trabalho. Porém, há muito que avançar. Embora mantenha a melhor rede municipal do país, a cidade ainda não chegou ao marco de 70% das crianças com conhecimento adequado à série em que estudam. O caminho, no entanto, está traçado.

Exame de proficiência tem mais de 5 mil candidatos confirmados

Assessoria de Comunicação Social do Inep - MEC - Revista Gestão Universitária - 17/04/2015 - Belo Horizonte, MG

A primeira edição de 2015 do exame para obtenção do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras) teve 5.197 inscrições homologadas. As provas serão aplicadas de 19 a 21 de maio próximo, em 23 postos credenciados no Brasil e em 61 no exterior (em 34 países).

No México, de acordo com o posto aplicador Instituto Politécnico Nacional, há um caso especial nesta edição do exame, que é a inscrição de uma pessoa de 90 anos de idade. No caso desse candidato, a prova terá caracteres ampliados (macrotipo), com tempo adicional para a realização. O examinando é aluno do curso de língua portuguesa da instituição.

As avaliações do Celpe-Bras têm uma parte de prova escrita, com duração de três horas, a ser realizada em 19 de maio; e outra de prova oral, de 20 minutos, entre 19 e 21 de maio.

De acordo com a pontuação obtida, o participante será classificado em quatro níveis de proficiência. Aqueles que obtiverem pontuação entre 2 e 2,75 serão classificados no intermediário. Entre 2,76 e 3,5, no intermediário superior. Entre 3,51 e 4,25, no avançado. Entre 4,26 e 5, no avançado superior. Quem obtiver menos de 2 pontos não conseguirá a aprovação.

Para obtenção do certificado, o participante deve realizar as provas das duas partes do exame. A ausência em qualquer uma delas acarretará a eliminação automática, sem direito à restituição da taxa de inscrição.

O Celpe-Bras é o único documento brasileiro de proficiência em português como língua estrangeira reconhecido e aceito oficialmente em empresas e em instituições de ensino, para ingresso em cursos de graduação e em programas de pós-graduação. O exame é elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).

Editoriais

Fuga de professores

Antônio Gois - O Globo - 20/04/2014 - Rio de Janeiro, RJ

Maioria dos alunos que ingressam em licenciaturas de física, biologia, matemática e química não conclui o curso

Ao investigar a base de dados do Censo da Educação Superior no Brasil, a pesquisadora Rachel Pereira Rabelo descobriu um dado inédito e preocupante: dos alunos que ingressaram em 2009 nos cursos de licenciatura em física, biologia, matemática e química, apenas uma minoria consegue concluir o curso. A situação mais preocupante está em física, onde somente um em cada cinco (21%) estudantes obtém o diploma. Em matemática e química, a relação é de apenas um em cada três universitários (34% em ambos os cursos). Em biologia, a taxa é de 43%.

Os dados constam de sua dissertação de mestrado na Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE. Rachel, que é também servidora do Inep (instituto vinculado ao MEC responsável pelas avaliações e censos educacionais), conseguiu trabalhar pela primeira vez com dados longitudinais dos estudantes, ou seja, pôde acompanhar até 2013 a trajetória de uma mesma geração de alunos que ingressou nesses cursos cinco anos antes. Isso só foi possível porque, a partir de 2009, os dados do censo permitiram identificar cada universitário em todo o seu percurso acadêmico.

Além de uma minoria de alunos conseguir se diplomar nessas licenciaturas, a tese mostra que, desses poucos que se formam, a maioria, uma vez no mercado de trabalho, acaba desistindo da profissão e migra para outras ocupações, possivelmente em busca de melhores salários.

O olhar de Rachel para essas quatro licenciaturas se justifica porque elas estão entre as de maior déficit de professores em sala de aula. A tese mostra que somente 20% dos profissionais que dão aulas de física no país possuem formação adequada para esta disciplina. Esses percentuais são um pouco maiores nos casos de química (35%), biologia (52%) e matemática (64%).

Outro dado que revela o tamanho do problema nessas áreas é o percentual de alunos na educação básica que não tiveram professores nessas disciplinas. Em 2013, de acordo com o Censo Escolar, um terço das turmas do ensino médio não tiveram docentes de biologia (33%), química (35%) ou física (36%) para dar aulas. Em matemática, a proporção foi de 25%.

Ou seja, uma parcela nada desprezível de nossos jovens têm formação precária nessas disciplinas porque sequer havia professor com titulação adequada para dar aulas.

