Quinta-feira, 09 de abril
de 2015
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Matérias de Hoje
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Agência Brasil
- 08/04/2015 - Brasília, DF
“O Brasil
avançou muito em todas as metas, no entanto, não conseguiu
alcançar em sua totalidade algumas delas. Há um grande
desafio para o Brasil, sabemos que o país tem um tamanho
continental, são milhares de escolas, professores, alunos, tem uma
grande complexidade, mas tem todo o potencial para alcançar as
metas”
Revista
Gestão Universitária - 08/04/2015 - Belo Horizonte, MG
A edição deste ano
apresenta uma novidade para os alunos de graduação: o
módulo `Mãos na Massa`
O Tempo - 09/04/2015
- Belo Horizonte, MG
Segundo o
secretário, o número de alunos matriculados caiu e o de
educadores aumentou
UOL
Educação - 09/04/2015 - São Paulo, SP
Por outro lado, essas
instituições podem diminuir a oferta ou zerá-la caso
não haja recursos
Agência Brasil
- 08/04/2015 - Brasília, DF
O documento destaca que a
educação não é a prioridade em muitos
orçamentos e mudou pouco desde 1999
IG
Educação - 08/04/2015 - São Paulo, SP
Relatório da Unesco mostra
que País atingiu apenas duas das seis metas de
universalização da educação nos últimos
15 anos
Agência Brasil
- 08/04/2015 - Brasília, DF
O documento aponta que o mundo
avançou na oferta de educação, mas ainda tem muitos
desafios
Revista
Gestão Universitária - 09/04/2015 - Belo Horizonte, MG
Palestra online sobre
mudanças no Instrumento de Avaliação atrai centenas de
Faculdades Encontro gratuito realizado pela Carta Consulta reuniu
mais de 800 gestores de Instituições de Ensino Superior de
todo o país
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Editoriais, artigos e opiniões
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O Globo - 09/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ
IG Educação - 09/04/2015 -
São Paulo, SP
UOL Educação - 09/04/2015 -
São Paulo, SP
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Matérias
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Unesco: Brasil cumpriu duas
das seis metas da Educação estabelecidas em 2000
Mariana Tokarnia - Agência Brasil
- 08/04/2015 - Brasília, DF
O Brasil cumpriu
duas das seis metas do Marco de Ação de Dakar,
Educação para Todos: Cumprindo nossos Compromissos Coletivos,
firmado em 2000 por 164 países. De acordo com o último
relatório de monitoramento divulgado pela Organização
das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (Unesco), apenas um terço dos
países cumpriu as metas.
Das seis metas da
agenda, o Brasil conseguiu universalizar o acesso à
educação primária, do 1º ao 5º ano do ensino
fundamental, e incluir meninos e meninas na escola, independentemente do
gênero. Reduzir o analfabetismo dos adultos, garantir
educação de qualidade aos jovens e as crianças com
menos de 5 anos de idade continuam sendo desafios para o país.
“O Brasil
avançou muito em todas as metas, no entanto, não conseguiu
alcançar em sua totalidade algumas delas. Há um grande
desafio para o Brasil, sabemos que o país tem um tamanho
continental, são milhares de escolas, professores, alunos, tem uma
grande complexidade, mas tem todo o potencial para alcançar as
metas”, avaliou a coordenadora de Educação da Unesco no
Brasil, Rebeca Otero.
Saiba Mais
O Brasil precisa
vencer o analfabetismo, que atinge ainda 8,3% da população
com mais de 15 anos, segundo os últimos dados da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios. Precisa melhorar o ensino médio,
em termos de atratividade e da oferta do ensino técnico
público. Além disso, por lei, até 2016, terá
que colocar todas as crianças de 4 e 5 anos, cerca de 700 mil, no
ensino infantil.
No
relatório, o país é citado como o que “teve os
ganhos mais substanciais entre as crianças das famílias mais
pobres comparados com os de famílias menos pobres”. Um dos
fatores para isso ter ocorrido são os programas de inclusão
de renda como o Bolsa Família, que é citado mais de uma vez
no documento. O texto, no entanto, ressalta que o programa não
possibilita resolver a questão da inclusão: “Mesmo
programas relativamente bem orientados como o Bolsa Família
não chegam aos extremamente pobres e não resolvem os seus
desafios”, diz.
Rebeca ressalta
que, apesar de vencida a meta da universalização do ensino
fundamental, o Brasil, que chegou a uma taxa de 97% de inclusão,
ainda não atende plenamente a populações mais
vulneráveis como a indígena, quilombola e de pessoas com
deficiência. Em relação à questão de
gênero, a coordenadora diz que faltam políticas nacionais
orientadas para tal. Para Rebeca, a suspensão do chamado kit
anti-homofobia, que seria distribuído nas escolas para a abordar, a
homossexualidade e questões de gênero foi um retrocesso. A
questão gerou polêmica principalemente entre grupos religiosos
e a presidenta Dilma Rousseff acabou suspendendo a
distribuição do kit em 2011.
“O Brasil
tem passado nesse âmbito um certo retrocesso, tem tido algumas
restrições nesse sentido. É importante buscar
trabalhar isso [questões de gênero e sexualidade] com os
nossos jovens para que não haja retrocesso”, disse
Rebeca.
O Marco de
Ação de Dakar, Educação para Todos: Cumprindo
nossos Compromissos Coletivos foi firmado em 2000 por 164 países. A
Unesco acompanha o progresso das metas que deveriam ser cumpridas
até 2015. O resultados estão no Relatório de
Monitoramento Global de Educação para Todos 2015
“Educação para Todos 2000-2015: progressos e
desafios”, a última edição do monitoramento,
produzido por uma equipe independente da Unesco. Uma nova agenda
deverá ser definida pelos estados-membros até setembro deste
ano.
Escola do Centro de
Pesquisas Físicas recebe inscrições
Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação - Revista Gestão
Universitária - 08/04/2015 - Belo Horizonte, MG
O Centro
Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF/MCTI) recebe até o
próximo domingo (12) inscrições para a 10ª Escola
do CBPF, que será realizada entre os dias 13 e 24 de julho, no Rio
de Janeiro (RJ).
