Clipping 27.03.2015

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Clipping Educacional

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Mar 27, 2015, 11:16:40 AM3/27/15
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Sexta feira, 27 de março de 2015

Matérias de Hoje

Agência Brasil - 26/03/2015 - Brasília, DF

“Considerando as informações trazidas pelo embargante, o prazo mais adequado parece ser o fim do presente ano, lapso temporal durante o qual poderá ser concluído o cronograma de concursos públicos, iniciado em 2014, bem como será possível realizar as devidas substituições dos profissionais da educação, sem interrupção do ano letivo e sem impacto negativo sobre a atividade pedagógica das escolas e das universidades”
IG Educação - 27/03/2015 - São Paulo, SP
Custo de frequentar uma escola da Ivy League subiu de alto em torno de US$ 3,6 mil em 1963 para quase US$ 60 mil por ano
Revista Gestão Universitaria - 26/03/2015 - Belo Horizonte, MG
As datas de realização das provas variam conforme a etapa da educação básica
O Globo - 27/03/2015 - Rio de Janeiro, RJ
Ação foi movida pelo Diretório Central de Estudantes
Agência Brasil - 26/03/2015 - Brasília, DF
A fase de abertura está em vigor desde 9 de fevereiro
Revista Gestão Universitária - 26/03/2015 - Belo Horizonte, MG
No final do ano passado, o Ministério da Educação (MEC) alterou regras do programa para assegurar que o orçamento disponível, que em 2015 deve ser de R$ 12,5 bilhões
O Globo - 27/03/2015 - Rio de Janeiro, RJ

Formação de professores e Pronatec são prejudicados pela falta de verbas; ministério não detalha número de alunos afetados
IG Educação - 26/03/2015 - São Paulo, SP

Tira-dúvidas responde qual o melhor navegador para acessar site do Fies, o que acontece com quem não tirou 450 pontos no Enem e como saber se sua instituição ainda tem vagas
O Globo - 26/03/2015 - Rio de Janeiro, RJ
Matéria vinculada pelo jornal britânico `The Independent` afirmava que mudança seria colocada em prática até 2020
Revista Gestão Universitária - 26/03/2015 - Belo Horizonte, MG
Os alunos sempre participam ativamente de todas as edições e se envolvem em todas as etapas, seja criando textos, propondo pautas ou dobrando e distribuindo os jornais”

Editoriais, artigos e opiniões

Porvir - 26/03/2015 - São Paulo, SP

Matérias

Toffoli vota para adiar demissão de professores sem concurso em Minas Gerais

André Richter - Agência Brasil - 26/03/2015 - Brasília, DF

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou hoje (26) para adiar para dezembro o cumprimento de decisão da própria Corte, que determinou a demissão de servidores sem concurso público da área de educação em Minas Gerais. No entendimento do ministro, com a prorrogação, de abril para dezembro, o estado poderá concluir a substituição dos professores sem atrapalhar o ano letivo.

“Considerando as informações trazidas pelo embargante, o prazo mais adequado parece ser o fim do presente ano, lapso temporal durante o qual poderá ser concluído o cronograma de concursos públicos, iniciado em 2014, bem como será possível realizar as devidas substituições dos profissionais da educação, sem interrupção do ano letivo e sem impacto negativo sobre a atividade pedagógica das escolas e das universidades”, disse o ministro.

Após o voto de Toffoli, a ministra Cármen Lúcia pediu vista do processo. Não há prazo para retomada do julgamento. O STF julga um recurso protocolado pelo governo de Minas Gerais.

Em abril do ano passado, o Supremo considerou inconstitucional o Artigo 7º da Lei Complementar (LC) 100/2007 de Minas Gerais, que efetivou servidores públicos da educação sem concurso público. A estimativa é que 100 mil funcionários da área de educação tenham sido beneficiados pela aprovação da norma.

Na decisão, o plenário também determinou que o governo de Minas Gerais terá 12 meses para fazer concurso público e demitir os servidores em situação irregular. A decisão não atinge quem se aposentou e quem iniciou o processo de aposentadoria.

Veja dicas para conseguir bolsas de estudos nos EUA

Alex Aberg Cobo - IG Educação - 27/03/2015 - São Paulo, SP

Ingressar em uma faculdade ou universidade dos EUA pode ser muito caro. É provavelmente o segundo maior “investimento” que as pessoas fazem em suas vidas (depois de comprar a casa própria).

Ainda assim, inacreditavelmente, as instituições norte-americanas têm aumentado suas anuidades e outras taxas cerca de quatro vezes mais do que a média de inflação nas últimas décadas. O custo de frequentar uma escola da Ivy League subiu de alto em torno de US$ 3,6 mil em 1963 para quase US$ 60 mil por ano atualmente, incluindo anuidade e custos de vida.

Para aqueles estudantes que corretamente valorizam um programa de graduação for a de seus países de origem, interagindo com outras pessoas e culturas, o obstáculo financeiro é na maioria das vezes impossível de encarar.

Esses estudantes têm os requisitos, o desejo e a resiliência para se inscrever e entrar em faculdades dos EUA, mas não podem pagar por isso de forma plena. E financiamentos estudantis normalmente não são concedidos a estudantes internacionais, devido à dificuldades que os bancos norte-americanos têm de executar acordos de empréstimo no caso de inadimplência.

Estudantes com este perfil até podem ser capazes de conseguir financiamentos em seus países, mas com taxas de juros muito altas. Além disso, empréstimos podem ser perigosos, pois normalmente os estudantes e suas famílias calculam de forma equivocada o peso financeiro e acabam por levar décadas para pagar pela educação recebida. Nas faculdades dos EUA, por exemplo, os estudantes se formam com um custo médio de empréstimo de US$ 30 mil.

