Atribuir a municípios
responsabilidade pela educação de base é erro, diz
Aldo
Karine Melo - Agência Brasil -
07/04/2015 - Brasília, DF
O ministro da
Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, considerou
um erro a Constituição Federal de 1988 atribuir aos
municípios a responsabilidade pela educação de base.
`Não creio que o município seja a esfera da
Federação detentora da capacidade de entender a
educação como elemento central da questão nacional da
formação do país`, disse o ministro, em
audiência pública na Comissão de Ciência e
Tecnologia do Senado nesta terça-feira (7).
Aldo Rebelo disse
que fica `estarrecido` com a colocação do Brasil no 55º
lugar entre os 65 países no ranking de habilidade para leitura. Ele
ressaltou que, em matemática, o lugar do Brasil é ainda pior
(58ª), conforme o Programa Internacional de Avaliação de
Estudantes (Pisa).
Para o ministro, o
processo de formação nacional passa pela
definição de áreas de desenvolvimento pelo governo
federal por meio da educação, processo que é
prejudicado em razão de a educação básica estar
sob o comando das prefeituras. `A educação de base
está bem localizada sob responsabilidade dos municípios? Eu
creio que não`, criticou Aldo, ao responsabilizar o resultado ruim
do Pisa à transferência da educação
básica para os municípios.
O papel da
Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) foi outro ponto criticado pelo
ministro. `Acho que a Finep poderia se transformar em uma agência
financeira com status de banco para financiar a inovação, mas
acho que o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social] cumpre essa obrigação.`
Para o ministro,
antes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(2003-2010), `o dinheiro ficava parado sem projetos para
inovação` no BNDES. Hoje, segundo ele, o BNDES destina uma
parte importante de recursos para a inovação.
Logo na abertura
da audiência pública, Aldo Rebelo disse que sua primeira
preocupação é elevar o nível de
informação científica da população,
principalmente dos jovens e das crianças. “O Brasil paga um
preço muito alto por sua ineficiência na área de
tecnologia”, disse. A Comissão de Ciência e Tecnologia
do Senado convidou o ministro para falar, na reunião desta
terça-feira, sobre as prioridades da pasta.
Exame internacional desfaz 7
mitos sobre eficiência da educação
Estadão Conteúdo - UOL
Educação - 08/04/2015 - São Paulo, SP
A cada três
anos, estudantes de vários países fazem o exame internacional
Pisa (sigla inglesa para Programa Internacional de Avaliação
de Alunos), cujo objetivo é avaliar sistemas educacionais no mundo
por meio de uma série de testes em assuntos como leitura,
matemática e ciências.
Cerca de 510 mil
estudantes de 65 países participaram da rodada mais recente de
testes, realizada em 2012. Os resultados foram divulgados em dezembro de
2013.
O Brasil ocupa a
posição 55 no ranking de leitura, 58 no de matemática
e 59 no de ciências. Xangai (China) está no topo da lista nas
três matérias, Cingapura e Hong Kong se revezam na segunda e
terceira posições.
No artigo a
seguir, o responsável pelo exame, Andreas Schleicher, usa dados
revelados pelo Pisa para destruir alguns dos grandes mitos sobre o que
seria um bom sistema de educação.
1. Alunos pobres
estão destinados a fracassar na escola
Em salas de aula
de todo o mundo, professores lutam para impedir que alunos mais pobres
fiquem em desvantagem também no aprendizado.
No entanto,
resultados do Pisa mostram que 10% dos estudantes de 15 anos de idade mais
pobres em Xangai, na China, sabem mais matemática do que 10% dos
estudantes mais privilegiados dos Estados Unidos e de vários
países europeus.
Crianças de
níveis sociais similares podem ter desempenhos muito diferentes,
dependendo da escola que frequentam ou do país onde vivem. Sistemas
de educação em que estudantes mais pobres são bem
sucedidos tem capacidade para moderar a desigualdade social. Eles tendem a
atrair os professores mais talentosos para as salas de aula mais
difíceis e os diretores mais capazes para as escolas mais pobres,
desafiando os estudantes com padrões altos e um ensino
excelente.
Alguns americanos
criticam comparações educacionais internacionais,
argumentando que elas têm um valor limitado porque os Estados Unidos
têm divisões sócioeconômicas muito
particulares.
