Sexta feira, 10 de abril de
2015
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Matérias de Hoje
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Agência Brasil
- 09/04/2015 - Brasília, DF
Segundo o instituto, os
analfabetos são pessoas mais velhas e, nesse caso, o importante
“é comemorar” o que foi feito. O presidente do Inep,
Francisco Soares, destaca a necessidade de criação de
políticas para um grupo de pessoas mais idosas, que não
são muito facilmente levadas a procurar a escola
Revista
Gestão Universitária - 09/04/2015 - Belo Horizonte, MG
O Prêmio Capes de Tese
consiste em passagem aérea e diária para o autor e um dos
orientadores da tese premiada para que compareçam à
cerimônia de premiação, que ocorrerá na sede da
Capes, em Brasília
O Globo - 10/04/2015
- Rio de Janeiro, RJ
Para eles, programas suscitados
pelas Olimpíadas ainda são pontuais
Revista
Gestão Universitária - 09/04/2015 - Belo Horizonte, MG
Ao fim do encontro com os
coordenadores, Célia concluiu que o Censo Escolar é muito
mais do que uma contagem de alunos
UOL
Educação - 09/04/2015 - São Paulo, SP
A possibilidade de um Enem online
ainda neste ano foi divulgada pelo ex-ministro Cid Gomes, que ficou apenas
76 dias no cargo
O Tempo - 09/04/2015
- Belo Horizonte, MG
Cerca de 80 pessoas decidiram que
uma série de ações serão feitas para pressionar
a direção da universidade a tomar atitudes mais contundentes
neste tipo de caso discriminatório
UOL
Educação - 09/04/2015 - São Paulo, SP
Para Janine, a
educação de base é a prioridade porque `é o que
vai durar mais tempo`
Revista
Gestão Universitária - 09/04/2015 - Belo Horizonte, MG
Além do foco na
expansão da estrutura física das universidades, o Reuni criou
as condições para a reestruturação
acadêmica e pedagógica da rede federal de
educação superior
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Editoriais, artigos e opiniões
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UOL Educação - 10/04/2015 -
São Paulo, SP
UOL Educação - 09/04/2015 -
São Paulo, SP
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Matérias
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Inep contesta dados da
Unesco sobre cumprimento de metas do país na
educação
Mariana Tokarnia - Agência Brasil
- 09/04/2015 - Brasília, DF
O Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)
contestou hoje (9) o documento da Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência
e a Cultura (Unesco) segundo o qual o Brasil cumpriu apenas duas das seis
metas estabelecidas em 2000 para o setor. Segundo o Inep, o país
cumpriu cinco das seis metas do Marco de Ação de Dakar,
Educação para Todos: Cumprindo nossos Compromissos Coletivos,
firmado por 164 países na capital senegalesa.
Pelos
critérios utilizados no último relatório de
acompanhamento, o Brasil cumpriu as metas acordadas de
universalização da educação primária,
que corresponde ao período do 1º ao 5º anos do ensino
fundamental, e de garantir a paridade de gênero também na
educação primária.
Para o Inep, o
país descumpriu apenas a quarta meta, que é a
redução em 50% do analfabetismo de adultos. A taxa de
analfabetos com mais de 15 anos passou de 12,4%, em 2001, para 8,7%, em
2012. Para cumprir a meta, a taxa deveria ter caído para pouco mais
de 6%. `Fechamos a torneira do analfabetismo no Brasil. Hoje existe acesso
à escola, e os que têm acesso não são mais
analfabetos”, diz o Inep.
Segundo o
instituto, os analfabetos são pessoas mais velhas e, nesse caso, o
importante “é comemorar” o que foi feito. O presidente
do Inep, Francisco Soares, destaca a necessidade de criação
de políticas para um grupo de pessoas mais idosas, que não
são muito facilmente levadas a procurar a escola.
O Relatório
de Monitoramento Global de Educação para Todos 2000-2015:
Progressos e Desafios foi lançado hoje (9) em Brasília. Ao
apresentar os dados sobre a evolução dos indicadores nos
últimos 15 anos no Brasil, Soares disse que o país evoluiu em
todas as etapas de ensino. `O pacto em Dakar, que é um acordo
internacional, não tinha um indicador associado. Nós nos
comprometemos a melhorar; melhoramos. A única meta que tinha um
indicador era a do analfabetismo`, ressaltou o presidente do Inep.
Uma das metas que
geraram polêmica quanto ao não cumprimento foi a de
avançar na educação infantil, período que, no
Brasil, corresponde à pré-escola, que atende a
crianças de 4 e 5 anos de idade. O acordo inicial não
continha uma meta específica. Posteriormente, estabeleceu-se em 80%
a percentagem ideal de inclusão das crianças. Nesse ponto, os
dados da Unesco, que consideram projeções populacionais das
Nações Unidas divergem dos do Inep, que considera a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Pela Unesco, o Brasil
chegou à inclusão de 78,2% e, pelo Inep, a 81,4%.
Soares reconheceu
que o país tem muito a caminhar e citou o ensino médio como
um dos grandes gargalos, pelas altas taxas de abandono, além da
educação infantil, sobretudo no que diz respeito às
creches, que deverão incluir 3 milhões de crianças
até 3 anos de idade. `A questão da creche é a nova
fronteira, o Brasil não tratava desse assunto.`
Para o presidente
do Inep, o desafio brasileiro é cumprir as metas do Plano Nacional
de Educação (PNE), que, sancionado no ano passado, estabelece
metas da educação infantil à
pós-gradação. O plano estipula também o
investimento mínimo de 10% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de
todos os bens e serviços gerados pelo país) até o fim
da vigência.
`No PNE, pactuamos
metas e indicadores que são muito duros e nos comprometemos de forma
explícita com indicadores de acesso e aprendizado. Em Dakar, nos
comprometemos a colocar em movimento e nos apresentamos de forma tranquila.
