Segunda-feira, 06 de abril
de 2015
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Matérias de Hoje
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Agência Brasil
- 02/04/2015 - Brasília, DF
A segunda etapa do Censo Escolar
começará em 1º de fevereiro de 2016
O Tempo - 06/04/2015
- Belo Horizonte, MG
Possibilidade de
modulação por parte dos Estados faz com que lei federal
praticamente perca efeito
O Globo - 06/04/2015
- Rio de Janeiro, RJ
Estados que mais gastam
não obtém melhores desempenhos. Especialistas criticam
má gestão dos recursos
Porvir - 02/04/2015
- São Paulo, SP
Criada por Matheus Silva, a BRASA
oferece apoio para os universitários no exterior e pensa
ações de impacto no Brasil
Revista
Gestão Universitária - 02/04/2015 - Belo Horizonte, MG
No período 2011-2014, em
torno de 16% dos estudantes matriculados abandonaram os cursos
O Globo - 05/04/2015
- Rio de Janeiro, RJ
Resultados de pesquisa revelaram
que alunos que estudavam mais de 1h30 tinham queda nas notas
Revista Veja -
03/04/2015 - São Paulo, SP
Foram
pré-selecionadas 22 cidades em oito estados brasileiros. Nessas
regiões, há menos de 2,7 médicos para cada mil
habitantes
Revista
Gestão Universitária - 02/04/2015 - Belo Horizonte, MG
Para a nova chamada, foram
pré-selecionadas 22 cidades de oito estados do Norte, Nordeste e
Centro-Oeste
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Editoriais, artigos e opiniões
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O Tempo - 06/04/2015 - Belo Horizonte, MG
UOL Educação - 06/04/2015 -
São Paulo, SP
Revista Época - 05/04/2015 - São
Paulo, SP
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Matérias
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Coleta de dados para o Censo
Escolar começa em 27 de maio pela internet
Andreia Verdélio - Agência
Brasil - 02/04/2015 - Brasília, DF
O Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)
divulgou o calendário para as duas etapas de coleta e atividades de
execução do Censo Escolar da Educação
Básica de 2015, que será feito pela internet, por meio do
sistema Educacenso. A portaria com as informações foi
publicada hoje (2) no Diário Oficial da União.
O período
de coleta, digitação e envio de dados começa no dia 27
de maio com a abertura do sistema Educacenso. Diretores,
responsáveis pela escola ou pelo sistema informatizado
deverão inserir as informações até o dia 31 de
julho. Os dados preliminares devem ser enviados pelo Inep ao
Ministério da Educação até 26 de agosto.
Após a
publicação dos dados preliminares no Diário Oficial da
União, os diretores das escolas terão até 30 dias para
fazer a conferência e retificação, se for o caso, de
erros de informações, diretamente no Educacenso. Essa etapa
é apenas para correção de erros e não para
inserção de novas informações caso o
responsável pela escola não tenha preenchido os dados no
período de coleta.
O envio do
número de matrículas presenciais efetivas em cada estado,
município e no Distrito Federal será feito pelo Inep
até 30 de novembro, e a divulgação dos resultados
finais está marcada para 29 de janeiro de 2016.
A segunda etapa do
Censo Escolar começará em 1º de fevereiro de 2016, com a
abertura do módulo Situação do Aluno no Educacenso,
para entrada de dados de rendimento e movimento escolar dos alunos
declarados ao Censo Escolar 2015. Diretores e responsáveis pela
escola deverão inserir esses dados até 18 de março de
2016.
A
disponibilização das taxas de rendimento e dos
relatórios por escola para conferência será feita pelo
Inep em 1º de abril de 2016. Os erros serão corrigidos pelos
gestores até 15 de abril de 2016.
Os dados finais
sobre o rendimento e movimento escolar de 2015 serão divulgados pelo
Inep no dia 6 de maio de 2016.
Ensino de espanhol é
incipiente nas escolas da rede estadual
Fernanda viegas - Luiza Muzzi - O
Tempo - 06/04/2015 - Belo Horizonte, MG
Embora a oferta de
língua espanhola seja obrigatória em todo o país na
grade curricular de alunos do ensino médio, a
disponibilização das aulas fora do turno regular – o
chamado “contraturno” – gera evasões e prejudica o
ensino da disciplina na rede pública estadual.
Nesse sentido, a
Lei Federal nº 11.161, que torna obrigatória a oferta de uma
segunda língua e facultativa a matrícula do aluno, completa
dez anos, em agosto deste ano, com desafios a vencer. Em Minas,
resolução publicada pela Secretaria de Estado de
Educação (SEE), em janeiro, estabelece que a segunda
língua estrangeira, que é definida pela comunidade escolar,
seja ofertada no contraturno. Na prática, o inglês acaba sendo
a escolha para o horário regular de aulas, enquanto as aulas de
espanhol seriam disponibilizadas fora do turno oficial – à
tarde para quem estuda de manhã e vice-versa.
Essa
dinâmica dificulta a participação dos alunos. O alerta
é da Associação dos Professores de Minas Gerais
(Apemg), que alega que, diante de dificuldades diversas de transporte e
conciliação de horários de trabalho, alunos acabam
sendo desestimulados a participar.
De fora. Os
números comprovam o problema. Segundo dados da SEE, 137 das 3.654
escolas no Estado (3,74%) efetivamente tiveram aulas de espanhol em 2014. E
menos de 3% dos 689.740 estudantes matriculados no ensino médio
– ou seja, 20.568 –, tiveram essa disciplina. Os dados de 2015
não foram disponibilizados.
Contrária
à resolução estadual, a Apemg tenta há mais de
dois meses negociar uma solução com o governo, sem sucesso. A
intenção é que a norma seja revista para que o
espanhol possa ser oferecido tanto como segunda quanto como primeira
língua estrangeira, e tanto no contraturno quanto no turno das
aulas, para dar mais opções aos alunos.
Em carta enviada
à SEE no fim de janeiro, a associação explica que
são poucos os estudantes que têm disponibilidade, tempo ou
interesse para cursar o espanhol fora do horário regular de aulas.
“O Estado publica resoluções que vão na
contramão do que a lei federal determina. Entra governo e sai
governo e é a mesma coisa”, critica a secretária da
Apemg e professora de língua espanhola da Universidade Federal de
Viçosa (UFV), Joziane de Assis. “Nossa luta já dura dez
anos. Parece haver uma falta de conhecimento do real valor e da
importância do ensino dessa língua”.
Segundo Joziane,
uma proposta de trabalho será apresentada pela
associação para que “a lei possa ser integralmente
cumprida”. Segundo ela, não é por falta de educadores
que a disciplina não é ministrada, já que a maioria
das universidades federais de Minas forma profissionais na
área.