Mas os Estados
Unidos são mais ricos do que a maioria dos outros países e
gastam mais dinheiro com educação do que a maioria. Pais e
mães americanos têm melhor nível educacional do que a
maioria dos pais e mães em outros países e a
proporção de estudantes de nível
sócioeconômico baixo nos EUA está perto da média
dos países da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento (OCDE).
O que as
comparações revelam é que as desvantagens
sócioeconômicas têm impacto particularmente forte sobre
o desempenho de estudantes nos Estados Unidos.
Em outras
palavras, nos Estados Unidos, dois alunos de níveis
sócioeconômicos diferentes variam muito mais em seu
aprendizado do que se observa em outros países que integram a
OCDE.
2. Países
onde há muitos imigrantes têm pior desempenho
Integrar
estudantes imigrantes, ou descendentes de imigrantes, pode ser um
desafio.
No entanto,
resultados dos exames Pisa mostram que não há
relação entre a porcentagem de estudantes imigrantes - ou
descendentes de imigrantes – em um dado país e o desempenho
dos estudantes daquele país nos exames.
Estudantes com
históricos de imigração e níveis sociais
similares apresentam desempenhos variados em países diferentes, o
que sugere que as escolas onde os alunos estudam fazem muito mais
diferença do que os lugares de onde os alunos vêm.
3. É tudo
uma questão de dinheiro
A Coreia do Sul -
país com melhor desempenho (em termos individuais) em
matemática na OCDE - gasta, por estudante, bem menos do que a
média. O mundo não está mais dividido entre
países ricos e bem educados e países pobres e mal educados. O
sucesso em sistemas educacionais não depende mais de quanto dinheiro
é gasto e, sim, de como o dinheiro é gasto.
Se quiserem
competir em uma economia global cada vez mais focada no conhecimento, os
países precisam investir em melhorias na educação.
Porém, entre os integrantes da OCDE, gastos com
educação por estudante explicam menos de 20% da
variação no desempenho dos alunos.
Por exemplo, aos
15 anos de idade, estudantes eslovacos apresentam uma média de
desempenho similar à de um estudante americano da mesma idade. No
entanto, a Eslováquia gasta cerca de US$ 53.000 para educar cada
estudante dos 6 aos 15 anos de idade, enquanto os Estados Unidos gastam
mais de US$ 115.000 por estudante.
4. Salas de aula
menores elevam o nível
Por toda parte,
professores, pais e autoridades responsáveis por políticas
educacionais apontam salas de aula pequenas, com poucos alunos, como
essenciais para uma educação melhor e mais
personalizada.
Reduções no tamanho da classe foram a
principal razão para os aumentos significativos nos gastos por
estudante verificados na maioria dos países ao longo da
última década.
Apesar disso, os
resultados do Pisa mostram que não há relação
entre o tamanho da classe e o aprendizado, seja internamente, em cada
país, ou se compararmos os vários países.
E o que é
mais interessante: os sistemas educacionais com melhor desempenho no Pisa
tendem a dar mais prioridade à qualidade dos professores do que ao
tamanho da classe. Sempre que têm de escolher entre uma sala menor e
um professor melhor, escolhem a segunda opção.
Por exemplo, em
vez de gastarem dinheiro com classes pequenas, eles investem em
salários mais competitivos para os professores, desenvolvimento
profissional constante e cargas horárias equilibradas.
5. Sistemas
únicos de educação são mais justos, sistemas
seletivos oferecem resultados melhores
Parece haver um
consenso, entre educadores, de que sistemas educacionais não
seletivos, que oferecem um mesmo programa de ensino para todos os
estudantes, são a opção mais justa e
igualitária. E que sistemas onde alunos aparentemente mais
inteligentes são selecionados para frequentar escolas com programas
diferenciados oferecem melhor qualidade e excelência de
resultados.
No entanto,
comparações internacionais mostram que não há
incompatibilidade entre qualidade do aprendizado e igualdade. Os sistemas
educacionais que apresentam melhores resultados combinam os dois
modelos.
Nenhum dos
países com alto índice de estratificação
está no grupo de sistemas educacionais com os melhores resultados -
ou entre os sistemas com a maior proporção de estudantes com
o melhor desempenho.
