Clipping 06/04/2015

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Clipping Educacional

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Apr 6, 2015, 11:32:26 AM4/6/15
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Segunda-feira, 06 de abril de 2015

Matérias de Hoje

Agência Brasil - 02/04/2015 - Brasília, DF
A segunda etapa do Censo Escolar começará em 1º de fevereiro de 2016
O Tempo - 06/04/2015 - Belo Horizonte, MG

Possibilidade de modulação por parte dos Estados faz com que lei federal praticamente perca efeito
O Globo - 06/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ
Estados que mais gastam não obtém melhores desempenhos. Especialistas criticam má gestão dos recursos
Porvir - 02/04/2015 - São Paulo, SP
Criada por Matheus Silva, a BRASA oferece apoio para os universitários no exterior e pensa ações de impacto no Brasil
Revista Gestão Universitária - 02/04/2015 - Belo Horizonte, MG
No período 2011-2014, em torno de 16% dos estudantes matriculados abandonaram os cursos
O Globo - 05/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ
Resultados de pesquisa revelaram que alunos que estudavam mais de 1h30 tinham queda nas notas
Revista Veja - 03/04/2015 - São Paulo, SP

Foram pré-selecionadas 22 cidades em oito estados brasileiros. Nessas regiões, há menos de 2,7 médicos para cada mil habitantes
Revista Gestão Universitária - 02/04/2015 - Belo Horizonte, MG
Para a nova chamada, foram pré-selecionadas 22 cidades de oito estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste

Editoriais, artigos e opiniões

O Tempo - 06/04/2015 - Belo Horizonte, MG
UOL Educação - 06/04/2015 - São Paulo, SP
Revista Época - 05/04/2015 - São Paulo, SP

Matérias

Coleta de dados para o Censo Escolar começa em 27 de maio pela internet

Andreia Verdélio - Agência Brasil - 02/04/2015 - Brasília, DF

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou o calendário para as duas etapas de coleta e atividades de execução do Censo Escolar da Educação Básica de 2015, que será feito pela internet, por meio do sistema Educacenso. A portaria com as informações foi publicada hoje (2) no Diário Oficial da União.

O período de coleta, digitação e envio de dados começa no dia 27 de maio com a abertura do sistema Educacenso. Diretores, responsáveis pela escola ou pelo sistema informatizado deverão inserir as informações até o dia 31 de julho. Os dados preliminares devem ser enviados pelo Inep ao Ministério da Educação até 26 de agosto.

Após a publicação dos dados preliminares no Diário Oficial da União, os diretores das escolas terão até 30 dias para fazer a conferência e retificação, se for o caso, de erros de informações, diretamente no Educacenso. Essa etapa é apenas para correção de erros e não para inserção de novas informações caso o responsável pela escola não tenha preenchido os dados no período de coleta.

O envio do número de matrículas presenciais efetivas em cada estado, município e no Distrito Federal será feito pelo Inep até 30 de novembro, e a divulgação dos resultados finais está marcada para 29 de janeiro de 2016.

A segunda etapa do Censo Escolar começará em 1º de fevereiro de 2016, com a abertura do módulo Situação do Aluno no Educacenso, para entrada de dados de rendimento e movimento escolar dos alunos declarados ao Censo Escolar 2015. Diretores e responsáveis pela escola deverão inserir esses dados até 18 de março de 2016.

A disponibilização das taxas de rendimento e dos relatórios por escola para conferência será feita pelo Inep em 1º de abril de 2016. Os erros serão corrigidos pelos gestores até 15 de abril de 2016.

Os dados finais sobre o rendimento e movimento escolar de 2015 serão divulgados pelo Inep no dia 6 de maio de 2016.

Ensino de espanhol é incipiente nas escolas da rede estadual

Fernanda viegas - Luiza Muzzi - O Tempo - 06/04/2015 - Belo Horizonte, MG

Embora a oferta de língua espanhola seja obrigatória em todo o país na grade curricular de alunos do ensino médio, a disponibilização das aulas fora do turno regular – o chamado “contraturno” – gera evasões e prejudica o ensino da disciplina na rede pública estadual.

Nesse sentido, a Lei Federal nº 11.161, que torna obrigatória a oferta de uma segunda língua e facultativa a matrícula do aluno, completa dez anos, em agosto deste ano, com desafios a vencer. Em Minas, resolução publicada pela Secretaria de Estado de Educação (SEE), em janeiro, estabelece que a segunda língua estrangeira, que é definida pela comunidade escolar, seja ofertada no contraturno. Na prática, o inglês acaba sendo a escolha para o horário regular de aulas, enquanto as aulas de espanhol seriam disponibilizadas fora do turno oficial – à tarde para quem estuda de manhã e vice-versa.

Essa dinâmica dificulta a participação dos alunos. O alerta é da Associação dos Professores de Minas Gerais (Apemg), que alega que, diante de dificuldades diversas de transporte e conciliação de horários de trabalho, alunos acabam sendo desestimulados a participar.

De fora. Os números comprovam o problema. Segundo dados da SEE, 137 das 3.654 escolas no Estado (3,74%) efetivamente tiveram aulas de espanhol em 2014. E menos de 3% dos 689.740 estudantes matriculados no ensino médio – ou seja, 20.568 –, tiveram essa disciplina. Os dados de 2015 não foram disponibilizados.

Contrária à resolução estadual, a Apemg tenta há mais de dois meses negociar uma solução com o governo, sem sucesso. A intenção é que a norma seja revista para que o espanhol possa ser oferecido tanto como segunda quanto como primeira língua estrangeira, e tanto no contraturno quanto no turno das aulas, para dar mais opções aos alunos.

Em carta enviada à SEE no fim de janeiro, a associação explica que são poucos os estudantes que têm disponibilidade, tempo ou interesse para cursar o espanhol fora do horário regular de aulas. “O Estado publica resoluções que vão na contramão do que a lei federal determina. Entra governo e sai governo e é a mesma coisa”, critica a secretária da Apemg e professora de língua espanhola da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Joziane de Assis. “Nossa luta já dura dez anos. Parece haver uma falta de conhecimento do real valor e da importância do ensino dessa língua”.

Segundo Joziane, uma proposta de trabalho será apresentada pela associação para que “a lei possa ser integralmente cumprida”. Segundo ela, não é por falta de educadores que a disciplina não é ministrada, já que a maioria das universidades federais de Minas forma profissionais na área.

