Clipping 09/04/2015

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Clipping Educacional

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Apr 9, 2015, 10:38:44 AM4/9/15
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Quinta-feira, 09 de abril de 2015

Matérias de Hoje

Agência Brasil - 08/04/2015 - Brasília, DF

“O Brasil avançou muito em todas as metas, no entanto, não conseguiu alcançar em sua totalidade algumas delas. Há um grande desafio para o Brasil, sabemos que o país tem um tamanho continental, são milhares de escolas, professores, alunos, tem uma grande complexidade, mas tem todo o potencial para alcançar as metas”
Revista Gestão Universitária - 08/04/2015 - Belo Horizonte, MG
A edição deste ano apresenta uma novidade para os alunos de graduação: o módulo `Mãos na Massa`
O Tempo - 09/04/2015 - Belo Horizonte, MG

Segundo o secretário, o número de alunos matriculados caiu e o de educadores aumentou
UOL Educação - 09/04/2015 - São Paulo, SP
Por outro lado, essas instituições podem diminuir a oferta ou zerá-la caso não haja recursos
Agência Brasil - 08/04/2015 - Brasília, DF
O documento destaca que a educação não é a prioridade em muitos orçamentos e mudou pouco desde 1999
IG Educação - 08/04/2015 - São Paulo, SP
Relatório da Unesco mostra que País atingiu apenas duas das seis metas de universalização da educação nos últimos 15 anos
Agência Brasil - 08/04/2015 - Brasília, DF
O documento aponta que o mundo avançou na oferta de educação, mas ainda tem muitos desafios
Revista Gestão Universitária - 09/04/2015 - Belo Horizonte, MG

Palestra online sobre mudanças no Instrumento de Avaliação atrai centenas de Faculdades
Encontro gratuito realizado pela Carta Consulta reuniu mais de 800 gestores de Instituições de Ensino Superior de todo o país

Editoriais, artigos e opiniões

Matérias

Unesco: Brasil cumpriu duas das seis metas da Educação estabelecidas em 2000

Mariana Tokarnia - Agência Brasil - 08/04/2015 - Brasília, DF

O Brasil cumpriu duas das seis metas do Marco de Ação de Dakar, Educação para Todos: Cumprindo nossos Compromissos Coletivos, firmado em 2000 por 164 países. De acordo com o último relatório de monitoramento divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), apenas um terço dos países cumpriu as metas.

Das seis metas da agenda, o Brasil conseguiu universalizar o acesso à educação primária, do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, e incluir meninos e meninas na escola, independentemente do gênero. Reduzir o analfabetismo dos adultos, garantir educação de qualidade aos jovens e as crianças com menos de 5 anos de idade continuam sendo desafios para o país.

“O Brasil avançou muito em todas as metas, no entanto, não conseguiu alcançar em sua totalidade algumas delas. Há um grande desafio para o Brasil, sabemos que o país tem um tamanho continental, são milhares de escolas, professores, alunos, tem uma grande complexidade, mas tem todo o potencial para alcançar as metas”, avaliou a coordenadora de Educação da Unesco no Brasil, Rebeca Otero.

Saiba Mais

O Brasil precisa vencer o analfabetismo, que atinge ainda 8,3% da população com mais de 15 anos, segundo os últimos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Precisa melhorar o ensino médio, em termos de atratividade e da oferta do ensino técnico público. Além disso, por lei, até 2016, terá que colocar todas as crianças de 4 e 5 anos, cerca de 700 mil, no ensino infantil.

No relatório, o país é citado como o que “teve os ganhos mais substanciais entre as crianças das famílias mais pobres comparados com os de famílias menos pobres”. Um dos fatores para isso ter ocorrido são os programas de inclusão de renda como o Bolsa Família, que é citado mais de uma vez no documento. O texto, no entanto, ressalta que o programa não possibilita resolver a questão da inclusão: “Mesmo programas relativamente bem orientados como o Bolsa Família não chegam aos extremamente pobres e não resolvem os seus desafios”, diz.

Rebeca ressalta que, apesar de vencida a meta da universalização do ensino fundamental, o Brasil, que chegou a uma taxa de 97% de inclusão, ainda não atende plenamente a populações mais vulneráveis como a indígena, quilombola e de pessoas com deficiência. Em relação à questão de gênero, a coordenadora diz que faltam políticas nacionais orientadas para tal. Para Rebeca, a suspensão do chamado kit anti-homofobia, que seria distribuído nas escolas para a abordar, a homossexualidade e questões de gênero foi um retrocesso. A questão gerou polêmica principalemente entre grupos religiosos e a presidenta Dilma Rousseff acabou suspendendo a distribuição do kit em 2011.

“O Brasil tem passado nesse âmbito um certo retrocesso, tem tido algumas restrições nesse sentido. É importante buscar trabalhar isso [questões de gênero e sexualidade] com os nossos jovens para que não haja retrocesso”, disse Rebeca.

O Marco de Ação de Dakar, Educação para Todos: Cumprindo nossos Compromissos Coletivos foi firmado em 2000 por 164 países. A Unesco acompanha o progresso das metas que deveriam ser cumpridas até 2015. O resultados estão no Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos 2015 “Educação para Todos 2000-2015: progressos e desafios”, a última edição do monitoramento, produzido por uma equipe independente da Unesco. Uma nova agenda deverá ser definida pelos estados-membros até setembro deste ano.

Escola do Centro de Pesquisas Físicas recebe inscrições

Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - Revista Gestão Universitária - 08/04/2015 - Belo Horizonte, MG

O Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF/MCTI) recebe até o próximo domingo (12) inscrições para a 10ª Escola do CBPF, que será realizada entre os dias 13 e 24 de julho, no Rio de Janeiro (RJ).