6. O mundo digital
requer novas matérias e um currículo novo
Globalização e mudanças
tecnológicas estão tendo um grande impacto sobre os
conteúdos que estudantes precisam aprender.
Num mundo onde
somos capazes de acessar tantos conteúdos no Google, onde
habilidades rotineiras estão sendo digitalizadas ou terceirizadas e
onde atividades profissionais mudam constantemente, o foco deve estar em
permitir que as pessoas tornem-se aprendizes para a vida toda, para que
possam lidar com formas complexas de pensar e trabalhar.
Resumindo, o mundo
moderno não nos recompensa mais apenas pelo que sabemos, mas pelo
que podemos fazer com o que sabemos.
Como resposta,
muitos países estão expandindo currículos escolares
para incluir novas matérias. A tendência mais recente,
reforçada pela crise financeira, foi ensinar finanças aos
estudantes.
Porém, os
resultados do Pisa mostram que não há relação
entre o grau de educação financeira e a competência dos
estudantes no assunto. Na verdade, alguns dos sistemas de
educação em que os estudantes tiveram o melhor desempenho nas
provas do Pisa que avaliaram competência em finanças
não ensinam finanças - mas investem pesado no desenvolvimento
de habilidades matemáticas profundas.
De maneira geral,
nos sistemas educacionais de melhor desempenho, o currículo
não é amplo e raso. Ele tende a ser rigoroso, com poucas
matérias que são bem ensinadas e com grande
profundidade.
7. O segredo do
sucesso é o talento inato
Livros de
psicólogos especializados em educação tendem a
reforçar a crença de que o desempenho de um aluno brilhante
resulta de inteligência inata, e não do trabalho duro. Os
resultados do Pisa questionam também este mito.
Às vezes,
professores se sentem culpados por pressionar estudantes tidos como menos
capazes, acham injusto fazer isso com o aluno. O mais provável
é que tentem fazer com que cada estudante atinja a média de
desempenho dos alunos em sua classe. Na Finlândia, em Cingapura ou
Xangai, por outro lado, o objetivo do professor é que alunos
alcancem padrões altos em termos universais.
Uma
comparação entre as notas escolares e o desempenho de
estudantes no Pisa também indica que, frequentemente, professores
esperam menos de alunos de nível sócioeconômico mais
baixo. E pode ser que os próprios alunos e seus pais também
esperem menos.
A não ser
que aceitem que todas as crianças podem alcançar os
níveis mais altos de desempenho, é pouco provável que
os sistemas educacionais (com resultados piores) possam se equiparar aos
dos países com índices de aprendizado mais altos.
Na
Finlândia, Japão, Cingapura, Xangai e Hong Kong, estudantes,
pais, professores e o público em geral tendem a compartilhar a
crença de que todos os estudantes são capazes de
alcançar níveis altos.
Um dos
padrões mais interessantes observados entre alguns dos países
com melhor desempenho foi o abandono gradual de sistemas nos quais
estudantes eram separados em diferentes tipos de escolas
secundárias.
Esses
países não fizeram essa transição calculando a
média de desempenho (entre todos os grupos) e usando essa
média como o novo padrão a ser almejado. Em vez disso, eles
colocaram a nova meta lá em cima, exigindo que todos os estudantes
alcançassem o nível que antes era esperado apenas dos
estudantes de elite.
Alunos denunciam homofobia
Luiza Muzzi - O Tempo - 08/04/2015 -
Belo Horizonte, MG
Indignados com um
suposto discurso homofóbico que teria sido proferido em sala de aula
por um professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), um grupo de alunos e professores protocolou pedido na
reitoria da universidade solicitando a abertura de uma
investigação e o afastamento do docente.
Segundo a
denúncia, o professor teria discriminado relações
homoafetivas e repreendido alunos que se retiraram de sala em
demonstração de repúdio ao discurso, enquanto a
direção da faculdade teria tentado abafar o caso. A reitoria
informou que está analisando o pedido para definir qual procedimento
será tomado.
No documento,
alunos e professores pedem a instauração de um processo
administrativo disciplinar para apuração do que chamaram de
uma sucessão de atos de discriminação,
“lesbo-homofobia, autoritarismo, tentativas de silenciamento e
desvios de funções”, que teriam ocorrido no fim de
março.