Em nota, a SEE informou que fica a cargo da comunidade escolar determinar qual será a língua estrangeira obrigatória dentro do horário normal de aula. Quando os alunos optarem pela segunda língua, ela será no contraturno, com o mesmo número de módulos e em todos os anos do ensino médio. Segundo a pasta, no decorrer deste ano, serão promovidas discussões com a comunidade escolar para formatar um currículo que seja mais adequado e atrativo à realidade dos estudantes. Essa discussão passa também pelo debate de estratégias sobre como melhorar a oferta da língua estrangeira nas escolas.

Conforme o advogado Mário Lúcio Quintão, os Estados cumprem as leis federais dentro de suas possibilidades, o que significa que a resolução publicada pelo governo de Minas não configura transgressão à lei vigente.

“As leis federais e estaduais têm que se harmonizar. Não há hierarquia, depende da competência. O Estado faz uma espécie de modulação, adequando de acordo com suas necessidades e carências para atender à lei federal”.

¿Hablas español?

Dados. O Instituto Cervantes publica um estudo da língua e da cultura espanhola pelo mundo. De acordo com o anuário de 2014, o Brasil ocupa a 2ª posição – atrás apenas dos EUA –, com 6,12 milhões de brasileiros estudando a língua em escolas públicas e privadas.

Investimento maior em aluno não leva a melhor rendimento no Enem

Raphael Kapa - O Globo - 06/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ

A relação entre gastos e qualidade na educação é um dos temas mais controversos entre pesquisadores da área. Um novo levantamento feito sobre o tema, produzido pelo IAB-Dados (do Instituto Alfa e Beto), mostra que não há correlação entre o investimento por aluno nas redes estaduais e as médias verificadas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou no Índice de Desenvolvimento da Educação Báscia (Ideb), principal indicador da qualidade do ensino no país.

Seggndo o estudo, o Distrito Federal é a unidade da federação com maior investimento anual por aluno: R$ 14.633. O valor supera em 116% o que é gasto em São Paulo e em 191% o registrado em Minas Gerais. Os resultados desses estados, no entanto, são muito próximos quando consideradas as médias dos alunos da rede estadual no Enem. São Paulo apresenta a maior nota, o Distrito Federal é o terceiro, e Minas, o quarto. O Rio de Janeiro aparece no levantamento gastando um pouco mais que Minas e São Paulo, com a segunda maior média de desempenho. No outro extremo do ranking de desempenho, há também estados com alto gasto (caso do Amazonas, o terceiro que mais investe por aluno e apenas o 23º em desempenho) e médias baixas.

O mesmo exercício foi feito pelo IAB-Dados com resultados do Ideb. Em todos os casos, o resultado mostrou sempre uma baixa correlação entre gastos e desempenho.

— A razão para este cenário é um modelo de ensino inadequado, uma dificuldade estrutural. A falta de relação acontece principalmente por causa da gestão. Quando você tem um sistema ou um estado mais organizado do que o outro, verá a diferença de resultados entre eles. O problema nem chega ao pedagógico. Não se pode dizer que a sala de aula está ruim. É antes disso. O problema é, sobretudo, estrutural — afirma João Batista Oliveira, presidente do IAB.

Segundo Oliveira, o fator que mais impacta o gasto dos estados é a remuneração do professor.

— O professor é fundamental mas ele é o item mais caro e é mal gerido. Existem problemas em sua alocação, em sua carga horária e nos tempos de aulas em que está no colégio mas não trabalha, as chamadas “janelas”. O professor é contratado para trabalhar 40 horas mas somente ocupa pouco mais da metade desse tempo em sala de aula — afirma Batista.

‘TEMOS QUE INVESTIR MAIS’, DIZ PROFESSOR DA USP

O professor da USP José Marcelino Rezende Pinto, autor de vários estudos também sobre gastos em ensino, concorda que há um problema de gestão que impede que os recursos sejam bem aproveitados, mas diz que isso não significa que o valor investido hoje no país seja suficiente. Para o pesquisador, é necessário aumentar as verbas e gerenciá-las melhor.

— Os Estados Unidos, por exemplo, investem US$ 9 mil por aluno. Muito mais do que qualquer valor brasileiro. Falam que gastamos boa parte do nosso PIB em educação, e é verdade. Mas nosso PIB é muito baixo, não dá para avaliar desta forma. Temos que investir mais para melhorar a qualidade e também para, enfim, incluir quem ainda não conseguiu chegar nos bancos escolares.

O foco deste investimento, afirma Marcelino, deve ser o professor:

— Se eu quero contratar profissionais qualificados, devo investir neles. Um cara que faz física e é bom em matemática, por exemplo, pode se sentir mais atraído a trabalhar na Receita Federal ou em alguma área que necessite daquele conhecimento específico do que ir para a licenciatura, que não é valorizada.

João Batista não acredita que o aumento do salário traga os resultados esperados:

— O aumento atrai professores mais qualificados se for colocado para quem for entrar. Se você for dar aumento para todo mundo, não vai dar certo. Vai inflar ainda mais a folha de pagamento em um modelo que já não rende o desempenho esperado.

Alguns outros gargalos também são apontados como motivos para o investimento ser alto e o desempenho ser baixo. José Marcelino afirma que se deve estar atento à análise dos custos com a educação e não somente ao valor absoluto.

— Contabilizamos a presença dos aposentados na folha de pagamento, por exemplo, em uma pesquisa que fizemos. Existem cidades onde os aposentados compõem cerca de 50% da folha. Isso não é professor atuando em sala de aula. Não deveria ser computado como investimento. Outro problema é a corrupção. É o famoso “gato escondido”. Se pegarmos as listagens de professores em um estado inteiro e buscar quantos estão realmente atuando, veremos distorções — afirma Marcelino.

Para Batista, a flexibilização da rotina e das relações de trabalho dos professores é necessária para que uma boa gestão seja feita:

— Existe uma ideia de que professor dá aula em mais de duas escolas públicas sempre. É falso. Isso acontece no colégio particular. No público, quando acontece, é porque ele tem duas matrículas. Agora, um professor de filosofia, por exemplo, que dá um tempo por turma semanalmente teria que ter 40 turmas para cumprir o proposto. Isso é impossível em um mesmo colégio. Logo, sobra tempo.

O especialista também mostra preocupação com as legislações de cidades que impossibilitam a cooperação para a melhoria do sistema educacional em uma região.