A atividade terá dois módulos voltados para estudantes que cursam os últimos períodos da graduação, um módulo com minicursos para alunos de pós-graduação, um módulo destinado a professores do ensino médio e uma série de palestras de divulgação abertas ao público.

A edição deste ano apresenta uma novidade para os alunos de graduação: o módulo `Mãos na Massa`, com atividades intensivas, em horário integral, nos diversos laboratórios do CBPF.

Na segunda semana de evento, haverá a terceira edição do Programa de Formação Continuada de Professores de Ensino Médio (Profcem), que oferece a professores do ensino médio oficinas de física clássica e moderna, por meio de uma abordagem experimental. Para esse programa, as inscrições vão até 12 de junho.

Minas pode reduzir número de professores na rede estadual

Tâmara Teixeira - O Tempo - 09/04/2015 - Belo Horizonte, MG

O governo de Minas estuda reduzir o número de professores na rede estadual. O corte de vagas, segundo o secretário de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães, seria justificado pelo fato de que, nos últimos 12 anos, as matrículas de alunos caíram, e a contratação de professores aumentou.

O levantamento da Secretaria de Estado de Educação mostra que de 2002 para 2014, o número de matrículas nos ensinos fundamental, médio e EJA (educação para jovens e adultos) foi reduzido em 17%, passando de 2,5 milhões para 2,1 milhões. De outro lado, segundo a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), o total de professores

ativos no período aumentou 23%, indo de 152 mil para 189 mil.

A redução pode ser feita durante o processo de transição que os profissionais da educação terão que passar em função da inconstitucionalidade da Lei Complementar 100, de 2007. Cerca de 59 mil servidores ativos – incluindo professores e outros funcionários da área – terão que se desligar do Estado. Eles serão substituídos por concursados. O restante dos atingidos já se aposentou.

O prazo para que isso aconteça será definido pelo Supremo Tribunal Federal, que analisa o pedido do governo para que os designados permaneçam nos postos até dezembro. A decisão inicial era que todos fossem demitidos em 1º de abril.

“É possível (reduzir o número de vagas de professores) porque tem um dado que nos alerta. Há uma redução no número de crianças nas escolas do ensino fundamental. No ensino fundamental não tem crescido a rede porque não têm crianças nessa idade, tem crescimento necessário no ensino médio. Diminuiu o número de crianças, mas não diminuiu o número de professores”, afirmou em entrevista exclusiva a O TEMPO.

Para o governo, a extensa folha de pagamento é um problema. Os profissionais da educação respondem por quase 50% dela.

Segundo Magalhães, houve um descontrole na contratação dos designados. “Foram efetivados milhares na Lei 100. Três anos depois, já havia o mesmo tanto de designados. Algo aconteceu. Não tem nenhum controle sobre a folha de designados. Não tem sequer um sistema que gere milhares de funcionários. Não estou fazendo juízo de valor sobre fraudes. Vamos investigar. Imediatamente, estamos contratando um sistema para gerir a folha de designados”, afirmou.

No STF

Lei 100. A modulação dos efeitos da Lei 100, que estava para ser discutida nesta semana no Supremo Tribunal Federal (STF), acabou retirada da pauta da Corte. Não há prazo para sua análise.

Novo ministro da Educação pode aliviar dificuldades da pasta

Soraya Smaili - UOL Educação - 09/04/2015 - São Paulo, SP

Nos últimos meses, o tema da educação ganhou bastante destaque na imprensa e alguma discussão na sociedade. Entre outros temas, passamos por um início de ministério e aguardávamos a indicação do novo ministro da Educação, o professor Renato Janine Ribeiro.

Sua trajetória acadêmica, sua habilidade e clareza de pensamento e concepções representam uma lufada de ar em uma conjuntura complexa. Como o próprio ministro disse, isso mostra a importância que a sociedade dá ao tema e representa o desejo de que a educação dê certo.

Ao longo das últimas semanas, muito se falou sobre questões orçamentárias e financiamento da educação. Em que pese a divulgação de que os recursos públicos em educação possam ter chegado à 6,6 % do PIB (valores estimados e corrigidos para 2013 em torno de R$ 360 bilhões), é preciso olhar para esse número com cautela.

Alguns poderão considerar esse valor até elevado, porém ele representa o total de recursos públicos aplicados em todos os níveis da educação (do básico ao superior), por todas as esferas de governo, e não somente para o setor público, mas para os gastos indiretos no setor privado. Esse último dado chama a nossa atenção, especialmente quando falamos em programas como Fies, Prouni e Pronatec.

Por conta do Fies, a educação superior tem tomado conta do noticiário sobre educação. Os dados apresentados mostraram que as empresas do ensino privado em nosso país receberam aumentos consideráveis nos últimos anos, tendo ultrapassado a casa dos R$ 20 bilhões em 2014.

Dados publicados recentemente pela imprensa também mostraram que as instituições utilizaram os recursos para o seu custeio e têm incentivado os estudantes já matriculados a utilizarem as bolsas, ao invés de ampliarem o quantitativo de matrículas e vagas.

Por outro lado, essas instituições podem diminuir a oferta ou zerá-la caso não haja recursos. Além disso, os estudantes são obrigados a ressarcir os valores alguns anos mais tarde, onerando-os muito mais, bem como o Estado, e muito pouco a instituição de ensino.

No que diz respeito à educação pública, o sistema federal de ensino superior realizou um dos maiores programas de expansão na última década. Entre 2003 a 2014, foram mais de 420 novas unidades de ensino técnico e tecnológico, perfazendo um total de 562 unidades ou escolas organizadas em 38 institutos federais espalhados pelo país.