A atividade
terá dois módulos voltados para estudantes que cursam os
últimos períodos da graduação, um módulo
com minicursos para alunos de pós-graduação, um
módulo destinado a professores do ensino médio e uma
série de palestras de divulgação abertas ao
público.
A
edição deste ano apresenta uma novidade para os alunos de
graduação: o módulo `Mãos na Massa`, com
atividades intensivas, em horário integral, nos diversos
laboratórios do CBPF.
Na segunda semana
de evento, haverá a terceira edição do Programa de
Formação Continuada de Professores de Ensino Médio
(Profcem), que oferece a professores do ensino médio oficinas de
física clássica e moderna, por meio de uma abordagem
experimental. Para esse programa, as inscrições vão
até 12 de junho.
Minas pode reduzir
número de professores na rede estadual
Tâmara Teixeira - O Tempo -
09/04/2015 - Belo Horizonte, MG
O governo de Minas
estuda reduzir o número de professores na rede estadual. O corte de
vagas, segundo o secretário de Planejamento e Gestão,
Helvécio Magalhães, seria justificado pelo fato de que, nos
últimos 12 anos, as matrículas de alunos caíram, e a
contratação de professores aumentou.
O levantamento da
Secretaria de Estado de Educação mostra que de 2002 para
2014, o número de matrículas nos ensinos fundamental,
médio e EJA (educação para jovens e adultos) foi
reduzido em 17%, passando de 2,5 milhões para 2,1 milhões. De
outro lado, segundo a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag),
o total de professores
ativos no
período aumentou 23%, indo de 152 mil para 189 mil.
A
redução pode ser feita durante o processo de
transição que os profissionais da educação
terão que passar em função da inconstitucionalidade da
Lei Complementar 100, de 2007. Cerca de 59 mil servidores ativos –
incluindo professores e outros funcionários da área –
terão que se desligar do Estado. Eles serão
substituídos por concursados. O restante dos atingidos já se
aposentou.
O prazo para que
isso aconteça será definido pelo Supremo Tribunal Federal,
que analisa o pedido do governo para que os designados permaneçam
nos postos até dezembro. A decisão inicial era que todos
fossem demitidos em 1º de abril.
“É
possível (reduzir o número de vagas de professores) porque
tem um dado que nos alerta. Há uma redução no
número de crianças nas escolas do ensino fundamental. No
ensino fundamental não tem crescido a rede porque não
têm crianças nessa idade, tem crescimento necessário no
ensino médio. Diminuiu o número de crianças, mas
não diminuiu o número de professores”, afirmou em
entrevista exclusiva a O TEMPO.
Para o governo, a
extensa folha de pagamento é um problema. Os profissionais da
educação respondem por quase 50% dela.
Segundo
Magalhães, houve um descontrole na contratação dos
designados. “Foram efetivados milhares na Lei 100. Três anos
depois, já havia o mesmo tanto de designados. Algo aconteceu.
Não tem nenhum controle sobre a folha de designados. Não tem
sequer um sistema que gere milhares de funcionários. Não
estou fazendo juízo de valor sobre fraudes. Vamos investigar.
Imediatamente, estamos contratando um sistema para gerir a folha de
designados”, afirmou.
No STF
Lei 100. A
modulação dos efeitos da Lei 100, que estava para ser
discutida nesta semana no Supremo Tribunal Federal (STF), acabou retirada
da pauta da Corte. Não há prazo para sua análise.
Novo ministro da
Educação pode aliviar dificuldades da pasta
Soraya Smaili - UOL
Educação - 09/04/2015 - São Paulo, SP
Nos últimos
meses, o tema da educação ganhou bastante destaque na
imprensa e alguma discussão na sociedade. Entre outros temas,
passamos por um início de ministério e aguardávamos a
indicação do novo ministro da Educação, o
professor Renato Janine Ribeiro.
Sua
trajetória acadêmica, sua habilidade e clareza de pensamento e
concepções representam uma lufada de ar em uma conjuntura
complexa. Como o próprio ministro disse, isso mostra a
importância que a sociedade dá ao tema e representa o desejo
de que a educação dê certo.
Ao longo das
últimas semanas, muito se falou sobre questões
orçamentárias e financiamento da educação. Em
que pese a divulgação de que os recursos públicos em
educação possam ter chegado à 6,6 % do PIB (valores
estimados e corrigidos para 2013 em torno de R$ 360 bilhões),
é preciso olhar para esse número com cautela.
Alguns
poderão considerar esse valor até elevado, porém ele
representa o total de recursos públicos aplicados em todos os
níveis da educação (do básico ao superior), por
todas as esferas de governo, e não somente para o setor
público, mas para os gastos indiretos no setor privado. Esse
último dado chama a nossa atenção, especialmente
quando falamos em programas como Fies, Prouni e Pronatec.
Por conta do Fies,
a educação superior tem tomado conta do noticiário
sobre educação. Os dados apresentados mostraram que as
empresas do ensino privado em nosso país receberam aumentos
consideráveis nos últimos anos, tendo ultrapassado a casa dos
R$ 20 bilhões em 2014.
Dados publicados
recentemente pela imprensa também mostraram que as
instituições utilizaram os recursos para o seu custeio e
têm incentivado os estudantes já matriculados a utilizarem as
bolsas, ao invés de ampliarem o quantitativo de matrículas e
vagas.
Por outro lado,
essas instituições podem diminuir a oferta ou zerá-la
caso não haja recursos. Além disso, os estudantes são
obrigados a ressarcir os valores alguns anos mais tarde, onerando-os muito
mais, bem como o Estado, e muito pouco a instituição de
ensino.
No que diz
respeito à educação pública, o sistema federal
de ensino superior realizou um dos maiores programas de expansão na
última década. Entre 2003 a 2014, foram mais de 420 novas
unidades de ensino técnico e tecnológico, perfazendo um total
de 562 unidades ou escolas organizadas em 38 institutos federais espalhados
pelo país.