— Se pensarmos na área rural, temos cidades pequenas e próximas que gastam o dobro com escolas quando poderiam atuar juntas se houvesse uma unificação das redes. É um desperdício pela regra.

DEFASAGENS NAS REDES DE CIDADES SÃO DESAFIO

José Marcelino concorda que a isonomia entre as redes é uma defasagem no sistema de ensino que causa distorções. Porém, o professor vê com receio a ideia de flexibilização.

— Ela deve ser feita pensando na educação e não somente em exames. Vemos hoje que os colégios se voltam a dar muitos tempos de português e matemática porque possuem pesos maiores. Isso causa um empobrecimento enorme para o currículo.

De acordo com o professor da USP, o estabelecimento do que é prioritário para a educação deve ser o principal fator a ser pensado quando se cogita mudar as práticas dos docentes.

— A rotina do professor deve ser pensada não somente se ele está sendo eficiente para a folha de pagamento, mas se está exercendo na plenitude suas atividades para com a educação. A nota, seja de uma prova no colégio ou do Enem, é uma das formas de se avaliar. Não pode ser a única.

A rede federal foi citada pelos especialistas como um modelo que produz bons resultados, mas que também possui uma série de dificuldades que devem ser superadas. Um dos pontos destacados no caso das escolas federais é o fato de atraírem alunos de maior nível socioeconômico, fator que estudos mostram ser o principal determinante do desempenho escolar.

— O fato de existir essa diferenciação entre um sistema de educação e outro já é um problema. Um mesmo bairro pode ter um colégio público de excelência e outro não, só porque são de redes diferentes — conta Oliveira.

Para Marcelino, a desigualdade não está somente nos salários dos professores e na infraestrutura diferente das escolas federais. O professor afirma que estas instituições já se tornam díspares na própria forma como seus alunos entram nos colégios.

— A rede federal trabalha com uma elite do “andar de baixo”. São alunos que não possuem recursos para um bom colégio particular, mas entraram por meio de concurso. São os melhores de seus grupos. Ou seja, não é um ensino universal — conta Marcelino.

Jovem mobiliza comunidade estudantil brasileira nos EUA

Marina Lopes - Porvir - 02/04/2015 - São Paulo, SP

Pela tradição de família, Matheus Silva seria pescador. Nascido em Boqueirão, no sertão da Paraíba, ele decidiu que iria estudar fora e seguir outro rumo. Aprendeu inglês em um curso gratuito, foi admitido em uma universidade nos Estados Unidos e tratou de conseguir uma bolsa. Hoje, aos 22 anos, cursa economia e engenharia química no WPI (Worcester Polytechnic Institute), ao lado de Boston. Mas quem disse que a essência da profissão do pai e o avô não o acompanhou por lá? Como em uma pesca, assumiu a tarefa de reunir e mobilizar universitários brasileiros que estavam nos EUA, onde criou a BRASA (sigla em inglês para Associação Brasileira de Estudantes).

“Eu vim de uma cidade pequena e fui o primeiro da família a fazer faculdade. Tinha poucas referências de pessoas e organizações que pudessem me ajudar”, lembra Matheus. Pensando nas dificuldades que ele e outros estudantes enfrentaram quando decidiram estudar fora, a BRASA tem uma atuação segmentada em três pilares, oferecendo apoio antes, durante e depois da graduação. A ideia é auxiliar e engajar essa comunidade estudantil em ações de impacto direto no Brasil.

Para os que desejam ingressar em uma universidade norte-americana, a organização mantém um blog chamado Brasinhas, que compartilha relatos de brasileiros sobre a vida universitária no exterior. Além disso, oferecem mentoria gratuita para os alunos que estão com dúvidas no processo de admissão ou em qual universidade estudar. “Colocamos eles em contato com universitários dessas instituições para ajudar”, explica.

Com público universitário que já está nos Estados Unidos, a organização promove eventos e conferências (BRASATech, BrazUSC, BRASA National Conference, BRASA Politics). “Era muito comum que os estudantes brasileiros de Havard não conhecessem os que estudavam no MIT [uma distância relativamente pequena]”, explica. Agora, em dez meses de atuação, eles já contam com uma rede de mais de 800 alunos e estão em 40 universidades diferentes, incluindo nomes como Stanford, Princeton, Northeastern e Yale. Entre os parceiros, recebem apoio da Ambev, BTG Pactual, Heinz, McKinsey&Company e Fundação Estudar.

Na tentativa de encontrar formas mais efetivas para que esses estudantes pudessem colaborar com o país, a BRASA ajuda eles na tarefa de encontrar empregos de férias no Brasil, os famosos “summer jobs”. Os estudantes enviam os seus currículos e a organização faz a mediação com empresas que estão recrutando. Eles também participam de programas de voluntariado, em parceria com a BrazilFoundation, e buscam promover projetos de pesquisa e conexão entre universidades brasileiras e americanas. As oportunidades costumam ser divulgadas por diversos canais, como e-mail, Facebook ou Twitter.

E como fazer para que essa galera não se disperse após o término da graduação e o retorno ao país? Matheus acredita que isso só acontece mantendo o engajamento. Com esse intuito, devem acontecer dois eventos no Brasil ainda este ano, um no Rio de Janeiro e outro em São Paulo. Além disso, a intenção é que os jovens formados continuem conectados com a rede para apoiarem os que ainda estão na universidade.

Para Matheus, essas ações tentam promover uma troca mais efetiva entre o país e os estudantes brasileiros que estão fora. “O Ciência sem Fronteiras é um programa incrível, mas eu ainda acho que é muito unilateral. Eu vejo apenas o Brasil indo para o exterior. É claro que os estudantes voltam para o Brasil, mas eu não acho que os retornos estão sendo tão tangíveis”, afirma, ao destacar a necessidade de interações mais profundas durante esse período.

“Um dos maiores gargalos que o sistema universitário brasileiro enfrenta hoje é a internacionalização”, destaca. De acordo com ele, o número de patentes razoavelmente baixo, a quantidade de artigos publicados em revistas internacionais e os poucos cursos em inglês nas universidades brasileiras são alguns dos fatores responsáveis por esse obstáculo.

No futuro a BRASA planeja expandir a sua atuação para mestrado, MBA e PhD. “Nosso objetivo em longo prazo, em cinco ou seis anos, é se tornar a maior organização estudantil brasileira no exterior”, define Matheus.