Mudamos o movimento. E vamos chegar a Seul [capital da Coreia do Sul] com o
PNE feito: sabemos que não serão compromissos
genéricos`, disse Santos.
O Marco de
Ação de Dakar, Educação para Todos: Cumprindo
nossos Compromissos Coletivos foi firmado em 2000 por 164 países. A
Unesco acompanha o progresso das metas que deveriam ser cumpridas
até 2015. Vencido o prazo, em Seul, em maio o grupo de países
deverá definir novas metas para serem cumpridas até
2030.
Abertas as
inscrições para o Prêmio Capes de Tese 2015
(CCS/Capes) - Revista Gestão
Universitária - 09/04/2015 - Belo Horizonte, MG
A
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (Capes) divulga nesta quinta-feira, 9, o edital do
Prêmio Capes de Tese 2015. O prêmio é outorgado
às melhores teses de doutorado selecionadas em cada uma das 48
áreas do conhecimento reconhecidas pela Capes nos cursos de
pós-graduação pertencentes ao Sistema Nacional de
Pós-Graduação. Concorrem a esta edição
as teses defendidas em 2014.
A
premiação é constituída pelo Prêmio Capes
de Tese e Grande Prêmio Capes de Tese, em parceria com a
Fundação Conrado Wessel. Serão concedidos, ainda,
prêmios especiais para as áreas de Educação e de
Ensino, em parceria com a Fundação Carlos Chagas.
A
pré-seleção das teses a serem indicadas ao
Prêmio Capes de Tese ocorre nos programas de
pós-graduação das instituições de ensino
superior que tenham tido, no mínimo, três teses de doutorado
defendidas em 2014. Após a indicação da tese vencedora
pela comissão de avaliação, o coordenador do programa
de pós-graduação deve realizar a
inscrição da tese até o dia 15 de maio.
Grande
Prêmio
A cada ano, os
Grandes Prêmios Capes de Tese homenageiam destacados cientistas
brasileiros. Em 2015, serão homenageados Emílio Vanzolini
(Ciências Biológicas, Ciências da Saúde,
Ciências Agrárias), Aziz Nacib Ab`Sáber (Engenharias,
Ciências Exatas e da Terra e Multidisciplinar – Materiais e
Biotecnologia) e Antônio Houaiss (Ciências Humanas,
Lingüística, Letras e Artes, Ciências Sociais Aplicadas e
Multidisciplinar – Ensino).
Concorrerão
ao Grande Prêmio Capes de Tese os autores vencedores do Prêmio
Capes de Tese que apresentarem à Capes uma vídeo-aula com
duração de 20 a 30 minutos, em CD ou DVD, destinada a
estudantes de ensino médio, abordando, de forma apropriada a tal
nível educacional, o tema da tese de doutorado . O CD/DVD com a
vídeo-aula deverá ser enviado até vinte dias
após a publicação da portaria de
divulgação dos premiados no Diário Oficial
União, previsto para agosto de 2015.
Premiações
O Prêmio
Capes de Tese consiste em passagem aérea e diária para o
autor e um dos orientadores da tese premiada para que compareçam
à cerimônia de premiação, que ocorrerá na
sede da Capes, em Brasília; certificado de premiação
ao orientador, coorientador(es) e ao programa em que foi defendida a tese;
certificado de premiação e medalha para autor; auxílio
equivalente a uma participação em congresso nacional para o
orientador, no valor de R$ 3 mil; bolsa para realização de
estágio pós-doutoral em instituição nacional de
até três anos para o autor da tese, podendo converter um ano
em estágio pós-doutoral fora do país em uma
instituição de notória excelência na área
de conhecimento do premiado.
A
Fundação Carlos Chagas oferecerá aos autores
vencedores nas áreas de Educação e de Ensino um
prêmio no valor de R$ 15 mil e quatro prêmios na categoria
Menção Honrosa no valor de R$ 5 mil cada, sendo duas
premiações de Menção Honrosa em cada uma das
duas áreas.
Já o Grande
Prêmio Capes de Tese consiste em passagem aérea e
diária para o autor e um dos orientadores da tese premiada para que
compareçam à cerimônia de premiação, que
ocorrerá na sede da Capes, em Brasília; certificado de
premiação ao orientador, coorientador(es) e ao programa em
que foi defendida a tese; certificado de premiação e medalha
para autor; auxílio equivalente a uma participação em
congresso internacional para o orientador, no valor de R$ 6 mil; bolsa para
realização de estágio pós-doutoral em
instituição nacional de até cinco anos para o autor da
tese, podendo converter um ano em estágio pós-doutoral fora
do país em uma instituição de notória
excelência na área de conhecimento do premiado; e U$ 15 mil
para o premiado, concedidos pela Fundação Conrado
Wessel.
Acesse a
página do prêmio.
Olimpíadas motivam
projetos em escolas, mas especialistas dizem que educação
física ainda é pouco valorizada
Eduardo Vanini - O Globo - 10/04/2015 -
Rio de Janeiro, RJ
De vez em quando,
o diretor adjunto do Ginásio Experimental Olímpico Juan
Antonio Samaranch, Marcelo Laignier Rolim, saca uma Nikon D7000 para
fotografar seus alunos.
- Gosto de
registrá-los sorrindo. É a maior prova de que fazemos um bom
trabalho - diz.
Localizada em
Santa Teresa, a escola de Rolim pertence à rede municipal e é
uma das três construídas dentro de um modelo cuja proposta
é o funcionamento em tempo integral vocacionado ao esporte.
São 535 alunos, do 6° ao 9º ano. Além de aulas, eles
aprendem e treinam dez modalidades, como natação, atletismo e
esportes de quadra. O corpo docente tem 35 professores, incluindo dez
treinadores, sendo 50% mestres.