Assim, nesta coluna tentaremos descrever de forma resumida as estratégias para conseguir bolsas e empréstimos. Para começar, a maioria das universidades oferece algum tipo de assistência financeira. Elas podem ser baseadas em necessidades ou em méritos. Fora de determinadas universidades, muitas instituições externas oferecem ajuda financeira. É preciso reforçar, porém, o processo de seleção destas bolsas pode levar meses, então é preciso um planejamento com bastante antecedência.

O governo brasileiro (em parceria com empresas privadas), por exemplo, iniciou um ambicioso programa para financiar os estudos de 100 mil brasileiros no exterior – o programa Ciência sem Fronteiras. O foco é nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, lembrando que é preciso retornar ao Brasil para finalizar os estudos, então não é possível buscar um programa que contemple os quatro anos de estudo no exterior.

Evidentemente, as autoridades reconhecem o valor da educação internacional. Além disso, instituições privadas coma Fundação Estudar, Fundação Lemman, Fundação Ismart e Instituto Ling, entre outras, oferecem bolsas e empréstimos para alunos selecionados.

Education USA, uma instituição do Departamento de Estado, também pode oferecer aconselhamento para estudantes a respeito de ajuda financeira. Como exemplo, a ONU e a Organização dos Estados Americanos (OEA) também possuem diversas bolsas disponíveis, assim como fundações globais.

No caso da OEA, o Rowe Fund Program oferece empréstimos sem juros. Ainda, algumas universidades oferecem bolsas para estudantes que frequentaram o Ensino Médio em escolas parceiras, como é o caso da United World Colleges (UWC).

Inscrições para o Encceja no exterior começam nesta sexta-feira

Ruane Santos - Revista Gestão Universitaria - 26/03/2015 - Belo Horizonte, MG

Brasileiros residentes no exterior podem fazer a inscrição para o Exame Nacional de Certificação de Competências (Encceja) de 2015 a partir desta sexta-feira, 27. Na segunda-feira, 30, será aberto o cadastro para o registro de pessoas privadas de liberdade (Encceja PPL) no Japão. Em ambos os casos, o prazo vai até 15 de abril. O exame é destinado àqueles que não puderam concluir os estudos na idade apropriada.

Organizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Encceja Exterior terá provas em Ota, Hamamatsu e Nagoia, no Japão. Na Europa, o exame será realizado em Portugal, Bélgica, Espanha, Reino Unido e Suíça. Nas Américas do Sul e do Norte, os inscritos farão prova na Guiana Francesa e nos Estados Unidos, respectivamente. A aplicação do exame nesses países será realizada pelas representações diplomáticas brasileiras locais, em parceria com o Inep.

As datas de realização das provas variam conforme a etapa da educação básica. Para o ensino fundamental, o exame está previsto para 30 de maio, nos turnos matutino e vespertino. Para o ensino médio, em 31 de maio, também pela manhã e à tarde.

Os resultados do Encceja no exterior permitem ao candidato obter a certificação de conclusão dos ensinos fundamental e médio. Para concorrer ao certificado de conclusão do ensino fundamental é preciso ter no mínimo 15 anos completos na data de realização das provas. Quem pretende obter o certificado do ensino médio deve ter a idade mínima de 18 anos completos nada data de realização do Encceja.

Aqueles que já participaram de edições anteriores (2011, 2013 ou 2014) devem informar o número do passaporte para fins de certificação.

Aos brasileiros que não dispuserem de acesso à internet serão liberados computadores para realização das inscrições nos consulados descritos no edital do exame. Os gabaritos das questões objetivas serão divulgados na página do Inep na internet até o décimo dia útil seguinte ao dia de realização do exame.

PPL — A inscrição dos submetidos a penas privativas de liberdade no Japão ficará a cargo do responsável no Consulado-Geral em Tóquio. Ele terá de verificar se o participante preenche todos os requisitos exigidos para o exame. O período para cadastramento no sistema será de 30 de março até 15 de abril, por meio eletrônico. As provas do PPL serão realizadas no período de 1º a 12 de junho, em unidades prisionais da jurisdição do Consulado-Geral em Tóquio.

Áreas — Para o nível de ensino fundamental haverá quatro provas objetivas, com 30 questões cada uma, nas áreas de conhecimento:

- Língua portuguesa, língua estrangeira moderna, artes, educação física e redação (linguagens, códigos e suas tecnologias).

- Matemática.

- História e geografia.

- Ciências naturais.

- Para o ensino médio, nas áreas de:

- Linguagens, códigos e suas tecnologias e redação.

- Matemática e suas tecnologias.

- Ciências humanas e suas tecnologias.

- Ciências da natureza e suas tecnologias.

Mais informações sobre o Encceja no exterior e para os privados de liberdade no Edital do Inep nº 3, de 25 de março de 2015, publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 26.

As inscrições devem ser feitas na página do exame na internet.

Justiça determina que federal do RS reintegre 781 alunos excluídos por mau desempenho

Flavio Ilha - O Globo - 27/03/2015 - Rio de Janeiro, RJ

Por ordem judicial, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) terá de reintegrar 781 alunos que haviam sido excluídos de cursos de graduação no início do ano letivo de 2015 devido a insuficiência de desempenho.

A 3ª Vara da Justiça Federal de Porto Alegre considerou nulos dois artigos da Resolução 19 da Universidade, em vigor desde 2012, que determinam o desligamento de alunos que tenham tido mau desempenho nos dois semestres anteriores à matrícula. Outros 217 alunos excluídos por insuficiência de frequência ou abandono de curso também foram beneficiados com a medida, anunciada na terça-feira.