Em nova etapa, Pronatec prevê ações alinhadas com o PNE

Assessoria de Comunicação Social - MEC - Revista Gestão Universitária - 02/04/2015 - Belo Horizonte, MG

A nova etapa do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) está alinhada ao Plano Nacional de Educação (PNE). O programa também terá novas ações estratégicas, como a integração com o portal Mais Emprego, do Ministério do Trabalho e Emprego, para aproveitar melhor a mão de obra dos egressos dos cursos, além de estímulo a ações de inovação e maior equilíbrio entre demanda e oferta de educação profissional.

Instituído pela Lei nº 12.513, de 26 de outubro de 2011, o Pronatec tem o objetivo de expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica e ampliar oportunidades educacionais aos trabalhadores. As iniciativas que compõem o programa são a expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, o programa Brasil Profissionalizado, a Rede e-Tec Brasil, o acordo de gratuidade com os serviços nacionais de aprendizagem industrial (Senai) e comercial (Senac) e a Bolsa-Formação.

Do lançamento, em 2011, até o final de 2014, o Pronatec obteve como resultados o crescimento de matrículas, a expansão física de redes públicas e melhorias na estruturação pedagógica dos cursos. O número de matrículas chegou a mais de 8 milhões — 2,3 milhões em cursos técnicos e 5,8 milhões em cursos de formação inicial e continuada (FIC). Mais de 4 mil municípios foram atendidos em todas as regiões do Brasil, com cerca de 200 cursos técnicos e 600 cursos FIC.

Obras — O programa Brasil Profissionalizado financiou ações em 25 estados para a construção, reforma e ampliação de escolas técnicas estaduais, instalação de laboratórios, mobiliário, acervo bibliográfico e equipamentos, além de capacitação de docentes e gestores escolares. São 304 obras concluídas —78 construções e 226 ampliações e reformas — em 245 municípios. Ainda estão em execução 100 construções e 94 ampliações e reformas.

Já a Rede e-Tec Brasil recebeu 275 mil matrículas em cursos técnicos, na modalidade a distância, em 985 polos de apoio presencial de todas as unidades federativas. Por meio dessa ação, também houve reestruturação de laboratórios, capacitação docente, elaboração de material didático, realização de pesquisas na área de educação a distância e financiamento de oferta de cursos.

Bolsa — A Bolsa-Formação custeia a oferta de cursos técnicos e cursos FIC, ao aproveitar a capacidade instalada das instituições ofertantes. A medida atende, prioritariamente, o público em situação de vulnerabilidade social, além de jovens e adultos trabalhadores. A oferta de cursos é realizada mediante o mapeamento das demandas de formação profissional realizada em parceria com 15 ministérios e todas as secretarias estaduais de educação. Isso possibilita a integração com políticas prioritárias do governo federal, como os planos Brasil sem Miséria, Brasil Maior, Viver sem Limite, Pronacampo e o seguro-desemprego, além de outras, com recorte de gênero, raça, ocupação e geração.

No que diz respeito à dimensão pedagógica do programa, o ordenamento da oferta de cursos FIC, até então inexistente, possibilitou a padronização de denominações, carga horária, perfil de conclusão, requisitos para acesso e respectivas ocupações, de acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), por meio do Guia Pronatec de Cursos FIC. Ainda são identificados os itinerários formativos para orientar as instituições na organização da oferta e os estudantes em sua trajetória de formação, de forma a incentivar a continuidade de estudos.

No período 2011-2014, em torno de 16% dos estudantes matriculados abandonaram os cursos. Além disso, estudo elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome concluiu que o índice de estudantes da Bolsa-Formação que tiveram acesso ao emprego formal foi de 43%. Desses, 50% são beneficiários do programa Bolsa-Família.

Consulte o portal Mais Emprego do Ministério do Trabalho e Emprego

Excesso de tempo dedicado ao dever de casa pode prejudicar desempenho, mostra estudo

Paula Ferreira - O Globo - 05/04/2015 - Rio de Janeiro, RJ

Um grupo de mães do Colégio Marista São José, no Rio de Janeiro, organizou uma comissão para reivindicar, entre outros pontos, mais dever de casa para os filhos. Pensando no bem dos pequenos, elas querem que a escola aumente a quantidade de tarefas, um pedido que outros colégios públicos e particulares também já ouviram dos familiares. Só que muito dever de casa pode não fazer tão bem assim. Ao menos é o que dizem especialistas e um estudo recente da Universidade de Oviedo, na Espanha.

A pesquisa, publicada na revista “Journal of Educational Psychology” da Associação Americana de Psicologia, avaliou 7.725 alunos espanhóis, com média de 13 anos, e concluiu que o ideal é dedicar à tarefa cerca de uma hora diária, e que muito mais que isso pode, inclusive, atrapalhar o rendimento dos estudantes. Segundo os pesquisadores, tão importante quanto o tempo é a regularidade e a maneira como a lição é feita, isto é, se o aluno conta ou não com a ajuda de outras pessoas.

Os resultados mostraram que a partir de 1h30 a 1h40 de estudo houve queda nas notas. Já os que utilizavam entre 1h10 e 1h30 tiveram pequenos ganhos, mas que quando comparados aos dos que ocupavam apenas uma hora diária se mostraram inexpressivos — afinal, gastavam-se quase duas horas a mais por semana para atingir um resultado não muito superior. Dessa forma, os pesquisadores concluíram que o benefício de estudar em média uma hora é maior.

Além disso, foi observado que os alunos que recebiam deveres de casa com regularidade conseguiam uma pontuação maior nos testes do que aqueles que tinham uma frequência menor de lições; e os que faziam o dever sozinhos conseguiram nota melhor que os que recebiam ajuda frequentemente.

Objeto de pesquisas constantes no meio acadêmico, o dever de casa também está longe de ser consenso no cotidiano escolar. Há pesquisas que mostram eficácia maior ou menor, a depender do contexto. Um estudo feito na Alemanha em 2002, com alunos do sétimo ano, também concluiu que era mais efetivo passar poucos deveres de casa — mas sempre corrigidos pelos professores, de modo a monitorar o desempenho dos alunos e corrigir problemas de aprendizagem — do que obrigar estudantes a passarem muito tempo fazendo lições, sem garantia de que esse retorno aconteça.