- Todas as
atividades são discutidas em conjunto com os alunos, que são
direcionados a atividades conforme o perfil. Trabalhamos a tríade
aluno, atleta e cidadão. E eles precisam se sair bem em todos os
aspectos - explica Rolim.
Sem problemas como
evasão e violência, os alunos que deixam o ginásio
têm conquistado vagas em escolas renomadas e levam na mochila uma
robusta coleção de medalhas.
- A ênfase
no esporte faz com que nossos alunos tenham o espírito de
competitividade e a noção de serem capazes de superar seus
desafios com as próprias pernas - resume Rolim.
Além da
unidade de Santa Teresa, a prefeitura inaugurou, em 2013, outros dois
ginásios, em Pedra de Guaratiba e no Caju, com capacidade para 350
alunos cada. Até o final de 2016, estão previstos mais dois:
nas vilas olímpicas de Honório Gurgel e do Juquiá, na
Ilha do Governador.
Os ginásios
estão entre as bandeiras da prefeitura como legado das
Olimpíadas para a educação. Mas, para especialistas,
por mais bem-sucedida que seja, a iniciativa e outros programas suscitados
pela competição ainda são bastante pontuais.
-
Tradicionalmente, a educação física é
trabalhada no Brasil de forma limitada, reduzida a alguns esportes. E nem
dentro dessa limitação a disciplina está bem
resolvida. Caso contrário, haveria quadras, vestiários e
equipamentos em boas condições em todas as unidades. Projetos
como os ginásios são ilhas de excelência dentro de uma
rede com centenas realidades diferentes - avalia o coordenador da capital
no Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação, Roberto
Alves Simões, professor de educação física nas
redes estadual e municipal.
Simões cita
como exemplo a Escola Municipal Soares Pereira, na Tijuca, onde atua desde
2002:
- O espaço
para a prática de esportes tem o chão deteriorado. Dois
banheiros que poderiam servir de vestiários estão
interditados. Como não há cobertura, ficamos expostos a chuva
e sol. Redes, bolas e traves também estão ruins.
A prefeitura diz
que o espaço não tem viabilidade técnica para receber
cobertura. Mas afirmou que estão previstas, para este ano,
aquisições de equipamentos esportivos,
recuperação dos banheiros e pintura.
ATIVIDADE É
FEITA NO TEMPO QUE SOBRA
Doutor em
Ciências do Esporte, o professor da Uerj Luiz Alberto Baptista cita
ser consenso que, para bons resultados, o esporte deve ser praticado
três vezes por semana, em períodos de aproximadamente uma hora
e meia. Mas as escolas ainda reduzem a disciplina ao tempo que sobra. Para
ele, a educação física precisa contemplar desde o
ensino infantil.
- É preciso
difundir a visão de que se movimentar é uma forma de
expressão. Vários estudos mostraram que quem possui
dificuldade com isso acaba enfrentando barreiras cognitivas.
O professor Lino
Castellani, que coordena o Observatório de Políticas de
Educação Física, Esporte e Lazer da Unicamp, concorda.
Para ele, os jogos não tiveram impacto que se colocasse como
parâmetro de novas práticas pedagógicas, capazes de
fazer a educação física superar seus limites
históricos.
- Pelo
contrário, o que assistimos foi ao recrudescimento da defesa de uma
educação física centrada nos parâmetros da
performance esportiva - diz.
A
secretária municipal de Educação do Rio, Helena
Bomeny, por sua vez, afirma que um conceito mais global da
educação física está sendo difundido na rede, a
partir de um currículo próprio e programas de
capacitação de professores. Segundo ela, também houve
progressos na infraestrutura:
- Temos 1.008
escolas de ensino fundamental e, dessas, 632 têm quadras esportivas.
Desde 2009, 67 unidades ganharam quadras e três outras estão
com processo de aprovação para execução. Mas
temos escolas onde não é possível construir. Para
isso, temos parcerias com clubes e associações. Também
contratamos mais de mil professores na área.
Na visão de
Helena, o maior legado do mundial será o fomento ao debate sobre
valores olímpicos, que traduzem um conceito universal de cidadania
plena:
- Essa
discussão está em todas as escolas, independente de ter
quadra ou não.
Na rede estadual,
também foram feitas mudanças curriculares para que a
disciplina fosse compreendida de maneira mais moderna, e há
programas em curso. Um desses programas é o Transforma, executado em
parceria com o Comitê Rio 2016, cujo objetivo é levar valores
olímpicos e novos esportes às escolas. Isso acontece
através do treinamento presencial e on-line de alunos, coordenadores
pedagógicos e professores de educação
física.
- Queremos
utilizar o esporte para fortalecer os valores olímpicos. Para isso,
além dos treinamentos e dos materiais didáticos, o Transforma
lança desafios que estimulam a reflexão, a
integração e a criatividade - explica a gerente-geral de
Educação do comitê, Mariana Behr.
Segundo ela, o
projeto está em cerca de 350 escolas públicas e particulares
do estado do Rio, alcançando 177 mil alunos. Para este ano,
estão previstas cerca de 11.300 vagas e expansão para mais
cidades.
No âmbito
das particulares, o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino
no Estado do Rio de Janeiro, Edgar Flexa Ribeiro, não observa
impactos das Olimpíadas dentro das instituições:
- A escola
é um organismo inserido na sociedade. Os Jogos representarão
para a escola aquilo que representarem para todo mundo. Pode ser que, no
futuro, existam consequências maiores.
ORÇAMENTO
NÃO PRIORIZA ESCOLAS
Para o professor
da Fundação Getúlio Vargas Pedro Trengrouse, mestre em
Gestão, Marketing e Direito do Esporte, alguns programas colocados
em prática mostram que, de fato, existiram avanços. Mas ainda
é muito pouco.