Enviada anteontem
para o reitor e a vice-reitora da universidade, a petição
é assinada pelo Centro Acadêmico Afonso Pena (Caap) – do
curso de direito –, pelo Centro Acadêmico do Curso de
Ciências do Estado (Cace) e por cinco professores, sendo três
da Faculdade de Direito e dois da Faculdade de Filosofia e Ciências
Humanas.
Entenda. De acordo
com os relatos, o professor teria demonstrado reprovação
à existência de homossexualidade e lesbianeidade e enaltecido
a heterossexualidade como algo “desejável e correto”.
Alguns alunos que deixaram a sala no momento teriam sido chamados de
“vagabundos” pelo professor, que teria ainda intimidado uma
aluna que denunciou a história no Facebook.
Relevância
acadêmica do tema
Recorrente.
0Professores defendem que universidades não deveriam se omitir com
relação aos frequentes casos de violência contra a
comunidade LGBT nas instituições. “A universidade
não está alheia à sociedade, por isso é
importante investigar”, defendeu o professor do Departamento de
Psicologia Marco Aurélio Máximo Prado, que coordena o
Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT na UFMG e assinou o
requerimento que pede a abertura da investigação contra o
docente.
Cargo
público. Segundo os professores signatários, é dever
do servidor público federal, no contexto da universidade, acionar
instâncias superiores diante de irregularidades constatadas.
“Isso é importante para que haja garantia da
preservação dos direitos das partes prejudicadas”,
explica o professor Fabrício Bertini, que condena a
proliferação de discursos homofóbicos.
Sociedade. Segundo
Bertini, o papel do professor é exercer criticamente a
discussão sobre questões sociais – e não
formular juízos de valor. “A universidade tem que dar o
exemplo. Alunos e professores esperam que a reitoria se sensibilize com a
questão”, afirma o professor.
Sem retorno. A
reportagem telefonou para o professor denunciado, o diretor e o
vice-diretor da Faculdade de Direito, e a coordenadora do curso de direito.
Ninguém atendeu nem retornou as ligações.
Prazo de preenchimento do
Censo Superior termina nesta sexta-feira
INEP - Revista Gestão
Universitária - 08/04/2015 - São Paulo, SP
A coleta de dados
do Censo da Educação Superior 2014 das universidades federais
termina nesta sexta-feira, 10. As instituições podem
responder aos questionários on-line ou por importação
de dados por meio do portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O preenchimento dos dados deve
ser feito pelo representante legal ou pelo procurador institucional
(PI).
A
consistência das informações prestadas será
verificada pelo Inep de 13 a 17 de abril. O prazo para conferência e
validação dos dados pelas instituições
será de 20 de abril a 15 de maio.
O Censo da
Educação Superior reúne dados sobre os cursos de
graduação (presencial, a distância e sequenciais),
dentre elas, vagas ofertadas, matrículas, ingressantes, corpo
docente, organização acadêmica e infraestrutura. As
informações são fundamentais para a
definição e o monitoramento de políticas
públicas e o conhecimento da realidade do ensino superior, bem como
para a transferência de recursos da União às
instituições federais.
As
alterações de prazos das etapas e atividades do processo de
realização constam na Portaria nº 85, de 25 de
março de 2015. O modelo do Censo da Educação Superior
é definido pelo Decreto nº 6.425, de 4 de abril de 2008.
Relação dos
jovens com a carreira é tema de pesquisa
Da redação - Porvir -
07/04/2015 - São Paulo, SP
Para compreender o
que os jovens esperam do mercado de trabalho e como eles avaliam o seu
preparo diante das demandas atuais, a Cia de Talentos promove a 14a
edição da pesquisa Empresa dos Sonho dos Jovens. Em parceria
com a Nextview People, o estudo pretende ajudar empresas e universidades a
entenderem se estão próximas ou distantes dos valores que os
jovens demonstram em relação ao seu futuro profissional.
A pesquisa tem
como base universitários e recém-formados, com idades entre
17 e 26 anos. Além de identificar a empresa dos sonhos dos jovens, o
estudo busca compreender os motivos pela escolha de um curso de
graduação, quais são os líderes que inspiram e
o que envolve realização profissional para eles.