O motim das mães maristas evidencia que a questão é vista de maneira diversa não só por diferentes instituições, mas também pelos próprios pais.

— Estávamos vendo muito pouco dever e resolvemos reivindicar. Eu sou contra o massacre, com quantidade enorme de lição, mas o dever é importante para desenvolver a autonomia deles. Eles (a direção) falam que é para pegar leve, para a criança querer estudar— argumenta Claudia Koslowski, mãe da aluna Clara Correa, do 6º ano do Colégio Marista.

Em meio às reivindicações, a vice-diretora da instituição, Rita Rocha, explica os motivos da metodologia adotada e defende que o sistema prioriza a qualidade dos exercícios.

— É uma discussão muito presente na escola e é necessário usar o bom senso. Sempre queremos encontrar a proposta mais adequada para o aluno, mas sempre vamos ter famílias que se posicionam a favor de mais dever ou de menos. A escola tem que ter muita clareza do objetivo. É importante frisar que não estamos falando de quantidade, e sim de qualidade, de nível de elaboração, de organização — argumenta Rita.

Em uma linha parecida com a do Colégio Marista, a Escola Parque, na Zona Sul do Rio, criou um sistema on-line para que a equipe pedagógica da escola monitore a quantidade de lição recomendada diariamente aos alunos. De acordo com o colégio, não é interessante que os estudantes levem enormes quantidades de deveres se a correção de todas as questões não for viável.

— Os deveres são publicados em uma plataforma virtual, e quando percebemos que a carga está alta demais falamos com o professor. A gente acredita que a carga de uma hora de dever é bastante palatável para jovens que têm como profissão ser estudantes. Em média é o tempo que passamos, mas isso também pode variar — explica o orientador pedagógico do colégio, Luís Albuquerque.

Enquanto folheia o livro de Paulo Leminski em busca de uma poesia para ler no sarau do colégio, Pedro Fonseca, aluno do 8º ano da Escola Parque, conta que gosta da quantidade e, principalmente, do modelo dos exercícios que recebe como tarefa. O aspirante a skatista, que ainda não sabe o que quer ser no futuro, diz que no colégio onde estuda “tem mais espaço para se expressar” e afasta as provocações dos colegas de instituições nas quais a quantidade de lição é maior.

— Meus amigos brincam porque minha quantidade de dever é menor. Mas não significa que seja fácil, só é diferente — defende.

NOVENTA EXERCÍCIOS POR SEMANA

Em uma realidade diversa, a aluna Bruna Reis, do 9º ano do Colégio PH, se desdobra entre a natação, o escotismo e cerca de 90 exercícios por semana — aproximadamente duas horas por dia. Mas, todo o trabalho, na opinião dela, é eficaz.

— Sempre reclamamos de muito dever, mas, no fundo, é o que faz a gente estudar. É o momento que vejo onde errei, o que é importante. O dever acaba virando um referencial — explica.

A mãe da adolescente pondera que não existe modelo certo. Usando o exemplo do filho mais novo, que também estuda na escola, afirma que cada aluno tem uma maneira diferente para se desenvolver.

— Quando escolhi o colégio, me falaram da proposta de exercitar ao máximo com o aluno. Eu acreditava que, quanto mais exercício, melhor. Foi uma aposta. A Bruna se adaptou, atende bem à proposta. Já meu outro filho não aceita. Não existe o melhor sistema, existe o melhor modelo para seu filho — afirma Daniela Reis.

A diretora pedagógica da escola, Eliana Vital Brazil, explica que a estratégia foi pensada para fazer com que o aluno crie o hábito de estudo. E é importante para fixar o conteúdo aprendido.

— O aluno recebe 90 questões por semana e para dar conta tem que fazer uma cota diária. A rotina de dever de casa é importante para que ele saiba que tem que sentar e estudar todo dia — explica a diretora, que destaca ainda a importância de os alunos fazerem o dever sozinhos: — Eles têm que fazer para que tenham dúvidas. Temos monitoria, mas não a vemos como uma muleta ou como um professor particular que vai mastigar o conteúdo para o aluno.

Doutora em educação pela Uerj, a pesquisadora Patrícia Maneschy argumenta que nem sempre uma grande quantidade de tarefas é sinal de sucesso. Acrescenta que muitas vezes os pais não compreendem a maneira como a aprendizagem é adquirida, e acabam fazendo a lição no lugar dos filhos.

— Muito dever de casa não significa, necessariamente, que a criança esteja aprendendo. Muitas vezes, os pais acabam fazendo os deveres para colher os louros, para que o aluno não entregue errado — destaca.

Para Patrícia, é fundamental também que o assunto seja discutido durante a formação dos professores.

— Na formação dos cursos de pedagogia, as discussões ficam no âmbito da didática, com conteúdos muito generalistas. De alguma maneira o assunto acaba ficando muito superficial. Quando se estuda sobre o dever de casa, é em curso de extensão — disse.

A lição de casa também é alvo de atenção na rede pública. A Secretaria municipal de Educação do Rio afirma que os professores são orientados a passar dever regularmente.

— Cada escola tem de fazer um estudo para não sobrecarregar o aluno. No caso dos pequenos, que têm só um professor, ele pode dosar isso. E no segundo segmento, os alunos já devem ter a noção de que o aprendizado não acaba na escola — explica a secretária Helena Bomeny, adicionando que, nas férias, os alunos da educação infantil levam para casa um dever especial de fixação do conteúdo e os mais velhos recebem indicações de livros.

Governo prevê abertura de cursos de medicina nas regiões N, NE e CO

Da redação - Revista Veja - 03/04/2015 - São Paulo, SP

Os ministérios da Saúde e da Educação anunciaram nesta quinta-feira um edital para a abertura de vagas em cursos de medicina em instituições privadas nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte do país. A iniciativa é parte do Programa Mais Médicos, lançado pelo governo federal em 2013, e visa a selecionar previamente os locais onde deve haver aumento de oferta de vagas em cursos de medicina. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, informou que a meta é abrir 11.447 mil vagas de graduação em medicina até 2017 e elevar o número de médicos do Brasil para 600 mil até 2026, partindo da base 374 mil médicos de junho de 2013.