No que se refere às universidades federais, o sistema expandiu de 47 para 63 instituições e dentre as existentes a expansão de vagas foi exponencial. Atualmente, o número de estudantes de graduação no sistema federal ultrapassou a casa do 1,1 milhão em 2014, o que representa um aumento de mais de 100% no período. Além disso, o sistema de universidades federais promove a assistência em saúde, feita em seus 47 hospitais universitários.

A expansão pública, juntamente com o sistema de acesso universal e a política de cotas, fez com que o perfil socioeconômico dos estudantes dessas universidades mudasse. Atualmente, o sistema de educação público federal atende a jovens das camadas mais carentes da população e que precisam de apoio à permanência, já que em muitos casos, a renda familiar desses jovens não chega a 1,5 salário mínimo.

Sem dúvida, as universidades, os centros tecnológicos e as escolas técnicas tornaram-se veículos de formação a serviço da sociedade e representam um grande projeto de inclusão social que terá reflexos importantes nos próximos anos.

Em 2014, as universidades públicas federais gastaram R$ 24 bilhões, contabilizando salários e aposentadorias. Desse montante, cerca de R$ 6 bilhões foram para custeio e investimento. Ou seja, trata-se de um sistema eficiente e, principalmente, permanente.

Todo o investimento feito na educação pública permanece e se enraíza. As vagas abertas permanecerão e não ficarão sujeitas aos interesses do lucro.

Por isso, a defesa do ensino público deve ser a prioridade de todos os educadores, pois é nesse espaço que teremos mais crianças e jovens estudando de maneira segura e que permanecerá como um legado para as gerações futuras.

Em uma nova fase do Ministério da Educação e tendo à frente um grande ministro, estaremos a postos para atuar e colaborar na defesa permanente da educação pública para o desenvolvimento do nosso projeto estratégico de nação.

Países precisam aumentar investimento em educação, diz Unesco

Mariana Tokarnia - Agência Brasil - 08/04/2015 - Brasília, DF

O mundo precisa aumentar o investimento em educação, segundo o relatório final de monitoramento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) das metas estabelecidas em 2000 no Marco de Ação de Dakar, Educação para Todos: Cumprindo nossos Compromissos Coletivos. O documento foi assinado por 164 países de renda baixa e média baixa. De acordo com o relatório, eles precisarão gastar 5,4% do Produto Interno Bruto (PIB) para garantir um ensino de qualidade e as nações ricas precisarão aumentar os repasses aos países mais pobres em US$ 22 bilhões por ano.

O documento destaca que a educação não é a prioridade em muitos orçamentos e mudou pouco desde 1999. Em 2012, ela representou 13,7% dos gastos dos países, o que é menos do que o recomendado pela Unesco, de 15% a 20% do orçamento. Os países acabam priorizando a educação primária, que equivale, no Brasil, do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, e negligenciando a educação infantil e a alfabetização de adultos, diz o texto. O relatório conclui também que o financiamento do ensino é importante para que se cumpra uma das premissas da agenda, que é a educação gratuita

O valor de US$ 22 bilhões corresponde ao deficit anual na educação básica, que vai do ensino infantil ao ensino médio e representa quatro vezes o que é repassado hoje em ajuda a países de renda baixa e média baixa.

Para a Unesco o investimento mínimo ideal em educação é entre 4% e 6% do PIB do país ou 20% do orçamento. O Brasil cumpre esse investimento, chegando, segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira Página Inicial (Inep) a um investimento de 6,6% do PIB.

Globalmente, em 2012, de 142 países com dados disponíveis, 39 gastaram 6% ou mais do PIB em educação. O número aumentou em relação a 1999, quando dos 116 países com dados disponíveis, 18 gastaram 6% ou mais do PIB. Na América Latina, em 12 dos 18 países com dados disponíveis, o progresso das despesas públicas com educação excedeu o crescimento econômico, apesar das diferenças proporcionais que vão desde menos de 7% do orçamento em Antígua e Barbados até mais de 20% em Belize e na Venezuela.

De acordo com a coordenadora de Educação da Unesco no Brasil, Rebeca Otero, o Brasil tem dado destaque à educação, mas, apesar de cumprir o recomendado pela entidade, ainda deve aumentar o investimento. O ideal para o país, segundo ela, é que se cumpra os 10% do PIB, previstos no Plano Nacional de Educação (PNE), que deverá ser executado nos próximos dez anos. “O Brasil tem condições de avançar muito. Nós temos falado muito em educação, agora está na pauta, é o slogan do governo [Brasil, Pátria Educadora], podemos avançar em muitos pontos”, disse.

O Marco de Ação de Dakar, Educação para Todos: Cumprindo nossos Compromissos Coletivos foi firmado em 2000 por 164 países. A Unesco acompanha o progresso das metas que deveriam ser cumpridas até 2015. O resultados estão no Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos 2015 Educação para Todos 2000-2015: Progressos e Desafios, a última edição do monitoramento, produzido por uma equipe independente da Unesco. Uma nova agenda deverá ser definida pelos Estados-Membros até setembro deste ano.

Brasil inclui criança, mas perde jovem no ensino médio e mantém analfabetos

Cristiane Capuchinho - IG Educação - 08/04/2015 - São Paulo, SP

O Brasil atingiu a meta de universalizar o ensino fundamental para as crianças brasileiras, tanto para meninos quanto para meninas. No entanto, o País ainda perde alunos no ensino médio, não conseguiu expandir devidamente a educação infantil e mantém 13 milhões de analfabetos acima dos 15 anos de idade.

Isso é o que indica o relatório global Educação para Todos 2000-2015 (em tradução livre), lançado pela Unesco nesta quarta-feira (8).

Das seis metas de universalização da educação lançadas no ano 2000 e acordadas por 164 países, o Brasil atingiu apenas duas: a universalização do ensino fundamental e a paridade e equidade de gênero.