A ideia é
que esses dados auxiliem empresas, gestores e instituições de
ensino a se posicionarem estrategicamente, considerando as
aspirações dessa geração. Para
organizações, o estudo pode apontar linhas de
atuação, treinamento e desenvolvimento com foco na
retenção de talentos. Já para as
instituições de ensino, é possível comparar os
resultados e refletir se a sua linha pedagógica e seus programas
estão alinhados ao que os jovens esperam.
Na última
edição foram ouvidos mais de 50 mil jovens. O estudo apontou
que 55% deles já estavam no mercado de trabalho, atribuindo o
sentimento de realização na carreira ao alcance de
estabilidade, um cargo de liderança ou a possiblidade de abrir o
próprio negócio. Em relação à
educação, a pesquisa identificou que eles esperavam
preparação para lidar com desafios, aprendizado pela
experimentação e apoio para pensar as escolhas
profissionais.
O
questionário da 14a edição da pesquisa estará
disponível até o dia 24 de abril. Os jovens que responderem
podem concorrer a sorteios de prêmios, que incluem um iPhone 6 Plus,
Xbox One, Filmadora GoPro Hero3 e livros sobre carreira.
Tentativa de
ocupação interrompe reunião na reitoria da
USP
Estadão Conteúdo - UOL
Educação - 08/04/2015 - São Paulo, SP
Uma tentativa de
ocupação da reitoria da USP (Universidade de São
Paulo) interrompeu uma reunião do Conselho Universitário da
instituição na tarde desta terça-feira (7). Um grupo
de mais de 50 integrantes do movimento estudantil e de coletivos negros
protestava pela adoção de cotas raciais na universidade.
Com faixas e
tambores, o grupo fazia um ato em frente ao prédio da reitoria, onde
acontecia a reunião do Conselho. Depois, alguns alunos pularam a
catraca do prédio, com o objetivo de participar do Conselho, e
bateram boca com membros da Guarda Universitária.
Ao forçar a
entrada no edifício, os manifestantes foram barrados pelos
seguranças. Diante do problema, o reitor Marco Antonio Zago decidiu
suspender a reunião pouco antes das 16h30. Professores foram
escoltados pelos seguranças para a saída oposta à que
estava o grupo. `A coisa ferveu quando a gente tentou ocupar para
participar do Conselho e os seguranças fecharam a porta. Ficaram
dois negros lá dentro e o resto fora`, relatou Marina Dias, aluna do
curso de Filosofia e integrante do Coletivo Quilombo Raça e
Classe.
A reitoria
não se manifestou sobre o ato e disse que a pauta do encontro
será retomada na próxima terça, 14. A Guarda
Universitária já estuda levar a reunião do Conselho
para outro prédio para evitar novas tentativas de
ocupação. Os estudantes prometem novo protesto nesse dia.
`Queremos fazer com que esse ato cresça bastante`, afirmou
Marina.
Projeto quer conectar
educação e espaço público
Marina Lopes - Porvir - 07/04/2015 -
São Paulo, SP
Ocupar museus,
parques e ruas. Quem disse que a construção do conhecimento
precisa estar restrita aos muros da escola? Com a proposta de se apropriar
de diferentes espaços públicos, o projeto Aula em Movimento,
da Rede Emancipa, quer levar alunos pré-universitários para
aprender com a cidade e discutir assuntos como história, geografia e
cultura.
Com 11 unidades
espalhadas por escolas públicas de São Paulo, desde 2007 a
Rede Emancipa oferece aulas gratuitas para estudantes que estão se
preparando para ingressar na universidade. “O cursinho sempre teve
essa preocupação de levar os alunos para fora da sala de
aula”, afirma Lívia Clarete, mobilizadora de projetos da Rede
Emancipa. Diferente de outros métodos de preparação
pré-vestibular, a instituição diz trabalhar os
conteúdos de maneira mais significativas, incentivando diferentes
discussões.
O projeto de
propor aulas pela cidade surgiu da necessidade de mostrar para os
estudantes que eles podem ter autonomia para aprender em diferentes
espaços. A atividade reúne alunos e professores de todas as
unidades, além colegas, parentes e qualquer interessado em se juntar
ao grupo. “Isso faz sentido porque você sai da decoreba e faz
com que o estudante se perceba dentro de uma rede de conhecimento”,
defende Lívia.