No que se refere
às universidades federais, o sistema expandiu de 47 para 63
instituições e dentre as existentes a expansão de
vagas foi exponencial. Atualmente, o número de estudantes de
graduação no sistema federal ultrapassou a casa do 1,1
milhão em 2014, o que representa um aumento de mais de 100% no
período. Além disso, o sistema de universidades federais
promove a assistência em saúde, feita em seus 47 hospitais
universitários.
A expansão
pública, juntamente com o sistema de acesso universal e a
política de cotas, fez com que o perfil socioeconômico dos
estudantes dessas universidades mudasse. Atualmente, o sistema de
educação público federal atende a jovens das camadas
mais carentes da população e que precisam de apoio à
permanência, já que em muitos casos, a renda familiar desses
jovens não chega a 1,5 salário mínimo.
Sem dúvida,
as universidades, os centros tecnológicos e as escolas
técnicas tornaram-se veículos de formação a
serviço da sociedade e representam um grande projeto de
inclusão social que terá reflexos importantes nos
próximos anos.
Em 2014, as
universidades públicas federais gastaram R$ 24 bilhões,
contabilizando salários e aposentadorias. Desse montante, cerca de
R$ 6 bilhões foram para custeio e investimento. Ou seja, trata-se de
um sistema eficiente e, principalmente, permanente.
Todo o
investimento feito na educação pública permanece e se
enraíza. As vagas abertas permanecerão e não
ficarão sujeitas aos interesses do lucro.
Por isso, a defesa
do ensino público deve ser a prioridade de todos os educadores, pois
é nesse espaço que teremos mais crianças e jovens
estudando de maneira segura e que permanecerá como um legado para as
gerações futuras.
Em uma nova fase
do Ministério da Educação e tendo à frente um
grande ministro, estaremos a postos para atuar e colaborar na defesa
permanente da educação pública para o desenvolvimento
do nosso projeto estratégico de nação.
Países precisam
aumentar investimento em educação, diz Unesco
Mariana Tokarnia - Agência Brasil
- 08/04/2015 - Brasília, DF
O mundo precisa
aumentar o investimento em educação, segundo o
relatório final de monitoramento da Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência
e a Cultura (Unesco) das metas estabelecidas em 2000 no Marco de
Ação de Dakar, Educação para Todos: Cumprindo
nossos Compromissos Coletivos. O documento foi assinado por 164
países de renda baixa e média baixa. De acordo com o
relatório, eles precisarão gastar 5,4% do Produto Interno
Bruto (PIB) para garantir um ensino de qualidade e as nações
ricas precisarão aumentar os repasses aos países mais pobres
em US$ 22 bilhões por ano.
O documento
destaca que a educação não é a prioridade em
muitos orçamentos e mudou pouco desde 1999. Em 2012, ela representou
13,7% dos gastos dos países, o que é menos do que o
recomendado pela Unesco, de 15% a 20% do orçamento. Os países
acabam priorizando a educação primária, que equivale,
no Brasil, do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, e
negligenciando a educação infantil e a
alfabetização de adultos, diz o texto. O relatório
conclui também que o financiamento do ensino é importante
para que se cumpra uma das premissas da agenda, que é a
educação gratuita
O valor de US$ 22
bilhões corresponde ao deficit anual na educação
básica, que vai do ensino infantil ao ensino médio e
representa quatro vezes o que é repassado hoje em ajuda a
países de renda baixa e média baixa.
Para a Unesco o
investimento mínimo ideal em educação é entre
4% e 6% do PIB do país ou 20% do orçamento. O Brasil cumpre
esse investimento, chegando, segundo os últimos dados do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
Página Inicial (Inep) a um investimento de 6,6% do PIB.
Globalmente, em
2012, de 142 países com dados disponíveis, 39 gastaram 6% ou
mais do PIB em educação. O número aumentou em
relação a 1999, quando dos 116 países com dados
disponíveis, 18 gastaram 6% ou mais do PIB. Na América
Latina, em 12 dos 18 países com dados disponíveis, o
progresso das despesas públicas com educação excedeu o
crescimento econômico, apesar das diferenças proporcionais que
vão desde menos de 7% do orçamento em Antígua e
Barbados até mais de 20% em Belize e na Venezuela.
De acordo com a
coordenadora de Educação da Unesco no Brasil, Rebeca Otero, o
Brasil tem dado destaque à educação, mas, apesar de
cumprir o recomendado pela entidade, ainda deve aumentar o investimento. O
ideal para o país, segundo ela, é que se cumpra os 10% do
PIB, previstos no Plano Nacional de Educação (PNE), que
deverá ser executado nos próximos dez anos. “O Brasil
tem condições de avançar muito. Nós temos
falado muito em educação, agora está na pauta,
é o slogan do governo [Brasil, Pátria Educadora], podemos
avançar em muitos pontos”, disse.
O Marco de
Ação de Dakar, Educação para Todos: Cumprindo
nossos Compromissos Coletivos foi firmado em 2000 por 164 países. A
Unesco acompanha o progresso das metas que deveriam ser cumpridas
até 2015. O resultados estão no Relatório de
Monitoramento Global de Educação para Todos 2015
Educação para Todos 2000-2015: Progressos e Desafios, a
última edição do monitoramento, produzido por uma
equipe independente da Unesco. Uma nova agenda deverá ser definida
pelos Estados-Membros até setembro deste ano.
Brasil inclui
criança, mas perde jovem no ensino médio e mantém
analfabetos
Cristiane Capuchinho - IG
Educação - 08/04/2015 - São Paulo, SP
O Brasil atingiu a
meta de universalizar o ensino fundamental para as crianças
brasileiras, tanto para meninos quanto para meninas. No entanto, o
País ainda perde alunos no ensino médio, não conseguiu
expandir devidamente a educação infantil e mantém 13
milhões de analfabetos acima dos 15 anos de idade.
Isso é o
que indica o relatório global Educação para Todos
2000-2015 (em tradução livre), lançado pela Unesco
nesta quarta-feira (8).