A qualidade do ensino, a evasão do aluno no ensino médio e a alfabetização de adultos ainda são os grandes desafios para a educação brasileira.

Apesar da redução nos índices de repetência no Brasil, que baixaram de 24% em 1999 para 9% em 2011, o estudo constata que a aprovação na escola não veio seguida de melhora na qualidade do ensino.

`O relatório aponta a redução de qualidade do ensino em diversos países, o que faz com que as crianças entrem na escola mas não aprendam. Temos isso também no Brasil`, indica Rebeca Otero, coordenadora de Educação da Unesco no Brasil.

Ela destaca a evasão no ensino médio: apenas 57% dos alunos brasileiros de áreas urbanas concluem essa fase do ensino até os 19 anos. `Hoje o ensino médio não está bem estruturado para tentar atender o nosso jovem. Além disso, é preciso qualificar melhor o professor para atender a esse público em termos de metodologia, de materiais, de ferramentas`, lista.

Os avanços na inclusão de crianças e jovens na escola não atingiram os adultos analfabetos. Há no Brasil 13 milhões de analfabetos com mais de 15 anos, segundo dados do IBGE de 2012.

`Em nenhum dos três níveis [municipal, estadual e federal] há uma grande atenção para a alfabetização de adultos. Temos que pensar que a educação é um direito e ela influencia no alcance dos outros direitos. Nesse sentido, alfabetizar uma pessoa de 35, 40, 45 anos é uma questão de direitos humanos`, avalia Rebeca Otero.

Situação global

O relatório indica que a maior parte do mundo não alcançou as metas de educação para todos, apesar de apontar grandes avanços, como a inclusão de 34 milhões de crianças na escola nos 164 países que assinaram o compromisso com a Unesco.

O estudo mostra que ainda há 58 milhões de crianças fora da escola e que a expectativa é que cerca de 100 milhões não completem o ensino fundamental em 2015.

`Outra constatação é que a desigualdade aumentou. As crianças mais pobres e mais vulneráveis socialmente são as que têm mais chances de não entrar na escola, de não continuar o ensino e de ter os piores resultados escolares`, comenta Rebeca.

Com o relatório, a Unesco lança os desafios para os próximos 15 anos. Até 2030, espera-se que todas as crianças e adolescentes completem a educação pré-primária, a educação primária (ensino fundamental) e o ensino médio.

`Os governos precisam expandir significativamente a aprendizagem de adultos e as oportunidades educacionais em uma abordagem de aprendizagem ao longo da vida. O setor educacional deve colaborar estreitamente com outros setores no âmbito nacional e global para melhorar as perspectivas de desenvolvimento sustentável`, determina o texto.

Unesco: um terço dos países que assinaram marco sobre educação cumpriu metas

Mariana Tokarnia - Agência Brasil - 08/04/2015 - Brasília, DF

Quinze anos após firmar o compromisso para melhorar mundialmente a educação, apenas um terço dos 164 países que assinaram o documento conseguiu cumprir a agenda com seis metas estabelecidas, em 2000, no Marco de Ação de Dakar, Educação para Todos: Cumprindo nossos Compromissos Coletivos. Segundo o último relatório de monitoramento divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), metade dos países conseguiu cumprir a meta do acesso universal à educação primária, considerada a mais visada. No Brasil, o período equivale aos primeiros anos do ensino fundamental, do 1º ao 5º ano.

O documento aponta que o mundo avançou na oferta de educação, mas ainda tem muitos desafios. O número de crianças e adolescentes fora da escola diminuiu quase pela metade desde 2000, 34 milhões foram incluídos nos sistemas de ensino. A estimativa agora é que, entre as crianças nascidas em 2005, 20 milhões a mais terão completado a educação primária em comparação com a projeção baseada nas tendências pré-Dakar.

O relatório mostra que existem, ainda, 58 milhões de crianças fora da escola. Cerca de 100 milhões, que têm acesso, deixarão os estudos sem completar a educação primária. A taxa de permanência das crianças na escola aumentou em 23 países, mas diminuiu em 37. Globalmente, a estimativa é que a taxa de permanência na educação primária não será maior que 76% em 2015. Mantido o ritmo de crescimento da taxa de 1990, a permanência na escola teria chegado a 80%.

Para a coordenadora de Educação da Unesco no Brasil, Rebeca Otero, a situação mundial é preocupante. “Educação não é algo imediato, precisa de estrutura, de formação, que leva anos. Deve ser política de longo prazo, de estado, tem que transcender os governos, só assim é possível progredir”, disse. “A redução da qualidade faz com que as crianças deixem a escola sem aprender o básico. A criança está na escola, passa de ano, mas não aprende”, acrescentou.

O relatório aponta a desigualdade social como um empecilho no acesso à educação de qualidade. Segundo o texto, a desigualdade na educação aumentou. As crianças mais pobres têm chances quatro vezes menos chances de frequentar a escola quando comparadas às crianças mais ricas e cinco vezes menos chances de completar a educação primária. Os conflitos também são barreira ao acesso à educação, “entre a população que vive em zonas de conflito, a proporção de crianças fora da escola é alta e está aumentando”.

Otero destaca o financiamento, a gestão e a formação de professores como condições chave para melhorar a qualidade da educação. “Educação é base, é direito de todo cidadão. É a base para alcançarmos todos os outros direitos. A cidadania, o direito à saúde. Se não tem educação, não se alcança outros direitos”, ressaltou.

A Unesco acompanha o progresso das metas que deveriam ser cumpridas até 2015. O resultados estão no Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos 2015 Educação para Todos 2000-2015: Progressos e Desafios, a última edição do monitoramento, produzido por uma equipe independente da Unesco. Uma nova agenda deverá ser definida pelos estados-membros até setembro deste ano.