A juíza Thais Helena Della Giustina Kliemann considerou os artigos ilegais porque suprimem a necessidade de processo administrativo para o desligamento, previsto na lei federal 9.784/99. Também, segundo a magistrada, ferem a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que garante direito universal à educação, e extrapolam a autonomia universitária. A Procuradoria da UFRGS anunciou nesta quinta-feira que vai recorrer da medida.

O artigo 12 da Resolução permite que a Universidade desligue alunos que tiverem coeficiente de desperdício (reprovações) maior que o número de créditos aprovados nos dois últimos semestres cursados, independentemente das razões para o baixo desempenho. Ou seja, um aluno que estiver matriculado em cinco disciplinas e for reprovado em três durante dois semestres consecutivos já estaria sujeito à punição. O artigo 14, por sua vez, permite que os desligamentos sejam comunicados apenas por correio eletrônico.

A ação foi movida pelo Diretório Central de Estudantes (DCE). O advogado dos alunos, Rafael Lemes, justificou que, embora haja garantia legal para a autonomia universitária, a UFRGS “subverteu” as regras do processo administrativo ao autorizar a exclusão compulsória, sem respeitar os princípios da transparência e da impessoalidade garantidos por lei federal.

— Todo desligamento, em qualquer esfera da administração pública, deve ser precedido de ampla defesa e de direito ao contraditório. Nos relatos que recebemos, havia apelos sensíveis sobre dificuldades econômicas, deficiências de aprendizagem e até perseguições que não foram consideradas pela universidade. A Justiça, felizmente, mostrou que a vida real é mais complexa que uma resolução formulada em gabinete — comemorou o advogado.

A petição do DCE se baseou em casos como da estudante Luciane Ortiz, 31 anos, que teve a matrícula bloqueada no curso de engenharia física devido ao baixo nível de aproveitamento em 2014. Nesse ano ela teve diagnosticada a doença de still do adulto (DAS) – uma inflamação reumática que causa severas limitações e pode levar à artrite crônica. A aluna conseguiu se matricular em duas disciplinas após o desbloqueio, ocorrido nesta quinta-feira, mas alega que já perdeu quatro semanas de aula.

— Como não é uma doença comum, o diagnóstico demorou e me fez perder várias disciplinas durante mais de um ano. Mas em nenhum momento de minha doença a Universidade procurou saber o que estava havendo comigo para justificar o desempenho baixo — justifica.

No primeiro ano de curso, em 2013, o desempenho foi dentro da média do curso. Bolsista no Colégio de Aplicação da UFRGS como monitora de informática para alunos adultos, Luciane – que ingressou na UFRGS em 2012 pelo sistema de cotas – ainda não conseguiu renovar o benefício e também pode perder vaga em uma das casas de estudante por conta da dificuldade em confirmar a matrícula.

O coordenador-geral do DCE, Luciano Victorino, acusou a UFRGS de estar fazendo “uma limpa” nos quadros da Universidade.

— A Resolução 19 é nitidamente elitista e excludente porque atinge aqueles alunos que trabalham, que têm dificuldades econômicas ou que tiveram filhos muito jovens, já que se torna difícil acompanhar os horários oferecidos por vários cursos nessas circunstâncias — afirmou.

Antes de ser excluído, o aluno ainda passa, segundo a resolução, por um regime de observação de desempenho para que possa sanar as eventuais dificuldades de aprendizagem ou seriação. O pró-reitor de graduação da UFRGS, Sérgio Franco, reconhece que a medida pode ser aperfeiçoada, mas argumentou que o objetivo da resolução não é fazer uma depuração na população discente, mas “servir à sociedade”.

— Avaliamos que o princípio está correto, embora possa haver erros no procedimento de aplicação. O artigo 12 é um pouco seco e, na sua aplicação, já flexibilizamos o termo exclusão para bloqueio de matrícula. Nosso objetivo é liberar vagas que estão sendo indevidamente reservadas por estudantes que não priorizam sua formação, em detrimento de outros interesses imediatos — disse.

Segundo Franco, a aplicação da Resolução 19 foi adiada para 2014 pela UFRGS justamente para que a Universidade pudesse identificar com precisão os casos em que a medida era justificada. Na primeira avaliação, mais de 1,3 mil estudantes seriam atingidos pela medida.

Além disso, para o pró-reitor o regime de observação anterior ao bloqueio de matrícula previsto na Resolução tem sido “benéfico” para estudantes que não conseguiam planejar sua graduação.

MEC prorroga prazos para envio dos dados do Censo da Educação Superior

Redação - Agência Brasil - 26/03/2015 - Brasília, DF

O Ministério da Educação prorrogou os prazos para as universidades federais enviarem os dados relativos ao Censo da Educação Superior 2014. Agora, as informações consolidadas que refletem a situação das universidades federais em todo o país devem ser apresentadas até 29 de maio. A alteração foi publicada no Diário Oficial da União de hoje (26). Prevista para se encerrar amanhã (27) a coleta de dados foi estendida até 10 de abril.

Da coleta até a autenticação, quando passa a valer como estatística oficial, o trabalho é divido em cinco etapas: abertura do Sistema do Censo da Educação Superior na internet; período de coleta de dados, feita pela digitação nos questionários online; verificação da consistência das informações; conferência, ajustes e a validação dos dados pelas universidades federais e o período de homologação das informações como estatística oficial.

A fase de abertura está em vigor desde 9 de fevereiro. A etapa de coleta se estende até o dia 10 de abril. A verificação de consistência dos dados passa a valer do dia 13 de abril ao dia 17 do mesmo mês. Para a conferência dos dados, os dias vão de 20 de abril a 15 de maio. Os dados consolidados devem ser homologados até 29 de maio.