Na visão do governo, atualmente a criação de vagas em cursos de medicina se dá de acordo com os interesses das escolas privadas. `Isso fez com que estivéssemos historicamente uma grande concentração nas capitais das regiões Sul e Sudeste`, disse Chioro. `É o Estado brasileiro regulando ponto a ponto, a partir do programa Mais Médicos, a expansão dos cursos de medicina no país.`

Esse é o segundo edital voltado à criação de vagas de cursos de medicina no âmbito do Programa Mais Médicos. O primeiro foi lançado no ano passado e, de acordo com dados dos dois ministérios, chegou a 39 cidades de 11 estados do país. O Ministério da Saúde afirma que os profissionais da medicina hoje se fixam nos locais onde fazem a graduação e a residência médica, o que contribui para uma maior oferta de médicos no mercado nas regiões Sul e Sudeste, onde há maior parte dos cursos de medicina. Por isso, a meta é levar a formação de médicos a regiões onde há menor concentração de atendimento médico e, com isso, motivar a fixação de profissionais nesses locais. Com o edital, serão abertas 1.887 vagas em 22 cidades de oito estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde o índice de médicos fica abaixo de 2,7 profissionais para cada mil habitantes.

Chioro disse ainda que o objetivo do edital é fazer com que as cidades que quiserem receber cursos de medicina se comprometam a fazer melhoras em infraestrutura médica.`Não vamos mudar os parâmetros de qualidade para atender regiões`, disse. As cidades que quiserem participar do edital terão de comprovar condições de infraestrutura para ter os cursos. Entre os critérios de seleção, é preciso oferecer cinco leitos na rede pública de saúde por aluno e o mínimo de 250 leitos por unidade médica. As cidades têm de ter no mínimo 50 mil habitantes e não ficar a menos de 75 quilômetros de distância de outro centro de formação. As capitais estão excluídas do processo de seleção de cursos que serão ofertados por universidades privadas.

Fies - Em meio à crise envolvendo repasses do Programa de Financiamento Estudantil (Fies), o ministro interino da Educação, Luiz Cláudio Costa, disse ainda que o governo continuará expandindo o crédito `apesar dos ajustes feitos na economia` e a previsão de cortes no orçamento nos próximos dias, como parte do esforço para atingir o superávit primário de 66 bilhões de reais. `O governo vai continuar com a sua expansão, fazendo os ajustes, mas não abrindo mão da expansão do ensino superior`, afirmou.

Costa deu como exemplo a criação de 210 mil vagas mesmo com a contenção orçamentária implementada no primeiro trimestre, o que levou os estudantes e as instituições de ensino a buscar alternativas para manter as aulas - entre elas, o financiamento em bancos privados. `Apesar dos ajustes, o governo mantém seu comprometimento com o ensino superior, mais 1,9 milhão de vagas continuam (dentro no Fies)`, disse. O ministro cederá o lugar ao filósofo Renato Janine Ribeiro, que assume a pasta na próxima segunda-feira, dia 6.

Novo edital muda as regras para a seleção dos municípios que podem receber os cursos

Assessoria de Comunicação Social - MEC - Revista Gestão Universitária - 02/04/2015 - Belo Horizonte, MG

Os ministérios da Educação e da Saúde lançaram nesta quinta-feira, 2, novo edital de chamamento público para seleção de municípios que vão receber cursos de medicina em instituições particulares. O objetivo é dar continuidade à política de expansão de vagas por meio do programa Mais Médicos, criado para corrigir assimetrias regionais na proporção de médicos por habitantes.

Para a nova chamada, foram pré-selecionadas 22 cidades de oito estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Nesses estados, a relação de vagas em cursos de medicina por 10 mil habitantes é inferior a 1,34; o índice de médicos a cada mil habitantes, menor que 2,7. As prefeituras interessadas devem confirmar participação entre os dias 13 e 24 próximos, pelo sistema Simec.

De acordo com o ministro interino da Educação, Luiz Cláudio Costa, esta segunda fase da expansão do ensino médico ocorre de forma estratégica para diminuir as assimetrias no número de médicos em território nacional. “Estamos falando de um passo que tem a inclusão, a necessidade social, a qualidade da formação” afirmou. “Não tenho dúvidas: nós temos aquilo que é estruturante para a educação médica e que está transformando e vai transformar a assistência médica no Brasil nos próximos anos.”

Critérios — O edital contém novas regras. Agora, o município a ser selecionado, além de não contar hoje com cursos de medicina, deve estar no mínimo a 75 quilômetros de distância de locais que os tenham. Além disso, não pode ser capital de estado, deve ter mais de 50 mil habitantes e estar localizado em região com estrutura de saúde e de equipamentos públicos, cenários de atenção na rede de saúde e programas de saúde adequados para comportar a oferta de graduação em medicina.

Para o ministro da Saúde, Arthur Chioro, o programa Mais Médicos mudou a forma pela qual os cursos de medicina em instituições particulares eram autorizados. “A abertura de vagas privadas se dava pela lógica da instituição privada de ensino superior”, disse. “Ela escolhia a cidade, quais os cursos e apresentava a proposta.”

O ministro destaca que a partir desse novo edital, no lugar de indagar às instituições onde elas pretenderiam abrir uma escola de medicina, o governo federal, a partir de estudos técnicos, identifica as cidades e regiões que precisam de novos cursos. “A fixação de profissionais médicos responde muito mais aos locais onde eles fazem a graduação e a sua residência médica”, disse Chioro.

Após o lançamento do primeiro edital, no segundo semestre de 2013, foram inscritos 149 dos mais de 300 municípios elegíveis. Após visita técnica, 39 foram selecionados. Naquela edição, 110 mantenedoras apresentaram 215 propostas para instalação de cursos de medicina.

Estrutura — O novo edital prevê, após a adesão dos municípios interessados, a realização de visitas técnicas in loco, entre 11 de maio e 26 de junho próximos. A finalidade é verificar se a estrutura da rede de saúde local atende o mínimo necessário para comportar as atividades práticas do curso.

O município precisa ter número de leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) por aluno igual ou maior que cinco; número de alunos por equipes de atenção básica menor ou igual a três; leitos de urgência e emergência ou pronto-socorro; adesão ao Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica (Pmaq); centros de atenção psicossocial e pelo menos três programas de residência médica nas especialidades prioritárias (como medicina geral de família e comunidade), que podem ser abertos no primeiro ano de funcionamento do curso.

As cidades escolhidas farão parte do edital de seleção de instituições. Aquelas que não obtiverem conceito satisfatório na visita in loco podem ser excluídas do processo ou ficar em lista de espera, com pendências. O resultado final, após as visitas e avaliações, será divulgado em 31 de julho deste ano. A previsão é que a lista de instituições selecionadas nessas localidades seja divulgada em 24 de junho.