Em nota, a SEE
informou que fica a cargo da comunidade escolar determinar qual será
a língua estrangeira obrigatória dentro do horário
normal de aula. Quando os alunos optarem pela segunda língua, ela
será no contraturno, com o mesmo número de módulos e
em todos os anos do ensino médio. Segundo a pasta, no decorrer deste
ano, serão promovidas discussões com a comunidade escolar
para formatar um currículo que seja mais adequado e atrativo
à realidade dos estudantes. Essa discussão passa
também pelo debate de estratégias sobre como melhorar a
oferta da língua estrangeira nas escolas.
Conforme o
advogado Mário Lúcio Quintão, os Estados cumprem as
leis federais dentro de suas possibilidades, o que significa que a
resolução publicada pelo governo de Minas não
configura transgressão à lei vigente.
“As leis
federais e estaduais têm que se harmonizar. Não há
hierarquia, depende da competência. O Estado faz uma espécie
de modulação, adequando de acordo com suas necessidades e
carências para atender à lei federal”.
¿Hablas
español?
Dados. O Instituto
Cervantes publica um estudo da língua e da cultura espanhola pelo
mundo. De acordo com o anuário de 2014, o Brasil ocupa a 2ª
posição – atrás apenas dos EUA –, com 6,12
milhões de brasileiros estudando a língua em escolas
públicas e privadas.
Investimento maior em aluno
não leva a melhor rendimento no Enem
Raphael Kapa - O Globo - 06/04/2015 -
Rio de Janeiro, RJ
A
relação entre gastos e qualidade na educação
é um dos temas mais controversos entre pesquisadores da área.
Um novo levantamento feito sobre o tema, produzido pelo IAB-Dados (do
Instituto Alfa e Beto), mostra que não há
correlação entre o investimento por aluno nas redes estaduais
e as médias verificadas no Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) ou no Índice de Desenvolvimento da Educação
Báscia (Ideb), principal indicador da qualidade do ensino no
país.
Seggndo o estudo,
o Distrito Federal é a unidade da federação com maior
investimento anual por aluno: R$ 14.633. O valor supera em 116% o que
é gasto em São Paulo e em 191% o registrado em Minas Gerais.
Os resultados desses estados, no entanto, são muito próximos
quando consideradas as médias dos alunos da rede estadual no Enem.
São Paulo apresenta a maior nota, o Distrito Federal é o
terceiro, e Minas, o quarto. O Rio de Janeiro aparece no levantamento
gastando um pouco mais que Minas e São Paulo, com a segunda maior
média de desempenho. No outro extremo do ranking de desempenho,
há também estados com alto gasto (caso do Amazonas, o
terceiro que mais investe por aluno e apenas o 23º em desempenho) e
médias baixas.
O mesmo
exercício foi feito pelo IAB-Dados com resultados do Ideb. Em todos
os casos, o resultado mostrou sempre uma baixa correlação
entre gastos e desempenho.
— A
razão para este cenário é um modelo de ensino
inadequado, uma dificuldade estrutural. A falta de relação
acontece principalmente por causa da gestão. Quando você tem
um sistema ou um estado mais organizado do que o outro, verá a
diferença de resultados entre eles. O problema nem chega ao
pedagógico. Não se pode dizer que a sala de aula está
ruim. É antes disso. O problema é, sobretudo, estrutural
— afirma João Batista Oliveira, presidente do IAB.
Segundo Oliveira,
o fator que mais impacta o gasto dos estados é a
remuneração do professor.
— O
professor é fundamental mas ele é o item mais caro e é
mal gerido. Existem problemas em sua alocação, em sua carga
horária e nos tempos de aulas em que está no colégio
mas não trabalha, as chamadas “janelas”. O professor
é contratado para trabalhar 40 horas mas somente ocupa pouco mais da
metade desse tempo em sala de aula — afirma Batista.
‘TEMOS QUE
INVESTIR MAIS’, DIZ PROFESSOR DA USP
O professor da USP
José Marcelino Rezende Pinto, autor de vários estudos
também sobre gastos em ensino, concorda que há um problema de
gestão que impede que os recursos sejam bem aproveitados, mas diz
que isso não significa que o valor investido hoje no país
seja suficiente. Para o pesquisador, é necessário aumentar as
verbas e gerenciá-las melhor.
— Os Estados
Unidos, por exemplo, investem US$ 9 mil por aluno. Muito mais do que
qualquer valor brasileiro. Falam que gastamos boa parte do nosso PIB em
educação, e é verdade. Mas nosso PIB é muito
baixo, não dá para avaliar desta forma. Temos que investir
mais para melhorar a qualidade e também para, enfim, incluir quem
ainda não conseguiu chegar nos bancos escolares.
O foco deste
investimento, afirma Marcelino, deve ser o professor:
— Se eu
quero contratar profissionais qualificados, devo investir neles. Um cara
que faz física e é bom em matemática, por exemplo,
pode se sentir mais atraído a trabalhar na Receita Federal ou em
alguma área que necessite daquele conhecimento específico do
que ir para a licenciatura, que não é valorizada.
João
Batista não acredita que o aumento do salário traga os
resultados esperados:
— O aumento
atrai professores mais qualificados se for colocado para quem for entrar.
Se você for dar aumento para todo mundo, não vai dar certo.
Vai inflar ainda mais a folha de pagamento em um modelo que já
não rende o desempenho esperado.
Alguns outros
gargalos também são apontados como motivos para o
investimento ser alto e o desempenho ser baixo. José Marcelino
afirma que se deve estar atento à análise dos custos com a
educação e não somente ao valor absoluto.
—
Contabilizamos a presença dos aposentados na folha de pagamento, por
exemplo, em uma pesquisa que fizemos. Existem cidades onde os aposentados
compõem cerca de 50% da folha. Isso não é professor
atuando em sala de aula. Não deveria ser computado como
investimento. Outro problema é a corrupção. É o
famoso “gato escondido”. Se pegarmos as listagens de
professores em um estado inteiro e buscar quantos estão realmente
atuando, veremos distorções — afirma Marcelino.
Para Batista, a
flexibilização da rotina e das relações de
trabalho dos professores é necessária para que uma boa
gestão seja feita:
— Existe uma
ideia de que professor dá aula em mais de duas escolas
públicas sempre. É falso. Isso acontece no colégio
particular. No público, quando acontece, é porque ele tem
duas matrículas. Agora, um professor de filosofia, por exemplo, que
dá um tempo por turma semanalmente teria que ter 40 turmas para
cumprir o proposto. Isso é impossível em um mesmo
colégio. Logo, sobra tempo.
O especialista
também mostra preocupação com as
legislações de cidades que impossibilitam a
cooperação para a melhoria do sistema educacional em uma
região.