- O principal
financiador dos Jogos é o governo federal. E, quando olhamos para o
orçamento do Ministério do Esporte, percebemos que mais de
90% estão na Secretaria de Alto Rendimento, enquanto a Secretaria de
Esporte Educacional tem um orçamento muito pequeno. Isso já
mostra como escola não é prioridade - observa.
Trengrouse destaca
que, diferente de países como os Estados Unidos, a base de
formação dos atletas no Brasil não vem de escolas, mas
de clubes.
- A prioridade
deveria ser os Jogos servindo ao Brasil, e não o contrário.
Ao que tudo indica, o resultado será bem parecido com o da Copa,
quando o mundial passou por aqui e deixou o futebol brasileiro para
trás - prevê.
Encontro orienta
coordenadores estaduais sobre coleta de dados
INEP - Revista Gestão
Universitária - 09/04/2015 - Belo Horizonte, MG
`O Censo da
educação básica é fundamental para a
aplicabilidade das políticas públicas relacionadas à
educação no país.` A afirmação é
do diretor de estatísticas educacionais do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Carlos
Eduardo Moreno, ao dar início ao encontro de coordenadores estaduais
do Censo Escolar e do programa Mais Educação, esta semana, na
sede do Inep, em Brasília.
O evento,
realizado entre 6 e 9 de abril, teve como objetivo preparar os
representantes dos estados para a coleta de informações do
Censo de 2015. Como novidade, serão incluídos dados sobre
educação a distância. O alinhamento das respostas no
sistema on-line Educacenso e a fidelidade das informações
contribuem para a melhor distribuição de recursos da
União a estados e municípios.
Durante o
encontro, representantes do Ministério da Educação
(MEC), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE) e da equipe técnica do Inep detalharam os procedimentos e
tiraram dúvidas sobre os espaços de preenchimento do Censo
Escolar. `Queremos os dados cada vez mais qualificados e, para isso,
precisamos que o entendimento dos campos e seus conceitos sejam uniformes`,
observou Célia Gedeon, coordenadora do levantamento. `O Censo
é um dos principais produtos que o Inep oferece à
sociedade.`
O
coordenador-geral de educação integral do MEC, Leandro da
Costa Fialho, lembrou que as escolas devem preencher, no Educacenso, o
campo referente ao programa Mais Educação. A medida
proporciona avanço na política pública de
educação integral. Fialho ressaltou também a
necessidade de os dirigentes dos sistemas de ensino e diretores das escolas
estarem suficientemente esclarecidos sobre a importância do Censo.
`Os números são grandiosos: cerca de 190 mil escolas, onde
estudam 50 milhões de alunos, cerca de 5 milhões deles em
tempo integral`, destacou.
Ao fim do encontro
com os coordenadores, Célia concluiu que o Censo Escolar é
muito mais do que uma contagem de alunos. `Não são
números frios; existe humanidade no Censo`, afirmou. O levantamento
retrata a concretização da educação como a
trajetória regular do estudante — o acesso, a
permanência, a promoção e a conclusão do ensino,
além do aprendizado.
Censo Escolar
– É o principal instrumento de coleta de
informações da educação básica, que
abrange as suas diferentes etapas e modalidades: ensino regular
(educação Infantil e ensinos fundamental e médio),
educação especial e educação de jovens e
adultos (EJA). O Censo Escolar coleta dados sobre estabelecimentos,
matrículas, funções docentes, movimento e rendimento
escolar.
Programa Mais
Educação - Instituído pela Portaria Interministerial
nº 17/2007 e regulamentado pelo Decreto 7.083/10, constitui-se como
estratégia do MEC para induzir a ampliação da jornada
escolar e a organização curricular na perspectiva da
educação integral.
Enem semestral ou online
não sai neste ano, diz secretário do MEC
Estadão Conteúdo - UOL
Educação - 09/04/2015 - São Paulo, SP
A
realização de versões online do Enem (Exame Nacional
do Ensino Médio) e mais de uma vez por ano não será
viável em menos de dois anos, segundo afirmou o secretário
executivo do MEC (Ministério da Educação), Luiz
Cláudio Costa, na quarta-feira (8). A dificuldade é ter um
número de questões suficientes no modelo do exame para que
haja essa possibilidade, o que requer tempo e investimentos. `Ainda
precisamos aumentar nosso banco`, disse.
A possibilidade de
um Enem online ainda neste ano foi divulgada pelo ex-ministro Cid Gomes,
que ficou apenas 76 dias no cargo. Ele chegou a lançar, ainda como
ministro, uma consulta pública, com propagandas na TV, para o MEC
receber propostas sobre o Enem.
Costa ainda
garantiu que os pagamentos do Pronatec estão todos em dia, assim
como 220 mil novos contratos do Financiamento Estudantil (Fies).
Alunos e professores
debatem homofobia na UFMG
João Paulo Costa - O Tempo -
09/04/2015 - Belo Horizonte, MG
Alunos e
professores da Faculdade de Direito e Ciências do Estado da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) se reuniram no fim desta tarde
(9), no hall de entrada da instituição, localizada na
região Central da capital mineira, para exigirem medidas mais
contundentes contra professores envolvidos em casos de
discriminação e preconceito no âmbito acadêmico.
Além disso, eles pretendem criar um cronograma de
mobilizações em torno do tema, que deve ser implementado na
próxima semana.
No encontro, que
reuniu cerca de 80 pessoas, ficou definido que haverá uma
série de ações por parte de alunos e professores, que
devem pressionar ainda mais as direções da faculdade de
direito e da universidade a apurarem os recentes casos
discriminatórios. Na última passada, um professor do curso de
direito foi acusado de tecer comentários homofóbicos e
machistas em sala de aula.