Das seis metas de
universalização da educação lançadas no
ano 2000 e acordadas por 164 países, o Brasil atingiu apenas duas: a
universalização do ensino fundamental e a paridade e equidade
de gênero.
A qualidade do
ensino, a evasão do aluno no ensino médio e a
alfabetização de adultos ainda são os grandes desafios
para a educação brasileira.
Apesar da
redução nos índices de repetência no Brasil, que
baixaram de 24% em 1999 para 9% em 2011, o estudo constata que a
aprovação na escola não veio seguida de melhora na
qualidade do ensino.
`O
relatório aponta a redução de qualidade do ensino em
diversos países, o que faz com que as crianças entrem na
escola mas não aprendam. Temos isso também no Brasil`, indica
Rebeca Otero, coordenadora de Educação da Unesco no
Brasil.
Ela destaca a
evasão no ensino médio: apenas 57% dos alunos brasileiros de
áreas urbanas concluem essa fase do ensino até os 19 anos.
`Hoje o ensino médio não está bem estruturado para
tentar atender o nosso jovem. Além disso, é preciso
qualificar melhor o professor para atender a esse público em termos
de metodologia, de materiais, de ferramentas`, lista.
Os avanços
na inclusão de crianças e jovens na escola não
atingiram os adultos analfabetos. Há no Brasil 13 milhões de
analfabetos com mais de 15 anos, segundo dados do IBGE de 2012.
`Em nenhum dos
três níveis [municipal, estadual e federal] há uma
grande atenção para a alfabetização de adultos.
Temos que pensar que a educação é um direito e ela
influencia no alcance dos outros direitos. Nesse sentido, alfabetizar uma
pessoa de 35, 40, 45 anos é uma questão de direitos humanos`,
avalia Rebeca Otero.
Situação global
O relatório
indica que a maior parte do mundo não alcançou as metas de
educação para todos, apesar de apontar grandes
avanços, como a inclusão de 34 milhões de
crianças na escola nos 164 países que assinaram o compromisso
com a Unesco.
O estudo mostra
que ainda há 58 milhões de crianças fora da escola e
que a expectativa é que cerca de 100 milhões não
completem o ensino fundamental em 2015.
`Outra
constatação é que a desigualdade aumentou. As
crianças mais pobres e mais vulneráveis socialmente
são as que têm mais chances de não entrar na escola, de
não continuar o ensino e de ter os piores resultados escolares`,
comenta Rebeca.
Com o
relatório, a Unesco lança os desafios para os próximos
15 anos. Até 2030, espera-se que todas as crianças e
adolescentes completem a educação pré-primária,
a educação primária (ensino fundamental) e o ensino
médio.
`Os governos
precisam expandir significativamente a aprendizagem de adultos e as
oportunidades educacionais em uma abordagem de aprendizagem ao longo da
vida. O setor educacional deve colaborar estreitamente com outros setores
no âmbito nacional e global para melhorar as perspectivas de
desenvolvimento sustentável`, determina o texto.
Unesco: um terço dos
países que assinaram marco sobre educação cumpriu
metas
Mariana Tokarnia - Agência Brasil
- 08/04/2015 - Brasília, DF
Quinze anos
após firmar o compromisso para melhorar mundialmente a
educação, apenas um terço dos 164 países que
assinaram o documento conseguiu cumprir a agenda com seis metas
estabelecidas, em 2000, no Marco de Ação de Dakar,
Educação para Todos: Cumprindo nossos Compromissos Coletivos.
Segundo o último relatório de monitoramento divulgado pela
Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), metade dos
países conseguiu cumprir a meta do acesso universal à
educação primária, considerada a mais visada. No
Brasil, o período equivale aos primeiros anos do ensino fundamental,
do 1º ao 5º ano.
O documento aponta
que o mundo avançou na oferta de educação, mas ainda
tem muitos desafios. O número de crianças e adolescentes fora
da escola diminuiu quase pela metade desde 2000, 34 milhões foram
incluídos nos sistemas de ensino. A estimativa agora é que,
entre as crianças nascidas em 2005, 20 milhões a mais
terão completado a educação primária em
comparação com a projeção baseada nas
tendências pré-Dakar.
O relatório
mostra que existem, ainda, 58 milhões de crianças fora da
escola. Cerca de 100 milhões, que têm acesso, deixarão
os estudos sem completar a educação primária. A taxa
de permanência das crianças na escola aumentou em 23
países, mas diminuiu em 37. Globalmente, a estimativa é que a
taxa de permanência na educação primária
não será maior que 76% em 2015. Mantido o ritmo de
crescimento da taxa de 1990, a permanência na escola teria chegado a
80%.
Para a
coordenadora de Educação da Unesco no Brasil, Rebeca Otero, a
situação mundial é preocupante.
“Educação não é algo imediato, precisa de
estrutura, de formação, que leva anos. Deve ser
política de longo prazo, de estado, tem que transcender os governos,
só assim é possível progredir”, disse. “A
redução da qualidade faz com que as crianças deixem a
escola sem aprender o básico. A criança está na
escola, passa de ano, mas não aprende”, acrescentou.
O relatório
aponta a desigualdade social como um empecilho no acesso à
educação de qualidade. Segundo o texto, a desigualdade na
educação aumentou. As crianças mais pobres têm
chances quatro vezes menos chances de frequentar a escola quando comparadas
às crianças mais ricas e cinco vezes menos chances de
completar a educação primária. Os conflitos
também são barreira ao acesso à
educação, “entre a população que vive em
zonas de conflito, a proporção de crianças fora da
escola é alta e está aumentando”.
Otero destaca o
financiamento, a gestão e a formação de professores
como condições chave para melhorar a qualidade da
educação. “Educação é base,
é direito de todo cidadão. É a base para
alcançarmos todos os outros direitos. A cidadania, o direito
à saúde. Se não tem educação, não
se alcança outros direitos”, ressaltou.
A Unesco acompanha
o progresso das metas que deveriam ser cumpridas até 2015. O
resultados estão no Relatório de Monitoramento Global de
Educação para Todos 2015 Educação para Todos
2000-2015: Progressos e Desafios, a última edição do
monitoramento, produzido por uma equipe independente da Unesco. Uma nova
agenda deverá ser definida pelos estados-membros até setembro
deste ano.