— Se
pensarmos na área rural, temos cidades pequenas e próximas
que gastam o dobro com escolas quando poderiam atuar juntas se houvesse uma
unificação das redes. É um desperdício pela
regra.
DEFASAGENS NAS
REDES DE CIDADES SÃO DESAFIO
José
Marcelino concorda que a isonomia entre as redes é uma defasagem no
sistema de ensino que causa distorções. Porém, o
professor vê com receio a ideia de flexibilização.
— Ela deve
ser feita pensando na educação e não somente em
exames. Vemos hoje que os colégios se voltam a dar muitos tempos de
português e matemática porque possuem pesos maiores. Isso
causa um empobrecimento enorme para o currículo.
De acordo com o
professor da USP, o estabelecimento do que é prioritário para
a educação deve ser o principal fator a ser pensado quando se
cogita mudar as práticas dos docentes.
— A rotina
do professor deve ser pensada não somente se ele está sendo
eficiente para a folha de pagamento, mas se está exercendo na
plenitude suas atividades para com a educação. A nota, seja
de uma prova no colégio ou do Enem, é uma das formas de se
avaliar. Não pode ser a única.
A rede federal foi
citada pelos especialistas como um modelo que produz bons resultados, mas
que também possui uma série de dificuldades que devem ser
superadas. Um dos pontos destacados no caso das escolas federais é o
fato de atraírem alunos de maior nível socioeconômico,
fator que estudos mostram ser o principal determinante do desempenho
escolar.
— O fato de
existir essa diferenciação entre um sistema de
educação e outro já é um problema. Um mesmo
bairro pode ter um colégio público de excelência e
outro não, só porque são de redes diferentes —
conta Oliveira.
Para Marcelino, a
desigualdade não está somente nos salários dos
professores e na infraestrutura diferente das escolas federais. O professor
afirma que estas instituições já se tornam
díspares na própria forma como seus alunos entram nos
colégios.
— A rede
federal trabalha com uma elite do “andar de baixo”. São
alunos que não possuem recursos para um bom colégio
particular, mas entraram por meio de concurso. São os melhores de
seus grupos. Ou seja, não é um ensino universal — conta
Marcelino.
Jovem mobiliza comunidade
estudantil brasileira nos EUA
Marina Lopes - Porvir - 02/04/2015 -
São Paulo, SP
Pela
tradição de família, Matheus Silva seria pescador.
Nascido em Boqueirão, no sertão da Paraíba, ele
decidiu que iria estudar fora e seguir outro rumo. Aprendeu inglês em
um curso gratuito, foi admitido em uma universidade nos Estados Unidos e
tratou de conseguir uma bolsa. Hoje, aos 22 anos, cursa economia e
engenharia química no WPI (Worcester Polytechnic Institute), ao lado
de Boston. Mas quem disse que a essência da profissão do pai e
o avô não o acompanhou por lá? Como em uma pesca,
assumiu a tarefa de reunir e mobilizar universitários brasileiros
que estavam nos EUA, onde criou a BRASA (sigla em inglês para
Associação Brasileira de Estudantes).
“Eu vim de
uma cidade pequena e fui o primeiro da família a fazer faculdade.
Tinha poucas referências de pessoas e organizações que
pudessem me ajudar”, lembra Matheus. Pensando nas dificuldades que
ele e outros estudantes enfrentaram quando decidiram estudar fora, a BRASA
tem uma atuação segmentada em três pilares, oferecendo
apoio antes, durante e depois da graduação. A ideia é
auxiliar e engajar essa comunidade estudantil em ações de
impacto direto no Brasil.
Para os que
desejam ingressar em uma universidade norte-americana, a
organização mantém um blog chamado Brasinhas, que
compartilha relatos de brasileiros sobre a vida universitária no
exterior. Além disso, oferecem mentoria gratuita para os alunos que
estão com dúvidas no processo de admissão ou em qual
universidade estudar. “Colocamos eles em contato com
universitários dessas instituições para ajudar”,
explica.
Com público
universitário que já está nos Estados Unidos, a
organização promove eventos e conferências (BRASATech,
BrazUSC, BRASA National Conference, BRASA Politics). “Era muito comum
que os estudantes brasileiros de Havard não conhecessem os que
estudavam no MIT [uma distância relativamente pequena]”,
explica. Agora, em dez meses de atuação, eles já
contam com uma rede de mais de 800 alunos e estão em 40
universidades diferentes, incluindo nomes como Stanford, Princeton,
Northeastern e Yale. Entre os parceiros, recebem apoio da Ambev, BTG
Pactual, Heinz, McKinsey&Company e Fundação Estudar.
Na tentativa de
encontrar formas mais efetivas para que esses estudantes pudessem colaborar
com o país, a BRASA ajuda eles na tarefa de encontrar empregos de
férias no Brasil, os famosos “summer jobs”. Os
estudantes enviam os seus currículos e a organização
faz a mediação com empresas que estão recrutando. Eles
também participam de programas de voluntariado, em parceria com a
BrazilFoundation, e buscam promover projetos de pesquisa e conexão
entre universidades brasileiras e americanas. As oportunidades costumam ser
divulgadas por diversos canais, como e-mail, Facebook ou Twitter.
E como fazer para
que essa galera não se disperse após o término da
graduação e o retorno ao país? Matheus acredita que
isso só acontece mantendo o engajamento. Com esse intuito, devem
acontecer dois eventos no Brasil ainda este ano, um no Rio de Janeiro e
outro em São Paulo. Além disso, a intenção
é que os jovens formados continuem conectados com a rede para
apoiarem os que ainda estão na universidade.
Para Matheus,
essas ações tentam promover uma troca mais efetiva entre o
país e os estudantes brasileiros que estão fora. “O
Ciência sem Fronteiras é um programa incrível, mas eu
ainda acho que é muito unilateral. Eu vejo apenas o Brasil indo para
o exterior. É claro que os estudantes voltam para o Brasil, mas eu
não acho que os retornos estão sendo tão
tangíveis”, afirma, ao destacar a necessidade de
interações mais profundas durante esse período.
“Um dos
maiores gargalos que o sistema universitário brasileiro enfrenta
hoje é a internacionalização”, destaca. De
acordo com ele, o número de patentes razoavelmente baixo, a
quantidade de artigos publicados em revistas internacionais e os poucos
cursos em inglês nas universidades brasileiras são alguns dos
fatores responsáveis por esse obstáculo.
No futuro a BRASA
planeja expandir a sua atuação para mestrado, MBA e PhD.
“Nosso objetivo em longo prazo, em cinco ou seis anos, é se
tornar a maior organização estudantil brasileira no
exterior”, define Matheus.