A estudante de
direito e membro do Centro Acadêmico Afonso Pena (CAAP), Júlia
Vidal, 22, explicou que o encontro desta tarde é o início de
ações pontuais no âmbito da faculdade. “O
objetivo deste encontro é tentarmos pensar juntos um cronograma para
pautar a questão LGBT e do racismo dentro da faculdade, tendo em
vista os recentes acontecimentos. Trata-se de uma articulação
de nós estudantes e atores de movimentos sociais que pautam a
questão da discussão de gênero. Queremos uma faculdade
de direito melhor e uma universidade inclusiva”, concluiu.
Problemática
De acordo com
alunos que pediram anonimato, pelo menos dez outros casos, igualmente
preconceituosos, não tiveram repercussão na mídia e
tampouco ganharam atenção da direção da
universidade. Uma aluna que não quis se identificar, disse que
há situações em que professores têm se
posicionado de forma negativa dentro de sala de aula, com discursos
homofóbicos, machistas e de ódio. `As situações
têm sido recorrentes não só nas cadeiras do curso de
direito, mas em quase todos os cursos. Isso precisa de um basta`, declarou
a aluna.
Para o professor e
coordenador do Núcleo de Direitos Humanos e LGBT da UFMG, Marco
Antônio Máximo Prado, o problema ultrapassa os limites do
campus. “Estamos nos mobilizando para pedir a direção
da UFMG para averiguar esses casos. Dada a repercussão, hoje,
tivemos o apoio de vários movimentos ligados à questão
da homofobia e da lesbofobia”, contou.
Segundo ele, os
professores e alunos contaram na tarde de hoje com o apoio do Conselho
Nacional de Direitos Humanos, que enviou uma nota de repúdio aos
casos informados pela mídia, e, também, com uma nota da
Associação de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais,
Transgêneros e Travestis pedindo que a universidade apure o
caso.
Já o
estudante Igor Campos Viana, 22, coordenador-geral do CAAP, diz que, por
conta dos recentes episódios, os alunos vivem um clima geral de
tensão. “É necessária uma medida rápida
da reitoria pois, enquanto não é tomada nenhuma
decisão, os próprios alunos são obrigados a sair de
turmas por medo de retaliações por parte de certos
professores e, ainda, por não concordar com atitude deles”,
revelou.
Ele garante que
conhece casos de alunos que trancaram disciplinas por não
concordarem com a postura de alguns professores. `O que chateia muito os
alunos é que alguns professores com posturas negativas não
foram afastados, e os alunos são obrigados a abandonar a
matéria. A demora em um posicionamento da reitoria afeta quem deseja
estudar`, alega.
Na mesma linha, o
professor de direito da UFMG, Marcelo Andrade Cattoni de Oliveira acredita
que é necessário romper com a tradição do
silenciamento institucional da universidade.
“Atos
homofóbicos como o que vimos, mascarados como inocentes
opiniões pessoais, são extremamente violentos porque
contribuem para a inferiorização social da
população LGBT. Isso é inaceitável não
só porque se trata do contexto de uma universidade pública,
que deve respeitar a diversidade, mas, sobretudo, porque estamos num
país que ostenta índices recordes de violência
física e moral contra gays, lésbicas, travestis e
transexuais”, avaliou.
Outro que espera
providências é o professor de direito internacional da UFMG
Fabrício Polido que, assim como outros professores, assinou uma
petição endereçada à direção da
UFMG pedindo a averiguação contundente dos fatos.
“A abertura
de uma sindicância sobre o caso e um processo administrativo
disciplinar são imperiosos neste momento. Os professores que
assinaram a petição junto com os alunos sentiram-se no dever
funcional de ofício de comunicar à direção
possíveis condutas inoportunas no ambiente acadêmico.
Ninguém aqui está alegando a ocorrência do fato por si
só, mas sim, que a reitoria como instância máxima
delibere sobre a questão”, afirmou.
Ainda segundo ele,
o propósito de um processo administrativo disciplinar de conduta
é a oportunidade de que os fatos sejam de fato esclarecidos.
“Será bom que as coisas venham à tona e que condutas
negativas sejam efetivamente apuradas”, concluiu.
Resposta
Por meio de nota,
a assessoria da UFMG informou que a petição foi encaminhada
ao gabinete do reitor na última segunda-feira e que o documento
está em análise. A nota reforçou que denúncias
dessa natureza sempre serão apuradas e que, a partir das
investigações, a instância maior da universidade
dará o encaminhamento aos trâmites internos determinados pelos
órgãos superiores e legislações vigentes.
O texto ressalta
também que, de acordo com o que determina o Código Civil e o
Estatuto do Servidor, poderá ser aberto um processo disciplinar ou
uma sindicância em qualquer momento. No entanto, em ambas as
situações, o princípio da ampla defesa e do
contraditório serão assegurados aos supostos autores de atos
discriminatórios.
Histórico
Na última
semana um professor do curso de Direito foi acusado de tecer
comentários homofóbicos e machistas em sala de aula. Em 2014
três alunos foram expulsos da faculdade por cometer, em 2013, trotes
racistas e atos de apologia ao nazismo. Eles acorrentaram uma aluna e
colocaram nela a faixa de `Caloura Chica da Silva`.
A sociedade tem de decidir
sobre impostos para a educação, diz ministro
Estadão Conteúdo - UOL
Educação - 09/04/2015 - São Paulo, SP
Para o novo
ministro da Educação, professor Renato Janine Ribeiro, o
Brasil vive um momento de `grande crença` no potencial do ensino.