As instituições podem acessar o sistema pela página do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

AGU defende Fies para que alunos não sejam prejudicados por limitação orçamentária

Raphael Bruno - Revista Gestão Universitária - 26/03/2015 - Belo Horizonte, MG

A Advocacia-Geral da União (AGU) já defendeu as novas regras do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) em 20 ações ajuizadas por entidades representativas de faculdades particulares e outros órgãos. O objetivo dos advogados públicos é demonstrar a validade jurídica das normas, que adequam o funcionamento do programa ao orçamento disponível de maneira que estudantes não sejam impedidos de aderir aos empréstimos ou renovar contratos já existentes por falta de recursos.

Bancado com verba do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Fies financia o pagamento de 50% a 100% do valor das mensalidades de estudantes em 1,6 mil faculdades particulares. São cobrados juros abaixo dos praticados no mercado, de 3,4% ao ano, e o aluno beneficiado só precisa começar a quitar os empréstimos 18 meses após se formar.

No final do ano passado, o Ministério da Educação (MEC) alterou regras do programa para assegurar que o orçamento disponível, que em 2015 deve ser de R$ 12,5 bilhões, seja suficiente para atender 1,9 milhão de estudantes já matriculados e outros 200 mil que devem aderir ao financiamento neste ano. As normas limitaram a 6,41% o reajuste da mensalidade nas faculdades que fazem parte do programa e ampliaram o período que o ministério terá para pagar as instituições de ensino, além de estabeleceram um desempenho mínimo que deve ser atingido pelo estudante no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para que ele possa ser beneficiado.

As mudanças já foram alvo de 20 ações judiciais. Doze ainda aguardam análise da Justiça, duas foram extintas e, em seis, a Justiça atendeu pedido de liminar para suspender parte das normas do MEC. Os advogados públicos já conseguiram, contudo, derrubar cinco delas. Na vitória mais recente, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) acatou solicitação da AGU para suspender duas liminares que haviam sido concedidas contra as novas regras, uma pela 7ª Vara Federal do DF e outra pela 1ª Vara Federal de Rondônia.

A Procuradoria-Regional da União da 1ª Região (PRU1) e a Procuradoria-Regional Federal da 1ª Região (PRF1), unidades da AGU que atuaram no caso, argumentaram que as decisões poderiam provocar grave prejuízo econômico e social. A estimativa é de que, a cada 1% de reajuste das mensalidades acima do teto estabelecido pelo ministério, 30 mil estudantes tenham que deixar de ser atendidos pelo programa.

Também foi defendido que a limitação é necessária porque muitas faculdades praticaram, nos últimos anos, aumentos das mensalidades muito superiores à inflação. E que as liminares interferiam na autonomia administrativa do FNDE e da União, representando uma ingerência indevida do Judiciário nos critérios de financiamento estabelecidos pelo Executivo. De acordo com os advogados públicos, a legislação é clara ao definir a competência do MEC para regulamentar o programa.

O TRF1 acatou pedido da AGU para suspender as liminares, observando na decisão que elas invadiam `a esfera de competência da administração pública de gerir as verbas destinadas no orçamento, interferindo nas políticas voltadas ao financiamento estudantil, podendo lesar gravemente a ordem e a economia pública`.

A PRU1 é uma unidade da Procuradoria-Geral da União (PGU). A PRF1 é uma unidade da Procuradoria-Geral Federal (PGF). PGU e PGF são órgãos da AGU.

Ref.: Suspensão de Liminar nº 0012790-26.2015.4.01.0000 - TRF1

Atraso de repasses no MEC atinge programas federais

Renata Mariz - O Globo - 27/03/2015 - Rio de Janeiro, RJ

O atraso no repasse de verbas do Ministério da Educação (MEC) chegou aos institutos federais, deixando monitores do Programa de Formação de Professores de Jovens e Adultos (Proeja) sem a bolsa a que têm direito, paga pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Embora tenha informado, em nota, que repassou, neste mês, R$ 55 milhões para a rede federal e que espera “regularizar o fluxo a partir de agora”, o MEC não detalha quantos bolsistas estão prejudicados.

O mestrando em educação Gustavo de Sousa, bolsista desde setembro de 2014 no Proeja implantado no Instituto Federal de Santa Catarina, é um deles. Tutor no programa, ele convive com os atrasos desde o início do ano. Depois de ficar sem receber em fevereiro e março, teve um dos pagamentos feitos recentemente. Mas o valor que deveria cair na conta do bolsista até o 15° dia útil deste mês ainda não chegou.

— A gente fica olhando todo dia para ver se cai a fortuna de R$ 765. Ninguém do programa recebeu. Quando acionamos a coordenação, nos informaram que o recurso vem do FNDE. Só resta esperar — conta Gustavo.

O Instituto Federal de Santa Catarina confirma os atrasos no pagamentos das bolsas custeadas pelo governo federal. De acordo com a instituição, 30 pessoas, entre professores e tutores do Proeja, estão sem receber os valores. Mas o problema não é exclusivo da instituição catarinense. No Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, profissionais que recebem pelo FNDE também estão com atrasos nas bolsas.

A instituição informa que estão atrasadas as bolsas recebidas por cerca de mil tutores e professores de cursos ofertados pela Rede E-Tec, sistema financiado pelo governo federal em parceria com as instituições para ofertar educação profissional à distância. O pagamento referente ao mês de janeiro foi feito nesta semana. E o de fevereiro, que deveria ter sido efetivado até 15 de março, deve ser quitado na semana que vem, segundo o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais.