Em nova etapa, Pronatec
prevê ações alinhadas com o PNE
Assessoria de Comunicação
Social - MEC - Revista Gestão Universitária - 02/04/2015
- Belo Horizonte, MG
A nova etapa do
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec)
está alinhada ao Plano Nacional de Educação (PNE). O
programa também terá novas ações
estratégicas, como a integração com o portal Mais
Emprego, do Ministério do Trabalho e Emprego, para aproveitar melhor
a mão de obra dos egressos dos cursos, além de
estímulo a ações de inovação e maior
equilíbrio entre demanda e oferta de educação
profissional.
Instituído
pela Lei nº 12.513, de 26 de outubro de 2011, o Pronatec tem o
objetivo de expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de
educação profissional e tecnológica e ampliar
oportunidades educacionais aos trabalhadores. As iniciativas que
compõem o programa são a expansão da Rede Federal de
Educação Profissional, Científica e
Tecnológica, o programa Brasil Profissionalizado, a Rede e-Tec
Brasil, o acordo de gratuidade com os serviços nacionais de
aprendizagem industrial (Senai) e comercial (Senac) e a
Bolsa-Formação.
Do
lançamento, em 2011, até o final de 2014, o Pronatec obteve
como resultados o crescimento de matrículas, a expansão
física de redes públicas e melhorias na
estruturação pedagógica dos cursos. O número de
matrículas chegou a mais de 8 milhões — 2,3
milhões em cursos técnicos e 5,8 milhões em cursos de
formação inicial e continuada (FIC). Mais de 4 mil
municípios foram atendidos em todas as regiões do Brasil, com
cerca de 200 cursos técnicos e 600 cursos FIC.
Obras — O
programa Brasil Profissionalizado financiou ações em 25
estados para a construção, reforma e ampliação
de escolas técnicas estaduais, instalação de
laboratórios, mobiliário, acervo bibliográfico e
equipamentos, além de capacitação de docentes e
gestores escolares. São 304 obras concluídas —78
construções e 226 ampliações e reformas —
em 245 municípios. Ainda estão em execução 100
construções e 94 ampliações e reformas.
Já a Rede
e-Tec Brasil recebeu 275 mil matrículas em cursos técnicos,
na modalidade a distância, em 985 polos de apoio presencial de todas
as unidades federativas. Por meio dessa ação, também
houve reestruturação de laboratórios,
capacitação docente, elaboração de material
didático, realização de pesquisas na área de
educação a distância e financiamento de oferta de
cursos.
Bolsa — A
Bolsa-Formação custeia a oferta de cursos técnicos e
cursos FIC, ao aproveitar a capacidade instalada das
instituições ofertantes. A medida atende, prioritariamente, o
público em situação de vulnerabilidade social,
além de jovens e adultos trabalhadores. A oferta de cursos é
realizada mediante o mapeamento das demandas de formação
profissional realizada em parceria com 15 ministérios e todas as
secretarias estaduais de educação. Isso possibilita a
integração com políticas prioritárias do
governo federal, como os planos Brasil sem Miséria, Brasil Maior,
Viver sem Limite, Pronacampo e o seguro-desemprego, além de outras,
com recorte de gênero, raça, ocupação e
geração.
No que diz
respeito à dimensão pedagógica do programa, o
ordenamento da oferta de cursos FIC, até então inexistente,
possibilitou a padronização de denominações,
carga horária, perfil de conclusão, requisitos para acesso e
respectivas ocupações, de acordo com a
Classificação Brasileira de Ocupações (CBO),
por meio do Guia Pronatec de Cursos FIC. Ainda são identificados os
itinerários formativos para orientar as instituições
na organização da oferta e os estudantes em sua
trajetória de formação, de forma a incentivar a
continuidade de estudos.
No período
2011-2014, em torno de 16% dos estudantes matriculados abandonaram os
cursos. Além disso, estudo elaborado pelo Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome concluiu que o índice
de estudantes da Bolsa-Formação que tiveram acesso ao emprego
formal foi de 43%. Desses, 50% são beneficiários do programa
Bolsa-Família.
Consulte o portal
Mais Emprego do Ministério do Trabalho e Emprego
Excesso de tempo dedicado ao
dever de casa pode prejudicar desempenho, mostra estudo
Paula Ferreira - O Globo - 05/04/2015 -
Rio de Janeiro, RJ
Um grupo de
mães do Colégio Marista São José, no Rio de
Janeiro, organizou uma comissão para reivindicar, entre outros
pontos, mais dever de casa para os filhos. Pensando no bem dos pequenos,
elas querem que a escola aumente a quantidade de tarefas, um pedido que
outros colégios públicos e particulares também
já ouviram dos familiares. Só que muito dever de casa pode
não fazer tão bem assim. Ao menos é o que dizem
especialistas e um estudo recente da Universidade de Oviedo, na
Espanha.
A pesquisa,
publicada na revista “Journal of Educational Psychology” da
Associação Americana de Psicologia, avaliou 7.725 alunos
espanhóis, com média de 13 anos, e concluiu que o ideal
é dedicar à tarefa cerca de uma hora diária, e que
muito mais que isso pode, inclusive, atrapalhar o rendimento dos
estudantes. Segundo os pesquisadores, tão importante quanto o tempo
é a regularidade e a maneira como a lição é
feita, isto é, se o aluno conta ou não com a ajuda de outras
pessoas.
Os resultados
mostraram que a partir de 1h30 a 1h40 de estudo houve queda nas notas.
Já os que utilizavam entre 1h10 e 1h30 tiveram pequenos ganhos, mas
que quando comparados aos dos que ocupavam apenas uma hora diária se
mostraram inexpressivos — afinal, gastavam-se quase duas horas a mais
por semana para atingir um resultado não muito superior. Dessa
forma, os pesquisadores concluíram que o benefício de estudar
em média uma hora é maior.
Além disso,
foi observado que os alunos que recebiam deveres de casa com regularidade
conseguiam uma pontuação maior nos testes do que aqueles que
tinham uma frequência menor de lições; e os que faziam
o dever sozinhos conseguiram nota melhor que os que recebiam ajuda
frequentemente.
Objeto de
pesquisas constantes no meio acadêmico, o dever de casa também
está longe de ser consenso no cotidiano escolar. Há pesquisas
que mostram eficácia maior ou menor, a depender do contexto. Um
estudo feito na Alemanha em 2002, com alunos do sétimo ano,
também concluiu que era mais efetivo passar poucos deveres de casa
— mas sempre corrigidos pelos professores, de modo a monitorar o
desempenho dos alunos e corrigir problemas de aprendizagem — do que
obrigar estudantes a passarem muito tempo fazendo lições, sem
garantia de que esse retorno aconteça.
O motim das
mães maristas evidencia que a questão é vista de
maneira diversa não só por diferentes
instituições, mas também pelos próprios
pais.