Revista Gestão
Universitária - 09/04/2015 - Belo Horizonte, MG
*Carolina Fraga - Revista Gestão
Universitária - 09/04/2015 - Belo Horizonte, MG
A Carta Consulta
realizou, na última semana, uma palestra online e gratuita para mais
de 800 profissionais que trabalham na Educação Superior. Os
gestores universitários estavam em busca de
informações sobre as mudanças publicadas pelo INEP na
Nota Técnica nº 08/2015, que alteram alguns aspectos do
Instrumento de Avaliação dos Cursos de
Graduação presenciais e a distância. O encontro foi
ministrado pela Diretora da Carta Consulta, professora Roberta Muriel, uma
das maiores especialistas em Avaliação Institucional do
país. Roberta conversou conosco sobre o evento e também a
respeito dos impactos destas mudanças na avaliação do
ensino superior brasileiro.
G.U: O novo
Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação
presencial e a distância veio com mudanças significativas?
Como você percebeu a nova proposta para avaliação
externa de cursos?
Algumas
mudanças foram bastante significativas, especialmente as
relacionadas a acessibilidade pedagógica e relacional, o que
exigirá maior capacitação do corpo docente das
instituições. Outra mudança foi relacionada à
área de saúde, que foi mais bem contemplada no novo
instrumento e ocorreu uma alteração na relação
alunos/docente ou preceptor que foi muito significativa e altera bastante
esta relação. Em termos de concepção, penso que
as mudanças foram muitas.
G.U.: Você
fez uma palestra pela Internet, sobre o novo Instrumento, para mais de 800
profissionais que trabalham com avaliação institucional nas
IES. Em sua opinião, qual foi a receptividade destes profissionais
em relação às novas propostas do Instrumento?
Penso que a
receptividade foi boa. As pessoas estão muito interessadas em saber
das mudanças, mas percebem pouco o que realmente mudou em termos de
concepção. Porém, a participação foi
grande e isto é muito bom.
G.U.: Se
considerarmos as indicações do novo Instrumento, para onde
caminhará a avaliação de cursos?
As
exigências serão maiores para as coordenações e
maiores também para os avaliadores, que terão que entender
bem mais do processo e da IES para conseguirem avaliar. As IES terão
que investir em capacitação docente para conseguir atender
aos indicadores do novo instrumento, e também em infraestrutura
física e tecnológica.
Além de
abordar as novidades no instrumento de Avaliação, Roberta
também explicou sobre a Rede Communitas de Desenvolvimento de
Oportunidades, que foi lançada durante o encontro. A Rede tem como
objetivo liderar a formação de uma rede de
colaboração, sem custos para a IES ingressante, formada por
Instituições de Ensino Superior que não abriram
capital, mas que desejam desenvolver-se nos aspectos econômico,
científico, acadêmico, empresarial, processual e
operacional.
Quem não
assistiu a palestra ao vivo, mas deseja ter acesso ao conteúdo, pode
fazer a solicitação através do telefone da Carta
Consulta: (31) 3494-2713.
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Editoriais
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Janine faz apelo para os
reitores economizarem
Da redação - O Globo -
09/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ
Nos primeiros dias
no cargo, o recém-empossado ministro da Educação,
Renato Janine Ribeiro, tem investido na racionalização de
gastos. Ele endossou uma mudança na forma de repassar recursos do
Pronatec, conclamou os reitores a fazerem compras de material juntos para
obtenção de melhores preços e dá o exemplo em
pequenas ações. Ainda recorrendo ao
secretário-executivo, Luiz Cláudio Costa, para
questões mais técnicas da pasta, Janine falou ao GLOBO de
desafios, ética e o papel das famílias na
educação.
O GLOBO - O que a
pasta vai priorizar em um ano de ajuste fiscal?
RENATO JANINE
RIBEIRO - Como a presidenta prometeu respeitar as ações
estruturantes e essenciais do MEC, vamos fazer uma hierarquia do que
é mais urgente, outra coisa que estamos fazendo é procurar
formas de economizar, fazer ganhos de gestão. Me reuni com reitores
e apelei a eles que façam ganhos de economia, que se articulem mais.
Sem fugir da sua questão, acho que uma das economias em que eu mais
acredito é evitar a duplicação de ações.
As universidades podem convergir as suas ações (para otimizar
os gastos). A gente vê que tem gastos que podem ser reduzidos.
Impressão de papel, por exemplo.
O GLOBO - Saindo
da visão meramente orçamentária, quais ideias o senhor
traz para o ministério em termos de ações na
área da educação?
Educação RJR - Eu diria que temos que focar
em creche. A gente tem que garantir, no futuro, a
socialização educacional o mais cedo possível. O
problema crucial é ter crianças em condições
muito precárias, na miséria, que remete à
questão de Saint Exupery: ‘quantos Mozarts não
estão sendo assassinados antes mesmo de poderem florescer’.
Quando você tem miséria, desigualdade, está
assassinando potencialidades. Celebramos quando uma pessoa de um meio muito
carente conseguiu chegar a um lugar destaque nas artes, na academia. Mas
isso tem que parar de ser uma exceção. No Brasil, essa
igualdade de oportunidades falta. E socializar no ambiente educacional
desde cedo ajuda na busca da equidade.
O GLOBO - O
resultado dessa inclusão só será visto daqui a duas
gerações, talvez. Como lidar com as pressões por
resultados rápidos?
RJR - É
verdade. Os resultados demoram, mas é preciso começar.
Também há questões que dizem respeito, eu diria,
à consciência humana. Há, por um lado, um reclame muito
habitual por educação de qualidade, sobretudo entre as
pessoas mais informadas; e, por outro, a falta de empenho de muita gente na
escolarização dos filhos. Por exemplo, fazer a
lição de casa com os filhos. O pai precisa
encorajá-los. Além disso, infelizmente, no Brasil, você
tem uma depreciação muito grande do professor. Na
própria novela, o professor nunca é um personagem modelar, a
escola não é um lugar agradável, versus a praia, a
brincadeira o game, o sexo, o namoro.