Apesar disso, ele sabe que os desafios do setor são enormes e
viabilizar suas metas, que incluem expandir o financiamento da
educação, não será fácil. `O aumento de
verbas para a educação será uma batalha de
conscientização`, diz ele. `Vamos passar um tempo mais
difícil e algumas ações precisarão ser
adiadas.`
Prestes a
completar uma semana no cargo, ele ainda se debruça sobre detalhes
do MEC. Na quarta-feira (8), almoçou com dois ex-titulares da pasta
- o prefeito Fernando Haddad (PT) e o atual diretor do BNDES, Henrique Paim
- e com Luiz Cláudio Costa, que ficou interinamente no cargo neste
ano e voltou para a chefia de gabinete.
Janine diz ter
ficado `muito contente` com a repercussão favorável por sua
nomeação. `Não esperava ser convidado e não
esperava ter uma acolhida tão boa. Agora tenho um pouco de bom senso
e não deixo a vaidade tomar conta. Uma coisa significativa é
que a reação expressa a crença muito grande na
educação. Há muitos anos, a gente ouve o bordão
de que a solução dos problemas do País estaria na
educação, mas até hoje não se teve uma
visão muito clara disso. Agora parece que a sociedade quer isso para
valer. Essa satisfação com a nomeação veio das
potencialidades da educação e do que educadores podem
fazer.`
`Há
políticos que são excelentes gestores, de
educação inclusive. Temos um médico que foi um bom
ministro da Fazenda, o caso do (Antônio) Palocci, e um economista que
foi um bom ministro da Saúde, o (José) Serra`, diz o Janine
ao avaliar nomeações feitas.
Imposto para
educação
Questionado se
setores da sociedade estão preparados para que o dinheiro saia de
algum lugar e vá para educação, o ministro afirma que
será `uma batalha longa de conscientização`. `Vamos
ter de conscientizar as pessoas de que o dinheiro da educação
é um dos melhores gastos existentes. Há no País um
descontentamento grande com a carga tributária. Isso está
engessando os gestores, tanto na União quanto nos Estados e nos
municípios`, diz.
Sobre a
criação de um imposto, Janine crê que é a
`sociedade que tem de escolher o que quer`. `Se ela quer bons professores,
tem de escolher. Hoje tem a convicção de muita gente de que o
dinheiro público é mal gerido. Então o que podemos
fazer é ter absoluta transparência, mostrando o êxito de
ações. A gente vai oferecer cada vez mais é essa
relação custo-benefício. A sociedade tem de perceber
quando o uso do dinheiro na educação é bom para
perceber o que ela quer fazer do dinheiro. Mas a este ministério
não cabe fazer essa proposta (de aumentar impostos).`
A
educação básica
Para Janine, a
educação de base é a prioridade porque `é o que
vai durar mais tempo`. `Quando você forma uma criança hoje, de
3 anos, ela vai chegar até 2100, então é algo muito
importante. Mas eu insisto em um ponto: essas questões são
éticas, não são de puro interesse. Temos um dever com
os cidadãos vulneráveis, fragilizados, que não tiveram
a educação de qualidade que nós tivemos e as vantagens
competitivas de que desfrutamos. Temos um dever em relação a
eles`, afirma.
Professores
No momento,
professores da rede estadual de São Paulo estão em greve e
docentes federais já iniciam campanha salarial. Será
possível conversar sobre valorização docente neste
ano?
Janine defende o
diálogo com professores em greve ou em campanha salarial no
País. `Será possível conversar sobre
valorização dcom os Será necessário conversar.
Conversar sempre. A qualidade dos professores depende de muitas coisas, mas
precisa ter valorização salarial. Isso está muito
colocado na meta 17 do PNE. Porque o PNE é quase a
Constituição da educação, é a
Constituição do nosso futuro. A meta 17 diz que devemos ter
até 2020 os salários dos professores da rede básica
equiparados a pessoas da mesma escolaridade. É um salto de quase
40%, não é pequeno. Pedimos grandes esforços para os
entes federativos. Mas é absolutamente necessário fazer isso.
Não se pode desvalorizar quem escolhe a docência. Tem de ter
mais dinheiro e mais qualificação, valorizar o professor na
sala de aula. E isso tem de ser medido e valorizado pelo seu desempenho
educando seus alunos. Precisamos reconhecer o bom professor.`
Reitores relatam
crescimento das universidades com a reestruturação promovida
pelo Reuni
Diego Rocha - Revista Gestão
Universitária - 09/04/2015 - Belo Horizonte, MG
Alicerces para o
desenvolvimento científico e tecnológico do país, as
universidades federais passaram, entre 2003 e 2014, por um processo de
reestruturação e expansão. Essa expansão teve
como bases os princípios da democratização e
inclusão e resultou, em 2007, na criação do Programa
de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das
Universidades Federais (Reuni).
A rede federal de
educação superior passou, então, de 45 universidades
em 2003 para 63 em 2014. Também houve ampliação no
número de campi, chegando a 321. As ações do programa
contemplam o aumento de vagas nos cursos de graduação, a
ampliação da oferta de cursos noturnos, a
promoção de inovações pedagógicas e o
combate à evasão, entre outras.
A expansão
ampliou de 114 para 289 o número de municípios atendidos pela
rede, mas não se restringiu às fronteiras do país. O
Reuni permitiu um processo de integração regional e de
internacionalização da educação superior a
partir da criação de instituições que
integram:
• Os estados
fronteiriços da região Sul do Brasil — Universidade
Federal da Fronteira Sul (UFFS).
• A
região amazônica — Universidade Federal Rural da
Amazônia (Ufra).
• Os
países da América Latina —Universidade Federal da
Integração Latino-Americana (Unila).
• Os
países de língua portuguesa, em continentes como
África e Ásia — Universidade da
Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
(Unilab).
Além do
foco na expansão da estrutura física das universidades, o
Reuni criou as condições para a reestruturação
acadêmica e pedagógica da rede federal de
educação superior.