Revista Gestão Universitária - 09/04/2015 - Belo Horizonte, MG

*Carolina Fraga - Revista Gestão Universitária - 09/04/2015 - Belo Horizonte, MG

A Carta Consulta realizou, na última semana, uma palestra online e gratuita para mais de 800 profissionais que trabalham na Educação Superior. Os gestores universitários estavam em busca de informações sobre as mudanças publicadas pelo INEP na Nota Técnica nº 08/2015, que alteram alguns aspectos do Instrumento de Avaliação dos Cursos de Graduação presenciais e a distância. O encontro foi ministrado pela Diretora da Carta Consulta, professora Roberta Muriel, uma das maiores especialistas em Avaliação Institucional do país. Roberta conversou conosco sobre o evento e também a respeito dos impactos destas mudanças na avaliação do ensino superior brasileiro.

G.U: O novo Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação presencial e a distância veio com mudanças significativas? Como você percebeu a nova proposta para avaliação externa de cursos?

Algumas mudanças foram bastante significativas, especialmente as relacionadas a acessibilidade pedagógica e relacional, o que exigirá maior capacitação do corpo docente das instituições. Outra mudança foi relacionada à área de saúde, que foi mais bem contemplada no novo instrumento e ocorreu uma alteração na relação alunos/docente ou preceptor que foi muito significativa e altera bastante esta relação. Em termos de concepção, penso que as mudanças foram muitas.

G.U.: Você fez uma palestra pela Internet, sobre o novo Instrumento, para mais de 800 profissionais que trabalham com avaliação institucional nas IES. Em sua opinião, qual foi a receptividade destes profissionais em relação às novas propostas do Instrumento?

Penso que a receptividade foi boa. As pessoas estão muito interessadas em saber das mudanças, mas percebem pouco o que realmente mudou em termos de concepção. Porém, a participação foi grande e isto é muito bom.

G.U.: Se considerarmos as indicações do novo Instrumento, para onde caminhará a avaliação de cursos?

As exigências serão maiores para as coordenações e maiores também para os avaliadores, que terão que entender bem mais do processo e da IES para conseguirem avaliar. As IES terão que investir em capacitação docente para conseguir atender aos indicadores do novo instrumento, e também em infraestrutura física e tecnológica.

Além de abordar as novidades no instrumento de Avaliação, Roberta também explicou sobre a Rede Communitas de Desenvolvimento de Oportunidades, que foi lançada durante o encontro. A Rede tem como objetivo liderar a formação de uma rede de colaboração, sem custos para a IES ingressante, formada por Instituições de Ensino Superior que não abriram capital, mas que desejam desenvolver-se nos aspectos econômico, científico, acadêmico, empresarial, processual e operacional.

Quem não assistiu a palestra ao vivo, mas deseja ter acesso ao conteúdo, pode fazer a solicitação através do telefone da Carta Consulta: (31) 3494-2713.

Editoriais

Janine faz apelo para os reitores economizarem

Da redação - O Globo - 09/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ

Nos primeiros dias no cargo, o recém-empossado ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, tem investido na racionalização de gastos. Ele endossou uma mudança na forma de repassar recursos do Pronatec, conclamou os reitores a fazerem compras de material juntos para obtenção de melhores preços e dá o exemplo em pequenas ações. Ainda recorrendo ao secretário-executivo, Luiz Cláudio Costa, para questões mais técnicas da pasta, Janine falou ao GLOBO de desafios, ética e o papel das famílias na educação.

O GLOBO - O que a pasta vai priorizar em um ano de ajuste fiscal?

RENATO JANINE RIBEIRO - Como a presidenta prometeu respeitar as ações estruturantes e essenciais do MEC, vamos fazer uma hierarquia do que é mais urgente, outra coisa que estamos fazendo é procurar formas de economizar, fazer ganhos de gestão. Me reuni com reitores e apelei a eles que façam ganhos de economia, que se articulem mais. Sem fugir da sua questão, acho que uma das economias em que eu mais acredito é evitar a duplicação de ações. As universidades podem convergir as suas ações (para otimizar os gastos). A gente vê que tem gastos que podem ser reduzidos. Impressão de papel, por exemplo.

O GLOBO - Saindo da visão meramente orçamentária, quais ideias o senhor traz para o ministério em termos de ações na área da educação?

Educação RJR - Eu diria que temos que focar em creche. A gente tem que garantir, no futuro, a socialização educacional o mais cedo possível. O problema crucial é ter crianças em condições muito precárias, na miséria, que remete à questão de Saint Exupery: ‘quantos Mozarts não estão sendo assassinados antes mesmo de poderem florescer’. Quando você tem miséria, desigualdade, está assassinando potencialidades. Celebramos quando uma pessoa de um meio muito carente conseguiu chegar a um lugar destaque nas artes, na academia. Mas isso tem que parar de ser uma exceção. No Brasil, essa igualdade de oportunidades falta. E socializar no ambiente educacional desde cedo ajuda na busca da equidade.

O GLOBO - O resultado dessa inclusão só será visto daqui a duas gerações, talvez. Como lidar com as pressões por resultados rápidos?

RJR - É verdade. Os resultados demoram, mas é preciso começar. Também há questões que dizem respeito, eu diria, à consciência humana. Há, por um lado, um reclame muito habitual por educação de qualidade, sobretudo entre as pessoas mais informadas; e, por outro, a falta de empenho de muita gente na escolarização dos filhos. Por exemplo, fazer a lição de casa com os filhos. O pai precisa encorajá-los. Além disso, infelizmente, no Brasil, você tem uma depreciação muito grande do professor. Na própria novela, o professor nunca é um personagem modelar, a escola não é um lugar agradável, versus a praia, a brincadeira o game, o sexo, o namoro.