ATRASOS TAMBÉM NO PRONATEC

O atraso nos repasses do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), reclamado até então por dirigentes de instituições particulares de ensino que recebem recursos do governo federal para ofertar os cursos, agora é realidade também em alguns institutos federais. O de Santa Catarina, por exemplo, informou que vem solicitando ao MEC R$ 1,9 milhão para quitar as contas relativas programa.

Ontem, foram repassados R$ 656 mil — um terço do montante atrasado — que servirão para custear as bolsas dos cerca de 450 professores, orientadores e tutores do Pronatec. Além disso, o recurso será utilizado para garantir o auxílio-transporte dos 2.749 alunos das 144 turmas do programa. O Instituto Federal do Norte de Minas Gerais menciona que as bolsas do Pronatec estão “com atrasos pontuais” para uma parte dos alunos e professores.

Fies: Pontuação do Enem vale a partir de segunda-feira; veja regras

Cristiane Capuchinho - IG Educação - 26/03/2015 - São Paulo, SP

A partir da próxima segunda-feira (30), estudantes que não tenham média de 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou tenham zerado a redação não poderão pedir financiamento pelo Fies (programa de crédito federal).

A nova regra, publicada em dezembro de 2014, é mais uma da série de alterações feitas pelo governo federal no programa. Nesta edição, o MEC limitou o financiamento e está usando critérios como nota do curso e localização para selecionar os beneficiários. Também foi criado um percentual máximo de reajuste para mensalidades no caso de aditamentos de contrato.

Por conta disso, estudantes têm reclamado nas redes sociais e em protestos da falta de informações claras sobre as inscrições.

O iG reuniu dúvidas de universitários sobre as mudanças nas regras do Fies e as levou ao FNDE (órgão ligado ao Ministério da Educação).

Confira abaixo qual o melhor navegador para acessar o site do Fies, o que acontece com quem não tem 450 pontos no Enem e como saber se a sua instituição ainda tem vagas para financiamento, entre outras coisas.

O que é o Fies?

É um programa federal de crédito que financia os estudos de alunos matriculados em instituições privadas do País. O aluno, conforme seu perfil econômico, pode financiar até 100% do valor das mensalidades a juros de 3,4% ao ano. Durante o tempo de estudos, o universitário paga apenas uma taxa trimestral no valor de R$ 50. O estudante começa a quitar a dívida 18 meses após a formatura.

O percentual mínimo de financiamento pelo Fies é de 50% do valor dos encargos educacionais cobrados do estudante por parte da instituição de ensino. O percentual máximo é de 100%.

Qual é o valor do recurso financeiro destinado ao Programa?

Em 2014, o Fies desembolsou R$ 13,75 bilhões de recursos destinados às universidades e estudantes inseridos no programa. Para este ano, segundo o FNDE, o montante e a estimativa de vagas destinados ao programa ainda não foram definidos.

Quais serão os critérios para concessão de matrículas pelas universidades particulares?

As novas regras nesta edição levam em consideração a qualidade dos cursos, distribuição regional e disponibilidade de recursos. Cursos avaliados com nota 5, considerado o conceito máximo pelo MEC, terão atendimento pleno. Já as graduações nota 3 e 4 serão considerados alguns aspectos regionais, priorizando localidades e cursos que historicamente foram menos atendidos.

Ranking: 25 instituições de ensino superior recebem nota máxima; 354 são reprovadas

Quem pode pedir o financiamento?

Estudantes matriculados em instituições privadas conveniadas ao MEC (Ministério da Educação) e que tenham renda familiar inferior a 20 salários mínimos (R$ 15,7 mil) e cujo comprometimento financeiro seja menor que 20% da renda familiar.

Além disso, a partir do dia 30 de março só poderá se candidatar ao programa de financiamento estudantil o estudante que tiver obtido nota maior que 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio e não tiver zerado a redação.

Quais estudantes não podem solicitar o financiamento?

Estudante que esteja em situação de trancamento geral de disciplinas no momento da inscrição, que já tenha sido beneficiado com financiamento do Fies ou com situação inadimplente com o Programa de Crédito Educativo não poderão participar do Fies.

Por que alguns estudantes estão com dificuldades para acessar o sistema?

O MEC diz que o grande número de acessos tem dificultado a estabilidade do sistema. O FNDE afirma trabalhar continuamente para garantir estabilidade ao Sistema Informatizado do Fies (SisFies), seja para aditamentos de contratos ou para novas inscrições.

Estudantes e instituições que tiverem problemas para acessar o sistema podem entrar em contato com o ministério pelo telefone 0800 616161.

Há um navegador mais indicado para fazer a inscrição?

Mozilla Firefox ou Google Chrome.

Qual o horário de menor congestionamento no site do Fies para fazer a inscrição?

Como se trata de uma situação muito dinâmica, não é possível apontar um horário mais adequado para acessar o SisFies.

Por que alunos inscritos no site do Fies não conseguem ser atendidos pela comissão (CPSA) em suas faculdades?

O estudante precisa ser atendido pela Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento (CPSA) para entregar os documentos exigidos no processo de inscrição. Caso a CPSA da instituição se recuse a atendê-lo, é preciso reportar o caso via 0800-616161.

Quantas novas vagas serão destinadas aos alunos neste semestre?

O Fies não trabalha com número determinado de vagas, mas sim com limite financeiro. Como o programa financia um percentual variável dos custos do estudante (entre 50% e 100% dos encargos), o mesmo valor pode cobrir um grande número de financiamentos de 50%, e metade disto caso seja financiado 100%.

Até o dia 20 de março, 196 mil novos contratos foram feitos, segundo o FNDE.