Inclusão
— De acordo com o reitor da Universidade Federal de Lavras (Ufla),
José Roberto Scolforo, o Reuni possibilitou a
implantação de mais cursos e uma inclusão muito forte
de estudantes na instituição, além oferecer mais
recursos acadêmicos. “Com o investimento em bibliotecas,
tivemos a oportunidade de adquirir, durante o período do Reuni, mais
de 40 mil volumes”, disse. “Com os recursos do programa,
conseguimos viabilizar dezenas de estruturas de laboratórios mais
modernos, além de salas de aula com controle de
ventilação e iluminação mais
adequados.”
Ainda de acordo
com Scolforo, foi possível equipar novos laboratórios e
reinvestir nos mais antigos, dos cursos tradicionais da
instituição. O reitor também destacou que a Ufla
investiu na infraestrutura viária e de redes e montou um plano
ambiental e estruturante. Isso levou a instituição mineira a
ser considerada ecouniversidade. “Temos um plano ambiental que nos
permite gerar nossa própria água”, salientou.
“Tratamos a água e o esgoto na própria
instituição, o que nos permite maior capacidade no
gerenciamento do custeio.”
Impacto — Na
Universidade Federal de Goiás (UFG), o Reuni influenciou o
planejamento acadêmico. Segundo o reitor, Orlando Afonso Valle do
Amaral, a instituição passou, no período de 2008 a
2015, de 13 mil estudantes para mais de 25 mil, além de duplicar a
área construída e ampliar o número de cursos de
graduação e de pós-graduação. “O
impacto do Reuni foi fundamental, por fazer uma expansão desse porte
e renovar a atmosfera no ambiente universitário”, disse.
“Hoje, a universidade tem muito mais a cara da
população brasileira do que tinha anos
atrás.”
Para Amaral, o
Reuni possibilitou às universidades chegar ao interior do Brasil.
“Temos, além do campus em Goiânia, vários campi
bem estruturados e com um grande número de alunos, como são
os casos de Catalão e Itajaí”, disse. O reitor citou
ainda o campus, com número crescente de alunos, na cidade
histórica de Goiás, antiga capital do estado, e mais
recentemente uma nova unidade, em Aparecida de Goiânia. “Hoje,
a presença da UFG é sentida em todo o estado, permitindo que
jovens do interior tenham acesso à educação superior
pública de qualidade.”
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Editoriais
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Menino de 7 anos arrecada
livros e monta biblioteca para crianças sem-teto
Bruna Souza Cruz - UOL
Educação - 10/04/2015 - São Paulo, SP
Mesmo
tímido e de poucas palavras, Blake Ansari, 7, já arrecadou
quase 6 mil livros nos Estados Unidos em pouco mais de um ano. Ele
mobilizou empresas, amigos e instituições por um único
desejo: ajudar crianças desabrigadas a ter acesso à
leitura.
`Espero que todas
as crianças sem casa tenham sucesso em várias coisas. Desejo
que eles tenham a chance de ir para a faculdade e se tornem adultos bem
sucedidos`, disse ao UOL em um encontro realizado no último dia 21
de março, numa manhã gelada da recém-chegada primavera
norte-americana.
A história
começa em uma noite próxima ao Natal de 2013, quando a
mãe de Blake, Starita Boyce Ansari, leu em voz alta uma série
de reportagens publicadas pelo jornal norte-americano `New York Times`
sobre o dia a dia de uma menina de 11 anos desabrigada e de sua
família. Segundo a reportagem, estima-se que mais de 22 mil
crianças morem nas ruas de Nova York, o maior número desde a
grande crise econômica mundial de 1929.
Na manhã
seguinte, enquanto tomava o café da manhã, o garoto virou
para os seus pais e indagou `isso significa que eles não têm
uma biblioteca, não é? Eles deveriam ter uma`, lembrou
Starita, que é doutora em filantropia, mas parou de trabalhar para
cuidar do filho.
`Eu vi que eu
devia ajudá-los a ter sucesso`, lembrou Blake sobre o dia em que
teve a ideia.
`Não posso
dizer não, eu pensei. Se ele quer ajudar as crianças, por que
não?! Ele está certo`, contou Starita.
Com a ajuda da
mãe e do pai, Nuri Ansari, Blake começou a pedir
doações de livros para os amigos. Sua família
não perdeu tempo e começou a fazer ligações
para os conhecidos com o mesmo pedido.
`Eu falei com meus
amigos e eles disseram que poderiam ajudar aos sábados e domingos
[na organização dos livros arrecadados]`, lembrou Blake.
Uma nova
biblioteca
Segundo Starita,
no início foi complicado achar um abrigo que pudesse receber a Blake
Mini Library (Minibliblioteca de Blake). No entanto, a experiência
profissional de Nuri, que trabalha há mais de 20 anos com o
desenvolvimento de programas para desabrigados e ex-presidiários,
ajudou.
`O pai de Blake
começou a conversar com algumas pessoas e conseguimos um abrigo para
instalar a minibiblioteca`, explicou Starita.
Com a
repercussão do projeto, empresas e instituições
abraçaram a ideia. `As pessoas foram conhecendo e começaram a
doar. Em setembro do ano passado, Blake começou a dar palestras e
pedir mais doações`, disse sua mãe.
A biblioteca foi
oficialmente fundada no dia 6 de janeiro de 2014 e, em pouco mais de um
ano, quase 6 mil livros já foram arrecadados e disponibilizados em
um abrigo temporário, localizado no Brooklyn. No local,
crianças e adolescentes são autorizados a ficar com cinco
livros cada. O objetivo é que eles comecem suas próprias
bibliotecas. `A ideia não é só ler o livro. É
usá-lo mesmo. A ideia é ajudá-los mais`, afirmou
Starita.
Carta para Barack
Obama
O objetivo de
Blake não para por aí. Mesmo já tendo arrecadado uma
significativa quantidade de livros, ele quer mais. O garoto chegou a
escrever uma carta para o presidente dos Estados Unidos pedindo que ele doe
mais livros para as crianças sem-teto.