—
Estávamos vendo muito pouco dever e resolvemos reivindicar. Eu sou
contra o massacre, com quantidade enorme de lição, mas o
dever é importante para desenvolver a autonomia deles. Eles (a
direção) falam que é para pegar leve, para a
criança querer estudar— argumenta Claudia Koslowski,
mãe da aluna Clara Correa, do 6º ano do Colégio
Marista.
Em meio às
reivindicações, a vice-diretora da instituição,
Rita Rocha, explica os motivos da metodologia adotada e defende que o
sistema prioriza a qualidade dos exercícios.
— É
uma discussão muito presente na escola e é necessário
usar o bom senso. Sempre queremos encontrar a proposta mais adequada para o
aluno, mas sempre vamos ter famílias que se posicionam a favor de
mais dever ou de menos. A escola tem que ter muita clareza do objetivo.
É importante frisar que não estamos falando de quantidade, e
sim de qualidade, de nível de elaboração, de
organização — argumenta Rita.
Em uma linha
parecida com a do Colégio Marista, a Escola Parque, na Zona Sul do
Rio, criou um sistema on-line para que a equipe pedagógica da escola
monitore a quantidade de lição recomendada diariamente aos
alunos. De acordo com o colégio, não é interessante
que os estudantes levem enormes quantidades de deveres se a
correção de todas as questões não for
viável.
— Os deveres
são publicados em uma plataforma virtual, e quando percebemos que a
carga está alta demais falamos com o professor. A gente acredita que
a carga de uma hora de dever é bastante palatável para jovens
que têm como profissão ser estudantes. Em média
é o tempo que passamos, mas isso também pode variar —
explica o orientador pedagógico do colégio, Luís
Albuquerque.
Enquanto folheia o
livro de Paulo Leminski em busca de uma poesia para ler no sarau do
colégio, Pedro Fonseca, aluno do 8º ano da Escola Parque, conta
que gosta da quantidade e, principalmente, do modelo dos exercícios
que recebe como tarefa. O aspirante a skatista, que ainda não sabe o
que quer ser no futuro, diz que no colégio onde estuda “tem
mais espaço para se expressar” e afasta as
provocações dos colegas de instituições nas
quais a quantidade de lição é maior.
— Meus
amigos brincam porque minha quantidade de dever é menor. Mas
não significa que seja fácil, só é diferente
— defende.
NOVENTA
EXERCÍCIOS POR SEMANA
Em uma realidade
diversa, a aluna Bruna Reis, do 9º ano do Colégio PH, se
desdobra entre a natação, o escotismo e cerca de 90
exercícios por semana — aproximadamente duas horas por dia.
Mas, todo o trabalho, na opinião dela, é eficaz.
— Sempre
reclamamos de muito dever, mas, no fundo, é o que faz a gente
estudar. É o momento que vejo onde errei, o que é importante.
O dever acaba virando um referencial — explica.
A mãe da
adolescente pondera que não existe modelo certo. Usando o exemplo do
filho mais novo, que também estuda na escola, afirma que cada aluno
tem uma maneira diferente para se desenvolver.
— Quando
escolhi o colégio, me falaram da proposta de exercitar ao
máximo com o aluno. Eu acreditava que, quanto mais exercício,
melhor. Foi uma aposta. A Bruna se adaptou, atende bem à proposta.
Já meu outro filho não aceita. Não existe o melhor
sistema, existe o melhor modelo para seu filho — afirma Daniela
Reis.
A diretora
pedagógica da escola, Eliana Vital Brazil, explica que a
estratégia foi pensada para fazer com que o aluno crie o
hábito de estudo. E é importante para fixar o conteúdo
aprendido.
— O aluno
recebe 90 questões por semana e para dar conta tem que fazer uma
cota diária. A rotina de dever de casa é importante para que
ele saiba que tem que sentar e estudar todo dia — explica a diretora,
que destaca ainda a importância de os alunos fazerem o dever
sozinhos: — Eles têm que fazer para que tenham dúvidas.
Temos monitoria, mas não a vemos como uma muleta ou como um
professor particular que vai mastigar o conteúdo para o aluno.
Doutora em
educação pela Uerj, a pesquisadora Patrícia Maneschy
argumenta que nem sempre uma grande quantidade de tarefas é sinal de
sucesso. Acrescenta que muitas vezes os pais não compreendem a
maneira como a aprendizagem é adquirida, e acabam fazendo a
lição no lugar dos filhos.
— Muito
dever de casa não significa, necessariamente, que a criança
esteja aprendendo. Muitas vezes, os pais acabam fazendo os deveres para
colher os louros, para que o aluno não entregue errado —
destaca.
Para
Patrícia, é fundamental também que o assunto seja
discutido durante a formação dos professores.
— Na
formação dos cursos de pedagogia, as discussões ficam
no âmbito da didática, com conteúdos muito
generalistas. De alguma maneira o assunto acaba ficando muito superficial.
Quando se estuda sobre o dever de casa, é em curso de
extensão — disse.
A
lição de casa também é alvo de
atenção na rede pública. A Secretaria municipal de
Educação do Rio afirma que os professores são
orientados a passar dever regularmente.
— Cada
escola tem de fazer um estudo para não sobrecarregar o aluno. No
caso dos pequenos, que têm só um professor, ele pode dosar
isso. E no segundo segmento, os alunos já devem ter a
noção de que o aprendizado não acaba na escola —
explica a secretária Helena Bomeny, adicionando que, nas
férias, os alunos da educação infantil levam para casa
um dever especial de fixação do conteúdo e os mais
velhos recebem indicações de livros.
Governo prevê abertura
de cursos de medicina nas regiões N, NE e CO
Da redação - Revista Veja
- 03/04/2015 - São Paulo, SP
Os
ministérios da Saúde e da Educação anunciaram
nesta quinta-feira um edital para a abertura de vagas em cursos de medicina
em instituições privadas nas regiões Centro-Oeste,
Nordeste e Norte do país. A iniciativa é parte do Programa
Mais Médicos, lançado pelo governo federal em 2013, e visa a
selecionar previamente os locais onde deve haver aumento de oferta de vagas
em cursos de medicina. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, informou
que a meta é abrir 11.447 mil vagas de graduação em
medicina até 2017 e elevar o número de médicos do
Brasil para 600 mil até 2026, partindo da base 374 mil
médicos de junho de 2013.