A primeira aula em
movimento foi realizada em novembro do ano passado. O roteiro iniciou com
uma volta pelo centro histórico de São Paulo. Em frente ao
Theatro Municipal, o grupo aproveitou o cenário para discutiu sobre
a Semana de Arte Moderna. Logo ao lado, entre o vai e vem de pessoas, o
Viaduto do Chá se transformou em palco para uma aula aberta de
geografia, onde foram estendidos mapas chão para falar sobre
urbanização e migração. E nada melhor do que
falar sobre as primeiras escolas jesuítas no Pátio do
Colégio. A atividade foi encerrada no Grajaú, zona sul de
São Paulo, onde os alunos fizeram uma comparação da
organização da cidade no modelo centro-periferia.
“Com a aula
em movimento, os assuntos saíram da sala de aula, invadiram as ruas,
tomaram o centro e foram parar na ocupação do
Grajaú”, conta a professora Renata Vieira, coordenadora da
unidade Salvador Allende, na Escola Municipal de Ensino Fundamental e
Médio Derville Alegretti, em Santana, bairro da zona norte da
capital paulista. De acordo com ela, dessa forma é muito mais
fácil tornar os assuntos significativos e assimilar a teoria.
Seguindo o mesmo
modelo, em fevereiro a Rede Emancipa também realizou a sua aula
inaugural no vão livre do Masp, onde recebeu os novos alunos com
debates sobre acesso à cidade e acesso à universidade.
Além disso, aproveitou o espaço do famoso museu para
apresentações culturais e artísticas.
A próxima
aula pública promovida por eles deve acontecer em maio, no Memorial
da Resistência, espaço no centro da cidade que abrigava o
antigo Departamento Estadual de Ordem Política e Social de
São Paulo (Deops). Para viabilizar esse projeto e pagar os recursos
gastos na última atividade, que incluem subsídios para
transporte, alimentação e locação de materiais,
a Rede está com uma campanha em financiamento coletivo no Catarse. O
projeto tem até 20 de abril para arrecadar R$ 3.500. Os apoiadores
podem contribuir com valores a partir de R$ 50. Como contrapartida, o
autores do projeto prometem convite para um evento para discutir a
educação popular na perspectiva de Paulo Freire.
Rede de ensino terá
material para a prevenção de
violações
Assessoria de Comunicação
Social - MEC - Revista Gestão Universitária - 07/04/2015
- São Paulo, SP
O
Ministério da Educação fornecerá material
educativo à rede de ensino para difundir boas práticas de
prevenção de violações de direitos humanos na
internet. O acordo consta de portaria interministerial assinada nesta
terça-feira, 7, pelo ministro Renato Janine Ribeiro e pela ministra
da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República,
Ideli Salvatti.
O material
será elaborado por grupo de trabalho que terá a
participação de instituições federais de
educação superior. Além disso, será criado um
programa pedagógico sobre o tema, a ser aplicado na rede de ensino,
sempre com apoio de professores e pais.
A portaria foi
assinada na manhã desta terça-feira, na cerimônia de
lançamento do Pacto Nacional de Enfrentamento às
Violações de Direitos Humanos na Internet, que contou com a
presença da presidenta da República, Dilma Rousseff. O pacto,
batizado de #Humaniza Redes, tem o objetivo de criar um ambiente on-line
livre de preconceitos. O pacto permitirá o mapeamento e a
apuração de denúncias feitas on-line, as quais
serão encaminhadas à Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos,
à Ouvidoria da Igualdade Racial e à Ouvidoria da Mulher,
dependendo de cada caso, com especial atenção para a
proteção de crianças e adolescentes.
“Como
extensão de nossa vida real, esse mundo virtual da internet deveria
também ser regido pelas mesmas regras éticas, comportamentais
e de civilidade que queremos que ocorram na sociedade e no dia a dia, mas
não é o que vem ocorrendo”, disse a presidenta. No
Brasil e em âmbito internacional, lembrou Dilma, as redes sociais
têm sido palco de manifestações de caráter
ofensivo, preconceituoso e de intolerância. “Por prezarmos a
liberdade e a democracia, queremos uma internet que, ao assegurar a livre
expressão de opiniões, compartilhe respeito e
fortaleça direitos e deveres.”