É possível saber se o limite de alunos que podem receber financiamento pelo Fies em determinado curso de uma instituição acabou?

Pode-se acessar os cursos ainda disponíveis em cada instituição no link a seguir: http://sisfiesaluno.mec.gov.br/selecao-cursos

A regra que limita as inscrições no programa a alunos com nota igual ou superior a 450 pontos no Enem e que não tenham zerado na redação passam a valer quando?

A partir do dia 30 já valem as novas regras. A nota mínima só não será cobrada de estudantes que sejam professores permanentes da rede pública de ensino básico e estejam regularmente matriculados em curso de licenciatura normal superior.

Se a inscrição for concluída no SisFies até 29 de março, o aluno não precisa cumprir as exigências de nota mínima no Enem.

O que é o aditamento?

Contratar o Fies significa contrair um empréstimo. A cada semestre é preciso confirmar se o estudante continua a estudar na instituição de ensino e sob quais condições, para renovar, suspender ou cancelar o financiamento – isso é o aditamento.

Caso o estudante não consiga realizar o aditamento de renovação semestral no prazo de até 30 de abril haverá penalidades?

Segundo o FNDE, se o aluno não fizer o aditamento, poderá haver cobranças das mensalidades equivalentes ao período cursado. Dos 1,9 milhão de aditamentos possíveis, 1,7 milhão já tinha sido iniciado até o dia 20 de março.

Como funciona o limite de reajuste nas mensalidades?

De acordo com o FNDE, o Fies não controla o valor das mensalidades. Entretanto, o papel do Fundo como agente operador do Programa é estabelecer valores máximos e mínimos para os contratos financiados, que podem ser ajustados nos períodos de aditamento.

Caso a instituição de ensino superior almeje um reajuste do financiamento acima dos valores liberados no SisFies (o limite máximo estipulado pelo Fies é de 6,41%), deve entrar em contato com Ministério da Educação e FNDE para negociar suas taxas, inclusive justificando seu reajuste.

O governo afirmou que vai revisar todos os contratos do Fies para que não haja reajustes de mensalidade acima da inflação. O aluno que tiver conseguido fazer o aditamento apesar de um reajuste acima de 6,41% pode perder o financiamento?

Não, ele não perderá o financiamento, mas é importante informar que o SisFies liberou aditamentos com reajuste acima de 6,41% de forma preliminar. Ou seja, a instituição de ensino superior que praticou reajustes superiores ao limite estabelecido será procurada pelo MEC e FNDE para negociar seu reajuste.

Como devem proceder os estudantes que têm contratos do Fies e foram obrigados a assinar termos de compromisso sobre a parcela do reajuste acima da inflação? Eles devem avisar o FNDE?

As instituições de ensino superior não podem cobrar do aluno a diferença entre o reajuste pretendido e o limite estabelecido. Em casos assim, o estudante deve entrar em contato com o FNDE via central telefônica gratuita, no número 0800-616161, ou enviar mensagem eletrônica pelo SisFies, clicando na opção ‘Contato’.

O estudante que já tenha pagado alguma mensalidade do semestre poderá ser ressarcido?

Sim. Caso a contratação do financiamento aconteça no decorrer do semestre, a instituição de ensino deverá ressarcir ao estudante financiado o valor referente aos repasses recebidos de parcelas da semestralidade já pagas pelo estudante.

Durante o financiamento é possível pedir a transferência integral de curso?

Sim. O estudante poderá transferir de curso uma única vez na mesma instituição de ensino, desde que o período transcorrido entre o mês de início da utilização do financiamento e o mês de desligamento do estudante do curso de origem não seja superior a 18 meses. No caso dos bolsistas parciais do ProUni, estes poderão pedir a transferência de curso mais de uma vez, mesmo após transcorridos os 18 meses.

Finlândia nega fim do ensino tradicional por disciplinas em escolas

O GLOBO / COM AGÊNCIA INTERNACIONAIS - O Globo - 26/03/2015 - Rio de Janeiro, RJ

Após a notícia de que a Finlândia estaria prestes a abolir o ensino por disciplinas correr o mundo, o país anunciou que isso não vai acontecer. De fato, a Finlândia terá um novo currículo para o ensino básico com mudanças para 2016, mas o Ministério da Educação divulgou uma nota, nesta quarta-feira, negando que vá abolir o sistema de ensino por matérias, como matemática, história e ciências.

A notícia se espalhou depois de uma matéria veiculada pelo jornal britânico `The Independent` informar que o ensino tradicional daria lugar ao ensino por `tópicos` multidisciplinares. O texto chegava a dizer que as mudanças valeriam para todas as escolas e seriam colocadas em prática até 2020.

O novo currículo para o ensino básico, que será implementado em agosto de 2016, contém algumas alterações que poderiam ter dado origem ao mal-entendido. De olho nos desafios futuros, o documento aumenta o foco sobre a aplicação transversal de competências, baseadas em práticas colaborativas dentro de sala de aula, nas quais alunos serão orientados simultaneamente por vários professores, durante períodos de estudos.

A nota divulgada pela pasta também esclarece que os alunos devem participar todos os anos de, pelo menos, um desses módulos de aprendizagem multidisciplinar, que são concebidos e implementados localmente. O novo currículo também afirma que os alunos devem ser envolvidos no planejamento.

Estudantes ganham motivação ao produzir jornal escolar no DF

Fátima Schenini - Revista Gestão Universitária - 26/03/2015 - Belo Horizonte, MG

Decidido a dinamizar as aulas de produção de texto no Centro de Ensino Fundamental Juscelino Kubistchek (CEF JK), em Planaltina, região administrativa do Distrito Federal, o professor Marcelo da Silva Lisbôa resolveu criar um jornal escolar. O projeto foi idealizado em 2013, especificamente para a turma C do quinto ano do ensino fundamental, com participações esporádicas de alunos de outras turmas.