Na visão do
governo, atualmente a criação de vagas em cursos de medicina
se dá de acordo com os interesses das escolas privadas. `Isso fez
com que estivéssemos historicamente uma grande
concentração nas capitais das regiões Sul e Sudeste`,
disse Chioro. `É o Estado brasileiro regulando ponto a ponto, a
partir do programa Mais Médicos, a expansão dos cursos de
medicina no país.`
Esse é o
segundo edital voltado à criação de vagas de cursos de
medicina no âmbito do Programa Mais Médicos. O primeiro foi
lançado no ano passado e, de acordo com dados dos dois
ministérios, chegou a 39 cidades de 11 estados do país. O
Ministério da Saúde afirma que os profissionais da medicina
hoje se fixam nos locais onde fazem a graduação e a
residência médica, o que contribui para uma maior oferta de
médicos no mercado nas regiões Sul e Sudeste, onde há
maior parte dos cursos de medicina. Por isso, a meta é levar a
formação de médicos a regiões onde há
menor concentração de atendimento médico e, com isso,
motivar a fixação de profissionais nesses locais. Com o
edital, serão abertas 1.887 vagas em 22 cidades de oito estados das
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde o índice de
médicos fica abaixo de 2,7 profissionais para cada mil
habitantes.
Chioro disse ainda
que o objetivo do edital é fazer com que as cidades que quiserem
receber cursos de medicina se comprometam a fazer melhoras em
infraestrutura médica.`Não vamos mudar os parâmetros de
qualidade para atender regiões`, disse. As cidades que quiserem
participar do edital terão de comprovar condições de
infraestrutura para ter os cursos. Entre os critérios de
seleção, é preciso oferecer cinco leitos na rede
pública de saúde por aluno e o mínimo de 250 leitos
por unidade médica. As cidades têm de ter no mínimo 50
mil habitantes e não ficar a menos de 75 quilômetros de
distância de outro centro de formação. As capitais
estão excluídas do processo de seleção de
cursos que serão ofertados por universidades privadas.
Fies - Em meio
à crise envolvendo repasses do Programa de Financiamento Estudantil
(Fies), o ministro interino da Educação, Luiz Cláudio
Costa, disse ainda que o governo continuará expandindo o
crédito `apesar dos ajustes feitos na economia` e a previsão
de cortes no orçamento nos próximos dias, como parte do
esforço para atingir o superávit primário de 66
bilhões de reais. `O governo vai continuar com a sua
expansão, fazendo os ajustes, mas não abrindo mão da
expansão do ensino superior`, afirmou.
Costa deu como
exemplo a criação de 210 mil vagas mesmo com a
contenção orçamentária implementada no primeiro
trimestre, o que levou os estudantes e as instituições de
ensino a buscar alternativas para manter as aulas - entre elas, o
financiamento em bancos privados. `Apesar dos ajustes, o governo
mantém seu comprometimento com o ensino superior, mais 1,9
milhão de vagas continuam (dentro no Fies)`, disse. O ministro
cederá o lugar ao filósofo Renato Janine Ribeiro, que assume
a pasta na próxima segunda-feira, dia 6.
Novo edital muda as regras
para a seleção dos municípios que podem receber os
cursos
Assessoria de Comunicação
Social - MEC - Revista Gestão Universitária - 02/04/2015
- Belo Horizonte, MG
Os
ministérios da Educação e da Saúde
lançaram nesta quinta-feira, 2, novo edital de chamamento
público para seleção de municípios que
vão receber cursos de medicina em instituições
particulares. O objetivo é dar continuidade à política
de expansão de vagas por meio do programa Mais Médicos,
criado para corrigir assimetrias regionais na proporção de
médicos por habitantes.
Para a nova
chamada, foram pré-selecionadas 22 cidades de oito estados do Norte,
Nordeste e Centro-Oeste. Nesses estados, a relação de vagas
em cursos de medicina por 10 mil habitantes é inferior a 1,34; o
índice de médicos a cada mil habitantes, menor que 2,7. As
prefeituras interessadas devem confirmar participação entre
os dias 13 e 24 próximos, pelo sistema Simec.
De acordo com o
ministro interino da Educação, Luiz Cláudio Costa,
esta segunda fase da expansão do ensino médico ocorre de
forma estratégica para diminuir as assimetrias no número de
médicos em território nacional. “Estamos falando de um
passo que tem a inclusão, a necessidade social, a qualidade da
formação” afirmou. “Não tenho
dúvidas: nós temos aquilo que é estruturante para a
educação médica e que está transformando e vai
transformar a assistência médica no Brasil nos próximos
anos.”
Critérios
— O edital contém novas regras. Agora, o município a
ser selecionado, além de não contar hoje com cursos de
medicina, deve estar no mínimo a 75 quilômetros de
distância de locais que os tenham. Além disso, não pode
ser capital de estado, deve ter mais de 50 mil habitantes e estar
localizado em região com estrutura de saúde e de equipamentos
públicos, cenários de atenção na rede de
saúde e programas de saúde adequados para comportar a oferta
de graduação em medicina.
Para o ministro da
Saúde, Arthur Chioro, o programa Mais Médicos mudou a forma
pela qual os cursos de medicina em instituições particulares
eram autorizados. “A abertura de vagas privadas se dava pela
lógica da instituição privada de ensino
superior”, disse. “Ela escolhia a cidade, quais os cursos e
apresentava a proposta.”
O ministro destaca
que a partir desse novo edital, no lugar de indagar às
instituições onde elas pretenderiam abrir uma escola de
medicina, o governo federal, a partir de estudos técnicos,
identifica as cidades e regiões que precisam de novos cursos.
“A fixação de profissionais médicos responde
muito mais aos locais onde eles fazem a graduação e a sua
residência médica”, disse Chioro.
Após o
lançamento do primeiro edital, no segundo semestre de 2013, foram
inscritos 149 dos mais de 300 municípios elegíveis.
Após visita técnica, 39 foram selecionados. Naquela
edição, 110 mantenedoras apresentaram 215 propostas para
instalação de cursos de medicina.
Estrutura —
O novo edital prevê, após a adesão dos
municípios interessados, a realização de visitas
técnicas in loco, entre 11 de maio e 26 de junho próximos. A
finalidade é verificar se a estrutura da rede de saúde local
atende o mínimo necessário para comportar as atividades
práticas do curso.
O município
precisa ter número de leitos do Sistema Único de Saúde
(SUS) por aluno igual ou maior que cinco; número de alunos por
equipes de atenção básica menor ou igual a três;
leitos de urgência e emergência ou pronto-socorro;
adesão ao Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade na
Atenção Básica (Pmaq); centros de
atenção psicossocial e pelo menos três programas de
residência médica nas especialidades prioritárias (como
medicina geral de família e comunidade), que podem ser abertos no
primeiro ano de funcionamento do curso.