O GLOBO - As
famílias são omissas?
RJR - Já vi
uma coisa que é terceirizar a educação ética. A
família reclama que a escola não está ensinando
ética aos filhos. Bom, e a educação ética
é algo que você joga para a escola, terceiriza? A
formação ética, psicológica é algo
essencial na educação, não tanto a parte do
conhecimento, do saber. É a postura em face do mundo e às
vezes as famílias estão renunciando, deixam na babá
eletrônica, deixam em atendimento externo. Às vezes até
não apoiam que a escola faça a educação
ética. Veja uma piada que aparece muito na internet: anos 70, o pai
dá uma bronca no filho que chega com o boletim com notas baixas;
hoje, o pai vai reclamar na escola.
O GLOBO - E as
mudanças no Pronatec, bandeira da presidente Dilma?
RJR - Todo mundo
que está dentro do programa vai até o fim. Segundo a
presidente reiterou ontem (terça-feira), os 12 milhões de
matrículas nos quatro anos são a nossa meta (o governo estuda
modificar os critérios de repasse de recursos do Pronatec, exigindo
que tanto a instituição quanto o aluno confirme, mensalmente,
a frequência. Antes, a checagem passava só pela
instituição).O (fluxo) dos ingressos, ainda não
sabemos como se dará.
O GLOBO - Como
valorizar o professor? Apenas com salário? Há críticas
sobre a qualidade dos docentes.
RJR - É
legítimo que o professor queira mais dinheiro, porque a
posição social dele despencou. Ele ganha 70% da média
do que ganham os profissionais de ensino superior. Há os que
defendem a valorização do professor só pelo aumento
salarial. E os que pensam que boas práticas vão dispensar o
aumento de salário. Nenhum lado está certo. O segredo
é ligar os dois. O aumento é vital, às vezes uma
questão de sobrevivência. Agora, temos também que
exigir formas de melhorar o desempenho da atividade.
O GLOBO - E como
fazer isso?
RJR -
Educação básica é (responsabilidade de) estados
e municípios. O MEC pode oferecer expertise e dinheiro. Às
vezes, para oferecer expertise, você nem precisa de dinheiro. A ideia
dos diretores de escolas que está agora em consulta
(pública), por exemplo. É dar uma capacitação
para que eles saibam administrar, gerir é açgo
difícil. Essa capacitação seria por meio dos estados e
municípios. Você tem material impresso pelo próprio
MEC, e de outras instituições, para elaborar aula. É
dessa forma que podemos trabalhar.
O GLOBO - Quais
desafios o senhor se colocou ao aceitar o cargo de ministro?
RJR - São
três. O primeiro é a universalização da
educação. Todas as metas têm que dar escala. No
passado, a educação foi fabulosa para 1% da
população. Numa sociedade como a atual, tem que integrar mais
gente, não existe mais sustentação ideológica
para a desigualdade. Segundo ponto é proporcionar tudo isso com
qualidade. O terceiro ponto eu chamaria de criatividade. Como fazer tudo
isso, de forma mais criativa, tornando a educação prazerosa.
Isso não está nas metas (do Plano Nacional de
Educação), mas é essencial.
Avó analfabeta
decide estudar para conseguir ajudar neto nas lições de
casa
Milena Carvalho - IG
Educação - 09/04/2015 - São Paulo, SP
Dona Maria das
Mercês Silva, 66, sempre teve vontade de estudar. Porém, por
causa do pai – que dizia que lugar de mulher era na cozinha e que iam
para a escola apenas as interessadas em escrever cartas aos namorados
– , a sua primeira oportunidade de estudo aconteceu há apenas
dois anos.
`Ele [o meu pai]
tirou o meu sonho, porque se eu tivesse aprendido naquela época,
hoje eu era milionária`, diz dona Maria, que atualmente trabalha
como auxiliar de limpeza em Curitiba. A vovó, que antes não
sabia ler nem escrever, conta que um dos motivos que a levaram ela a
estudar foi ter dificuldade, por exemplo, para pegar ônibus,
já que não
conseguia
identificar as placas. `Eu não sabia andar nas ruas, não
conhecia os bairros. Nem ler receita de bula de remédios eu
conseguia.`
Mas não foi
só isso que motivou dona Maria a entrar em uma sala de aula. A
grande razão disso tudo tem um nome: Felipe dos Santos, de 10 anos,
neto que é criado por ela desde pequeno. Quando o menino pedia sua
ajuda para fazer as tarefas de casa, a avó não sabia o que
fazer. `Eu começava a chorar porque não conseguia
ajudá-lo e aí ele
também
chorava`.
Nisso, o garoto
teve a ideia de levar a avó para a escola. Enquanto ela dizia que
`era muito velha [para estudar]`, ele a incentivava: `ô, vovó,
vamos lá fazer a matrícula`. `Eu não queria, mas ele
colocou na minha cabeça que nem que ele viesse comigo e ficasse
quietinho na sala, eu teria de vir.` Hoje, ela agradece o neto.
`Graças a Deus ele me incentivou a vir para escola, porque eu
não sabia nem assinar meu nome. Estou aprendendo um mundo novo`,
conta ela.
Cada um em sua
bicicleta, avó e neto vão todas as noites até a Escola
Municipal Rachel Mader Gonçalves. Enquanto dona Maria tem aula ao
lado de 13 alunos que estão em uma faixa de 36 a 70 anos, na maioria
mulheres, em uma das turmas do 2º período de
educação de jovens e adultos (EJA) – equivalente ao
4º e 5º ano do ensino fundamental – Felipe fica na Sala de
Acolhimento, onde participa de atividades de recreação
mediadas por uma professora. No período da manhã, o menino
frequenta o 5º ano da Escola Municipal Marumbi.
Segundo a
vice-diretora da Escola Rachel Mader, Viviane Prass, 34, ter onde deixar o
neto deixou a vovó mais confiante. `Isso motivou ela querer estudar,
porque ela tinha a preocupação: `com quem vou deixar o
Felipe?``, afirma.