Os estudantes ficaram empolgados com o informativo Tá ligado? “Era a motivação que faltava para fazê-los ler e produzir textos”, diz Marcelo, que leciona desde 2002. Graduado em pedagogia, o professor tem pós-graduação em ensino especial e em orientação educacional.

A partir da terceira edição do jornal, que é bimestral, o projeto passou a contar com a participação do professor Francilon Dias da Silva, do quarto ano do ensino fundamental. Com licenciatura em pedagogia e curso técnico de designer gráfico, Francilon ficou encarregado da diagramação e do auxílio aos demais professores. Marcelo ficou na redação geral do informativo.

Em 2014, devido aos bons resultados, o projeto passou a integrar a proposta pedagógica da instituição como projeto de leitura para todas as turmas de quarto e quinto anos. O jornal passou a se chamar A Voz do JK, e todos os professores e alunos das turmas envolvidas participaram da produção, redação e utilização do informativo em sala de aula como ferramenta pedagógica interdisciplinar.

“Os alunos sempre participam ativamente de todas as edições e se envolvem em todas as etapas, seja criando textos, propondo pautas ou dobrando e distribuindo os jornais”, explica Marcelo.

Após participarem de curso sobre uso de tecnologias de informação e comunicação (TIC) na escola, oferecido pelo Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia Educacional (Proinfo Integrado), do Ministério da Educação, em parceria com a Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (Eape), os dois professores resolveram fazer uma edição especial do jornal, com o tema Educando com Tecnologias. “Convidamos professores que atuam com uso da didática multimídia a nos trazer testemunhos e apresentar ações”, revela Francilon, que atua no magistério há cinco anos. “Os alunos gostaram, pois intensificamos o trabalho com esses recursos em sala de aula”, afirma. “Essa didática mostrou-se superatrativa e compensadora nos resultados finais após avaliações.”

Editoriais

Na Finlândia, competência toma lugar do conteúdo

Vinícius de Oliveira - Porvir - 26/03/2015 - São Paulo, SP

Experimentar e não ter medo de falhar é um lema repetido com certa frequência por empreendedores. Na educação, até pelo número de envolvidos diretamente no processo, a estratégia costuma ser deixada de lado. Não na Finlândia. Apesar de figurar entre os 10 melhores em ciências e leitura no PISA (sigla em inglês para Programa Internacional de Avaliação de Alunos, exame realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o país começa a pôr em prática uma nova maneira de ensinar, na qual disciplinas e o conteúdo perdem espaço para competências e alunos ganham papel ativo na avaliação.

Na última semana, uma reportagem do jornal britânico The Independent trouxe pistas sobre o novo plano finlandês: tópicos, como “mudança climática” e “centenário da independência da Finlândia” começam a receber mais ênfase do que a transmissão de conteúdo por meio da rigidez das disciplinas. Em um passo além do que hoje acontece por no mínimo dois períodos ao ano nas chamadas “aulas de fenômenos”, a grade horária se torna mais flexível para que o estudante entre em contato com conceitos de economia, história, geografia e línguas estrangeiras de modo transversal com a ajuda de temas do cotidiano. A partir de 2016, novas diretrizes curriculares vão induzir a implantação de aulas e práticas colaborativas com diversos professores trabalhando simultaneamente com um mesmo grupo de alunos. Na capital do país, Helsinque, 10 escolas já aplicam essa metodologia, enquanto outras dão os primeiros passos.

Para saber mais sobre as mudanças em curso, Porvir conversou com Marjo Kyllönen, secretária de educação da cidade, a maior rede do país, com 198 escolas, 36.000 alunos e 3.000 professores. Kyllönen explica que o plano é mudar o foco, sair do ensino tradicional que forma indivíduos prontos para obedecer e partir para uma solução inovadora que ajude no progresso da sociedade finlandesa. A representante de Helsinque detalha ainda mudanças no modo de avaliar professores, que passariam a ter feedback da própria classe. Medo de dar errado? “Eu não tenho medo. Esse novo jeito de ensinar permite resultados muito melhores em diferentes áreas, porque você passa a aprender sobre determinado tema para a vida e não somente para a escola”. Leia a entrevista abaixo:

Porvir – Por que vocês estão fazendo essas mudanças agora?

Marjo Kyllönen - Precisamos mudar a maneira de ensinar e o trabalho que é feito dentro da sala de aula. Claro, ainda é necessário conhecimento em matemática e ciências, mas agora o foco é garantir às crianças as habilidades necessárias para a sociedade do futuro. O modo tradicional de ensino foi feito para a era industrial, com todos os trabalhadores fazendo a mesma coisa e se mostrando obedientes, mas para o amanhã e para o futuro é necessário fazer diferente e desenvolver habilidades individuais e, ao mesmo tempo, demonstrar colaboração, capacidade de inovar, ter coragem para fracassar e encontrar novos modos de fazer as coisas. É por isso que acredito que a Finlândia ocupa a parte de cima de rankings como o PISA (sigla em inglês para Programa Internacional de Avaliação de Alunos) . Não podemos sentar e ficar só esperando e, sim, trabalhar no redesenho do sistema educativo.

Porvir – Como as mudanças têm sido implementadas?