`Eu enviei a carta
em janeiro [deste ano], mas até agora não tive resposta`,
sussurrou o jovem cabisbaixo.
`Quero que existam
bibliotecas por todo o país. Por todo o mundo`, destacou Blake.
`Obrigado por doarem livros. E espero que todos no Brasil sejam bem
sucedidos`, disse ao mandar um um recado para os brasileiros.
O Brasil e as metas de
“Educação para Todos”: avanço
incompleto
Daniel Cara - UOL Educação
- 09/04/2015 - São Paulo, SP
O Brasil precisa
mudar sua narrativa. É o país que avança, mas
não cumpre seus compromissos nas políticas sociais,
especialmente na educação.
Hoje (09) a Unesco
divulgou seu último relatório de monitoramento das metas de
Dakar, estabelecidas em 2000 e que se encerram em 28 de abril de 2015. Em
quinze anos, o Brasil avançou, mas cumpriu apenas duas das seis
metas estabelecidas. É a eterna narrativa do país: sempre
caminhamos para frente, mas a passos lentos, descoordenados e
insuficientes.
Segundo o
documento, o país universalizou a educação
primária (primeiro ciclo do ensino fundamental, do 1º ao
5º ano – antigo primário) e foi capaz de incluir as
mulheres no ensino.
Mas um olhar
cuidadoso pode levar a relativização das conquistas.
Há anos – e independentemente das metas de Dakar -, as
mulheres brasileiras têm mais anos de estudo do que os homens. Alguns
pesquisadores defendem, inclusive, que elas possuem melhor desempenho
escolar. A injustiça concreta é que no Brasil elas têm
melhor formação, mas salários inferiores. Ademais,
mesmo sendo um país comandado por uma presidenta, temos poucas
ministras na Esplanada. Na educação, área
predominantemente feminina, tivemos apenas uma mulher chefiando o MEC
(Ministério da Educação), entre 49 titulares da
pasta.*
Na questão
do ensino primário, avançamos muito – especialmente
graças ao Fundef (fundo de financiamento do ensino fundamental) e ao
Fundeb (fundo de financiamento da educação básica)
uma conquista da sociedade civil no Congresso Nacional. Porém,
há muitas crianças fora da escola e não deveria haver
nenhuma, como mostra o capítulo brasileiro da iniciativa “Fora
da Escola Não Pode!``, coordenado pelo Unicef em parceria com a
Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
No entanto,
é compreensível a visão da Unesco. A distância
para o cumprimento das demais metas é muito maior. Estamos muito
mais atrasados na educação infantil, por exemplo. Além
disso, a aprendizagem dos alunos é baixa, a qualidade da
educação ainda é uma quimera e temos –
vergonhosamente – cerca de 13 milhões de analfabetos e 65
milhões de jovens e adultos que não completaram o ensino
fundamental. Há meses escrevi que “a Educação de
Jovens e Adultos (EJA) é tratada de maneira míope e
desumana``. E essa realidade ainda não mudou, em que pese o imenso
esforço dos Fóruns de EJA do Brasil.
Até aqui,
na repercussão do relatório, coube a Rebeca Otero a melhor
fala. A coordenadora de Educação da Unesco, em entrevista
à Agência Brasil, defendeu que “o ideal para o
país é que se cumpra os 10% do PIB, previstos no Plano
Nacional de Educação (PNE), que deverá ser executado
nos próximos dez anos``. E complementou: “o Brasil tem
condições de avançar muito. Nós temos falado
muito em educação, agora está na pauta, é o
slogan do governo [Brasil: Pátria Educadora], podemos avançar
em muitos pontos.``**
A conclusão
é que a agenda central para o país, nos próximos dez
anos, é o PNE. Fica dado o recado à sociedade brasileira, que
deve exigir o cumprimento do plano, e aos governos federal, distrital,
estaduais e municipais que devem implementá-lo. Passou da hora do
Brasil avançar e cumprir efetivamente suas metas. Não
é aceitável apenas caminhar para a frente, mas de modo
incompleto.
Em maio o mundo
definirá, em um fórum a ser realizado na Coréia do
Sul, uma nova agenda internacional. Certamente, se o Brasil cumprir o PNE,
cumprirá também todas as metas globais para a
educação. Enfim, podemos mudar nossa narrativa. O desafio
está posto, mas é preciso encará-lo com firmeza,
deixando de lado as desculpas.***
—
* Agradeço
Antonio Gois, exímio jornalista e pesquisador, pelo aviso: entre
agosto de 1982 e março de 1985 o MEC foi chefiado por Esther de
Figueiredo Ferraz, primeira e – até hoje! – única
Ministra da Educação no Brasil. Antonio, a vida vale pelos
bons companheiros de jornada.
** A educadora
Rosa Maria Torres observou pelo Twitter: não basta investir os 10%
do PIB para a educação, é preciso saber como e onde
investir. Respondi, agradecendo o comentário: “Esse é o
grande segredo do PNE. O plano é composto por 19 metas e centenas de
estratégias. Ao cumprir com cada uma delas, nos prazos estipulados,
o custo é equivalente a 10% do PIB para a educação
pública. Esse patamar deve ser atingindo até o último
ano do plano, que é 2024. Observem: o cálculo dos 10% do PIB
contabiliza exclusivamente a educação publica. Parcerias
público-privadas não integraram nenhum esforço de
cálculo, tanto aqueles produzidos pelo Governo Federal como
também os exercícios feitos pela sociedade civil, em especial
pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
Inclusive, houve análise pelo Ipea sobre o tema.
***
Agradeço a educadora Rosi Batista por ter sugerido um desfecho mais
incisivo – e eficaz! – para o texto.
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