Professora de Dona
Maria, Teresa Cristina Taques, 49, diz que além de ser bastante
curiosa, a avó tem um espírito de liderança como
ninguém. `Ela é cheia de opiniões e
convicções. Às vezes é até meio dificil,
porque ela quer que prevaleça a opinião dela`, relata.
Teresa, que
também já acompanhou Felipe na Sala de Acolhimento, fala
sobre a relação estreita da vovó com o neto. `Ela tem
uma preocupação muito grande com o Felipe, para que ele
não passe o mesmo que ela está passando agora.` E a
recíproca também é verdadeira. `Quando eles vêm
juntos de bicicleta, é ele quem carrega a mochila dela nas costas`,
conta Teresa.
Além das
disciplinas regulares, dona Maria também realiza atividades como
educação física, culinária e artes. A
professora e articuladora Cristiane Nabosne, 35, acompanha a vovó
uma vez por semana e conta que trabalhos como esses também animam a
senhora. `São atividades que fazemos para que eles permaneçam
e progridam aqui, porque nessa idade não é
fácil.`
Sonhos e
desejos
Pelo visto, dona
Maria gostou tanto das aulas de culinária que quer levar isso para o
futuro. `Um dos meus sonhos é montar minha doceria lá em casa
e vender meus doces. Mas agora, só com a minha aposentaria e
salário, não dá`, lamenta.
Essa não
é a única ambição dela. Além de querer
ser professora e ensinar o que aprendeu para outras crianças, dona
Maria pretende, segundo ela, `chegar ao topo`.`Eu quero escrever um livro
sobre a minha vida, desde o começo até o fim`, idealiza.
Guia: aprenda como fazer
um TCC incrível em 10 passos
Edgard Matsuki - UOL
Educação - 09/04/2015 - São Paulo, SP
Antes de
conquistar um diploma, estudantes universitários têm um
último desafio. Ao mesmo tempo em que o TCC pode ser a oportunidade
para o estudante realizar um trabalho memorável, o trabalho causa
pânico em alguns estudantes. Para ajudá-lo a fazer um projeto
nota dez, o UOL separou um passo-a-passo que vai desde o planejamento
até a apresentação final.
Para criar esse
guia, o UOL consultou a professora Rachel Polito, que escreveu um livro com
dicas para um bom TCC e o professor da UnB (Universidade de
Brasília) Pedro Demo. Confira as dicas:
1 –
Informe-se sobre as regras da sua instituição
Antes de
começar o trabalho propriamente dito, explore as possibilidades que
o seu curso pode proporcionar a você. `É importante saber os
tipos de TCC que a universidade que o aluno está cursando permite. O
TCC pode ser um estudo de caso, um projeto experimental ou uma monografia`,
diz Polito. Converse com professores e ex-alunos para entender qual
é o tipo de trabalho que mais se encaixa com você.
2 –
Faça um cronograma com base no tempo que você tem
O tempo que
você tem para realizar o seu TCC também depende das regras da
instituição em que você estuda. Algumas disponibilizam
6 meses e outras um ano para o trabalho. O prazo vai definir a profundidade
do seu trabalho. Dentro do tempo previsto, faça a divisão de
tarefas mês a mês. O cronograma não precisa ser fechado,
mas vai ajudá-lo a ter uma base se está com o trabalho
adiantado ou atrasado.
3 – Opte por
um orientador exigente e criativo
Um bom orientador
é primordial para não deixar o estudante se perder. Polito
aponta que a escolha não deve ser feita apenas por afinidade: `O bom
orientador é rigoroso e está envolvido com o TCC dos seus
orientandos`. Pedro Demo também chama atenção que
é importante um orientador que deixem os alunos criarem.
`Senão o estudante acaba virando um papagaio de vestibular e
não aprende nada no TCC`, diz.
4 – Escolha
parceiros que complementem o seu trabalho
Algumas
instituições permitem que os estudantes façam o TCC em
duplas ou grupos. Assim como na escolha do orientador, afinidade não
é fator de decisão. `O maior problema é querer
trabalhar só com amigos. Isso pode acabar com o TCC e com as
amizades`, diz Polito. A professora aponta que a escolha de pessoas com
habilidades complementares pode ser a chave para um bom trabalho: `Se o
aluno é bom em redação, mas não gosta muito de
pesquisa, deve procurar alguém com essa habilidade`.
5 –
Faça o trabalho sobre algo que você goste
Na hora da escolha
do tema, a afinidade pesa sim na hora da decisão. `A dica mais
importante na escolha do tema é: escolher um tema que vai
deixá-lo animado no desenvolvimento do trabalho até o final`,
diz Polito. Também é preciso ter cuidado na hora do
planejamento do tema. Pensar em algo megalomaníaco pode causar
problemas na hora de botar as ideias na prática.
6 – Leia,
leia e leia
Uma boa
fundamentação teórica é essencial para quem
deseja ter um bom TCC. `É preciso cuidar da leitura para se ter
assunto. Tirar zero significa, também, não ter nada a dizer`,
diz Pedro Demo. Separe um tempo para ler sobre o assunto que será
tema do TCC, sobre técnicas de abordagem do trabalho (livros
técnicos ajudam) e não deixem de ter acesso a outros bons
trabalhos de conclusão de curso da sua universidade.
7 – Preste
atenção às normas da ABNT
Entre as leituras
fundamentais para alguém que está produzindo um TCC
está a das normas da ABNT. Para além do conteúdo do
trabalho em si, a forma que ele é apresentado também conta.
Polito destaca que é bom prestar atenção na
normatização desde o começo: `Se o trabalho for
formatado desde o início dentro das regras da ABNT, fica tudo mais
fácil e mais simples e não haverá stress nenhum no
final`.