As cidades
escolhidas farão parte do edital de seleção de
instituições. Aquelas que não obtiverem conceito
satisfatório na visita in loco podem ser excluídas do
processo ou ficar em lista de espera, com pendências. O resultado
final, após as visitas e avaliações, será
divulgado em 31 de julho deste ano. A previsão é que a lista
de instituições selecionadas nessas localidades seja
divulgada em 24 de junho.
Residência
— O governo federal também vem expandindo as vagas de medicina
em cursos existentes. Já foram autorizadas 4.680 vagas de
graduação no país — 1.343 em universidades
públicas e 3.203 em instituições particulares. A meta
é chegar à oferta de 11,5 mil até 2017.
A Lei nº
12.871, de 22 de outubro de 2013, que institui o Programa Mais
Médicos, tem entre os objetivos diminuir a carência de
médicos em regiões prioritárias, fortalecer a
prestação de serviços de atenção
básica em saúde, aprimorar a formação
médica, proporcionar mais experiência no campo de
prática médica durante o processo de formação e
ampliar a inserção do estudante de medicina nas unidades de
atendimento do SUS.
Os interessados
já podem conferir a íntegra do novo edital do programa Mais
Médicos, que será publicado na próxima semana no
Diário Oficial da União, e uma apresentação do
programa Mais Médicos.
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Editoriais
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Quanto mais cedo, melhor
para aprender
Da redação - O Tempo -
06/04/2015 - Belo Horizonte, MG
Crianças e
adolescentes têm mais facilidade de aprender línguas do que
adultos. “Isso por estarem em um estágio de desenvolvimento
cognitivo propício ao aprender”, explica a pesquisadora da
Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
Reinildes Dias. “Saber outro idioma é uma questão de
inclusão social dos jovens”. Para ela, o domínio de
outras línguas possibilita o estabelecimento de
relações entre culturas e a compreensão de valores,
além de ser um complemento na preparação para o
mercado de trabalho. A professora de letras da Universidade Federal dos
Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) Vivian Margutti, concorda:
“As pessoas se comunicam por espaços virtuais e precisam ter
conhecimento linguístico. Mas há um problema cultural no
nosso país, que só está despertando agora para a
importância desse conhecimento na formação do
cidadão”. (FV)
O recomeço do MEC
com Renato Janine Ribeiro
Daniel Cara - UOL Educação
- 06/04/2015 - São Paulo, SP
Hoje (06/4)
começa a gestão de Renato Janine Ribeiro no Ministério
da Educação (MEC). A posse ocorre no dia seguinte à
Páscoa, a festa da ressurreição de Cristo,
simbolizando o recomeço.
E é
exatamente isso que o MEC necessita: recomeçar. Após as
gestões de Tarso Genro e Fernando Haddad, entre janeiro de 2004 e
janeiro de 2012, a pasta está sem ideias, presa a um modelo
já esgotado.
Programas
importantes de expansão do acesso ao ensino superior e ao ensino
técnico profissionalizante de nível médio, como
Prouni, Fies e Pronatec estão sufocados pela crise econômica.
Razoavelmente elogiado quando surgiu, o PDE (Plano de Desenvolvimento da
Educação) de Fernando Haddad entrou no piloto
automático e já perdeu força nas iniciativas
relacionadas à educação básica.
O MEC se tornou
uma máquina gigante, com enorme responsabilidade na
administração de programas, mas com baixo desempenho –
embora muitos bons profissionais. Suas ações estão
perdendo responsividade, relevância e – muitas vezes –
sentido. O motivo é que não há uma
concepção de educação que oriente as
ações da pasta.
Por sorte, Renato
Janine Ribeiro demonstrou querer assumir essa agenda. Em entrevista
à TV Brasil, afirmou que educação não é
mera padronização, não é algo que se transfere.
Para ele, educação é apropriação da
cultura – como acredita e defende a melhor parte dos pensadores da
área.
Considero essa
perspectiva um acerto enorme, conforme argumentei em artigo recente. Mas
implementá-la significa repensar toda a lógica de
funcionamento do MEC, começando pela Secretaria de
Educação Básica, passando pelos debates acerca da Base
Nacional Comum Curricular, chegando, enfim, às
avaliações de larga escala produzidas pelo Inep (Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
Não defendo
que os exames nacionais deixem de existir, mas tenho
convicção de que eles devem ser repensados em seus objetivos
e execução. O Brasil tem cometido o erro de tornar a
avaliação um sinônimo de política educativa, ou
seja, seu carro-chefe. Dito de outra forma, a parte tem sido encarada como
o todo. Aliás, o próprio Inep está reduzido a essa
visão e precisa rever suas atividades. Nas últimas
décadas, sua prática tem sido restrita às
avaliações de larga escala, ignorando o “E” (de
estudos) e o “P” (de pesquisas) que compõem sua sigla
– e sua missão.
Além disso,
será preciso refazer as relações com Estados e
Municípios. Os entes subnacionais estão sem recursos por
causa das crises arrecadatória e econômica. E o mais grave:
muitas transferências federais estão em atraso. A
situação vai gerando revolta e criticar o Palácio do
Planalto, o MEC e suas autarquias virou praxe em qualquer atividade com
governadores, prefeitos e/ou secretários de educação.
Verifico isso em cada evento que participo, em todo canto do
País.
A sorte de Renato
Janine Ribeiro é que ele conta com um bom e legitimado fio condutor:
o Plano Nacional de Educação (PNE). Porém, o plano
parece ser o mais ilustre esquecido do Planalto Central. Ninguém no
governo o menciona, inclusive a presidenta Dilma Rousseff, que não o
citou desde sua posse. Tomara que esse erro não se repita a partir
de hoje.
Sobre as apostas
para o futuro do MEC, há em Brasília quem considere que
será curta a passagem de Janine, pois ele não terá
paciência para as demandas políticas e administrativas da
área. Outros acreditam que ele será longevo, mas não
enfrentará agendas estruturais, como o PNE. Alguns especulam que ele
será um ministro simpático, douto, mas pouco efetivo.
Diante das
apostas, assumo minha torcida: desejo sucesso ao Prof. Renato Janine
Ribeiro, pelo bem da educação. O MEC precisa
recomeçar. E que seja agora! Mas com uma certeza: o exercício
de controle social não vai e nem deve diminuir, pelo
contrário. E mais do que nunca, a sociedade civil demanda
interlocução qualificada com o Ministério da
Educação. Isso, por si só, já seria uma das
melhores novidades.
Não basta ser pai
e mãe, tem que ler junto
Isabel Clemente - Revista Época -
05/04/2015 - São Paulo, SP
Tenho uma pequena
leitora voraz em casa. Letícia, minha filha mais velha, está
com 9 anos e se interessa por gibis, livros seriados infanto-juvenis e
crônicas. Ela é capaz de reler o livro o mesmo livro
três vezes, rindo e absorvendo tiradas para seu acervo pessoal de
piadas. Sim, isso me enche de orgulho. Sim, isso também é
mais do que eu mesma fazia na minha infância rodeada por livros.