Kyllönen – Quando falamos de Helsinki, nos referimos a dez escolas que adotaram esse tipo mais abrangente da metodologia, com aulas de fenômenos substituindo de modo abrangente as disciplinas no currículo. A grande maioria, no entanto, já tem realizado um trabalho experimental: o critério mínimo é que cada estudante participe em dois processos a cada ano letivo, da primeira à nona série [período que compreende a educação obrigatória]. Esse trabalho deve durar pelo menos duas semanas e envolver diferentes disciplinas. Quando levamos esse assunto às escolas, falamos sobre o que muda no dia a dia, do papel mais ativo dos alunos, de como o conteúdo não é tão importante quanto se pensa e, principalmente, para que os líderes [das escolas] não tenham medo de falhar, porque quando se começa algo novo, não se sabe quais serão os resultados.

Porvir – Como vocês preveem o impacto dessas mudanças em exames internacionais como o PISA?

Kyllönen – Uma parte da resposta é que depende do que o PISA vai avaliar. Se continuar a verificar o aprendizado de habilidades do dia a dia, penso que continuaremos em boa posição no ranking. Se quiserem acompanhar conhecimento em matemática, tudo bem, não vamos deixar de lado essas habilidades básicas. Só que faremos isso de um jeito diferente e nosso objetivo é que os resultados em escala global nos permitam ficar entre as dez primeiras posições e, por que não, na liderança [risos]. Eu não tenho medo. Esse novo jeito de ensinar permite resultados muito melhores em diferentes áreas, porque você passa a aprender sobre determinado tema para a vida e não somente para a escola.

Porvir – Existe alguma data para que todas as escolas sigam a nova metodologia em seu nível mais amplo?

Kyllönen – Não temos um prazo. Estamos discutindo e reimaginando a educação há anos e agora a proposta ficou suficiente madura. Minha experiência mostra que quando o professor aprende a desenhar essas aulas de fenômenos, ele não quer voltar para o modo tradicional de ensino. Mesmo quando está sozinho, ensinar matemática de um jeito diferente é o mais importante, porque alunos ficam mais motivados e têm melhor desempenho. Estamos dando pequenos passos e, em agosto de 2016, um novo currículo será implementado e começaremos a ensinar a partir dele. Sei que temos mais escolas que planejam adotar um currículo baseado em “fenômenos” para todas suas atividades. No momento temos dez, mas a maioria começa a fazer alguma coisa.

Porvir – Como é o trabalho para convencer professores a mudar sua filosofia de trabalho?

Kyllönen – Essa é uma questão que também tem sido trabalhada há algum tempo. Além de responsável pela educação em Helsinque, também sou pesquisadora e fiz minha tese de PhD sobre liderança escolar. A meu ver, os principais agentes de mudança são os líderes escolares. Em 2005, adotamos um nova organização em todas as escolas: temos um grupo formado por diretor, vice-diretor e, abaixo deles, líderes de equipe. Ao mesmo tempo, existe um grupo de 50 professores-tutores, supervisionado por especialistas do meu departamento, que trabalham em sala de aula e ainda fazem um trabalho de desenvolvimento profissional promovido pelo município. Eles vão até as escolas para dar exemplo de como implementar as aulas de fenômenos. Nós fazemos assim porque eles podem dizer “Eu já fiz isso na aula e funciona dessa maneira, estas são as dificuldades e desafios” e não fica parecendo que é o nível mais alto da hierarquia dando ordens. Quando a informação vem do chão da escola, os professores se convencem de que é possível e ficam mais motivados.

Porvir – E qual a opinião dos pais dos alunos?

Kyllönen – Na Finlândia, temos o privilégio de ter uma sociedade que valoriza a educação e os professores. Existem algumas escolas que estão dando apenas os primeiros passos e outras muito avançadas nessa reforma de suas rotinas. A resposta dos pais, no entanto, é muito satisfatória porque seus filhos estão verdadeiramente motivados.

Porvir – Que tipos de tópicos os alunos vão trabalhar?

Kyllönen – A base curricular comum da Finlândia permite à autoridade local decidir os rumos da educação e a autoridade nacional dá apenas as diretrizes. Antes das aulas de fenômenos, professores e tutores se envolvem no planejamento para escolher as disciplinas, objetivos e conteúdos que serão trabalhados. Fica a cargo das escolas decidir os conteúdos. Não obrigamos a fazer isso ou aquilo. Até mesmo os alunos podem definir quais serão os tópicos do currículo, pois podem aprender um mesmo conteúdo com a ajuda de diferentes tópicos. Então, não há necessidade que a autoridade municipal defina o que será visto na sala de aula.

Porvir – Falando um pouco mais sobre novas maneiras de ver o aprendizado, a França discute abolir notas de avaliação. Vocês pensam em fazer algo parecido?

Kyllönen – Na Finlândia não fazemos ranking de escolas. Em vez resultados individuais, pensamos no processo de aprendizagem. Uma das principais maneiras de se fazer isso é tornar o processo de aprendizagem mais perceptível, orientar estudantes e dizer a eles quais em que estão bem, quais são suas dificuldades e como podem resolvê-las. Enfatizamos o processo, não o resultado em si. Esse é nosso principal conceito de avaliação. Claro, no final de cada ano escolar, eles recebem suas notas para saber em que nível estão, mas não para se comparar com os colegas, mas para saber se objetivos traçados no inicio das aulas foram cumpridos. Como eles podem criar um plano individual de estudos, os objetivos são diferentes daqueles dos colegas. Nosso ethos para avaliação é bem singular e vemos esse processo como oportunidade de guiar a aprendizagem. Deve-se dar aos alunos meios para autovaliação e o professor não deve ser o único responsável por ela, que também deve acontecer entre pares, por meio de feedback entre colegas. Além disso, vemos que é importante que o professor seja avaliado pelos pupilos — e não só por seus chefes — e é o que buscamos enfatizar para o futuro.

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