8 – Nunca
caia na tentação do plágio
Apesar de parecer
uma dica óbvia, muitos estudantes tentam ir pelo um caminho mais
fácil: copiar trabalhos (ou trechos) prontos ou mesmo encomendar um
Trabalho de Conclusão de Curso. Atualmente, há diversos
softwares utilizados por universidades que identificam qual porcentagem de
cópia um trabalho tem. Copiar é muito diferente de fazer
citações. Ou seja, se você chegar a pegar um trecho de
algum trabalho, é só citar a fonte.
9 – Treine
para a sua apresentação final
Todo TCC tem um
dia de apresentação para uma banca. Ele é o
último dia do trabalho e, sem dúvida, o mais importante. Por
isso, ensaie para a apresentação algumas vezes (inclusive com
amigos de público) para chegar ao preparado ao grande dia. Tenha
ciência também que a presença de parentes e amigos pode
aumentar ou diminuir a autoconfiança do estudante. Analise e decida
se é melhor convidá-los ou não.
10 – Pense
além da nota dez
Tirar a nota
máxima é muito importante. Porém, o TCC não se
limita a um `10`. `Se o aluno perceber que profissionalmente também
das informações que levanta para um TCC, encara o trabalho
com mais seriedade`, diz Polito. Encare o TCC como uma chance de enriquecer
o seu portfolio e de aprender para se tornar um bom profissional.
`Estudantes que não elaboram não aprendem a ser autores.
É preciso ter em mente que tem que se pesquisar e não repetir
conteúdo para aprender`, completa Demo.
‘Problemas de
convivência escolar começavam na internet’
Porvir - 08/04/2015 - São Paulo,
SP - Pedro Satiro
Eu vivo me
aventurando fora da minha área. Sou formado em matemática e
há dois anos fui designado para assumir a função de
orientador de informática educativa. No começo de 2014, ao
entrar na sala de aula de uma turma de 9ª ano, notei que os alunos
estavam agitados, comentando sobre uma briga entre duas meninas do 4ª
ano. Eles olhavam para os celulares e acompanhavam uma discussão
online, onde as jovens trocavam ofensas públicas pela rede social.
Eu tentei intervir, mas eles estavam muito eufóricos.
Aproveitei o
momento para conversar com os alunos sobre o assunto e eles me contaram que
esse tipo de situação era mais comum do que eu pensava.
Após um período de discussão, chegamos à
conclusão que muitos problemas de convivência escolar
começavam na internet. Sabemos que muitas vezes os meninos usam as
redes sociais sem ter a idade mínima exigida e os pais não
acompanham isso.
Tivemos uma
discussão muito rica na sala de aula e pensei que o tema poderia
servir de gancho para os alunos desenvolverem o Trabalho Colaborativo de
Autoria, uma atividade obrigatória para todos que concluem o ensino
fundamental na rede pública de São Paulo. Eles ficaram
empolgados e sugeriram que elaborássemos dicas para os alunos mais
novos sobre o bom uso da internet.
Iniciamos o
projeto, chamado Problemas do Território Virtu@l, com
discussões na plataforma Edmodo. Publiquei algumas perguntas e eles
começaram a comentar com discussões e pesquisas sobre o
assunto. Por exemplo, o que pode existir de tão perigoso nas redes
sociais para haver uma restrição de idade? Eu queria que eles
refletissem sobre isso e percebessem outras questões além do
cyberbullying.
Na
sequência, publiquei um questionamento sobre o papel da
família, da escola e da comunidade na orientação de
crianças e jovens para o uso consciente da Internet em que eles
começaram a sugerir diversas intervenções que poderiam
ser feitas. Por fim, discutimos a importância do Dia da Internet e do
Helpline (serviço de ajuda contra crimes e violações
dos direitos humanos na rede). Após a leitura de tudo o que foi
postado no ambiente colaborativo, tiramos as nossas primeiras
conclusões e definimos as direções necessárias
para a próxima etapa.
A princípio
seria apenas um trabalho de informática, mas a coisa foi crescendo e
envolvendo a escola inteira. Foi então que professores de outras
disciplinas começaram a me ajudar: Sandra Oliveira Ramos
(língua portuguesa), Pascoalina Borges (língua inglesa),
Elizabeth Ferreira dos Santos (geografia), Francisco Coutinho
(ciências), Luzia Marcatto (matemática) e Flávia
Pereira Alves (artes), além da diretora Jane Rodrigueiro.
A gente tentou
criar espaços onde os alunos poderiam explorar suas ideias iniciais
a partir de discussões em fóruns. Tínhamos o papel de
orientar e provocar. Organizamos os jovens em grupos de trabalho e eles
começaram a sugerir ações sobre o tema com base nas
suas próprias habilidades. Foram cartazes, palestras, teatros,
paródias, histórias, músicas, roteiros de curtas e
animações interativas, planejamento de gincana e jogos. Isso
fez com que escola ganhasse um movimento de liberdade para criar. Foi uma
aula além da aula.
Todos os trabalhos
foram apresentados na escola durante a Semana da Criança, em outubro
do ano passado. Os alunos interagiram e convidaram turmas de outros anos
para participarem da atividade. Essa troca de informações
entre alunos de diferentes idades foi interessante. Em um primeiro momento,
os jovens estavam inseguros, mas depois que eles começaram já
estavam mais soltos e com desenvoltura para falar sobre isso. Afinal, esse
é o mundo que eles dominam e vivenciam todos os dias. É muito
melhor eles falarem sobre internet para os outros colegas do que um
professor.
Também
fizemos apresentações do projeto para a comunidade no Dia da
Família na Escola. Aproveitamos esse momento para falar com os pais
sobre o assunto e orientar sobre o uso seguro da internet.
Esse projeto me
fez perceber que só é possível ter bons resultados na
escola quando se trabalha em parceria. Contei com o apoio de muitos
colegas, mas o maior ganho foi ter a participação dos alunos.
O mais interessante foi que, conforme os alunos interviam, o projeto foi
tomando caminhos diferentes durante o ano. Se tivesse que definir a
fórmula dessa prática, diria que ela foi baseada em pesquisa,
parceria e tecnologia. Temos um grande desafio de estimular o trabalho
coletivo e a criatividade com o uso da tecnologia.
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