Confesso que vê-la tão absorvida pela leitura reduz bastante
minha preocupação com o excesso de tecnologia, desafio para o
qual ainda estamos nos municiando como pais de uma geração
hiperestimulada por smartphones. Ninguém sabe ao certo onde isso vai
dar. A única constatação imediata que se tira olhando
ao redor é que já não se conversa à mesa do
restaurante como antigamente. Por isso, toda minha ojeriza aos celulares
durante refeições e reuniões de família e
amigos.
A leitura - junto
com conversas de verdade e atividades físicas - me parece,
até que me apresentem argumento mais convincente, o melhor
antídoto para os males da tecnologia. Não à toa esse
foi o tema de um dos debates da Feira do Livro Infantil de Bologna, na
Itália, na semana passada, o maior evento do tipo no mundo.
Recém-chegada de lá, a promotora de Justiça e
escritora Ariadne Cantu, autora de 16 livros infantis e mãe de
três, me contou que escritores e educadores estavam debatendo
até que ponto o imediatismo digital irá afetar a
construção dos pensamentos. Não por outro motivo,
Gianna Vitalli, uma simpática senhora de cabelos grisalhos que
integrava o júri do Hans Christian Andersen, o maior prêmio de
literatura infantil, propôs, em sua fala de abertura na feira, que a
educação infantil nesses tempos de alta tecnologia atente
para o valor da leitura e “reformate a cabeça dos
professores”. “As crianças precisam de tempo livre para
aprender. Elas precisam reaprender a ler”, disse.
Como vocês,
estou também muito interessada nessa investigação.
Converso com amigos, procuro ouvir e ler o que os especialistas têm a
dizer, enquanto observo, na minha casa, o impacto disso tudo nas duas
crianças, sobretudo na caçula, que, aos 5 anos, não
está alfabetizada, descobriu os joguinhos muito antes da
irmã, e outro dia verbalizou de forma singela uma
reivindicação que volta e meia reaparece. “Estou
cansada de não ter um ipad!”
E nem adianta eu
dizer que também não tenho porque além de celular, uso
um leitor digital de livros, o que, para ela, dá no mesmo. É
tudo tecnologia. Se eu uso para ler ou jogar, não faz a menor
diferença. Vá explicar.
Com a baixinha, a
gente tem que sentar e ler. Pegar pela mão e convidá-la para
uma viagem pelas letras ou apenas pelas imagens dos livros silenciosos,
sempre uma ótima aposta para instigar a curiosidade dos iletrados.
Isso dá trabalho. Precisa fazer questão, às vezes
até brigar com a televisão, lançar argumentos
infalíveis e contar com um autor inspirado, lógico. As
prateleiras de livros infantis para ela estão quase rentes ao
chão. É o tipo de produto que precisa estar ao alcance das
crianças. No meio do caminho, entre nós e os livros, entram
não só os atrativos da tecnologia, mas o cansaço, a
falta de tempo, a necessidade de dar atenção para todo mundo
aqui e agora.
Não basta
olhar feliz para a criança que resolve folhear sozinha um livro. Tem
que desligar as notificações desnecessárias da tela do
celular, sentar e dizer “está na hora da nossa leitura”
e não deixar ninguém se intrometer. A exclusividade é
o toque especial para coroar esse hábito que, como pais, temos a
obrigação de ajudar a construir.
E depois que eles
aprenderem a ler, passada a fase inicial de dificuldades, qual será
o nosso papel?
Ler junto, de vez
em quando, pode apostar. A missão não termina na
alfabetização nem quando eles adquirem fluência na
leitura. “É legal ler junto, todos saem lucrando. Você
se aproxima afetivamente da criança e ela de você. Milhares de
coisas não escritas no livro podem ser ditas”, afirma
Ariadne.
Ler junto
significa levar para dentro de casa o que muita gente acredita ser
responsabilidade apenas da escola. Influência é a arte de
contagiar esses pequenos aprendizes com nossos hábitos. Apesar de
reclamar a falta de um ipad, a verdade é que Carolina, minha filha
menor, está cada dia mais ansiosa para ler como todo mundo da casa,
pedindo para digitar no computador a frase que eu pretendo escrever quando
sento para trabalhar (foi ela que escreveu “enquanto
Carolina”). A obra segue em construção.
Letícia
propõe que eu leia o livro que ela terminou de ler. Quer saber a
minha opinião, conversar comigo sobre a história. Eu
também tenho essa curiosidade. Afinal, que tanto ela lê e
gosta? Estará entendendo tudo? O significado das novas palavras? O
dicionário está lá, ao alcance das mãos, mas
querer que a criança o consulte toda hora é exigir demais.
Que lições tira das histórias? Se for um livro da
minha infância, fica fácil interagir, mas há muitos
títulos novos. A demanda é constante e crescente. Mal tenho
tempo para dar conta dos títulos e dos autores que me interessam.
Que horas vou ler o livro infanto-juvenil que já não se
consome numa única tarde de tão grande, eu me pergunto. E o
que faço com a outra filha que me cerca em busca de
atenção nessa tarde propícia à leitura? Vida em
família é assim: pontuada por negociações nem
sempre frutíferas. Mas as soluções são sempre
individuais, variam de casa para casa, e eis que temos uma chance. É
tarde, a pequena ouve histórias do pai no quarto enquanto eu e
Letícia sentamos para ler um gibi.
Estamos lado a
lado, ela apoiada no meu ombro. Alternamos os personagens. Seguimos nessa
leitura dramatizada e em voz alta. Tenho chance de perguntar se ela
entendeu o significado de uma palavra ou outra. Ela fica feliz de me ver
rindo das cenas que ela também achou engraçadas. E eis que na
última página da revistinha, não encontramos o
“fim” mas um “continua”. Ela me olha com os olhos
apertados e séria conclui: “Detesto quando isso acontece.
Agora vou ter que esperar a revistinha do mês que vem e ainda estamos
no início de abril!”
“Putz,
é mesmo”, digo, solidária.
Fechamos o gibi. A
hora voou, a irmã chegou toda animada e acesa no meu quarto, o pai
veio atrás com cara de quem desistiu da empreitada, mas
Letícia ainda está com a cumplicidade esculpida no olhar.
Sorri, já despreocupada com o fim da história que não
veio.
“Adoro ler
com você”, digo. “Precisamos fazer mais.”
“Eu
também”, ela retruca, sorridente. “Mãe, eu acabei
de ler um ótimo livro e posso te emprestar também”,
completa, sustentando o assunto, antes que a noite acabe.
Eu sei. E vou dar
um jeito de ler. Ah se vou...
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