O GLOBO - As famílias são omissas?

RJR - Já vi uma coisa que é terceirizar a educação ética. A família reclama que a escola não está ensinando ética aos filhos. Bom, e a educação ética é algo que você joga para a escola, terceiriza? A formação ética, psicológica é algo essencial na educação, não tanto a parte do conhecimento, do saber. É a postura em face do mundo e às vezes as famílias estão renunciando, deixam na babá eletrônica, deixam em atendimento externo. Às vezes até não apoiam que a escola faça a educação ética. Veja uma piada que aparece muito na internet: anos 70, o pai dá uma bronca no filho que chega com o boletim com notas baixas; hoje, o pai vai reclamar na escola.

O GLOBO - E as mudanças no Pronatec, bandeira da presidente Dilma?

RJR - Todo mundo que está dentro do programa vai até o fim. Segundo a presidente reiterou ontem (terça-feira), os 12 milhões de matrículas nos quatro anos são a nossa meta (o governo estuda modificar os critérios de repasse de recursos do Pronatec, exigindo que tanto a instituição quanto o aluno confirme, mensalmente, a frequência. Antes, a checagem passava só pela instituição).O (fluxo) dos ingressos, ainda não sabemos como se dará.

O GLOBO - Como valorizar o professor? Apenas com salário? Há críticas sobre a qualidade dos docentes.

RJR - É legítimo que o professor queira mais dinheiro, porque a posição social dele despencou. Ele ganha 70% da média do que ganham os profissionais de ensino superior. Há os que defendem a valorização do professor só pelo aumento salarial. E os que pensam que boas práticas vão dispensar o aumento de salário. Nenhum lado está certo. O segredo é ligar os dois. O aumento é vital, às vezes uma questão de sobrevivência. Agora, temos também que exigir formas de melhorar o desempenho da atividade.

O GLOBO - E como fazer isso?

RJR - Educação básica é (responsabilidade de) estados e municípios. O MEC pode oferecer expertise e dinheiro. Às vezes, para oferecer expertise, você nem precisa de dinheiro. A ideia dos diretores de escolas que está agora em consulta (pública), por exemplo. É dar uma capacitação para que eles saibam administrar, gerir é açgo difícil. Essa capacitação seria por meio dos estados e municípios. Você tem material impresso pelo próprio MEC, e de outras instituições, para elaborar aula. É dessa forma que podemos trabalhar.

O GLOBO - Quais desafios o senhor se colocou ao aceitar o cargo de ministro?

RJR - São três. O primeiro é a universalização da educação. Todas as metas têm que dar escala. No passado, a educação foi fabulosa para 1% da população. Numa sociedade como a atual, tem que integrar mais gente, não existe mais sustentação ideológica para a desigualdade. Segundo ponto é proporcionar tudo isso com qualidade. O terceiro ponto eu chamaria de criatividade. Como fazer tudo isso, de forma mais criativa, tornando a educação prazerosa. Isso não está nas metas (do Plano Nacional de Educação), mas é essencial.

Avó analfabeta decide estudar para conseguir ajudar neto nas lições de casa

Milena Carvalho - IG Educação - 09/04/2015 - São Paulo, SP

Dona Maria das Mercês Silva, 66, sempre teve vontade de estudar. Porém, por causa do pai – que dizia que lugar de mulher era na cozinha e que iam para a escola apenas as interessadas em escrever cartas aos namorados – , a sua primeira oportunidade de estudo aconteceu há apenas dois anos.

`Ele [o meu pai] tirou o meu sonho, porque se eu tivesse aprendido naquela época, hoje eu era milionária`, diz dona Maria, que atualmente trabalha como auxiliar de limpeza em Curitiba. A vovó, que antes não sabia ler nem escrever, conta que um dos motivos que a levaram ela a estudar foi ter dificuldade, por exemplo, para pegar ônibus, já que não

conseguia identificar as placas. `Eu não sabia andar nas ruas, não conhecia os bairros. Nem ler receita de bula de remédios eu conseguia.`

Mas não foi só isso que motivou dona Maria a entrar em uma sala de aula. A grande razão disso tudo tem um nome: Felipe dos Santos, de 10 anos, neto que é criado por ela desde pequeno. Quando o menino pedia sua ajuda para fazer as tarefas de casa, a avó não sabia o que fazer. `Eu começava a chorar porque não conseguia ajudá-lo e aí ele

também chorava`.

Nisso, o garoto teve a ideia de levar a avó para a escola. Enquanto ela dizia que `era muito velha [para estudar]`, ele a incentivava: `ô, vovó, vamos lá fazer a matrícula`. `Eu não queria, mas ele colocou na minha cabeça que nem que ele viesse comigo e ficasse quietinho na sala, eu teria de vir.` Hoje, ela agradece o neto. `Graças a Deus ele me incentivou a vir para escola, porque eu não sabia nem assinar meu nome. Estou aprendendo um mundo novo`, conta ela.

Cada um em sua bicicleta, avó e neto vão todas as noites até a Escola Municipal Rachel Mader Gonçalves. Enquanto dona Maria tem aula ao lado de 13 alunos que estão em uma faixa de 36 a 70 anos, na maioria mulheres, em uma das turmas do 2º período de educação de jovens e adultos (EJA) – equivalente ao 4º e 5º ano do ensino fundamental – Felipe fica na Sala de Acolhimento, onde participa de atividades de recreação mediadas por uma professora. No período da manhã, o menino frequenta o 5º ano da Escola Municipal Marumbi.

Segundo a vice-diretora da Escola Rachel Mader, Viviane Prass, 34, ter onde deixar o neto deixou a vovó mais confiante. `Isso motivou ela querer estudar, porque ela tinha a preocupação: `com quem vou deixar o Felipe?``, afirma.