Residência — O governo federal também vem expandindo as vagas de medicina em cursos existentes. Já foram autorizadas 4.680 vagas de graduação no país — 1.343 em universidades públicas e 3.203 em instituições particulares. A meta é chegar à oferta de 11,5 mil até 2017.

A Lei nº 12.871, de 22 de outubro de 2013, que institui o Programa Mais Médicos, tem entre os objetivos diminuir a carência de médicos em regiões prioritárias, fortalecer a prestação de serviços de atenção básica em saúde, aprimorar a formação médica, proporcionar mais experiência no campo de prática médica durante o processo de formação e ampliar a inserção do estudante de medicina nas unidades de atendimento do SUS.

Os interessados já podem conferir a íntegra do novo edital do programa Mais Médicos, que será publicado na próxima semana no Diário Oficial da União, e uma apresentação do programa Mais Médicos.

Editoriais

Quanto mais cedo, melhor para aprender

Da redação - O Tempo - 06/04/2015 - Belo Horizonte, MG

Crianças e adolescentes têm mais facilidade de aprender línguas do que adultos. “Isso por estarem em um estágio de desenvolvimento cognitivo propício ao aprender”, explica a pesquisadora da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Reinildes Dias. “Saber outro idioma é uma questão de inclusão social dos jovens”. Para ela, o domínio de outras línguas possibilita o estabelecimento de relações entre culturas e a compreensão de valores, além de ser um complemento na preparação para o mercado de trabalho. A professora de letras da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) Vivian Margutti, concorda: “As pessoas se comunicam por espaços virtuais e precisam ter conhecimento linguístico. Mas há um problema cultural no nosso país, que só está despertando agora para a importância desse conhecimento na formação do cidadão”. (FV)

O recomeço do MEC com Renato Janine Ribeiro

Daniel Cara - UOL Educação - 06/04/2015 - São Paulo, SP

Hoje (06/4) começa a gestão de Renato Janine Ribeiro no Ministério da Educação (MEC). A posse ocorre no dia seguinte à Páscoa, a festa da ressurreição de Cristo, simbolizando o recomeço.

E é exatamente isso que o MEC necessita: recomeçar. Após as gestões de Tarso Genro e Fernando Haddad, entre janeiro de 2004 e janeiro de 2012, a pasta está sem ideias, presa a um modelo já esgotado.

Programas importantes de expansão do acesso ao ensino superior e ao ensino técnico profissionalizante de nível médio, como Prouni, Fies e Pronatec estão sufocados pela crise econômica. Razoavelmente elogiado quando surgiu, o PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação) de Fernando Haddad entrou no piloto automático e já perdeu força nas iniciativas relacionadas à educação básica.

O MEC se tornou uma máquina gigante, com enorme responsabilidade na administração de programas, mas com baixo desempenho – embora muitos bons profissionais. Suas ações estão perdendo responsividade, relevância e – muitas vezes – sentido. O motivo é que não há uma concepção de educação que oriente as ações da pasta.

Por sorte, Renato Janine Ribeiro demonstrou querer assumir essa agenda. Em entrevista à TV Brasil, afirmou que educação não é mera padronização, não é algo que se transfere. Para ele, educação é apropriação da cultura – como acredita e defende a melhor parte dos pensadores da área.

Considero essa perspectiva um acerto enorme, conforme argumentei em artigo recente. Mas implementá-la significa repensar toda a lógica de funcionamento do MEC, começando pela Secretaria de Educação Básica, passando pelos debates acerca da Base Nacional Comum Curricular, chegando, enfim, às avaliações de larga escala produzidas pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).

Não defendo que os exames nacionais deixem de existir, mas tenho convicção de que eles devem ser repensados em seus objetivos e execução. O Brasil tem cometido o erro de tornar a avaliação um sinônimo de política educativa, ou seja, seu carro-chefe. Dito de outra forma, a parte tem sido encarada como o todo. Aliás, o próprio Inep está reduzido a essa visão e precisa rever suas atividades. Nas últimas décadas, sua prática tem sido restrita às avaliações de larga escala, ignorando o “E” (de estudos) e o “P” (de pesquisas) que compõem sua sigla – e sua missão.

Além disso, será preciso refazer as relações com Estados e Municípios. Os entes subnacionais estão sem recursos por causa das crises arrecadatória e econômica. E o mais grave: muitas transferências federais estão em atraso. A situação vai gerando revolta e criticar o Palácio do Planalto, o MEC e suas autarquias virou praxe em qualquer atividade com governadores, prefeitos e/ou secretários de educação. Verifico isso em cada evento que participo, em todo canto do País.

A sorte de Renato Janine Ribeiro é que ele conta com um bom e legitimado fio condutor: o Plano Nacional de Educação (PNE). Porém, o plano parece ser o mais ilustre esquecido do Planalto Central. Ninguém no governo o menciona, inclusive a presidenta Dilma Rousseff, que não o citou desde sua posse. Tomara que esse erro não se repita a partir de hoje.

Sobre as apostas para o futuro do MEC, há em Brasília quem considere que será curta a passagem de Janine, pois ele não terá paciência para as demandas políticas e administrativas da área. Outros acreditam que ele será longevo, mas não enfrentará agendas estruturais, como o PNE. Alguns especulam que ele será um ministro simpático, douto, mas pouco efetivo.

Diante das apostas, assumo minha torcida: desejo sucesso ao Prof. Renato Janine Ribeiro, pelo bem da educação. O MEC precisa recomeçar. E que seja agora! Mas com uma certeza: o exercício de controle social não vai e nem deve diminuir, pelo contrário. E mais do que nunca, a sociedade civil demanda interlocução qualificada com o Ministério da Educação. Isso, por si só, já seria uma das melhores novidades.