Na página
do pacto na internet, os cidadãos contam com uma ouvidoria sobre
direitos humanos, a primeira em âmbito virtual no país. As
denúncias são encaminhadas aos provedores de internet e ao
Disque 100, serviço mantido pela Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República.
Além dos
ministros Renato Janine Ribeiro e Ideli Salvatti, o pacto foi assinado pela
ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora
Menicucci; pela ministra da Secretaria de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial, Nilma Gomes; pelo ministro da
Justiça, Eduardo Cardozo, e pelo ministro das
Comunicações, Ricardo Berzoini.
O ato ainda contou
com a assinatura de um termo de cooperação entre os
órgãos federais envolvidos e a Associação
Brasileira de Internet (Abranet) para a divulgação do
#Humaniza Redes e dos canais de denúncia de violações
de direitos humanos na internet.
Escola atende moradores de
rua e alimenta sonhos de mudança pela
educação
Jéssica Nascimento - UOL
Educação - 08/04/2015 - São Paulo, SP
O sonho dos
estudantes da Escola Meninos e Meninas do Parque, localizada no Parque da
Cidade, no Distrito Federal, é o mesmo: sair das ruas. O
colégio, que existe há mais de 20 anos, atende cem alunos que
não têm onde morar. Além do aprendizado, jovens e
adultos encontram no local carinho, paciência e
motivação. A grade curricular é a mesma de outras
instituições de ensino. A diferença, segundo a
diretora Amelinha Araripe, é que o ritmo de aprendizado de cada um
é respeitado.
Entre os alunos
que já passaram pela escola está Meire Romão, 56. `Meu
grande desejo é ser veterinária`, conta. Ela já
concluiu o ensino fundamental na Meninos e Meninas, mas vai diariamente
até o local para ajudar na limpeza. Segundo Meire, apenas a
educação pode mudar a vida de uma pessoa.
. Atualmente,
Meire dorme todos os dias em frente ao Hospital Regional de
Brasília.
O colégio,
que é público, tem aulas de informática e oficinas de
artes, ciência e corpo humano. Na escola, os alunos também
tomam banho, lancham e almoçam. Uniformes e kits higiene são
disponibilizados.
`Eles [os alunos]
se encontram em uma situação de vulnerabilidade muito grande.
Entretanto, todos respeitam muito o colégio e os professores. Sabem
que encontraram aqui uma família`, diz a diretora.
Transformação
O estudante
José Liberato, 64, é morador de rua há 50 anos. Ele
já foi preso por assalto a mão armada e também
tráfico de drogas. Encontrou na escola uma chance de seguir em
frente e construir uma nova história. `Já aprendi a escrever
meu nome e ler algumas palavras. Também comprei uma bicicleta para
vender salgadinhos e doces. Com o dinheiro, pretendo alugar um quarto e
sair da rua`.
No local, dez
professores atendem alunos que têm a partir de nove anos. Eles
são divididos em turmas de ensino fundamental regular ou EJA
(Educação de Jovens e Adultos). Também existem aulas
de reforço para os alunos que precisam.
Após a
conclusão do ensino fundamental, os estudantes são
encaminhados para outros colégios de ensino médio.
Porém, o vínculo com a escola Meninos e Meninas não
é desfeito.
`Só
há transformação quando existe educação.
Nosso estudante chega aqui como um diamante bruto. Com bastante carinho,
ele fica mais afetivo, educado e estudioso`, diz Amelinha.
Inspiração para outros estudantes
Fabrício
dos Reis, 25 anos, morava na rua desde criança com a mãe. Ele
conta que se envolveu com drogas e não tinha nenhuma perspectiva de
vida. Porém, a vida começou a mudar quando foi abordado por
uma equipe de orientadores sociais.
`Comecei a estudar
aqui e percebi que a droga não tinha futuro. Perdi muitos amigos que
moravam na rua comigo, alguns assassinados, outros presos. Hoje, sou uma
inspiração para outros alunos`.
Fabrício
trabalha no projeto Cidade Acolhedora – Serviço Especializado
de Abordagem Social, ganha R$800 e mora de aluguel. Hoje, o jovem sonha em
cursar serviço social na UnB (Universidade de Brasília).