Professora de Dona Maria, Teresa Cristina Taques, 49, diz que além de ser bastante curiosa, a avó tem um espírito de liderança como ninguém. `Ela é cheia de opiniões e convicções. Às vezes é até meio dificil, porque ela quer que prevaleça a opinião dela`, relata.

Teresa, que também já acompanhou Felipe na Sala de Acolhimento, fala sobre a relação estreita da vovó com o neto. `Ela tem uma preocupação muito grande com o Felipe, para que ele não passe o mesmo que ela está passando agora.` E a recíproca também é verdadeira. `Quando eles vêm juntos de bicicleta, é ele quem carrega a mochila dela nas costas`, conta Teresa.

Além das disciplinas regulares, dona Maria também realiza atividades como educação física, culinária e artes. A professora e articuladora Cristiane Nabosne, 35, acompanha a vovó uma vez por semana e conta que trabalhos como esses também animam a senhora. `São atividades que fazemos para que eles permaneçam e progridam aqui, porque nessa idade não é fácil.`

Sonhos e desejos

Pelo visto, dona Maria gostou tanto das aulas de culinária que quer levar isso para o futuro. `Um dos meus sonhos é montar minha doceria lá em casa e vender meus doces. Mas agora, só com a minha aposentaria e salário, não dá`, lamenta.

Essa não é a única ambição dela. Além de querer ser professora e ensinar o que aprendeu para outras crianças, dona Maria pretende, segundo ela, `chegar ao topo`.`Eu quero escrever um livro sobre a minha vida, desde o começo até o fim`, idealiza.

Guia: aprenda como fazer um TCC incrível em 10 passos

Edgard Matsuki - UOL Educação - 09/04/2015 - São Paulo, SP

Antes de conquistar um diploma, estudantes universitários têm um último desafio. Ao mesmo tempo em que o TCC pode ser a oportunidade para o estudante realizar um trabalho memorável, o trabalho causa pânico em alguns estudantes. Para ajudá-lo a fazer um projeto nota dez, o UOL separou um passo-a-passo que vai desde o planejamento até a apresentação final.

Para criar esse guia, o UOL consultou a professora Rachel Polito, que escreveu um livro com dicas para um bom TCC e o professor da UnB (Universidade de Brasília) Pedro Demo. Confira as dicas:

1 – Informe-se sobre as regras da sua instituição

Antes de começar o trabalho propriamente dito, explore as possibilidades que o seu curso pode proporcionar a você. `É importante saber os tipos de TCC que a universidade que o aluno está cursando permite. O TCC pode ser um estudo de caso, um projeto experimental ou uma monografia`, diz Polito. Converse com professores e ex-alunos para entender qual é o tipo de trabalho que mais se encaixa com você.

2 – Faça um cronograma com base no tempo que você tem

O tempo que você tem para realizar o seu TCC também depende das regras da instituição em que você estuda. Algumas disponibilizam 6 meses e outras um ano para o trabalho. O prazo vai definir a profundidade do seu trabalho. Dentro do tempo previsto, faça a divisão de tarefas mês a mês. O cronograma não precisa ser fechado, mas vai ajudá-lo a ter uma base se está com o trabalho adiantado ou atrasado.

3 – Opte por um orientador exigente e criativo

Um bom orientador é primordial para não deixar o estudante se perder. Polito aponta que a escolha não deve ser feita apenas por afinidade: `O bom orientador é rigoroso e está envolvido com o TCC dos seus orientandos`. Pedro Demo também chama atenção que é importante um orientador que deixem os alunos criarem. `Senão o estudante acaba virando um papagaio de vestibular e não aprende nada no TCC`, diz.

4 – Escolha parceiros que complementem o seu trabalho

Algumas instituições permitem que os estudantes façam o TCC em duplas ou grupos. Assim como na escolha do orientador, afinidade não é fator de decisão. `O maior problema é querer trabalhar só com amigos. Isso pode acabar com o TCC e com as amizades`, diz Polito. A professora aponta que a escolha de pessoas com habilidades complementares pode ser a chave para um bom trabalho: `Se o aluno é bom em redação, mas não gosta muito de pesquisa, deve procurar alguém com essa habilidade`.

5 – Faça o trabalho sobre algo que você goste

Na hora da escolha do tema, a afinidade pesa sim na hora da decisão. `A dica mais importante na escolha do tema é: escolher um tema que vai deixá-lo animado no desenvolvimento do trabalho até o final`, diz Polito. Também é preciso ter cuidado na hora do planejamento do tema. Pensar em algo megalomaníaco pode causar problemas na hora de botar as ideias na prática.

6 – Leia, leia e leia

Uma boa fundamentação teórica é essencial para quem deseja ter um bom TCC. `É preciso cuidar da leitura para se ter assunto. Tirar zero significa, também, não ter nada a dizer`, diz Pedro Demo. Separe um tempo para ler sobre o assunto que será tema do TCC, sobre técnicas de abordagem do trabalho (livros técnicos ajudam) e não deixem de ter acesso a outros bons trabalhos de conclusão de curso da sua universidade.

7 – Preste atenção às normas da ABNT

Entre as leituras fundamentais para alguém que está produzindo um TCC está a das normas da ABNT. Para além do conteúdo do trabalho em si, a forma que ele é apresentado também conta. Polito destaca que é bom prestar atenção na normatização desde o começo: `Se o trabalho for formatado desde o início dentro das regras da ABNT, fica tudo mais fácil e mais simples e não haverá stress nenhum no final`.

8 – Nunca caia na tentação do plágio

Apesar de parecer uma dica óbvia, muitos estudantes tentam ir pelo um caminho mais fácil: copiar trabalhos (ou trechos) prontos ou mesmo encomendar um Trabalho de Conclusão de Curso. Atualmente, há diversos softwares utilizados por universidades que identificam qual porcentagem de cópia um trabalho tem. Copiar é muito diferente de fazer citações. Ou seja, se você chegar a pegar um trecho de algum trabalho, é só citar a fonte.