Não basta ser pai e mãe, tem que ler junto

Isabel Clemente - Revista Época - 05/04/2015 - São Paulo, SP

Tenho uma pequena leitora voraz em casa. Letícia, minha filha mais velha, está com 9 anos e se interessa por gibis, livros seriados infanto-juvenis e crônicas. Ela é capaz de reler o livro o mesmo livro três vezes, rindo e absorvendo tiradas para seu acervo pessoal de piadas. Sim, isso me enche de orgulho. Sim, isso também é mais do que eu mesma fazia na minha infância rodeada por livros. Confesso que vê-la tão absorvida pela leitura reduz bastante minha preocupação com o excesso de tecnologia, desafio para o qual ainda estamos nos municiando como pais de uma geração hiperestimulada por smartphones. Ninguém sabe ao certo onde isso vai dar. A única constatação imediata que se tira olhando ao redor é que já não se conversa à mesa do restaurante como antigamente. Por isso, toda minha ojeriza aos celulares durante refeições e reuniões de família e amigos.

A leitura - junto com conversas de verdade e atividades físicas - me parece, até que me apresentem argumento mais convincente, o melhor antídoto para os males da tecnologia. Não à toa esse foi o tema de um dos debates da Feira do Livro Infantil de Bologna, na Itália, na semana passada, o maior evento do tipo no mundo. Recém-chegada de lá, a promotora de Justiça e escritora Ariadne Cantu, autora de 16 livros infantis e mãe de três, me contou que escritores e educadores estavam debatendo até que ponto o imediatismo digital irá afetar a construção dos pensamentos. Não por outro motivo, Gianna Vitalli, uma simpática senhora de cabelos grisalhos que integrava o júri do Hans Christian Andersen, o maior prêmio de literatura infantil, propôs, em sua fala de abertura na feira, que a educação infantil nesses tempos de alta tecnologia atente para o valor da leitura e “reformate a cabeça dos professores”. “As crianças precisam de tempo livre para aprender. Elas precisam reaprender a ler”, disse.

Como vocês, estou também muito interessada nessa investigação. Converso com amigos, procuro ouvir e ler o que os especialistas têm a dizer, enquanto observo, na minha casa, o impacto disso tudo nas duas crianças, sobretudo na caçula, que, aos 5 anos, não está alfabetizada, descobriu os joguinhos muito antes da irmã, e outro dia verbalizou de forma singela uma reivindicação que volta e meia reaparece. “Estou cansada de não ter um ipad!”

E nem adianta eu dizer que também não tenho porque além de celular, uso um leitor digital de livros, o que, para ela, dá no mesmo. É tudo tecnologia. Se eu uso para ler ou jogar, não faz a menor diferença. Vá explicar.

Com a baixinha, a gente tem que sentar e ler. Pegar pela mão e convidá-la para uma viagem pelas letras ou apenas pelas imagens dos livros silenciosos, sempre uma ótima aposta para instigar a curiosidade dos iletrados. Isso dá trabalho. Precisa fazer questão, às vezes até brigar com a televisão, lançar argumentos infalíveis e contar com um autor inspirado, lógico. As prateleiras de livros infantis para ela estão quase rentes ao chão. É o tipo de produto que precisa estar ao alcance das crianças. No meio do caminho, entre nós e os livros, entram não só os atrativos da tecnologia, mas o cansaço, a falta de tempo, a necessidade de dar atenção para todo mundo aqui e agora.

Não basta olhar feliz para a criança que resolve folhear sozinha um livro. Tem que desligar as notificações desnecessárias da tela do celular, sentar e dizer “está na hora da nossa leitura” e não deixar ninguém se intrometer. A exclusividade é o toque especial para coroar esse hábito que, como pais, temos a obrigação de ajudar a construir.

E depois que eles aprenderem a ler, passada a fase inicial de dificuldades, qual será o nosso papel?

Ler junto, de vez em quando, pode apostar. A missão não termina na alfabetização nem quando eles adquirem fluência na leitura. “É legal ler junto, todos saem lucrando. Você se aproxima afetivamente da criança e ela de você. Milhares de coisas não escritas no livro podem ser ditas”, afirma Ariadne.

Ler junto significa levar para dentro de casa o que muita gente acredita ser responsabilidade apenas da escola. Influência é a arte de contagiar esses pequenos aprendizes com nossos hábitos. Apesar de reclamar a falta de um ipad, a verdade é que Carolina, minha filha menor, está cada dia mais ansiosa para ler como todo mundo da casa, pedindo para digitar no computador a frase que eu pretendo escrever quando sento para trabalhar (foi ela que escreveu “enquanto Carolina”). A obra segue em construção.

Letícia propõe que eu leia o livro que ela terminou de ler. Quer saber a minha opinião, conversar comigo sobre a história. Eu também tenho essa curiosidade. Afinal, que tanto ela lê e gosta? Estará entendendo tudo? O significado das novas palavras? O dicionário está lá, ao alcance das mãos, mas querer que a criança o consulte toda hora é exigir demais. Que lições tira das histórias? Se for um livro da minha infância, fica fácil interagir, mas há muitos títulos novos. A demanda é constante e crescente. Mal tenho tempo para dar conta dos títulos e dos autores que me interessam. Que horas vou ler o livro infanto-juvenil que já não se consome numa única tarde de tão grande, eu me pergunto. E o que faço com a outra filha que me cerca em busca de atenção nessa tarde propícia à leitura? Vida em família é assim: pontuada por negociações nem sempre frutíferas. Mas as soluções são sempre individuais, variam de casa para casa, e eis que temos uma chance. É tarde, a pequena ouve histórias do pai no quarto enquanto eu e Letícia sentamos para ler um gibi.

Estamos lado a lado, ela apoiada no meu ombro. Alternamos os personagens. Seguimos nessa leitura dramatizada e em voz alta. Tenho chance de perguntar se ela entendeu o significado de uma palavra ou outra. Ela fica feliz de me ver rindo das cenas que ela também achou engraçadas. E eis que na última página da revistinha, não encontramos o “fim” mas um “continua”. Ela me olha com os olhos apertados e séria conclui: “Detesto quando isso acontece. Agora vou ter que esperar a revistinha do mês que vem e ainda estamos no início de abril!”

“Putz, é mesmo”, digo, solidária.

Fechamos o gibi. A hora voou, a irmã chegou toda animada e acesa no meu quarto, o pai veio atrás com cara de quem desistiu da empreitada, mas Letícia ainda está com a cumplicidade esculpida no olhar. Sorri, já despreocupada com o fim da história que não veio.

“Adoro ler com você”, digo. “Precisamos fazer mais.”

“Eu também”, ela retruca, sorridente. “Mãe, eu acabei de ler um ótimo livro e posso te emprestar também”, completa, sustentando o assunto, antes que a noite acabe.

Eu sei. E vou dar um jeito de ler. Ah se vou...

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