O problema não é novo, e, nos últimos anos, o Ministério da Educação tentou combatê-lo estimulando a criação de novos cursos ou tentando atrair mais alunos para essas áreas de formação de professor, oferecendo bolsas e outros incentivos tanto para professores já em atuação, mas com formação inadequada, quanto para novos alunos que pretendem seguir a carreira docente.

Esse esforço, até agora, tem se mostrado insuficiente para dar conta do desafio. Com base nas taxas de ingresso, conclusão, e em componentes demográficos e do mercado de trabalho, Rachel fez projeções do número de professores em sala de aula até 2028. Elas indicam que o problema é mais preocupante em física e matemática, pois, mesmo no cenário mais otimista, a estimativa é de que chegaremos em 2028 com um número menor de professores até do que o verificado hoje nessas duas áreas.

Ao fim, a conclusão do estudo é de que seria muito mais eficiente desenvolver políticas para evitar a evasão nesses cursos do que priorizar a ampliação do número de vagas. É como se estivéssemos insistindo em colocar mais água numa banheira com vazamentos por todos os lados.

Os desafios para a democratização da educação superior pública

Daniel Cara - UOL Educação - 16/04/2015 - São Paulo, SP

Na última sexta-feira (10/4) estive no auditório da reitoria da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) para debater a situação das universidades públicas (leia mais sobre o evento aqui).

Logo após as eleições de 2014, defendi em artigo que as políticas de democratização do acesso à educação ajudaram a eleger Dilma – e também o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

O povo brasileiro valoriza a escolarização. Mas se antes a população demandava acesso à educação secundária (ensino médio, o antigo colegial), desde os anos 1990 ela começar a almejar o ensino superior. É uma reivindicação justa, lógica e com enorme potencial para o desenvolvimento da sociedade brasileira.

Democratizar o ensino superior, especialmente o público, é medida correta e urgente. Demorou muito, mas enfim a questão social chegou às universidades públicas. Para estudarem, além de boas aulas, convivência acadêmica, oportunidades no desenvolvimento de pesquisas e interlocução com a sociedade, uma boa parte dos novos alunos necessita de políticas de auxílio e assistência estudantil.

Ou seja, não se trata apenas de aumentar vagas, embora o esforço de expansão seja marcadamente meritório. É imprescindível também criar meios para viabilizar transporte, alimentação e moradia estudantil. Além, é claro, de boas instalações, bons professores, bons laboratórios, boas bibliotecas, incentivo à pesquisa, disponibilização de insumos pedagógicos, etc.

Na reitoria da Unifesp, uma faixa verde levada pelos alunos concluía: “nenhum direito a menos”. Questionada, a reitoria explicava detalhadamente medidas relativas ao bandejão (alimentação universitária), moradia, falta de recursos pedagógicos, calendário de obras, etc. Não é a toa que as demandas eram muito próximas das reivindicações empunhadas pelos jovens nas jornadas de junho de 2013. Aumenta a pressão pela qualidade dos serviços públicos. É uma nova etapa da nossa democracia, talvez a mais difícil e necessária.

Com um novo modo de discursar, os alunos argumentaram que a ausência de políticas adequadas de auxílio e assistência estudantil gera abandono e evasão. Como consequência, muitos projetos de vida ficam inviabilizados; e também a sociedade brasileira deixa de ter o benéfico do investimento feito na formação daqueles alunos que, sem alternativas, desistem. Ou seja, todos perdem.

Como resultado dos debates do dia, ficou evidenciada a necessidade de unir forças. O PNE (Plano Nacional de Educação) demanda a criação de cerca de 2 milhões de matrículas em instituições públicas de ensino superior. Além do acesso, o objetivo do plano é manter e aprimorar a qualidade.

Para organizar o trabalho, a ideia foi estabelecer um amplo “Fórum em Defesa da Educação Superior Pública``. Como norte, está sendo redigido um manifesto com o objetivo imediato de evitar os cortes orçamentários nas políticas públicas educacionais.

A estratégia é fazer desse documento uma plataforma comum de orientação e negociação perante os governos federal e estaduais, especialmente no contexto atual de crise arrecadatória e econômica.

Os pessimistas dirão que é pouco, mas o primeiro passo sempre é o da articulação de esforços com base em princípios e programas. O princípio geral é o da democratização da educação superior pública com qualidade. O programa é que isso seja feito garantindo condições de acesso e permanência dos estudantes, excelência na pesquisa e uma ampla agenda de extensão.

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