9 – Treine para a sua apresentação final

Todo TCC tem um dia de apresentação para uma banca. Ele é o último dia do trabalho e, sem dúvida, o mais importante. Por isso, ensaie para a apresentação algumas vezes (inclusive com amigos de público) para chegar ao preparado ao grande dia. Tenha ciência também que a presença de parentes e amigos pode aumentar ou diminuir a autoconfiança do estudante. Analise e decida se é melhor convidá-los ou não.

10 – Pense além da nota dez

Tirar a nota máxima é muito importante. Porém, o TCC não se limita a um `10`. `Se o aluno perceber que profissionalmente também das informações que levanta para um TCC, encara o trabalho com mais seriedade`, diz Polito. Encare o TCC como uma chance de enriquecer o seu portfolio e de aprender para se tornar um bom profissional. `Estudantes que não elaboram não aprendem a ser autores. É preciso ter em mente que tem que se pesquisar e não repetir conteúdo para aprender`, completa Demo.

‘Problemas de convivência escolar começavam na internet’

Porvir - 08/04/2015 - São Paulo, SP - Pedro Satiro

Eu vivo me aventurando fora da minha área. Sou formado em matemática e há dois anos fui designado para assumir a função de orientador de informática educativa. No começo de 2014, ao entrar na sala de aula de uma turma de 9ª ano, notei que os alunos estavam agitados, comentando sobre uma briga entre duas meninas do 4ª ano. Eles olhavam para os celulares e acompanhavam uma discussão online, onde as jovens trocavam ofensas públicas pela rede social. Eu tentei intervir, mas eles estavam muito eufóricos.

Aproveitei o momento para conversar com os alunos sobre o assunto e eles me contaram que esse tipo de situação era mais comum do que eu pensava. Após um período de discussão, chegamos à conclusão que muitos problemas de convivência escolar começavam na internet. Sabemos que muitas vezes os meninos usam as redes sociais sem ter a idade mínima exigida e os pais não acompanham isso.

Tivemos uma discussão muito rica na sala de aula e pensei que o tema poderia servir de gancho para os alunos desenvolverem o Trabalho Colaborativo de Autoria, uma atividade obrigatória para todos que concluem o ensino fundamental na rede pública de São Paulo. Eles ficaram empolgados e sugeriram que elaborássemos dicas para os alunos mais novos sobre o bom uso da internet.

Iniciamos o projeto, chamado Problemas do Território Virtu@l, com discussões na plataforma Edmodo. Publiquei algumas perguntas e eles começaram a comentar com discussões e pesquisas sobre o assunto. Por exemplo, o que pode existir de tão perigoso nas redes sociais para haver uma restrição de idade? Eu queria que eles refletissem sobre isso e percebessem outras questões além do cyberbullying.

Na sequência, publiquei um questionamento sobre o papel da família, da escola e da comunidade na orientação de crianças e jovens para o uso consciente da Internet em que eles começaram a sugerir diversas intervenções que poderiam ser feitas. Por fim, discutimos a importância do Dia da Internet e do Helpline (serviço de ajuda contra crimes e violações dos direitos humanos na rede). Após a leitura de tudo o que foi postado no ambiente colaborativo, tiramos as nossas primeiras conclusões e definimos as direções necessárias para a próxima etapa.

A princípio seria apenas um trabalho de informática, mas a coisa foi crescendo e envolvendo a escola inteira. Foi então que professores de outras disciplinas começaram a me ajudar: Sandra Oliveira Ramos (língua portuguesa), Pascoalina Borges (língua inglesa), Elizabeth Ferreira dos Santos (geografia), Francisco Coutinho (ciências), Luzia Marcatto (matemática) e Flávia Pereira Alves (artes), além da diretora Jane Rodrigueiro.

A gente tentou criar espaços onde os alunos poderiam explorar suas ideias iniciais a partir de discussões em fóruns. Tínhamos o papel de orientar e provocar. Organizamos os jovens em grupos de trabalho e eles começaram a sugerir ações sobre o tema com base nas suas próprias habilidades. Foram cartazes, palestras, teatros, paródias, histórias, músicas, roteiros de curtas e animações interativas, planejamento de gincana e jogos. Isso fez com que escola ganhasse um movimento de liberdade para criar. Foi uma aula além da aula.

Todos os trabalhos foram apresentados na escola durante a Semana da Criança, em outubro do ano passado. Os alunos interagiram e convidaram turmas de outros anos para participarem da atividade. Essa troca de informações entre alunos de diferentes idades foi interessante. Em um primeiro momento, os jovens estavam inseguros, mas depois que eles começaram já estavam mais soltos e com desenvoltura para falar sobre isso. Afinal, esse é o mundo que eles dominam e vivenciam todos os dias. É muito melhor eles falarem sobre internet para os outros colegas do que um professor.

Também fizemos apresentações do projeto para a comunidade no Dia da Família na Escola. Aproveitamos esse momento para falar com os pais sobre o assunto e orientar sobre o uso seguro da internet.

Esse projeto me fez perceber que só é possível ter bons resultados na escola quando se trabalha em parceria. Contei com o apoio de muitos colegas, mas o maior ganho foi ter a participação dos alunos. O mais interessante foi que, conforme os alunos interviam, o projeto foi tomando caminhos diferentes durante o ano. Se tivesse que definir a fórmula dessa prática, diria que ela foi baseada em pesquisa, parceria e tecnologia. Temos um grande desafio de estimular o trabalho coletivo e a criatividade com o uso da tecnologia.

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