Infraestrutura
O colégio
Meninos e Meninas é de responsabilidade da Secretaria de
Educação do DF e possui alguns problemas de infraestrutura. O
local só tem um banheiro, não tem internet e faltam
espaços apropriados para as atividades.
Sobre os
problemas, a pasta informou que encaminhará o mais rápido
possível um técnico da Subsecretaria de
Modernização e Tecnologia para instalar uma linha de
internet. A secretaria disse ainda que está finalizando um plano de
obras para o atendimento de todas as escolas que necessitam de
intervenções mais amplas.
MEC pensa em testar Enem
on-line com treineiros
Da redação - Revista Veja
- 07/04/2015 - São Paulo, SP
O
Ministério da Educação (MEC) pretende manter o plano
de digitalizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), segundo o
secretário executivo da pasta, Luiz Cláudio Costa. A ideia
foi anunciada pelo ex-ministro da Educação, Cid Gomes, que
chegou a fazer uma consulta pública online sobre a
questão.
Nesta
quinta-feira, após a transmissão do cargo para o novo
ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, o
secretário disse, em coletiva de imprensa, que os treineiros,
estudantes do primeiro ou segundo ano do ensino médio que fazem o
Enem apenas como o teste, poderão ser os primeiros a experimentar o
novo sistema.
`O Enem on-line
está em estudo. Poderemos iniciar com aqueles que fazem para
treinamento e, portanto, não têm pretensão a uma vaga`,
disse. Segundo ele, o plano de tirar o Enem do papel e torná-lo
digital é antigo. Agora, com base na consulta pública
já finalizada, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep) estuda a possibilidade da
migração. Segundo Costa, isso não ocorrerá em
2015.
Para que a
digitalização seja possível, o secretário
executivo explica que haverá antes o aumento do banco de itens,
composto por diversas questões que são usadas nas
provas.
O novo ministro,
Janine Ribeiro, comprometeu-se a manter também o Programa Diretor
Principal, outro programa anunciado por Cid Gomes e que também teve
consulta pública. `Há um grande número de escolas que
tem mais de 600 alunos. Nelas concentrou-se a ideia de o governo federal
dar ajuda para qualificar pessoas que pretendem ser diretores e diretoras,
a fim de melhorar a gestão`, disse. `Temos perdas de valores devido
a má gestão. Precisamos capacitar as pessoas para
gerir`.
Qualidade nos
serviços públicos é o novo desafio, diz
ministro
Assessoria de Comunicação
Social - MEC - Revista Gestão Universitária - 07/04/2015
- São Paulo, SP
O ministro da
Educação, Renato Janine Ribeiro, disse nesta
terça-feira, 7, que melhorar a qualidade dos serviços
públicos é o novo desafio dos gestores. Ele participou do
debate Nova Governança Federativa e o Papel das Cidades no Brasil e
no Mundo, que faz parte do 3º Encontro dos Municípios com o
Desenvolvimento Sustentável, realizado pela Frente Nacional dos
Prefeitos, em Brasília.
Para Ribeiro, a
sociedade brasileira conquistou avanços importantes na democracia,
como a articulação do fim do regime militar, o controle da
inflação e a inclusão social. Porém uma nova
demanda, pela maior qualidade nos serviços públicos,
torna-se, segundo ele, o novo desafio dos gestores. “A nova agenda
dos serviços públicos envolve todo o Brasil, não
só uma esfera do governo”, disse.
Um dos objetivos
do encontro de prefeitos é mobilizar gestores públicos dos
três níveis de governo para incluir o tema da sustentabilidade
em seus programas. A terceira edição, que se realiza no
Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em
Brasília, vai até quinta-feira, 9.
PNE — O
ministro aproveitou o encontro parar lembrar a prefeitos e governadores
que, de acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE),
estados, Distrito Federal e municípios devem aprovar suas metas para
a área até junho próximo. “Temos uma rota
traçada pelo PNE”, afirmou.
Para que os
estados e municípios consigam cumprir o prazo, o Ministério
da Educação colocou à disposição dos
gestores municipais e estaduais uma estrutura de assistência
técnica. As orientações estão
disponíveis na página do PNE na internet, com roteiro
completo, da elaboração à aprovação dos
planos.